- Ei, Robin, você sabe que dia é hoje? - a navegadora perguntou, em um sussurro.

- Não, me diga. 

- Dia 5 de maio. O aniversário do Luffy! 

A arqueóloga desviou os olhos de seu livro, aparentemente interessada no assunto. Apoiou o queixo em uma mão, encarando a amiga. Ela parecia estar pensando em alguma coisa.

- E o que iremos fazer? 

- Não tenho certeza. Será que ele iria gostar de uma festa? - Nami franziu as sobrancelhas - Mas é claro que sim! Luffy adora farra. Podemos pedir para Sanji-kun preparar bastante e... - ela foi interrompida com a chegada de um certo loiro.

- Falando de mim, Nami-san, Robin-chan? - perguntou, calmamente.

- Estamos planejando a festa de hoje. 

- Ah, uma festa? Vamos comemorar o que? - ele acendeu um cigarro, e deu uma tragada. Logo voltou sua atenção para as moças.

- O aniversário do senchou-san. - respondeu Robin.

- Então é hoje? Bem, prevejo que terei que preparar um bocado de carne. E uma porção de outros tipos de comida, estou certo, Nami-san?

- Sim, exatamente isso! Ei, você poderia contar aos outros? E por favor, não conte nada para Luffy!

- Pode deixar - e se retirou.

Enquanto isso, um garoto um tanto hiperativo andava pelo navio, procurando algo para fazer, já que estava muito entediado. Chopper estava ocupado preparando remédios, Brook dormia no convés, Franky e Usopp estavam consertando alguma coisa por aí, Sanji estava cozinhando (e deixara bem claro que não era para ele atrapalhar), Nami e Robin estavam fazendo qualquer coisa juntas... Nenhum queria fazer nada com ele, nem naquele dia.

Então ele parou por um instante. Todos estavam fazendo algo importante, menos... Zoro, é claro! Por que não havia pensado nele antes? 

O moreno correu pelo navio desesperadamente, à procura de seu nakama. Estranhou o fato de ele não estar se exercitando, nem dormindo atirado em um canto qualquer. 

Depois de um longo tempo de busca, encontrou-o conversando com Robin, na proa do navio. Quando o viram, ficaram em completo silêncio, encarando-o. Será que ele estava atrapalhando?

- Zoro, Robin! Estão muito ocupados?

- Na verdade, eu estou sim, senchou-san. Desculpe, tenho que me encontrar com Nami. - disse Robin, se retirando.

- E você?

- Err... Bem, eu não estou fazendo nada de muito importante, não. 

- Ah... Então vamos fazer alguma coisa? Tipo, sei lá, pescar? - perguntou, dando um de seus habituais sorrisos.

- Não sei não, Luffy... Estou um pouco cansado.

A expressão do capitão entristeceu-se, e ele fez um bico. Zoro revirou os olhos, como seu nakama era irritante. Deitou-se no chão, e fez um sinal para que Luffy se aproximasse. O menor foi até ele e deitou-se ao seu lado, encarando-o.

- Por que estamos deitados, Zoro?

- Para observar as nuvens. Veja, aquela parece um coelho. - falou, apontando para cima.

- É mesmo! - passou os olhos pelo céu, a procura de uma que tivesse um formato interessante, quando encontrou a perfeita. - Ei, aquela ali parece com um pedaço de carne! Ah, que fome! 

O espadachim riu, divertindo-se com Luffy. Perto dele, a vida era sempre tão animada e alegre. Gostava da presença do moreno, ele o deixava bem, mesmo que não entendesse por que. 

Porém... Hoje era aniversário de seu capitão, e ele não sabia o que dar de presente. Deveria ser algo especial, e que ele fosse realmente gostar. Mas eles não paravam em uma ilha á dias, então não tivera tempo para comprar nada legal. 

- Zoro, em que você está pensando? - perguntou o moreno, vendo que o nakama estava com uma expressão perdida. 

- Hãm? Ah, em nada. - respondeu, corando um pouco. 

- Ei... Você sabe que dia é hoje? - o menor virou de lado, encarando o espadachim. 

- Dia 5 de maio? 

- Sim, mas... Não se lembra de nada especial hoje?

- N-não - ele não podia dizer a verdade, Robin havia pedido a ele para não contar nada, mesmo que quisesse muito...

- Você... Realmente não se lembra? Ninguém se lembra?! - ele estava com lágrimas nos olhos. Droga, não deveria chorar por causa disso! O homem que irá se tornar o rei dos piratas não pode chorar apenas porque não lembram do seu aniversário! Mas... Nem Zoro lembrava...

Hã, espere aí. Por que Zoro se lembrar seria mais importante do que os outros nakamas? Afinal... Eles eram todos amigos, certo? Ok, tudo bem que ele se sentia meio... Estranho perto do espadachim, mas isso não importava. Certo?!

- Eu não sei, Luffy. Desculpe.

Isso foi a gota d'água para ele. As lágrimas começaram a rolar rapidamente, de um jeito que ele não conseguia parar, mesmo que tentasse. Levantou-se e correu para longe, indo para qualquer lugar. 

A única coisa que me deixaria feliz agora é a carne. pensava, enquanto corria.

Chutou a porta da cozinha e foi entrando, quando se deparou com toda a tripulação ali, em volta de um grande bolo de chocolate escrito "Parabéns, capitão!", e muita, muita carne.

- SURPRESA! - gritaram todos.

- I-isso... O-o que é isso tudo?

- Ora, é a sua festa de aniversário! É claro que eu lembro Luffy... Não tinha como me esquecer. Agora pare de chorar. - enquanto dizia isso, Zoro ia entrando na cozinha. 

O capitão deu um de seus belos sorrisos, e logo todos começaram a comemorar. Cada um deu um belo presente. Sanji uma carne especial, que Luffy devorou assim que recebeu, Robin um livro de culinária, e disse que leria para ele depois, e assim foi indo... 

Todos deram presentes, menos Zoro. E por algum motivo, aquilo entristeceu o moreno. Provavelmente pelo fato de que ele não se preocupara em comprar nada para ele. Resolveu deixar esse assunto de lado e aproveitar a festa.

Mas Zoro, ao contrário de Luffy, não parou de se culpar por não dar nada. Afinal... Luffy era uma pessoa muito importante para ele, e merecia um presente digno. Enquanto bebia e ria com os nakamas, não deixava de pensar em sua "desgraça". Até que ele pensou no presente perfeito...

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Depois da festança, Luffy agradeceu a todos pela ótima festa e foi indo para seu quarto, para dormir. Porém, quando entrou no cômodo, alguém bateu a porta e empurrou-o contra a parede. 

- Ei, o que vo- Zoro? O que está acontecendo?

- Estou dando seu presente, ué. Me senti mal por não ter te dado nada... Então, farei o possível.

Dito isso, ele quebrou o espaço entre os dois, beijando Luffy. Quando viu que o menor respondeu ao beijo, passou a língua em seus lábios, pedindo passagem. Esta foi cedida, e começou o beijo "de verdade".

Obviamente era a primeira vez que Luffy beijava, pois não sabia muito bem o que fazer e era desajeitado. Porém Zoro foi paciente e ensinou-o devagar e com calma, tornando assim o beijo muito melhor. Separaram-se muito depois, devido a falta de ar.

- Gostou? - perguntou o espadachim, ofegante.

- Esse foi... O melhor presente do mundo!