Everything Has Changed escrita por Bruna Pattinson


Capítulo 8
Revelations


Notas iniciais do capítulo

Cap novo procês! Muitas revelações, já vou avisando. Por favor, deixem reviews!



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A floreta parecia não acabar, o que eu estranhei, pois pensava que não havia florestas em New York além do Central Park. O caminho foi longo, mas eu não disse uma palavra. Mais por vergonha do que por qualquer outra coisa. Eu também não sabia por onde começar.

Edward apenas olhava para o caminho à sua frente, nunca para mim. E eu tentava ao máximo fazer o mesmo. Mas esse tipo de coisa é meio difícil quando se é extremamente curiosa, então eu dava umas olhadas de canto de olho quando conseguia.

Alguns minutos depois, finalmente enxerguei uma forma em meio às árvores. Uma casa. Nem tão grande e luxuosa como a do meu tio, mas não era pequena como a minha antiga casa. Ao nos aproximarmos, percebi que suas paredes eram todas de vidro. Pisquei os olhos, tentando assimilar a unicidade daquele lugar. Edward parou, desligando o motor. É claro que tive problemas ao tirar o cinto de segurança. Suspirei e tentei de novo, me livrando do cinto. Virei-me, já preparada para abrir a porta do carro, mas Edward segurava a porta aberta, já me esperando. Tentei não corar, mas sem sucesso, já sentindo minhas bochechas esquentarem. Ele suspirou quase inaudivelmente e eu fingi não escutar, enquanto saía do carro.

Edward caminhou em direção à entrada da casa, e eu o acompanhei, ainda hesitante, sem saber certamente o que fazer. Ele abriu a porta, que estava destrancada e segurou-a para eu passar. Se não fosse essa cara de tédio, eu aceitaria seu cavalheirismo de bom gosto, mas agora eu já estava começando a ficar irritada. Passei rapidamente, andando alguns passos e ignorando meu fascínio pela sala incrivelmente bem decorada. Me virei para Edward, de braços cruzados.

– Estou esperando – falei, sem intenção nenhuma de esconder minha irritação.

Ele me ignorou completamente enquanto gritava:

– Alice, Eleazar já voltou para o Alasca?

Sua irmã, de cabelos pretos e repicados, desceu a escada rapidamente, feliz em ter sido chamada.

– Não, ele foi dar um... Passeio pela cidade – ela disse, enquanto parava no último degrau da escada. E então continuou:

– Você sabe que não precisamos dele, Edward – Alice parecia ter seu ego ferido.

– Só preciso de uma confirmação.

Alice assentiu. Um silêncio constrangedor se seguiu.

– Você finalmente a trouxe aqui – Alice falou finalmente, satisfeita.

Edward não respondeu, claramente pensando no que fazer a seguir.

Pensei em perguntar a Alice por que ela disse aquilo, mas mordi minha língua. Quer dizer que ele já planejava me trazer ali para contar tudo? Que eu fiquei esse tempo todo esperando por sua decisão?

De repente, Edward e Alice viraram a cabeça para a esquerda, aparentemente ouvindo.

– Ele está quase aqui – Edward disse, aliviado.

Olhei para a esquerda, tentando prestar atenção. Segundos se passaram e eu não vi nada, nem escutei nada. Fiz uma careta.

Alice riu. Edward olhou para mim, pela primeira vez no dia sua expressão era de diversão.

Corei devido o seu olhar, mas eu ainda estava confusa. Como eles sabiam que Eleazar estava chegando?

– Tudo no seu tempo, Bella – Edward disse, lendo meus pensamentos.

O pior era que parecia que ele tinha feito isso. Literalmente.

Bem agora, nesse momento.

Balancei a cabeça.

A porta se abriu, e um homem desconhecido adentrou o aposento. Eleazar.

– Olá Edward. O que...? – ele olhou para mim, confuso.

Eleazar voltou a olhar para Edward e inclinou a cabeça para o lado. Edward assentiu. Eles se olharam por mais alguns segundos e Edward assentiu novamente. Franzi o cenho. Por deus, o que estava acontecendo?

– E então? – Edward perguntou, sua diversão fora substituída por uma ansiedade intensa.

Eleazar fez silêncio por alguns segundos e enfim respondeu:

– Sim. Ela é.

Edward suspirou.

– Eu sabia – Alice disse, revirando os olhos.

Eles poderiam estar falando francês agora mesmo que eu não notaria a diferença entre esse blah blah blah confuso e uma conversa de uma língua desconhecida. O que eu era? Por que eles não desembucham logo?

– Sim – Edward limpou a garganta, parecendo lembrar-se da minha existência.

– Talvez você deva se sentar.

– Estou bem – murmurei.

– Eu concordo – Edward ergueu a mão em direção a um sofá bege. Expirei, mas segui seu conselho e sentei-me. Alice sentou-se ao meu lado, mas ainda um pouco afastada. Edward se acomodou numa poltrona do lado esquerdo do sofá, enquanto Eleazar encostou-se a uma das paredes sem vidro, apenas observando.

Edward passou sua mão pálida em seus cabelos cor de bronze, e suspirou. Me remexi no sofá, tentando achar uma posição confortável, no fim cruzando as pernas. Alguns segundos se passaram, e então Edward finalmente falou.

– Não tenho certeza de que isso irá funcionar. Não tenho certeza de que você irá acreditar, Bella.

Fiquei em silêncio. O que poderia ser?

– Na verdade, temo que você saia correndo quando eu terminar.

Eu ri.

– Eu moro muito longe. Nem morta vou a pé daqui até lá – falei.

– Estou falando sério.

– Eu sei. Aposto cinquenta dólares que não vou sair correndo.

– Fechado – Eleazar disse, sorrindo.

Edward não tinha um humor tão soturno. Ele tinha uma expressão de um refém de filme de ação, com uma arma em sua cabeça, prestes a morrer, sem a opção de defesa.

– Edward, se você quiser... – Alice começou.

– Não – Edward interrompeu a irmã. – Não precisa.

Ele suspirou e então começou:

– Bella, você e a maioria das pessoas não sabem da existência de certas coisas, certas criaturas, que você considera mitológicas. Surgidas de mitos criados por seus ancestrais, muitos anos atrás, baseados em fatos verdadeiros, que são ignorados hoje. Essas criaturas vivem escondidas, se esgueirando, aproveitando-se do que podem. Pelo menos a maioria – Edward fez uma pausa, e Alice sorriu. – O homem que você viu no banheiro...

– O inferi – falei, lembrando-me de seu rosto encapuzado e seu cheiro horrível.

– Exato. Ele é uma dessas criaturas.

– Um inferi é uma criatura morta, controlada por outra criatura, que por meios de feitiços, basicamente fica dona da forma física do que um dia fora uma pessoa. Eles não tem vontade própria, Bella. Basicamente foram criados para matar – Alice continuou.

– Com calma, Alice. Vai assustá-la – Edward repreendeu a irmã. Alice revirou os olhos.

E eu estava assustada.

– Eles são... C-como zumbis? – senti um arrepio passar pelo meu corpo. Eles não pareciam estar mentindo.

– Se você se refere à parte que eles estão mortos, sim.

– Mas eles não são loucos, ou descontrolados, Bella. Ao contrário. Quanto melhor for a controladora, melhor será os resultados que o inferi obterá.

– Como controladoras, ele se refere às bruxas – Eleazar disse.

Congelei.

O quê?

– Parem vocês dois. A partir de agora, só eu falo – Edward disse, irritado.

Alice apoiou o rosto entre as mãos, entediada. Eleazar se remexeu, revirando os olhos. Edward suspirou e continuou:

– Antes de me interromperem, eu iria falar do quarteto de classes.

– Do quarteto, sim – Alice parecia pegar o raciocínio, mas ao perceber o olhar irritado de Edward ela parou subitamente. – Desculpe-me.

Eleazar riu.

– Nós dividimos a população das diversas criaturas em classes, ou, se fica mais fácil pra você, espécies. A classe primária, são os inferi. As nascidas da magia, criaturas que você conhece como bruxas, compõem outra classe. Elas são capazes de fazer feitiços. Vários feitiços, da cura de um corte ou a abertura de um. Elas são extremamente perigosas, pois são, em sua maioria, malignas e egoístas.

Me lembrei das mulheres da noite da morte de minha mãe, um loira e outra ruiva.

Aquelas mulheres.

– Sim. E há... Bom...

– Edward, eu já sei que você não vai conseguir falar sobre nós. Deixe-me. Ela precisa saber.

Edward assentiu.

Eu estava em estado de choque. Eles só podiam estar de brincadeira. Bruxas e zumbis? O que mais faltava?

– Nós, Bella, compomos a terceira classe do quarteto.

Abri a boca para dizer alguma coisa mas somente uma lufada de ar saiu, e mais nada. Alice não parecia surpresa com a minha reação e continuou:

– A nossa classe... Ela é conhecida por manter a paz. Mas não significa que não ocorra violência. A paz é imposta pela violência. Seja pacífico, ou você morre, simples. As leis das classes são impostas pelos Volturi. Eles são muito poderosos, mas agora, o poder deles está começando a ser questionado. As bruxas começaram a ver brechas em sua armadura, que antes parecia indestrutível. Haverá uma guerra. Há muitos anos vivemos em rivalidade mortal, mas agora, as coisas serão realmente preocupantes.

Eu percebi que havia falhas em sua história. Ela não havia mencionado o que eles eram, ou o que fazia deles tão poderosos...

– Os Volturi mantêm a paz, mas eles não são do bem. A maioria de nós não é, Bella.

Respirei fundo e esperei pela bomba que estava prestes a explodir.

– A maioria de nós sobrevive por matar outras pessoas.

Pensei um pouco. Pelo silêncio que se sucedeu, percebi que Alice queria que eu descobrisse por mim mesma. Sobreviver por mortes... Será que eles eram matadores de aluguel? Não. Não era tão mitológico.

Tudo veio em minha mente tão rápido que se eu não estivesse sentada, com certeza perderia o equilíbrio. A pele fria. Os olhos dourados. A palidez fora do normal. O corpo de pedra. Não eram características nenhum pouco humanas. Ok, existem albinos mas...

Albinos não se alimentavam de sangue.

Me levantei tão rapidamente e os três me acompanharam. Não olhei pra nenhum deles antes de sair correndo pela porta e entrar na floresta. Eu estava na minha velocidade máxima. Eles iam me matar. Edward me trouxe ali pra me matar. Perdi cinquenta dólares.

Corri por poucos segundos floresta adentro durante o ar frio da noite. Será que tinham animais ali? Perfeito, se Edward não me matasse eu ia ser morta por animais. Por quê? Por quê?

Senti então uma mão fria puxar meu braço, me fazendo parar, então gritei.

– Bella! Pare! – Edward exclamou, agora perto de mim.

– P-por favor, não!

– Não o quê?

Não consegui respondê-lo, meu coração a mil.

– Não vou te machucar – ele murmurou, agora segurando minhas duas mãos. – Eu prometo. Mas não fuja, por favor. Você não pode mais ficar vagando pela floresta sozinha. Estão procurando você, Bella. Querem você morta.

Eu era uma idiota. Edward me salvou duas vezes. Três, se contar da vez que ele me livrou de uma suspensão. Eu não sabia o porquê, mas ele estava tentando me manter viva, mesmo eu não sabendo por que me queriam morta.

Mas ele era um vam-

– Sim – ele interrompeu meus pensamentos.

– O quê?

Ele limpou a garganta, desconfortável.

– Vamos voltar. Você não ouviu a história toda.

– Não sei se quero que você a termine agora – eram tantas coisas para assimilar. Percebi que ele ainda não tinha largado minhas mãos e eu corei. Ele então as soltou, com uma expressão indecifrável.

– Podemos deixar para amanhã se você quiser. Quer dizer, mais tarde.

Olhei meu relógio, era quase uma da manhã. Uma veia deve ter explodido na testa do meu tio. Ele deveria estar pensando que eu estava morta.

– Talvez seja melhor eu ir, mesmo – falei.

– Vamos. Irei levá-la.

– Não precisa – falei, ainda um pouco receosa.

– Tem certeza? Inferis... Bruxas... Prometo que não vou sugar seu sangue – ele brincou, mas eu não consegui rir.

– Edward, por favor...

–Desculpe. Bella, se eu quisesse machucá-la, já teria o feito. Na verdade, já lutei muito para não fazê-lo.

– O quê?

– Mais tarde.

Bufei.

– Só por que fiquei curiosa.

Ele riu.

– É melhor eu te levar logo. Uma veia deve ter explodido na testa do seu tio – ele disse, irônico.

Semisserrei os olhos.

– Não vai me explicar isso agora também, vai? – um pouco do meu medo e receio começou a desaparecer.

Ele balançou a cabeça e começou a ir em direção ao carro. Comecei a segui-lo. Entramos no carro e ele deu a partida, indo muito rápido pela floresta. Não reclamei por que eu estava apressada. Quando finalmente entramos pelas ruas da cidade, falei:

– Entre nessa rua à direita, e...

– Eu sei onde você mora.

– O quê? Por quê?

– Venho mantendo alguns inferi longe de você por alguns meses.

Franzi o cenho.

– Você anda me seguindo?

– Depende. Vai ficar com raiva se eu disser que sim?

– Sim.

– Então não, Bella. Não ando seguindo você até a escola ou até a livraria, até o cinema ou até o restaurante perto da sua casa – ele disse, sorrindo.

Balancei a cabeça, extremamente irritada.

– Não se preocupe. Tento ao máximo não escutar suas conversas e sempre fico do lado de fora dos lugares que você entra. Não quero ser um perseguidor, somente quero ter certeza de que esteja segura. E não faço isso todo dia. Normalmente, Alice me diz quando um Inferi está nos arredores, então eu começo a acompanhar você.

Eu ainda estava um pouco irritada, mas a curiosidade falou mais alto.

– Como ela sabe quando eles estão perto?

Edward ficou calado e eu bufei.

– Você que começou com a história de que não queria ouvir a história toda agora – ele me lembrou.

– É só uma perguntazinha – reclamei.

– Uma perguntazinha que levará à mil outras.

Suspirei.

– Tudo bem.

Alguns minutos depois, finalmente chegamos à casa do meu tio. Edward desligou o motor.

– Te pego depois da escola? – ele perguntou. Eu estava enganada ou ouvi um pouco de nervosismo em sua voz?

– Tudo bem.

Abri a porta do carro, colocando uma perna para fora, mas parando.

– Preciso que você me prometa uma coisa – falei, encarando seus olhos dourados.

– O quê?

– Que também vai proteger meu tio.

– Já faço isso, Bella. Mas o alvo é só você – ele disse.

– Mesmo assim.

– Tudo bem – ele assentiu.

– Vai me contar tudo amanhã?

– Vou.

Pensei um pouco, antes de realmente sair do carro. Comecei a vasculhar meus bolsos da frente, finalmente pegando o que eu queria.

– Dê isso a Eleazar – estendi a mão com o dinheiro perdido da aposta para Edward e ele gargalhou.

– Claro.

Eu ia saindo do carro mas algo que veio a mente.

– Preciso que você me prometa outra coisa.

– Já prometi isso – ele disse.

– Você nem sabe o que eu vou pedir – revirei os olhos e ele riu.

– Prometa que não vai me machucar – sussurrei. – mas não prometa se não estiver sendo cem por cento verdadeiro.

Edward pensou um pouco.

– Seu tio está lhe esperando, Bella.

Balancei a cabeça uma vez e saí do carro, preparada para reclamações e uma noite de pesadelos.


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Notas finais do capítulo

"os inferi já existem em harry potter" é, eu sei, quis colocá-los na história mesmo assim :) isso é fanfic, afinalpor favor, deixem suas opiniões nas reviews! amo recebê-las



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