– Vem cá, me dê a sua mão.

– O que está fazendo, Cam? - perguntei dando a mão para ele.

– Eu vou embora Desirèe.

– O que? - puxei minha mão. - É sério?

Ele fez que sim com a cabeça. Os cabelos negros lhe escondendo os olhos.

– Por que você vai embora Cam? - comecei a chorar. - Você vai me deixar?

– Desculpa Desirèe. Preciso ir e…

– Não! - chorei segurando-o.

– Mas eu prometo que volto pra te buscar, porque você é a minha…

– Não quero que vá embora, Cam! Não quero que você vá!

Minhas mãos só estavam fechadas. Eu não segurava mais nada. Ele tinha sumido. E apenas uma chuva de penas negras caía do céu. E eu me desabei em choro. A brisa dava calafrios em minha pele, e a dor de sua partida acabou com meu coração, tão jovem e já com tanto amor.

– Dee! - ouvi a voz de meu pai me chamando. - Dee o que houve? - ele abraçou meu corpinho de criança. - Tinha alguém aqui? - Eu não conseguia respondê-lo. Só conseguia soluçar. - Pelo amor de Deus, você está me assustando. - ele passou a mão na minha cabeça. - Você está queimando de febre. Venha, vamos para dentro.

– Não. - choraminguei. - Não papai, não!

– Dee, por favor. - ele me pegou no colo. - Vamos para dentro, vai ficar tudo bem.

Não ia ficar tudo bem, não ia ficar nada bem. A única coisa que eu ia ficar era sozinha. Depois daquele dia, nunca mais fui a mesma…