Nisi Amare escrita por LA_Black


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Lolitta: voltei! com pouca criatividade mas ta bom né Espero que gostem Boa LeituraLA_Black: Voltamos! Desculpem pela demora :S Inspiração foi e não voltou kkkkk



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Era noite e a louça do jantar já havia sido lavada, enxugada e guardada. O pequeno grupo de homens estava dividido pela casa. Três assistindo à televisão, um, deitado no quarto e o outro, sentado no gramado do quintal, exatamente a dois metros da entrada da floresta.

A lua estava redonda como um disco e brilhante como o centro fumegante da chama de uma vela. Esse mesmo brilho era quem iluminava os orbes castanhos de certo alpha e parecia resplandecer sua pele avermelhada.

Jacob estava diferente. De uma forma que nem ele havia notado.

Talvez fosse o imprinting. Ou talvez fosse somente ela. Sem magia.

Nervoso com o rumo que os pensamentos tornavam a tomar, sacudiu a cabeça de um lado ao outro, um gesto que tornou-se bastante repetitivo com o passar das horas. A imagem vívida da garota pairava em sua mente... tão real. Como se ela estivesse ali. Bem diante de seus olhos.

O lobo bufou e resolveu que se deixaria levar por aquilo. Não precisava aceitar. Ele só estava imaginando. Era a cabeça dele. Não precisava aceitar.

Sorriso. Era verdadeiro, nem um pouco parecido com o “meia boca” que Isabella destinava a ele.

Olhos. Eram o tipo de precipício que ele não hesitaria em pular. Não. Ele já estava hesitando, antes mesmo de começar.

Soltou um sorriso irônico.

Ele era um filho da mãe sortudo. Tinha que ter um imprinting, e não por qualquer garota. Tinha que ser pela filha da mulher que, provavelmente, tivera algum rolo com seu pai no passado. Seria pedir demais ter um pouco de sossego na vida? Mal saíra da adolescência, e já arrumara outro motivo para a insônia!

A porta, atrás de si, abriu-se com um ruído e os passos pesados de Seth chegaram até ele. O rapaz jogou-se ao lado do amigo com a mesma delicadeza de um búfalo.

Tá fazendo o que, aqui sozinho?

— Pensando — respondeu vagamente.

— Tem pensado muito ultimamente, não acha Jake? Só pensa. Mal vemos você, só nas reuniões do Conselho, do qual você, obrigatoriamente, faz parte.

— Prefiro assim. — Deu de ombros, olhando novamente para a bola prateada acima de sua cabeça.

Esquecendo-se momentaneamente da presença de Seth, Jacob voltou para onde estava, antes de apontar os erros de sua vida. A melodia que ela cantava na clareira veio intensa em seus ouvidos, tão intensa que começou a cantarolá-la. Primeiro, num tom baixo o bastante para que o companheiro não escutasse. Depois, no tom normal de sua voz, fazendo de Seth, não só uma presença silenciosa, mas também, um espectador bastante concentrado no espetáculo que lhe era proporcionado.

Paz. Era o que Seth via no rosto do alpha. Algo que não dava as caras por aquelas bandas há muito tempo. Suspeitava de que a garota, Kahli, tivesse algo a ver com isso, mas não forçaria a barra para saber a verdade. No tempo certo, Jacob contaria o que havia acontecido.

Flutuar em sua própria mente era uma coisa impossível, tão impossível quanto transformar-se em um lobo gigante. E, Jacob estava fazendo isso naquele exato momento. Geralmente, recolher-se em seus pensamentos era sinônimo de remoer o passado, ou deixar a mente em branco, ou não submeter os amigos a um humor insuportável. Mas, ali, fingindo que Seth não estava lhe fazendo companhia, e que não dava a mínima para a mulher de cabelos negros, ele flutuou. Flutuou em direção ao desconhecido. Em direção a uma janela com um horizonte repleto de rosas amarelas e uma garota girando no meio delas.

As ideias começaram a tomar um rumo diferente, um rumo que ele não previra. Elas também flutuavam para ela. Kahli. Como se ela fosse sua salvação. O dia de verão pelo qual tanto esperara, após anos de um inverno solitário e rigoroso. A estranha que se aproximara sorrateiramente numa chuva torrencial segurando um guarda chuva amarelo, pronta para dividir o pequeno abrigo com ele, sem pedir nada em troca. Aquela que o transformaria em um homem melhor.

Kahli estava deitada em sua cama. O silêncio preenchia sua casa, em parte, por causa do horário, em outra, porque sua mãe havia enlouquecido, após seu sumiço durante boa parte do dia. E uma prova disso, era a águia empoleirada na janela do quarto. O animal era uma espécie de guarda, que Sibila colocara ali para evitar outra fuga.

Não era como se ela soubesse o que estava fazendo. Só sentiu que deveria sair de sua prisão domiciliar por alguns instantes, foi mais forte do que a razão. Ficar encarcerada dentro de casa, por conta do medo absurdo que sua mãe tinha, era insano. Ela não podia ficar ali muito tempo. Era parte da natureza, e como parte dela, não conseguia permanecer longe dela por muito tempo. Elias costumava dizer que esse anseio de estar perto da floresta vinha de seus ancestrais, os primeiros animaliuns.

Os Primeiros sempre estiveram muito mais conectados com a vida, do que a comunidade atual. Isso era culpa da civilização. Os humanos comuns tomaram conta da aldeia e vários conhecimentos foram perdidos ao longo dos anos.

Kahli queria poder descobrir mais um pouco sobre sua vida e os segredos que cercavam o dom de se comunicar com os seres.

Seres... Ela gostaria de se comunicar com um ser. O Jacob Black que ela, finalmente, conhecera. Ele era imponente e incrível, como ouvira falar, mas não poderia ser considerado um exemplo de educação e cavalheirismo. No entanto, a confusão que vira nos olhos dele a tocaram de forma... ímpar.

A forma como os lábios dele formaram um bico, ao longo do caminho de volta para a cidade, foi encantadora. E o modo como ele tentou mantê-la longe foi idiota e, ao mesmo tempo, fascinante. Embora, ele quisesse distanciá-la, seu corpo dizia completamente o contrário. Ele parecia chamá-la. E ela estava mais do que pronta para atendê-lo. Como se todo o centro do universo fosse Jacob.

Kahli não sabia o porquê. Não sabia por que acordara agitada, naquela manhã. Nem por que resolvera ir, justamente para aquele lado da floresta. Não sabia por que aqueles olhos castanhos e machucados brilhavam, chamando-a. Não sabia o que causava aquela ânsia de vê-lo novamente. Só sabia que precisava encontrá-lo, nem que fosse de longe. Apenas para observar como sua expressão ficava incrível quando ele estava concentrado ou como a cor da sua pele era deliciosa à luz dos raios de sol. Ela precisava vê-lo, para tirar aqueles olhos da tempestade em que se encontravam.


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Notas finais do capítulo

LA_Black: Gostaram? Nos digam como o capítulo ficou e o que estão achando da Kahli.Beijos e até Semana que vem, se Deus quiser rsrsrs