O Preço Da Traição - Dramione escrita por Annie Malfoy, Maria Fe Rodrigues


Capítulo 3
Capítulo I - Namorada imaginária


Notas iniciais do capítulo

Oi, eu sei que demorei muito para postar o capítulo, mas como hoje eu estava tão legal e com bom humor, resolvi passar por aqui e deixar para vocês um novo capítulo! Aproveitem bastante, sapinhos de chocolate, e desculpem-me pela demora *-*



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POV Draco Malfoy

Eu estava em uma casa, uma casa estranha. Parecia a minha, porém, tinha um clima mais alegre. Caminhava sem rumo pelos corredores do imenso casarão, olhando para as paredes altas e elevadas, os quadros, que me olhavam com um sorrisinho no rosto. Agora que fui notar... Eu estava só de cueca. Hum, bem normal, em? Só que nunca. Continuei andando, porém, encolhendo-me um pouco.

Acho que eu estou constrangido.

Sério? Jura?

Vergonha mandou lembranças.

Continuei andando, bufando com meus próprios pensamentos, até que encontrei uma porta. Era o fim do corredor, eu tinha uma única opção, entrar e ver se tinha uma saída, ou voltar todo o trajeto e sei lá, ficar perdido no imenso labirinto.

Abri a porta, entrei no grande cômodo... Era um quarto, muito mal decorado, só um Grifino poderia ter arrumado esse quarto, argh, quanto vermelho tem nessa joça.

Fui analisando o quarto de um lado para o outro, até que avistei na sacada, uma jovem de cabelos castanhos, corpo esbelto, parecia uma modelo. Sim, para os desinformados e tarados de plantão, ela estava com peças de roupas, mesmo as mesmas sendo poucas, ainda eram vestes.

Atravessei o arco que ligava à sacada, aproximando-me da garota. Ok, não sou tão tarado assim, mas... Queria ver quem era aquela perfeição.

– Moça? – Perguntei cutucando seu ombro.

A garota estava virando-se para mim, quando...

– Draco Black Malfoy! Levante-se já dessa cama ou vai virar comida para dragões! – Gritou da porta de meu quarto, o meu “amado” pai, acordando-me em um estalo de segundos. Ele seguiu em direção as grandes janelas de meu quarto, abrindo as cortinas.

Puta que pariu.

Sabe aquele momento em que você tem vontade de matar uma pessoa? É, até que é uma boa ideia matar o meu querido papaizinho.

Olhos ardendo? Sim. Vontade de matar aquele velho cosplay de Madonna? Sim. Bom humor? Não. Vontade de levantar? Não.

Você tem um pai legal? Nossa, que bom para você. Ele é calmo? Dá-lhe carinho? Nossa, que maravilhoso para você. Ele lhe acorda normalmente, como um pai “calmo e generoso”? Nossa, muito bom, mais muito bom para você.

Sentiu a ironia da pessoa, não?

Todos tem um pai, bem, nem todos... Sorte daqueles que tem um pai como os que eu citei acima. Sorte MESMO. Deve estar se perguntando “Por que essa revolta, titio Draco?”. Pois bem, meu pai sempre me acorda de uma maneira tão delicada e gentil, principalmente na hora que estou tendo um sonho legal, que meu lençol está mais quentinho e confortável do que nunca, que tenho vontade de abraçá-lo bem firme, e dizer “Nossa, pai, como você é legal!”.

Mentira.

Bufei, levantando-me da minha primeira paixão, a cama.

– Bom dia, Luciunhus. – Eu disse sorrindo falsamente.

– Já disse para não me chamar de Lucinhus, Draco. – Disse sério. – Hoje você terá um dia bem agitado. Não irá tomar café, pois irá comigo em um Brunch, logo depois, iremos para o ministério, onde trataremos de seu futuro como membro da suprema corte. Pelas duas e trinta, voltaremos para casa. Em seguida, colocaremos um traje formal para ir tomar chá às três horas com as amigas de sua mãe, você jogará lacrosse com os mais jovens, enquanto tomo um conhaque assistindo o jogo com os cavalheiros, sendo assim, garantiremos mais o seu futuro com a sociedade bruxa. Depois do chá, exatamente quatro horas, voltaremos para a mansão, nós nos trocaremos novamente e então iremos para um jogo de quadribol, que, obviamente, só você jogará. Após o jogo, que acabará em volta das seis voltaremos para casa, terás um descanso até às sete da noite, e ai, irás arrumar-se para um pequeno jantar as oito. Após tudo isso, um anuncio será dado por mim e por sua mãe. Espero que tenha entendido. – Ele disse tudo rapidamente, deixando minha cabeça confusa.

– Érm... Pode repetir? – Perguntei, erguendo as sobrancelhas.

– Não. – Articulou, arrogantemente. – Arrume-se rápido, irei esperar-te lá em baixo. – Após falar, saiu rapidamente de meu quarto.

– Também te amo. – Comentei, revirando os olhos.

Esse dia será muito, muito chato.


****

– Querido, seu pai já está esperando lá fora, vamos! – Minha mãe ordenou, pegando em meu braço, levando-me com ela em direção ao jardim de nossa casa.

– Finalmente! Achei que teria que ir lá dentro e arrastar Draco até aqui. – Resmungou Lucius.

Sim, não gosto de chamá-lo de pai.

– Desculpe. – Falei, seco.

– Vamos logo. – Disse minha mãe, segurando a minha mão e a de meu pai.

Tudo girava, tínhamos pulado no vácuo. Eu, ainda sendo segurado por Narcisa, estava tonto, queria vomitar. Simplesmente odeio aparatar.

Desaparatamos em um salão, especificamente aquele de festas. As pessoas riam, conversavam e andavam pelo grande local. Vários grupos sociais se formavam em mesas diferentes. Meus olhos procuravam um especifico, o meu.

–Lucius, vou lá com meus amigos, tudo bem?

– Sim, mas, Draco, volte depois, vou lhe apresentar alguns amigos meus. Tentarei garantir seu futuro no ministério, e depois, vou cuidar para você se tornar o futuro ministro da magia. Logo em seguida, tomarás conta das empresas Malfoy. – Falou sorrindo com os olhos brilhando.

Ok, eu poderia não gostar do meu pai, eu poderia odiar esse futuro que me reserva, porém, não consigo dizer não para ele.

Suspirei fundo.

– Tudo bem, volto logo. – Assenti, virando-me em direção a minha mesa de amigos.


****

Lá estavam todos. Pansy, Gregório, Blásio, Theodore e outros. Todos os meus amigos. Sentei-me ao lado deles, começamos a conversar amigavelmente sobre vários assuntos, estávamos tentando esquecer todos os acontecimentos da guerra, mesmo sendo impossível.

– Então, Draco... – Começou Pansy com sua voz melosa. – Como estão sendo suas férias?

– Péssimas. Sabe quando você tem um pai que ama lhe encher o saco? É, tipo isso. E as suas, como vão?

– Ah, elas estão ótimas, tirando o fato de ter hóspedes inesperados a minha casa.

– Então, pessoal... -Theodore tomou a voz antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa para a garota. – Voltarão para Hogwarts?

– Não. – Negaram Gregório, Blásio e outros em uníssono.

– Por quê? – Perguntou Nott.

– Temos duas escolhas, ir para Hogwarts estudar mais um ano, ou ficar livre do estudo e ficar de boa em casa sem fazer nada. – Gregório disse sorrindo de ponta a ponta do rosto.

– Ah, qual é, Goyle. – Reclamou Theodore. – Sabe, essa é a nossa única oportunidade de mostrar que quem manda em Hogwarts é a Sonserina, que a casa das cobras é que manda naquele colégio. Tipo, é a nossa ultima oportunidade de voltar a dar festas na comunal e outras na sala precisa, - Falou sorrindo maliciosamente. - E no dia seguinte, ficar chapadão na aula de feitiços por causa da grande dose de Whisky de Fogo, e tipo, é nossa ultima oportunidade de levar detenção por dizer que a professora McGonagall precisa de uma boa plástica no rosto. – Praticamente cuspiu em todos nós. – É nossa ultima chance de mostrar que Hogwarts é nossa, porra! – Gritou. – Draco, prossiga.

– Por que eu?

– Porque eu não tenho mais exemplos e eu quero que alguém prossiga com o assunto.

– Ok... Érm... É nossa ultima chance de fazer apostas que podem nos levar a nadar nus com a Lula gigante, nossa ultima chance de atormentar todos os Grifinórios, nossa ultima chance de arrasar a cara do Santo Potter no quadribol, e é a nossa vez de mostrar que a Sonserina é a melhor casa de Hogwarts.

– Isso aí, Malfoy! –Exclamou Nott, erguendo sua taça de bebida no ar. – Sonserinos arrasam!

– Sonserinos arrasam! – Todos nós exclamamos em voz alta, erguendo nossas taças.

–Draco. – Meu “querido” pai interrompeu nosso brinde, sério. – Olá, Senhorita Parkinson, Senhor Nott, Goyle, Zabini... Resto... – Falou analisando o resto das pessoas sentadas à mesa. – Essa é a nova acompanhante de vocês, a senhorita Greengrass.

– Bom dia. – Falou timidamente.

– Bom dia. – Respondemos todos em uníssono.

– Tenham um bom dia e sejam gentis com a senhorita Greengrass. – Lucius falou rapidamente, dando meia volta e desaparecendo entre os outros adultos.

– Oi, Ast.

– Oi, Pansy.

– Se conhecem? – Perguntei.

– Ela também é da Sonserina, Draco.

– Sério? Como eu nunca fui lhe notar?

– Ela não é muito de falar... Nem de aparecer.

– Bem, acho que uma dama como você não deveria ficar fora da “mídia” de Hogwarts, senhorita Greengrass.

– Aqui ninguém é senhor, senhora ou senhorita. Malfoy, só porque não ando com você, que vou ser uma dama ou senhorita, como preferir. Eu sou só mais uma pessoa em Hogwarts que não quer ser conhecida como “Aquela Sonserina que ficou com sei lá quem.”. – Greengrass falou irritada, levantando-se. – Vou para fora, depois falo com você, Pansy. – Bufou simplesmente, desaparecendo entre as pessoas.

– Tchau para você também, Ast. – Parkinson falou acenando de leve para a garota que se afastara.

– Hm, legal, eu a chamo de dama e ela fala algo que eu sinceramente achei sem... Nexo.

– A achei bem... Interessante. – Nott sorriu maroto ao falar.

– Eu não, achei-a confusa... Muito confusa. Não fui com a cara dela. – Cocei a cabeça, pensando em como decifrar a estranha Astoria Greengrass.

– Ela até que é legal, Draco. – Insistiu Parkinson.

– Pansy, o negocio não é ser legal, o negocio é o jeito dela. Você viu como ela agiu? Ela é estranha, ela não é como outros Sonserinos.

– Bem... Érm... Você tem razão. – Suspirou derrotada.

– Eu acho que ainda pego ela. – Nott sorriu daquele jeito novamente, fazendo-nos rir.

– Theodore, a piada do basilisco não vai rolar com ela, pode acreditar.

– Que piada? A do basilisco é uma cantada de mestre!

– Que cantada?

– Como era mesmo...? Ah sim, nem um expelliarmus faz minha varinha cair quando você está por perto, minha gracinha. – Theodore comentou, sorrindo para a castanha.

– Você é ridículo, Theodore. – Resmungou Pansy, revirando seus olhos.

– Eu sei, eu sei... E lindo também. – Todos nós olhamos para ele com aquele olhar de “Uhum, sonha garotinho Sonserino.”. – Né? Não? Ok... Vocês não sabem mesmo reconhecer a verdadeira beleza! – Afinou a voz, balançou de leve a mão esquerda no vácuo, como se fosse jogá-la em seus fios curtos de cabelo.

Todos à mesa se entreolharam, confusos com o comentário de Nott.

– Que foi? Eu sou muito divo, ué.

– Cara, você poderia ser mais gay? Ok, é melhor nem responder.

– Hunf.

Neste exato momento, estou começando a desconfiar da masculinidade de meu amigo.


****

Quando Lucius levava-me para o ministério, sabe, há uns nove anos atrás? Era divertido, mas agora, pode acreditar, não é. Ele só sabe falar de uma coisa: Trabalho.

Ok, sei que nunca falou de tópicos engraçados e divertidos como os outros pais faziam, mas pelo menos falar sobre o porquê de odiarmos muggles era mais divertido do que falar sobre trabalho. O trabalho de meu pai é o trabalho mais chato do mundo. Sem querer ofender meu querido papai, mas até ser o lixeiro de um zoológico é mais legal do que ter o trabalho do meu pai. O que ele faz? É da suprema corte. Mesmo depois de ser enviado para Azkaban, ser libertado, ser comensal, todos seus crimes foram perdoados, e obviamente, convenceu todos a deixá-lo na suprema corte dos bruxos.

– Então, Draco... Quando você assumir meu lugar, terá que ser um líder nato, tem de parar de ir a festas inúteis, tem que fazer amigos certos e... Tratar certas pessoas como devem ser tratadas, se é que me entende. Você vai adorar trabalhar aqui.

– Pode acreditar... – Que eu não vou, completei em pensamentos.

– Enfim, vamos ir para a melhor parte do dia.

– Já vamos embora? – Perguntei, entusiasmado, ele falou a melhor parte do dia, obviamente, seria a hora de sair daquele lugar.

– Não seja tolo, Draco. – Exclamou, revirando os olhos.

Olhei para o relógio em meu pulso. Parecia que os segundos não passavam enquanto estava no ministério, parecia que o tempo não andava, que tudo estava congelado. Esses são efeitos de conviver um dia com o entediante “Lucindo” Chato Malfoy, o homem que deixa as pessoas congeladas de tédio. Imagine conviver dezessete anos, só eu mesmo para aguentar.


****

Só eu acho ou aquele uniforme de lacrosse pinicava nas genitais? Sinceramente? Odeio o lacrosse, chás da tarde e macacos... Mas isso não vem ao caso, o caso é que uma parte muito desconfortável de meu corpo está coçando e pinicando por causa de um maldito uniforme de lacrosse. Eu já disse como eu odeio esse maldito uniforme de lacrosse? Sim, eu repito muito a palavra lacrosse, posso repetir quantas vezes eu quiser, lacrosse, lacrosse, lacrosse, lacrosse! Essa droga está pinicando tanto que eu estou ficando doido.

– Draco, vamos, vai se atrasar para o jogo. – Falou “Lucindus”, puxando-me para fora do vestiário masculino (não, imagina, o feminino) e praticamente jogando-me sobre o campo.

Pelo o que vejo, meu time é o pior, um garoto tapado com a calça até a cintura, um garoto com a síndrome de Potter, ou como preferir, síndrome dos óculos fundo de garrafa, nosso goleiro, era um palito de dente, parece que acabou de se recuperar da anorexia! Pela calcinha fio-dental de Merlin... Esse vai ser o pior jogo da minha vida.


****

Juro que nunca mais jogo lacrosse. Maldito jogo, perdemos de vinte à zero. Como meu pai planejou, conseguimos chegar a tempo na mansão para nos trocarmos e ir para a área de lazer do chalé de um amigo dele, onde aconteceria um jogo de quadribol, que eu deveria jogar. Esse é pior dia da minha vida. Nem é... Perde para o dia da lagosta. Bem, esta é outra história.

Chegamos ao campo lotado, somente com pessoas de “alta classe”. Theodore, Zabini, Goyle e Pansy devem estar por aqui... Segui direto para os vestiários, tentando livrar-me de meu pai e seus amigos. Falando em Theodore, olhe só ele. Como sempre, com uma garota. Como ele mesmo diz, existe uma regra do mundo: Se Theodore está em um lugar com uma garota, não importa qual, rola beijo e pegação. Fiquei ali encostado no muro, só vendo o que iria acontecer.

– Theo, eu amo...

– O que, anjo?

– Você.

– Legal.

– Só legal? Não vai falar nada não?

– Eu amo...

– O que? – Perguntou esperançosa.

– Whisky de fogo.

– Eu pensei que era para valer...

– Gata, você é linda, engraçada, mas eu não sou de namorar, não era para você se apaixonar. Esse namoro de dois dias foi bom, mas não era para ser, entende?

Ela não respondeu nada, somente deu-lhe um tapa. Eu tentei não rir com a cena. Theodore somente sorriu de leve.

– Meu anjo, seu pai é peixe?

– Não, por quê?

– Porque você tem uma cara de piranha. – A garota bufou, enquanto Nott sorria vitorioso.

– Engraçado, eu sempre achei que seu pai era boi.

– Por qual motivo, pode me explicar?

– Porque você, nesses dois dias, foi corno. – Disse sorrindo vitoriosamente, saindo desfilando para as arquibancadas.

– Que mancada, em?! – Não aguentei, ri bastante.

– Hahaha, Malfoy, isso não foi engraçado. – Theodore revirou os olhos. – Ela volta, elas sempre voltam.

– Olha, sem querer ofender cara, mas as mulheres não voltam para os caras que elas traíram.

– Quem sabe, eu sou Theodore Nott, esqueceu? O segundo mais pegador de Hogwarts.

– Eu sei, pois o primeiro sou eu.

– É, né... Aprendi tudo com o mestre.

– Eu sei, eu sei, sou demais.

– Para de ser convencido e vamos para o jogo.


****

Resultado? Ganhamos. Pena que o santo Potter não estava lá para ver nossa maravilhosa vitória. Eu sei, eu sei, sou demais.

Voltei para a mansão com a vitória em mãos. Mesmo com isso, percebi que meu pai não manteve nenhum interesse, o que me irritou bastante.

Tomei um banho na água mais gélida possível, enrolei-me em minha toalha com as escrituras “DM” e deitei-me em minha cama.

Eu não conseguia parar de pensar nela, na garota de olhos castanhos de meu sonho, mas também não conseguia esquecer a bel... Digo, sangue-ruim Granger.

Estou começando a desconfiar que bebi uma poção do amor, só pode.

Fechei meus olhos, deixei meus pensamentos tomarem conta de mim, levando-me a outro mundo que eu desconhecia.

Aquela casa... Aquele quarto... Aquela garota... Tudo... Nada fazia sentido. Nada se encaixava. Eu, Draco Malfoy, sonhando logo com isso... Só Merlin vai saber.

– Draco, comece a se arrumar. – Despertei de meus pensamentos ao ouvir a doce voz de minha mãe ecoar da porta de meu quarto.

Ela já não estava mais lá. Levantei-me e fui em direção ao meu armário, analisei todos os meus ternos com cuidado, um jantar simples, porém formal. Qual terno usar?

Ok, pareço uma mulher escolhendo roupas. Não me julguem, coloquem a culpa na dona Narcisa que me criou muito bem.

Depois de quase uma hora escolhendo meu terno, terminei de me arrumar. Sai de meu quarto, atravessei o corredor e desci as escadarias, seguindo para o salão de festas.

Lucius disse que seria um pequeno jantar, não deve ser grande... Coisa.

Um dia eu mato Lucius Malfoy.

Quando ele diz um “pequeno jantar”, ele quer dizer o número de pessoas que estavam na copa mundial de Quadribol, só pode.

Todos estavam lá, conversando. Parecia o brunch de hoje mais cedo, porém, creio que tinha o dobro de pessoas.

O que esse projeto de barbie estava aprontando dessa vez?

Quando achei seus cabelos loiros pela multidão, segui até ele. Nós ficamos frente a frente, apenas fuzilando-nos com o olhar.

O velho cosplay de Madona contornou meu corpo, seguindo para o grande palco.

– Atenção, por favor. – Sorriu irônico ao falar. – Agora que nosso convidado chegou, seguiremos para o jantar. Por favor, acomodem-se à mesa.

Todos foram sentando-se na grande mesa, segui os passos das pessoas, sentei-me perto de minha mãe, esperando o jantar ser servido.

Meus amigos estavam presentes, sentaram-se perto de mim, o jantar foi servido, todos comiam e conversavam elegantemente, sem atrapalhar os diálogos dos outros.

Quando todos já haviam terminado a bela refeição, Lucius tomou a palavra:

– Caros amigos, chamei-os aqui hoje, nesta noite tão... Especial, para comemorar uma data que ficará marcada por muito tempo na memória de todos os bruxos desta nação.

Sou o único que não está entendendo porra nenhuma?

– Estou aqui, reunindo-os hoje, para comemorar o fato de que, meu único herdeiro, Draco Malfoy – Gelei quando falou meu nome. – Está noivando com a senhorita Astoria Greengrass, que futuramente, será a senhora Astoria Malfoy.

Quando ouvi isso, engasguei-me com minha própria saliva.

Putaquepariuquemerdaestáacontecendo?

Acho que o Lucius perdeu mesmo a consciência.

– O que está acon... – Tentei dizer, mas logo fui interrompido... Por mim mesmo.

– Hoje, essas duas crianças se unem em algo a mais que o namoro, o noivado, junto a mim, os pais de senhorita Greengrass, marcarão o casamento. – Fui interrompido por suas falas, que ficavam cada vez mais altas.

– Que história é essa?! – Gritei, levantando-me de meu lugar.

–Oras, o que achas? Um jantar de noivado.

– Mas...

– Draco, não devemos falar sobre isso por agora.

– Eu não vou me casar com a Greengrass. – Falei alto e claro para todos ouvirem.

Notei várias expressões de surpresa na boca das pessoas e obvio, um olhar furioso de Lucius caindo sobre mim.

– Tsc, claro que vai, Draco, não seja tolo.

– Não vou não. – Bufei, visivelmente irritado.

– Ah é, e porque não vai?

– Porque eu não a conheço direito.

– Vai conhecer, terás muito tempo para isso.

– Hum... Porque eu... Eu... – Tentar inventar uma desculpa em publico é muito vergonhoso, acredite. – Eu... Eu tenho namorada.

– Nossa, Draco... Tem-se uma namorada... Porque ninguém não a conhece?

Todos estavam calados no momento, não se ouvia um pio.

– Porque começamos a namorar recentemente. – Menti. – No ano novo, para ser exato.

– Hm... Se isso é verdade, - Falou irônico. – Qual o nome dela?

Ferrou. Não sei o que fazer, não sei que nome falar.

– Hermione Granger. – Foi o único nome que surgiu em mente no momento de adrenalina.

Notei Lucius fuzilar-me com o olhar severo dele.

Que merda eu estava fazendo? Que merda eu disse?!


– Draco, venha comigo. – Falou virando-se. Ninguém conseguia falar naquele momento. – Venha! – Ordenou novamente, segui-o com medo do que poderia acontecer.

Sou um garoto morto.

Atravessamos uma porta na lateral do salão, saindo da vista de todos. As luzes foram acendendo enquanto ele sentava em uma cadeira.

– O que pensa que está fazendo?! Arruinando seu futuro?! – Bradou alto, batendo o punho direito sobre a mesa.

– A culpa não é minha se você planeja um jantar de noivado para mim, sem ao menos EU saber.

– Não é de interesse meu se você gosta ou não, você irá se casar com Astoria por bem ou por mal!

– Eu tenho namorada, tenho uma vida! Não vou largar tudo para ficar com ela!

– Draco, eu sei que você não namora aquela... Sangue ruim. – Falou com nojo.

– Eu namoro sim!

– Prove.

– Como assim, provar?

– Tens até o final do ano letivo para provar-me que ela lhe ama, e principalmente, que você a ama. Se não conseguir provar para mim esse amor, casarás com Astoria.

Droga... Não tinha pensado na possibilidade dele pedir isso.

– Tudo bem. – Porque só sai merda da minha boca? – Eu provo.

– Ótimo... – Falou sorrindo cheio de sarcasmo. – Nos vemos depois. – Exclamou, levantando-se da cadeira e seguindo para fora da espécie de “escritório”.

Agora eu tinha mais um obstáculo nesse plano nada perfeito... Convencer a Granger.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Rs.