Stolen Kisses escrita por Minnie Rodrigues


Capítulo 15
When The Pain Is More Strong.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal.
Eu sei. Eu não tenho direito nenhum de aparecer por aqui à essa altura do campeonato. Eu também sei que deve ter muita gente com raiva de mim e eu não os tiro a razão, estou igualmente com raiva de mim mesma. Passei um longo tempo sem postar, já faz quase um ano que eu não passo por aqui e eu sinto muito por isso :(
Queria dizer, em primeiro lugar, que independente de qualquer coisa, haviam pessoas que acompanhavam fielmente a minha história e eu não tinha direito algum de fazer isso com essas pessoas. Eu estou continuando isso porque eu me fiz uma promessa, quando comecei a escrever Stolen Kisses, de que eu não iria desistir, eu iria até o fim e eu irei. Mesmo que isso demore mais do que o pretendido.
Mais uma vez eu quero pedir o perdão das pessoas às quais eu obriguei a passar por essa longa espera, eu prometo as essas que ficaram, e mesmo as que já se foram, que eu irei dar um fim para essa história.

Bom... sem mais delongas, vão ler o capítulo.
Y.R.



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When The Pain Is More Strong.

Capitulo 15

Elena

Eu estava no meu quarto, encolhida na cama. Soluços eclodiam do fundo da minha garganta e faziam meu corpo estremecer, quando ouvi os passos e as vozes abafadas de Caroline e Bonnie no corredor em frente ao meu quarto. Elas sussurravam coisas que eu não conseguia entender e logo depois de um breve silencio eu ouvi batidas na porta.

Ouvi a maçaneta sendo girada e a porta foi aberta. Uma cabeça loira apareceu e depois Caroline entrou no quarto escuro, logo atrás dela Bonnie, com uma caixa nas mãos.

“Oi...” Sussurrou Bonnie e me deu um pequeno sorriso.

“Trouxemos cupcakes. Chocolate e chantili, os seus favoritos.” A voz de Caroline não passava de um sussurro gentil.

Eu continuava a olhar para o teto, deitada em minha cama com lágrimas correndo, involuntariamente, por minhas bochechas. Eu vi com o canto dos olhos, quando elas se entreolharam e depois sentaram-se ao meu lado na cama.

“Damon... Ligou para o Nik, ele disse que algo ruim entre vocês havia acontecido e Nik nos falou. Então ele foi ver o Damon e nós viemos te ver.” Caroline falou lentamente, como se o som do nome dele, ou um tom voz mais elevado pudesse me quebrar. Bem, me quebrar mais.

Mais lágrimas irromperam dos meus olhos, lágrimas descontroladas... Porém, só lagrimas. Nenhuma palavra, nenhum soluço, nem um som.

“Elena...” Caroline olhou para Bonnie com uma expressão preocupada.

“Lena o que aconteceu? Damon está bem?” Bonnie perguntou.

“Damon está ótimo.” Respondi abruptamente.

“O que aconteceu Elena? Você está nos assustando.” Caroline passou a mão em meus cabelos.

Juntando coragem para falar, consegui sussurrar.

“Damon tem uma esposa.” A expressão de Caroline foi refletida no rosto de Bonnie, quase que no mesmo instante. Espanto, surpresa, confusão e raiva foram alguns dos sentimentos que eu pude identificar no rosto de ambas.

“Não pode ser...” Caroline levou as mãos à boca.

“Eu a vi. Eu a ouvi falar e não o ouvi negando quando perguntei. Eu não acredito que fui tão idiota, ele mentiu pra mim durante todo esse tempo.” Falar isso em voz alta só fazia tudo piorar, a dor, a angustia...

“Elena, deve haver uma explicação pra isso.” Tentou Bonnie.

“Não Bonnie, você não precisa defendê-lo. Ele não merece isso!” Falei com a raiva transbordando em minha voz.

Longos minutos se passaram, em um silencio tenso e desconfortável.

“Eu sinto muito, Lena.” Caroline falou deitando ao meu lado.

“Eu sinto muito.” Bonnie acariciou meus cabelos. “Você quer cupcakes?” Eu dei um sorriso fraco.

“Não, só quero ficar aqui com minhas duas melhores amigas.”

...

A luz vinda da janela deslizou até meu rosto, eu abri meus olhos lentamente, desejando não ter acordado. Um dia amanhecia lá fora, um dia ensolarado e bonito... bem diferente do meu humor.

Olhei o relógio na minha cômoda e o visor marca 7h23min. Mexi meu pé esquerdo batendo em algo duro e um resmungo sonolento veio da outra extremidade da cama. Esfregando os olhos, via cabeça loira de Caroline erguer um travesseiro e colocá-lo em cima do rosto. Sorri.

“Caroline, acorda.” Falei dando um leve empurram nela.

“Hmmm...” Resmungou.

Minutos depois Bonnie entrou no quarto segurando uma bandeja com panquecas, frutas e suco.

“Hora de acordar!” Ela estava com uma voz animada. Me entregou a bandeja e puxou os cobertores de Caroline.

“Tudo bem, já estou acordada mesmo...” Car sentou na cama esfregando os olhos e bocejando. Tomamos o café da manhã conversando, eu sabia que elas só estavam tentando me distrair. E na verdade estava funcionando.

“Vou tomar banho.” Anunciei indo para o banheiro.

“Quando terminar podemos assistir um filme na tv.” Disse Bonnie. Apenas sorri e concordei. “Eu vou na cozinha fazer pipoca.” Ela completou.

“Vou tomar banho lá em baixo.” Caroline pegou a bandeira vazia e elas desceram.

Entrei no banheiro e me olhei no espelho, eu estava uma bagunça. Uma bagunça ruim. Meus olhos ainda estavam inchados de tanto chorar ontem e meu cabelo estava um emaranhado de fios castanhos. Minha expressão estava diferente do habitual, estava triste... Talvez eu tenha me acostumado à felicidade que o Damon me trazia e me esqueci de quão triste podemos ficar. Talvez eu tenha me esquecido de que as coisas não duram eternamente.

Entrei no chuveiro e deixei a água me lavar. Passei vários minutos sem me mexer apenas deixando a água escorrer por meu corpo. Mal percebi as lágrimas deslizarem por minhas bochechas e se misturarem com a água.

Sai do chuveiro enrolada em uma toalha e parei novamente, olhando meu reflexo no espelho. Alguns minutos se passaram e eu escutei a conversa animada das meninas no quarto novamente. Passos animados e vozes animadas... Eu já fui assim um dia. E por um momento eu me perguntei se algum dia poderia ser assim novamente.

Ouvi alguns passos e depois duas batidas na porta.

“Elena.” Era a voz doce de Caroline. “Anda logo, o filme já vai começar.”

Enxuguei as lágrimas e capturei um novo conjunto de pijamas na gaveta ao lado da pia.

“Já estou indo.” Troquei de roupa rapidamente e saí do banheiro com um sorriso no rosto. Um falso sorriso, mas ainda sim um sorriso.

...

Estávamos na metade do filme quando escutei um burburinho vindo lá de baixo, a voz de Jeremy e de outra pessoa que pareciam discutir. Uma porta batendo.

“Desculpa Jeremy, mas eu preciso vê-la e eu vou vê-la.” Damon.

“Você não... Damon!” Jeremy gritou. “Damon! Droga.”

Passos pesados seguidos de passos apressados subindo as escadas. As meninas se entreolharam de cenho franzido, segundos depois a porta foi aberta bruscamente e um Damon atordoado entrou no cômodo, logo atrás dele Jeremy apareceu com uma expressão de chateação em seu rosto.

“Damon, vá embora. Não torne isso mais difícil.” Disse Jeremy.

“O que você quer agora, Damon? Vá embora.” Caroline se pronunciou.

Por alguns segundos ele só olhou para mim, depois seu olhar vagou de Caroline para Bonnie e linhas se formaram em sua testa, seus olhos azuis estavam mais claros que o normal e continham suplicas silenciosas. Ele respirou fundo, mas não disse nada. Minha voz quebrou o silencio com um sussurro.

“Vocês podem esperar lá em baixo? Eu e Damon precisamos conversar.” Minhas duas amigas me olharam em confusão por alguns segundos.

“Você tem certeza?” Bonnie perguntou me olhando, eu apenas assenti. Poucos segundos depois elas deixaram o quarto, seguidas por Jeremy.

Eu encarei Damon pelo que pareceram longos minutos. Ele estava com os cabelos despenteados de um jeito desleixado, sua barba estava por fazer, as roupas estavam amassadas e ele parecia ligeiramente mais magro, ao redor dos seus olhos haviam profundas linhas escuras, provas de que ele não dormia à algum tempo, seu rosto que, uma vez esteve iluminado com um sorriso, estava tão triste quanto o meu. Ele parecia estar tão miserável quanto eu me sentia.

“Elena, eu...” Ele começou, mas hesitou dando um suspiro pesado.

“O que você quer Damon?” Perguntei o olhando.

“Eu sinto muito. Sinto muito por tudo isso.” Ele tentou se aproximar, mas eu me afastei.

“Se é isso que tem a falar pode ir embora, eu não quero suas desculpas.” Meu tom de voz era baixo e triste, quase um sussurro.

“Eu quero explicar a você, quero... Quero te explicar o que aconteceu aquele dia.” Seus dedos passeavam nervosamente pelos cabelos negros, sinal que ele estava muito nervoso.

“Eu sei o que aconteceu. Eu estava lá e vi quando sua esposa chegou.”

“Ela não é minha esposa, Elena.” Disse ele franzindo o cenho. “Você deveria ter me dado o benéfico da dúvida.”

“Eu dei Damon, mas você não negou. Sua esposa estava lá diante de mim e você simplesm...”

“Ela não é minha esposa, droga!” Ele se exaltou. “Ela não é mais minha esposa a muito tempo.”

“Então por que você não me falou nada, porque não me contou sobre ela? Você sabe o que é acordar achando que conhece alguém e ir dormir sem saber nada sobre essa pessoa?!”

“Elena, por favor...” Ele suplicou.

“Você me fez uma promessa uma vez. Você se lembra?” O olhei com lágrimas escorrendo por minhas bochechas. “Você me fez a promessa de sempre me contar a verdade, chega de segredos.”

“Elena, eu não queria...” Damon tentou, mas eu o interrompi.

“Você não respeitou a promessa que fizemos.” Disse com firmeza.

“Elena, o que aconteceu foi um mal entendido.” Damon parecia desesperado e isso me angustiava cada vez mais, mas ele havia mentido, ele havia traído minha confiança.

“Damon, você traiu minha confiança...” Encarei seus olhos azuis.

“Elena não faça isso, por favor.” Implorou mais uma vez.

“Você traiu o que tínhamos. E eu não sei se consigo te perdoar por isso.”

“Elena eu amo você.” Damon se aproximou desesperado e segurou minha cabeça entre suas mãos, seus olhos marejavam em lágrimas que ele tentava a todo custo conter e isso fazia meu coração doer ainda mais. Sua dor era tão palpável quanto a minha.

“Por favor Damon, não torne as coisas mais difíceis.” Minhas próprias lágrimas deslizavam por meu rosto e as dele acompanharam as minhas dessa vez.

“Não faça isso... Por favor, não faça isso.” Ele repetia enquanto lágrimas dolorosas rolavam pela face que eu tanto amava.

Sinto muito Damon. Foi a única coisa que consegui pensar quando coloquei minhas mãos sobre as suas e as afastei do meu rosto, elas caíram derrotadas ao seu lado e a expressão que tomou seu rosto eu nunca irei esquecer. Em seus olhos eu pude reconhecer súplica, desespero, arrependimento e dor, muita dor. Ele me olhou como se seu mundo tivesse desmoronado naquele momento... E eu me sentia da mesma forma.

“Adeus, Damon.” Minha voz foi apenas um sussurro rouco e distante. Damon passou alguns segundos me olhando. Eu apenas encarei e memorizei cada característica sua: os olhos tão azuis quanto o mar, a pele clara, os cabelos negros, as sobrancelhas que se uniam quando ele estava concentrado, a boca rosada que já me dissera tantas palavras bonitas, aqueles lábios que já me levaram à ruína tantas e tantas vezes, seus ombros largos que um dia já foram seguros, mas que agora estavam curvados com o peso da tristeza daquele momento, seus braços fortes que já me seguraram tantas vezes...

Damon deu um suspiro, deu alguns passos se aproximando e, lentamente, depositou um beijo no topo da minha cabeça.

“Adeus Elena.” Eu pude ver quando uma ultima lágrima solitária escapou de seus olhos, instantes antes de Damon dar meia volta e sair do quarto levando minha felicidade com ele.

Eu sinto muito.


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Notas finais do capítulo

Bom, foi isso por enquanto... Eu sinceramente espero que vocês possam me perdoar :'(
Espero realmente que tenham gostado do capitulo, apesar de ter sido pequeno.
Bom, vejo vocês em breve ^^
Bjuk's
Y.R.



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