O Sol já estava no centro do céu, indicando o meio-dia. A brisa que acabara de chegar era suave e aliviava a tensão dos sobreviventes.

– Deixa eu ir - implorou Harry - Por favor pai! Não vai ser nada demais. Vou me comportar, prometo!

Gaspar olhou para o pequeno loiro.

– Vai mesmo. Vai se comportar aqui, no acampamento. Além do que, precisamos de pessoas para proteger o nosso território. Você tem que ficar.

Harry fez bico, mas acabou concordando, de cara feia. Juntou-se aos mais novos. Os que ficariam no acampamento: Kath, Derick (que também protestara), Clear, Harry, Andrew (que tinha apenas 16 anos, mesmo parecendo mais velho), Katrina e Jason (que também protestara, mas alguém deveria tomar conta dos pequenos).

O resto estava se preparando para retornar a cidade. Maryanne tinha um brilho um tanto quanto sádico no olhar. Quase como se o perigo a agradasse. Isso também valia para Triz. Havia uma certa satisfação em ter tido a idéia em que o grupo mais confiou. Todos pegaram suas armas.

– Tem certeza absoluta do que está fazendo? - perguntou Lucie a Gaspar, enquanto colocava sua mochila nas costas.

– Tenho sim - respondeu o major. Depois, soltou um sorriso provocador - Por que? Está preocupada comigo?

Lucie revirou os olhos.

– Sim, estou preocupada que você não consiga acompanhar a nossa corrida, coroa - e, sorrindo, deu as costas a Gaspar, que agora ria.

Do outro lado, Cristina e Jason conversavam.

– Não, pela centésima vez, eu não estou com raiva - disse Jason a Cristina - Só acho que eu deveria ir junto, sabe? Pra proteger o grupo, você...

– E, pela centésima vez, não precisa se preocupar comigo. Eu cuido de mim mesma e do grupo - respondeu Cristina, colocando uma das mãos no rosto do amigo - Você precisa ficar aqui e cuidar de quem não consegue direito ainda.

Jason colocou a mão sobre a mão de Cristina, fez uma careta como quem não gosta daquilo, mas assentiu.

– Viu? não foi tão difícil - e dizendo isso, tascou um beijo na bochecha da Jason. Deu um sorriso e disse - Até mais.

Damien, que assistia tudo um pouco distante sentiu como se tivessem lhe dado um soco no estômago, como sempre acontecia quando Avery chegava perto de alguém. Ele até pensou em ir tirar satisfação, porém se lembrou de que Cristina era Cristina, não sua falecida namorada.

– Tá sentindo alguma dor, Damien? - perguntou uma Maryanne que brotou nas costas do Maldonado.

– Ahn... Não, não. Tenho certeza que posso ir para Atlanta e...

– Não - interrompeu a ruiva - Não essa dor. To falando de dor aqui - e, dizendo isso, apontou para o cotovelo de Damien.

As orelhas do Maldonado ficaram vermelhas e a expressão no rosto dele arrancou uma gargalhada da ruiva. Damien deu as costas a Maryanne e se dirigiu ao velho major.

– Estamos todos prontos, senhor.

– Sim, estamos - disse Triz - Podemos?

O grupo que partiria havia se reunido. Gaspar soltou um suspiro.

– Sim, podemos.