Laura E Edgar Outra História escrita por Iolene Beltrão


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo Laura vai reencontrar o amor de sua vida e vai perceber que durante esses seis anos de afastamento nunca deixou de ama-lo.



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CAPÌTULO I – LAURA E EDGAR OUTRA HISTÓRIA

          Eu olho o relógio e ele é implacável, como sempre eu estou extremamente atrasada, fecho a janela, arrumo a cama, está tão frio que tenho dificuldade em arruma-la. O quarto é amplo, o apartamento todo é amplo, têm três quartos, dois quartos é suíte, sala grande, cozinha. O prédio é antigo, tem seis andares. Eu moro no quarto andar. É um apartamento por andar. Eu comprei com a ajuda do meu pai, ele foi o fiador e assim eu conseguir um financiamento do banco. Adoro morar aqui. Não fica tão longe do trabalho, passa o trem e o metrô, tem shopping, cafés que é bem movimentado nos fins de semana.

          Não encontro meu tênis, mais desisto quando olho pela janela e vejo que o céu está nublado e isso significa que deve estar muito frio lá fora e provavelmente vai nevar mais tarde. Resolvo por uma bota e um casaco mais pesado, um cachecol, gorro e luva. Saio correndo do apartamento mais antes pego uma fruta e saio comendo rumo ao metrô, antes, porém lembro-me de por comida para o gato, o deixo comendo e saio rumo ao trabalho. O meu trabalho consiste em analisar projetos de educação, para de instituições de educação, saúde e outros. Eu estou há alguns anos aqui. Dou treinamento para futuros professores. Ganho o suficiente. Vivemos de doações, mensalidades pagas para os cursos, mais quem sustenta mesmo a ONG são doadores estrangeiros que tem um andar para fiscalizar projetos das empresas no país. O andar é cheio de advogados, economistas e contadores. O prédio é moderno e têm quinze andares eu trabalho no sétimo andar. Trabalho com um grupo de pessoas.

          Termino de responder alguns e-mails e fico pensando quando um colega me chama à atenção com uma enorme gargalhada é o Salvador, bem que ele poderia me salvar. Ele é uma pessoa fantástica, está sempre de bom humor e é meu único amigo, nós dizemos que somos irmãos, mais que irmãos, brigamos muito, ele ás vezes disputa comigo alguns rapazes, sem maiores consequências, estamos sempre juntos no trabalho e quando saímos para nos divertir.  Eu saio pouco ele sai sempre, agora está mais quieto, está namorando um rapaz ótimo.

          - Laura você viu a previsão do tempo?

          - Ainda não, por quê?

          - Está chegando uma nevasca é bom você vim comigo para a casa da minha mãe, ela faz questão de sua presença.

          - Eu já falei para você que não posso, tenho esses relatórios para terminar, tenho tanta coisa para terminar que...

           - Está certo, eu estou saindo hoje no final da tarde. Tem certeza que você vai ficar bem, sozinha?

          - Eu não estou sozinha tem o carvão (gato), o computador, o telefone, a televisão...

          - Como você é chata né! Não falou de nada vivo, tirando o carvão...

          Quando ele se afastou, eu pensei o que vou fazer nesse enorme feriado de fim de ano. No meio da tarde lembrei que não tinha comido nada a não ser uma pera e muito chá...

           - Você não vem?

           - Para onde?

           - A festa da troca de presente...

           - Cacete! Eu esqueci, não comprei nada...

           - Não se preocupe, eu comprei...

           - Eu já disse que te amo?

           - Hoje não...

           Chegamos ao salão de festa, estava lotada.

           Enxergo alguém, um homem lindo, alto de barba é loiro tem uma cara de homem do século XIX, não sei explicar direito o que senti e fui me aproximando dele e para minha surpresa é o Edgar, o meu Edgar de anos atrás e de sempre. Conhecemo-nos na adolescência, nossas famílias são amigas até hoje, namoramos até quando ele foi fazer mestrado e doutorado e eu resolvi terminar o namoro. Não era certo prendê-lo e nem eu. E agora ele está aqui. Na festa do meu trabalho. Será que ele veio atrás de mim? Meu Deus, ele está mais lindo ainda e eu como estou? Procurei o Salvador e perguntei dele sobre o Edgar. Ele me disse que é o advogado geral da ONG e jornalista da revista e que assina com um pseudônimo Antônio Ferreira. Eu pergunto como eu estou e ele gentilmente diz que estou linda. Fico um pouco constrangida de ir falar com ele.

           Começaram aqueles discursos chatos, alguns já passavam da medida. O diretor geral da ONG falou dos ganhos, dos avanços e apresentou novos colaboradores e dentre eles o Edgar. O Edgar veio transferido de outra agência para organizar o setor. Ele está trabalhando na organização na mesma época que eu. Será que ele sabe que eu trabalho aqui? Bem é melhor eu ficar por aqui, longe dele. Vou entregar o presente e vou embora, não estou preparada para falar com o Edgar.

           Saí devagar, quando alguém tocou em meu ombro e disse:

           - Você está indo embora sem falar com os amigos? 

           - Oi! Fiquei surpresa quando vi você sendo apresentado como o novo diretor do departamento jurídico...

            - Você não sabia que eu trabalho aqui? Estou aqui na mesma época que você veio trabalhar..

            - Não entendo isso! Você sabia que eu trabalhava aqui?

            - Eu pedi a minha mãe para me manter informado a respeito de você, e ela disse que você estava tentando trabalhar aqui e eu enviei o curriculum e eles logo aceitaram, eu fiquei trabalhando na matriz e quando terminei o doutorado eles me disseram que nesse tempo eles estavam me testando para assumir a direção do escritório daqui, eu disse que gostaria de retornar quando terminasse o doutorado e o diretor geral aceitou e me convidou a ser diretor-sócio da ONG e eu aceitei prontamente. E você?

          - Estou aqui como você sabe, fiz mestrado e doutorado aqui mesmo e adoro o que eu faço. Dou aula, faço projetos e ajudo na revista... Bem, agora eu tenho que ir!

          - Eu queria conversar com você fora daqui!

          - Acho melhor não! Não gostaria disso! Tudo já foi dito e sofrido...

          - Nesses seis anos de afastamento você ainda não relevou?

          - Foi ótimo ver você, saber que você está bem. Eu estou indo...

          Salvador aparece para o meu desespero aumentar.

          - Você já vai? Não acredito... Cadê o seu número do sorteio e o seu Edgar? Podem ficar aqui que já vai começar!

           Ficamos os dois calados um do lado do outro. Salvador começou a chamar os pares e claro eu e o Edgar juntos, ele me deu um colar de perolas e eu um despertador, eu pensei, como o Salvador comprou um despertador, meu Deus que vergonha. O colar era verdadeiro, tinha o certificado. O Edgar demonstrou que gostou do presente. Sai e puxei o Salvador.

          - Pelo amor de Deus, não tinha outra coisa para você comprar?

          - Querida ele queria isso...

          - Como você sabe?

          - Ele me disse!

          - Como assim?

          - Bem, nós almoçamos um dia desses quando eu fui ao escritório, passamos pela loja de antiguidade que você adora e pelo jeito ele também, foi ai que ele apontou e disse, “vou comprar aquele relógio, eu acho lindo”, pois é, foi isso e você vai me reembolsar.

         - Deve ter sido caro, naquela loja tudo é caro! Dê uma olhada nessas perolas, são verdadeiras...

          - Eu sei, eu que comprei!

          - Como você comprou?

          - Ele pediu que eu comprasse algo bem bonito para uma mulher linda como você! Disse para comprar na joalheria e por na conta do senhor Vieira. Lembrei que você me falou que iria comprar um dia um colar que você tivesse certeza que vinha de plantações de ostras e não de pesca predatória! Lembra que você falou isso? E nessa joalheria que ele tem conta, imagina ele tem conta numa joalheria? Ele é o máximo hein!

          - Já pensou que você comprou um presente pra mim e outro pra ele?

          - E ele é o “teu” Edgar, aquele que você me contou? Que você ama até hoje?


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Notas finais do capítulo

Vamos ver o que vai acontecer com esse reencontro dos dois!