Fragments Of A Broken Past escrita por Faulheit


Capítulo 1
OneShot


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu pensei nessa fic enquanto escutava musica, e a primeira vez que há escrevi foi na minha aula de redação, mas sem necrofilia e homossexualismo, espero que gostem.



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A angustia o desolava cada vez mais, tudo que queria era saber quem era o belo garoto a sua frente, sempre sentado à frente do espelho, pele branca, cabelos curtos e negros, e lindos olhos que nunca haviam tocado o seu olhar, olhava-o por tempos desde que se mudará para o quarto do segundo andar, não sabia que havia pessoas morando na casa que era paralela a sua e a janela do quarto também paralelo, uma há frente da outra, lhe permitindo ver o pequeno garoto por longos minutos, que nunca eram retribuídos.

Isso quebrava a sua alma.

Tinha medo que tudo isso fosse fruto de sua imaginação, que tudo isso fosse efeito dos seus remédios para depressão, que tudo isso não passasse de uma ilusão.

Afinal nunca havia visto ninguém entrando ou saindo da casa a frente da sua.

Havia perdido as contas de quantas vezes tinha perguntado para seus pais, vizinhos e até os poucos amigos que mantinha sobre a casa a frente, nunca nenhuma resposta fora proferida.

Ninguém se importava.

Nunca ninguém se importaria.

Isso já havia virado rotina.

Não sabia seu nome, sua idade, não sabia seus gostos ou sua preferência por musica.

Mas sabia que o amava, o amaria do fundo do seu coração.

Talvez só precisasse de algo para se segurar e se sustentar, acabou achando isso em seu estranho perfeito.

Olhava-o sempre, sempre esperando um olhar de retribuição que nunca vinha uma respiração menos monótona ou até um movimento.

Às vezes parecia que ele estava morto.

Não poderia estar, tudo que estava pensando estava centralizado na beleza do ser que vivia e existia a sua frente, com sua beleza atípica para a idade que o havia colocado, ou até o seu nome que havia inventado para o menor, Dave.

Sorriu de sua monotonia e até sentiu um pouco de pena de si mesmo nessa hora, porque querer um olhar de alguém que sequer poderia existir? Talvez fosse apenas uma de suas ilusões de criança.

Ou um antigo amigo imaginário...

Isso não importava, queria beija-lo, sentir a língua quente e os lábios gélidos do menor, queria saber a maciez de seu ventre e o cheiro da sua existência.

Pegou sua câmera, posicionou-a a frente da janela, ajoelhando-se para que o foco fosse melhor, viu a beleza do garoto sentado e não resistiu, registrou tamanha inocência e quietude que queria totalmente para si.

Sentou em sua cama e deixou a câmera de lado, olhou para seus remédios e deitou na cama.

Talvez o menino de sua frente não fosse gostar de quem ele era.

Não era um talvez, era uma certeza.

Ninguém gostava de pessoas melancólicas, depressivas e tristes.

As pessoas apenas sentiam pena desse tipo de gente.

Não queria que ele sentisse pena de si.

Olhou para o espelho a sua frente, será que gostaria de alguém parecido consigo mesmo?

Não.

Sorriu triste, talvez não merecesse o olhar do garoto da janela, talvez não merecesse seu cheiro nem o sabor de seu ventre.

Talvez não tivesse merecido o sacrifício de sua mãe ao morrer em seu parto, ou o desprezo de seus irmãos se de seu pai.

Talvez não merecesse nada, ou merecesse tudo.

Levantou da cama, pisou com os pés descalços no chão, sua blusa de mangas longas o deixava bem mais magro do que realmente era, olhou para a janela novamente.

Ele não estava mais lá.

Era sempre assim, desde que o virá pela primeira vez, há três meses, Olhava para ele por um tempo, depois o perdia de vista e só voltava a vê-lo no dia seguinte.

Sentou em frente à janela, onde ficava sua escrivaninha e seu computador, pegou suas folhas e começou a rabiscar sobre a vida no mais novo, de como queria que fosse sua personalidade e sua voz, já a imaginava, calma e doce, como o som dos ventos.

Por isso o amava, ele era um vazio, uma pessoa a quem ele poderia criar e fazer a seu bel-prazer.

Alguém perfeito para sí.

Pessoas perfeitas não existem, o garoto não existia.

Ele amava apenas uma personificação de algo que queria para si, algo que criara, pois era muito só, pois não havia o que amar ao seu redor.

Isso era tão cruel...

Fechou os olhos com força, era triste encarar a realidade que sempre esteve ali, e que mesmo querendo que tudo fosse real, nada poderia transformar algo ilusório em algo real.

E então ele olhou uma ultima vez para a janela.

E pela primeira vez pode deslumbrar do belo olhar do garoto da janela.

E ele era lindo.

Lindo mesmo com a expressão de pavor em seu rosto, lindo mesmo que seu rosto antes imaculado agora estava machucado e ensanguentado.

Seus olhos clamavam por ajuda.

Correu para ajudar aquele que era dono de sua afeição, desceu as escadas quase tropeçando em seus próprios pés, e em segundos saiu pela porta de sua casa, atravessou a rua que separava as suas casas e atravessou o jardim.

O jardim tinha um aspecto tenebroso, no final era bem cuidado, mas ainda sim fedia a abandono.

Tentou abrir a porta sem sucesso, estava trancada, bateu o ombro com toda a força na porta uma vez, não funcionou, outra vez e a porta nem se mexeu, então com um forte chute a porta se partiu em duas.

Entrou na casa, era enorme, mofada e empoeirada, não se importou com isso, atravessou a sala e subiu pela fúnebre e larga escada que dava caminho para o segundo andar, e direcionado pelo sentido de onde ficava seu quarto, conseguiu achar um quarto com a porta de cor creme.

Estava nervoso, quase tremendo, tinha medo que não fosse bom o bastante para conseguir ajudar seu amado, que ele não gostasse de si, que o achasse um maníaco perseguidor, e tudo isso junto com a ideia de perder alguém que para si havia significado tanto, era quase aterrador.

Sentiu o frenesi passar por todo o seu corpo, deixou o medo de lado, tocou a maçaneta da porta e a abriu lentamente.

Tudo parecia mais bonito, mais lívido e mais belo, sentiu o cheiro doce do belo garoto que agora estava inerte no chão do quarto.

Não aguentou, sentou ao lado do corpo magro e imaculado e atualmente em estado de putrefação, e acariciando o rosto do pequeno, nunca havia visto alguém mais belo como ele.

Acariciou o cabelo do menor, sentindo o cheiro forte da decomposição avançada, e não resistindo há tentação,selou seus lábios com os lábios virginais que já estiveram presentes no rosto do moreno.

Estava tudo bem agora.


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Notas finais do capítulo

Para quem não entendeu assim como o meu namorado, o dave estava morto desde quando o personagem principal começou a vê-lo.



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