Nisi Amare escrita por LA_Black


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Notas/LA_Black: Mais um capítulo! Estou feliz com esse meu desempenho! Aproveitem :D



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Vermont não apreciava fazer todo o trabalho enquanto seu Prefectus permanecia enraizado naquele lugar decadente, porém desta tarefa ele se orgulhara.

Algum tempo havia passado desde que lidara diretamente com os vivos, seus últimos humanos não aguentaram muito do tratamento inanimi, mas esse... Esse rapaz lhe dera um prazer enorme. Não porque ele era mais forte que os outros, pelo contrário, a fraqueza estava enraizada naquele ser, contudo, ele possuía uma característica peculiar. Ele era mau.

Enquanto trabalhava com o homem no porão da fazenda, Vermont notou isso. Em cada grito e em cada olhar de raiva transformado em medo o inanimi viu a maldade. E gostou. Se o ovum sobrevivesse até o final daquele período, ele mesmo se encarregaria de iniciá-lo, afinal, não tinha como objetivo passar o resto da eternidade recebendo ordens de Calisto. E possuir sua própria Ordem era uma excelente forma de começar.

― Terminou? ― Apesar de saber a resposta, o Prefectus apreciava o poder que sua posição emanava, em suma, era satisfatório submeter os outros a suas pretensões.

― Sim. ― Vermont respondeu-o em um tom firme e desviou o olhar para o mapa Vitte. Ele estava estranho. Pontos usualmente fixos de Mana pareciam mover-se para o mesmo sítio e concentrarem-se ali. O mais novo guardou a localização para si e voltou as atenções para o seu líder. ― Nossa “condição” relacionada ao sol não importa mais, agora teremos informações sobre os animali durante todo o dia ― acrescentou no tom sussurrado de sempre.

― Isto, ― os olhos enegrecidos de Calisto fixaram-se em seu subordinado ― se o ovum convencê-los. Aceitei sua ideia, Vermont, porque não temos nada a perder ― a descrença na voz do líder irritou Vermont. Muito.

― Ele não precisa convencê-los ― mesmo não saindo por entre seus lábios, a voz foi poderosa. ― Tudo que ele tem que fazer é estar nos lugares certos e nas horas certas. O ovum precisa apenas observar, escutar e nos reportar tudo.

...

Samantha balançava a cabeça no ritmo da música que tocava no rádio pré-histórico de seu carro. O cabelo, tão escuro quanto o da melhor amiga, ricocheteava em todas as direções, resultado dos movimentos e do vento forte que entrava pela janela, e seus olhos, que naquele momento pareciam mais verdes que castanhos, por conta da luz do sol, sorriam tanto quanto seus lábios.

Com exceção de seu rompante horas antes, o dia estava espetacular. Sem chuvas de verão ou surpresas desagradáveis.

Sua ida ao mercado fora incrível. Provavelmente, a mudança de Kahli para sua casa saíra como um amuleto da sorte. Pegara tantas promoções e descontos quanto possível e, no fim das contas, acabara por economizar cem dólares, sem somar a quantia que a amiga lhe dera. Essa maré de sorte e economia havia dado a oportunidade que ela tanto queria: comprar “coisas de menininha” e as guloseimas favoritas que Selena tanto amava, o que não se permitia há quase seis meses.

Estava se sentindo revigorada e feliz, muito feliz. E, para acrescentar, havia Key.

A amiga estava se apaixonando. E rápido... Apesar de seus esforços para que ela encontrasse alguém, a jovem conseguira um homem descente por conta própria. Não só descente, também era bonito, protetor e tinha uma cara de quem não desistia das coisas facilmente. O que era ótimo, considerando a mulher saída do inferno que ele teria como sogra. E, se fosse esperto o suficiente, àquela hora já deveria ter roubado alguns beijos de Kahli.

Finalmente a amiga seria completa. Tinha um trabalho que amava, uma vida rodeada de pessoas queridas e, agora, um homem que a faria feliz. E Sam sabia disso apenas por trocar algumas palavras com Jacob.

O último fato obrigou-a a fazer uma anotação mental a ser posta em prática na manhã do dia seguinte: marcar um ginecologista para Kahli. Não estava pronta para nenhuma afilhada ou afilhado tão cedo, muito menos a amiga estava pronta para um filho. Selena não fora planejada, entretanto nunca havia sido indesejada. Mas Sam nunca esperaria que a amiga passasse pelos mesmos problemas e dificuldades pelas quais ela passara e ainda passava. A dor que ela sentia todos os dias, não desejava para ninguém.

Antes que todo o dia perfeito desandasse, Samantha refreou os pensamentos e mudou o rádio de estação.

Tocava uma música country quando ela desviou os olhos da estrada à frente, por milésimos de segundo, apenas para verificar o tráfego na outra pista, e, ao olhar novamente para o caminho que ainda teria de percorrer, se deparou com a última pessoa que imaginara ver na vida.

O que a encarou de volta não possuía os mesmos olhos verdes e aconchegantes que ela costumava ver todos os dias no rosto da filha e, ao invés de obrigá-la a frear, fez seu pé afundar no pedal do acelerador.

Enquanto o carro corria cada vez mais rápido, Samantha fez uma inspeção. As roupas que ele usava estavam rasgadas e havia manchas escuras espalhadas por todo o tecido, como se houvesse sangrado muito. Das mãos, visivelmente machucadas, saía um brilho doentio que contaminava tudo que tocava. E havia o sorriso “sabe-tudo” que, na época em que se conheceram a conquistara de primeira, mas que depois descobrira ser uma constante prova de que ele sempre estivera zombando dela.

Sam mudou a marcha novamente e tentou acelerar ainda mais o veículo. Não dava mais. O motor rugia enquanto o tempo aparentou diminuir à medida que se aproximavam.

E, no exato instante em que ela o atropelaria, o homem desapareceu. Desapareceu como mágica, como feitiçaria. Ela não escutou o corpo pesado batendo e sacudindo a lataria do carro e nem o som dele se arrastando no asfalto.

Scott havia esvanecido completamente, sem deixar rastros, e Samantha não soube se ficara assustada ou contente por isso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Quem estava achando que teria continuação de Jacob e Kahli aqui levante a mão? rsrsrs Gente a fic vai completar 1 aninho e bem pertinho do meu aniversário! Havia me esquecido disso! :o Faço aniversário amanhã, dia 4, e dois dias depois é aniversário de Nisi Amare. Estou emocionada com isso. E prometo pensar em algo pra não deixar a data passar em branco. Beijos e nos vemos nos comentários.