O treinamento teste durou mais alguns minutos, Berret e Azera lutavam lado a lado contra as armadilhas criadas por Cid, até que o loiro parou o funcionamento das máquinas e resolveu ativar o segundo módulo, uma máquina ainda maior que todas as anteriores surge no centro da sala enquanto Cid ativa as caixas de som:

–Agora vem o teste dessa belezinha aqui, podem mandar para valer, com tudo.

–Ah é? De verdade? Então é isso que farei. Berret dê alguns passos para trás, por favor.

–Claro, o que vai fazer Azera?

–Mandar para valer. - Ela sorri exibindo as afiadas presas-

Azera permite que seu corpo retorne a forma normal, erguendo a cabeça e encarando a máquina que trava a mira em sua direção, sorri mais uma vez e ergue a mão direita na direção da máquina. Uma corrente de energia passa por seu braço e começa a se concentrar na mão dela, após concentrar uma boa quantidade, Berret se afasta mais um pouco enquanto ela lança o ataque contra a máquina que, ao receber o ataque direto, explode em um imenso cogumelo de fumaça.

Toda a equipe fica paralisada e Cid solta um grito pelo susto que levou, a poeira some e a visão da máquina destruída se fez presente, o criador da mesma fica estarrecido e encara a draconiana que sorri vitoriosa:

–Você mandou eu ir para valer, sua máquina que era fraca.

–Você.......É incrível!

–Hein?

–Você é tão boa que não sei mais distinguir se são as minhas máquinas que são ruins ou ….Ou....

–Cid.....

–De qualquer forma obrigada, vai dar um trabalhão mas vou melhorá-las.

–Você está bem?

–Acho que não.

–Desculpe-me por isso, eu ajudo na reconstrução.

Cid concorda com um sorriso, ambos entram num acordo para reconstruir as máquinas em dois dias. O passeio pela Shera continua calmo e sem anomalias aparentes, Yuffie e Vincent se mantinham discretos assim como Tifa e Cloud, por mais que eles quisessem se abraçar deviam manter a discrição mesmo que Azera já soubesse de tudo.

Em certo momento todos se distraíram conversando, Cid estava no comando da nave, Azera estava conversando com os novos casais quando sentiu um arrepio horrendo passar por seu corpo, arregalou os olhos e parou de falar. Suas pupilas afilaram e seus olhos brilharam, levantou-se e passou a olhar afoita para os lados e para o espaço aéreo onde estavam, visível pelo painel de vidro da nave:

–Cid cuidado! - Ela se vira para ele e grita-

O piloto da Shera não teve tempo de reagir, a nave foi atingida violentamente várias vezes, todos foram jogados no chão menos a draconiana que manteve o equilíbrio e fixou o olhar para o painel panorâmico da Shera, ela e toda a equipe puderam ver um verdadeiro mar de criatura estranhas, lembravam pequenos dragões mas ao mesmo tempo lembravam aves.

As criaturas possuíam escamas que variavam de cinza para marrom, metade dessa legião possuía longos focinhos e presas afiadas, a outra metade possuía bicos curvados e pontudos. O dragão soltou um rosnado quando viu o estado em que todos se encontravam, cercados pelas criaturas que insistiam em bater contra a Shera:

–Fiquem aqui, eu vou lá fora resolver isso.

–Azera, eles são muitos não faça isso! - Tifa se levanta-

–Você não pode sair e dar uma de heroína, pense bem no que vai fazer. - Vincent recobra o equilíbrio-

–Vocês não estão me subestimando não? Deem-me um pouco de crédito vai.

–Se você acha que consegue, vai nessa.

–Cloud, tem certeza? - Vincent olha para o loiro.-

–Eu vi um pouco do que ela pode fazer, todos nós vimos...Vamos deixar que ela encare isso como um teste de equipe.

–Então posso ir? Resolvo isso fácil!

–Boa sorte....E volte rápido!

Azera sorri e solta uma risada alta, se vira para o loiro e permanece assim por alguns segundos, fechando o punho e apontando na direção dele para em seguida, bater com o mesmo em seu próprio peito:

–Seruza naruden.– Se curva diante de Cloud-

–Hein?

–Huhuhu, é um sinal de entendido em meu dialeto, quer dizer pode deixar.

–Fale nossa língua minha filha. - Berret ri-

–Huhuhuhu...Cid, se possível atire neles mas se não tiver munição suficiente, apenas saia do campo de ataque e deixe que eu resolvo.

Ela ajeita as luvas e se dirige para a porta da nave que é aberta por Cid que grita boa sorte, toda a equipe deseja o mesmo e observam ela saltar da Shera em alta velocidade; Todos se preocupam quando percebem a demora dela para subir mas se tranquilizam assim que veem as gigantes e imponentes asas brancas cortarem as nuvens.

Ela para e analisa o estado atual de tudo, respira fundo e logo sobe rapidamente, saindo do campo de visão da equipe. O piloto da nave segue as instruções da draconiana e confere o estado das munições, avalia a quantidade de inimigos e acha melhor deixar Azera cuidar de tudo.

Era uma imensidão de criaturas que acabaram obstruindo o caminho de saída da nave, o piloto loiro se viu encurralado pelas mesmas que vinham em sua direção em alta velocidade, mas para sua sorte, uma rajada azulada acertou-as fazendo as feras caírem enquanto o dragão abria caminho para a nave escapar. Shera estava livre em poucos segundos e a Avalanche observou a imensidão de criaturas sendo dissipada enquanto boa parte fugia. Alguns minutos depois Azera parou em uma das asas da Shera segurando duas criaturas pela cauda:

–Eu disse que ia ser fácil!- Ela grita para eles sorrindo enquanto joga as criaturas no ar-

Cid abre a porta da nave e Azera entra rapidamente, instruindo o piloto a pousar por hora, pelo menos para conferirem o que havia acontecido.

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Longe dali o grupo de feras que havia escapado voavam desesperados em direção de seu esconderijo, um enorme rochedo cheio de entradas escondidas. O grupo entrou por uma dessas fissuras e logo tiveram acesso ao espaço vazio dentro do rochedo onde estava instalado o clã dos Dragões-Harpia. O líder do bando se dirige para uma ala mais alta do vazio onde se encontra a sala dos generais, entrou por um longo túnel que deu para mais espaços onde estavam descansando os generais:

–Senhor Dargak, trouxe notícias da missão.

–Diga-me soldado, como foi? - Uma voz grave e meio distorcida ecoa-

–Tivemos problemas, um dragão........Ele.....Impediu nossa procura.

–Você está tentando me dizer que nossa tropa foi derrotada por um único dragão?

–Isso mesmo senhor.

Um alto rugido foi ouvido, uma criatura encouraçada sai de um dos espaços vazios nas paredes, grande e forte, presas longas e garras curvadas mortalmente afiadas, olhos de tom vinho e escamas em tom amarelado. O soldado caminhou para trás assustado com a fúria do general:

–Seu Incompetente! Como isso foi acontecer?

–Eu não sei meu senhor, localizamos a nave e do nada ele apareceu.

–Defina-o já!

–Não dava para dizer como era, estava em forma humana e era muito veloz, na verdade era uma garota senhor.

–Uma garota.........tinha algum símbolo na sua testa?

–Tinha sim senhor mas não puder ver direito

–Qual símbolo?

–Parecia ser lua senhor, sei que era azul.

–Lua? Até que você não é tão incompetente assim, você localizou nosso alvo.

–Senhor....localizei?

–Sim, o que procuramos é a descendente de Zeras, nós fomos despertados para esse propósito.

–Então, já temos uma resposta para nosso retorno?

–Sim, parece-me que tudo isso foi obra do nosso destino, o destino de governar tudo junto com nosso mestre.

–Então....qual é nosso plano?

–Nosso plano é.....

–Senhor, com licença. - Um lacaio entra no recinto-

–Diga mensageiro.

–Há três rapazes querendo falar com o senhor.

–Quem são?

–Humanos senhor, mas parecem saber sobre o Lord Uriel e querem nos ajudar.

–Mande-os entrar.

–Já estamos aqui. - Um rapaz alto entra na sala acompanhado de mais dois-

–Diga-me quem são vocês?

–Meu nome é Kadaj, e esses são meus irmãos Loz e Yazoo.

–Diga-me logo, porque estão interessados nesse assunto? - Dargak se aproxima-

–Nossa Mãe nos deu a ordem para procurar a descendente do dragão chamado Zeras, ela quer trazer Uriel de volta para que ele e Sephiroth possam finalmente dar um jeito neste planeta corrompido.

–Mãe? A quem você se refere?

–Me refiro a Jenova meu caro, ela nos deu uma ordem e guiou-nos aqui para nos unirmos.

–Você quer dizer, nos unirmos para....

–Para trazer o Lord de volta a vida, já que segundo a sabedoria dela, vocês são os mais fiéis seguidores dele e são os detentores da sabedoria de como libertá-lo.

–Sua Mãe tem grande sabedoria pelo que vejo, o que você propõe para nós?

–Proponho que nós montemos uma estratégia para retardar toda a equipe que está com ela, uma brecha apenas é o suficiente para capturá-la e usar o poder dela para o Lord.

–Sim, boa ideia meu jovem, eu sou um dos 7 generais que servem ao grande Uriel, meu nome é Dargak. Eu falarei com os outros generais, dessa forma serão considerados membros dos Dragões-Harpia.

–Certo, que assim seja. - Kadaj sorri.

–Sigam-me.

O general guiou os três para uma ala mais alta do esconderijo, assim que entraram eles se depararam com os outros 6 generais. Um deles tinha uma aparência sombria, da cintura para cima ele parecia ser feito de chamas azuladas e parecia carregar uma armadura encrostada com uma abertura que formava uma mandíbula com presas afiadas e caveiras estavam cravadas em seus ombros, da cintura para baixo a armadura continua da mesma forma porém as pernas dele já se parecem mais com pernas de um réptil e o mesmo segurava uma lança.

O outro general era um rapaz alto, corpo forte e cabelos prateados, segurava um arco negro que concentrava uma energia roxa em seu centro, ele usava apenas uma calça roxa e sapatos pretos.

Ao seu lado estava uma mulher, sua roupa vermelha escura apresentava pernas de aranhas saindo das costas, usava um elmo que mais se parecia com a cabeça de uma aranha e luvas que aumentavam o tamanho de suas garras afiadas, seus olhos eram de um tom rosado escuro. O outro general tinha o corpo coberto por uma capa que se assemelhava a um par de asas, sua pele tinha um tom escuro puxado para o vinho, em sua cintura descansava uma espada estranha e seus cabelos escuros caiam sobre seus ombros.

O outro que estava próximo a parede era semelhante a uma gárgula, sua pele tinha escamas escuras, seus olhos expressavam tédio e o tom verde reluzia intenso, suas enormes asas estavam recolhidas e cobriam parte de seu corpo, suas garras e presas eram grande e afiadas, curvadas para baixo e seus cabelos negros cobriam de leve os olhos; Por fim eles contemplaram o último general, era uma menina de cabelos loiros cacheados que segurava um bichinho de pelúcia, o bichinho tinha o formato de uma joaninha, os olhos dela eram azuis-claros e exibiam uma beleza inocente, seu sorriso fofo aparentava esconder muito potencial e ela se destacava por seu longo vestido branco com rendas cor-de-rosa.

Os irmãos se aproximaram mais dos generais e se posicionaram diante dos mesmos que se levantaram curiosos, estes fizeram muitas perguntas aos irmãos e após mais algumas delas, foram recebidos como aliados dos Dragões-Harpia. Já começaram a discutir meios eficientes de executar seus planos enquanto ao longe, em uma cadeia de montanhas ao norte, a terra treme levemente ao passo que no profundo de uma delas se pode encontrar um sinal colossal em forma de meia lua, protegida por mais três anéis cintilantes, um sinal que a cada segundo começa a perder seu brilho em um frenético e constante enfraquecimento.