As garotas estavam muito surpresas com o modo em que a pequena garotinha havia falado. Lily ainda fitava o chão um pouco constrangida, esperando alguma resposta das quatro em sua frente.

-Ela... Ela nos chamou pelos nomes...-comenta Amy ainda não acreditando no que ouvira, virando seu rosto para o lado, olhando suas amigas que estavam no mesmo estado.

-Mesmo que a gente não tenha falado, ela sabia...-Arme complementa, ainda surpresa.

-Hum...?-Lily olha para cima, fitando as quatro em sua frente ainda sem entender o porquê delas ficarem incomodadas com o modo que ela falou.-Lily falou algo errado?-pergunta com uma cara um pouco triste.-Se falou, Lily pede mil desculpas!!-faz uma reverencia rápida voltando a ficar de cabeça baixa.

-Ah! Não, não! Lily não falou nada de errado!-Lire tenta acalmar a pequena, dando um sorriso para que a garotinha mudasse seu humor e atitude.-Lily é uma boa garota, sempre foi, né?-a elfa dá um passo na frente e se agacha, ficando na mesma altura.

A criança volta a sua atenção para a jovem em sua frente, olhando os belos olhos verdes que começavam a refletir um grande sorriso brotar em seus lábios, feliz em ouvir as palavras ditas pela elfa.-Tia Lire! Posso te abraçar?!-pergunta alegre, já com os braços abertos.

-Claro!-responde rapidamente, recebendo o abraço de Lily que ainda sorria de ponta em ponta. Amy aproveita essa distração para chegar ao lado de Lin que apenas observava aquela cena um pouco comovida.

-Ainda acho que essa pequenina veio do futuro e ela é sim sua filha...-comenta baixo para a sacerdotisa que torna seu olhar pensativo.

-Pode ser verdade isso, mas quero ter as devidas provas... Vamos falar com a Mari.-Lin diz por fim, dando alguns passos em direção das duas, colocando sua mão sobre o ombro da criança que se vira rapidamente.-Lily, vem com a gente para o laboratório da Mari?-pergunta sorrindo.

-Da tia Mari?! Mas é claro, mama!-responde alegremente, agradecendo a elfa em sua frente com um grande sorriso, em seguida pegando a mão da grisalha para andarem juntas até o local designado.-Tias, vocês irão com a gente também, né?-olha para as outras ali presentes.

-Se a Lily quiser...-diz Arme brincando, fazendo com que a criança fizesse um pequeno biquinho por causa da resposta.-Estou brincando, não precisa ficar assim.-complementa, acariciando a cabeça da garotinha.

-Conto com a ajuda de vocês... Quando encontrarmos a Mari, falarei algumas coisas importantes.-Lin diz seriamente, fazendo as outras garotas concordarem com a cabeça, seguindo a trilha que havia para chegar ao quartel.

Enquanto caminhavam, as cinco garotas perguntavam muitas coisas para Lily que respondia todas com seu ar inocente e um grande sorriso no rosto. Mesmo que tentassem extrair alguma informação dos verdadeiros pais, não conseguiam obter nada que pudessem levar até eles.

-Bem, chegamos...-Elesis comenta, adentrando uma gigantesca sala onde havia muitas máquinas de variados tamanhos e formas, no centro do lugar residia uma garota de cabelos azuis curtos que olhava para um pequeno objeto.

-Ei, Mari! Precisamos de seus talentos agora!-grita Amy indo em direção à garota. Ao chegar perto da mesma, é pega por um robô que a prende dentro de uma cela portátil.-O que raios essa coisa está fazendo?!-reclama, tentando sair do cubículo que ficou situada.

-Esse robô é para me proteger de pessoas como você que não se importam em atrapalhar os outros nos momentos mais cruciais de uma experiência.-diz com um tom de voz indiferente, fixando seus olhos bicolores na dançarina que ficou um pouco constrangida com a frase dita pela jovem.

-Tia Mari!!-Lily grita, indo em direção à tecnomaga. No momento em que se aproxima, outro robô ia em sua direção, segurando uma pequena cela, mas antes que a garotinha tivesse o mesmo destino que a rosada, ela apenas desvia para o lado e segue seu caminho, abraçando as pernas da garota.

-Lily!-Lin grita, correndo na direção da criança, mas ao fazer isso, é pega por outros robôs que a prendem. As outras três que estavam paradas tiveram o mesmo destino, ficando todas engaioladas.

-Interessante... Apenas você não foi pega pelos robôs e conseguiu chegar até mim. Quero pesquisá-la...-Mari comenta, ajeitando seus óculos de um modo que assustou as amigas. A pequena solta suas pernas, possibilitando assim, a tecnomaga de se locomover.-001 e 002 peguem minhas ferramentas.

-Mari! O que você vai fazer com ela?!-pergunta Arme assustada, imaginando o que poderia acontecer em seguida.

-Nada, apenas fazer algumas pesquisas básicas. E o que vocês vieram fazer aqui no meu laboratório...?-pergunta encarando as garotas que ficaram receosas com aquele olhar.

-Bem, na verdade queríamos que você fizesse algumas pesquisas com a Lily... Mas não no modo em que está pensando agora...-Lin responde com uma gota, se arrependendo de ter dito isso para a jovem que mantinha um sorriso suspeito no rosto.

-Do jeito que estou pensando...? Como por exemplo isso...?-ela pergunta, pegando um pequeno bisturi da bandeja que dois robôs seguravam ao seu lado.-Pequena garota, pode se sentar aqui em cima?-aponta para a mesa que estava utilizando antes.

-Sim, tia!-Lily diz sorrindo, fazendo o que Mari dissera, para a preocupação das outras que se debatiam para tentar sair das celas onde se encontravam.-Pronto!-diz, depois de subir na mesa por meio de uma cadeira, movimentando seus pés para frente e para trás alegremente.

-Mari! Nós só queremos que você pesquise o DNA dela para sabermos se a Lin é mesmo sua mãe...-Amy diz exaltada, segurando as barras de ferro em sua frente fortemente.-Não a disseque!!!

-Agora já era...-Mari diz baixinho, se virando para a garota, ficando de costas para as suas amigas que não conseguiam ver o que ela fazia com a pobre criança.

-Ai, isso dói tia Mari.-a garotinha diz com uma voz um pouco manhosa, assustando as jovens que imaginavam o pior.

-Mari!! O que está fazendo com ela?!-pergunta Elesis um pouco nervosa, se debatendo com mais força na cela, tentando usar a força bruta para sair daquele cubículo.

-Isso é algo que não te interessa...-responde com um tom de voz indiferente, ainda sem se virar para elas, segurando ferramentas perigosas na frente da pequena.-001, leve isso para a máquina de decodificar os genes.-ela entrega um pequeno frasco com um líquido vermelho para o robô que leva até uma máquina situada em um canto da sala.

-Lily...-Lin diz preocupada, olhando as costas de Mari.-Você está bem, minha pequena filha...?-sussurra já ficando sem forças para tentar sair da prisão, pois viu que as tentativas de suas companheiras não deram certo.

-Pronto... Experimento acabado.-a tecnomaga diz por fim, se virando novamente para as meninas que estavam curiosas e preocupadas com a pequena. Esta apenas pula da mesa com um sorriso no rosto, seu braço esquerdo tinha um pequeno curativo com detalhes em azul.

-Ela está bem...?-Arme pergunta com uma gota, observando a criança ir em direção a elas correndo, parando ao lado da cela onde a sacerdotisa se encontrava.

-Mama, a tia Mari colocou um curativo na Lily depois de ter pego um pouco de sangue!-diz mostrando o braço.-Lily está doente para a tia Mari tirar sangue?-pergunta preocupada olhando a garota que ainda estava presa.

Lin apenas dá um breve suspiro, ficou aliviada ao saber que não aconteceu nada de ruim para a criança, dando um sorriso terno para a garotinha.-Lily não está doente, a tia Mari apenas quer fazer algumas pesquisas.-acaricia os cabelos grisalhos da pequenina por entre as grades.

-Bem, pode soltá-las 002.-Mari diz, se virando para continuar a analisar o objeto de antes.-Bem, a máquina poderá demorar no máximo dois minutos para reconhecer o DNA dessa garotinha. Então, fiquem quietas aí e não mecham em nada.-fala sem se virar, colocando toda a sua atenção no que estava em sua frente.

-Obrigada, Mari...-Lin diz ao ser libertada junto com as outras das celas portáteis. Lily aproveita e abraça a sacerdotisa que retribui o abraço, ficando com as outras garotas em sua volta perguntando sobre o modo como Mari tirou o sangue.

-Silêncio!-a tecnomaga grita, com uma pequena veia saltando de sua cabeça. As suas companheiras apenas param rapidamente de falar e dão pequenos risos por não terem feito o que a outra dissera.

Um minuto preenchido de pequenas risadas é quebrado por um apito contínuo. A garota de olhos bicolores deixa o objeto que analisava sobre a mesa e segue seu rumo em direção à máquina que o robô de antes deixara o sangue da criança.

Mari pega os resultados cuidadosamente e os lê em silêncio, apenas erguendo uma sobrancelha ao chegar na última linha dos dados presentes na folha. Sua única reação foi uma pequena frase.-Ah...