Kurt se virou para a porta. Tinha que deixa-lo em algum momento e parecia que quanto mais tempo passasse ali, mais difícil seria.
Soltou a mão daquele que um dia, fora o amor da sua vida, e andou.

Sabe quando você sente que esta deixando um pedaço do seu coração para trás...?

Com passos lentos, ele pode pensar sobre o que faria ao sair daquela sala. O que faria sem Blaine; sozinho...
Era possível continuar, sabendo que sua vida seria miserável e infeliz?
Definitivamente não.

Na porta, ele pôde ver a cama pelo reflexo do vidro. Se virou. Pois ainda tinha esperança de que Blaine se levantaria dali. Sorrindo.
Nada.

Abriu a porta e lá fora, o Dr. Criss já aguardava.
– Eu sinto muito, Kurt..., disse; lhe abraçando.
O garoto soluçava e não pode responder.

De repente, Criss o largou e correu para dentro do quarto. Kurt não teve tempo para entender o que estava acontecendo, pois logo foi atropelado por algumas enfermeiras.
Assim que achou uma brecha, se esgueirou para a salinha e chegou mais perto da maca.

As maquinas haviam voltado a fazer barulhos e gráficos. Mas Blaine não estava acordado.

– Ele voltou! Mas parece estar em coma ou algo do tipo...
– Mas isso é bom não é?, disse Kurt confuso
– Sendo um coma natural (não induzido) creio que não possamos fazer nada, Kurt... Vamos esperar..., disse o médico já seguindo os outros em direção a porta.

Kurt ficou ali novamente. Apoiado na cama e olhando para Blaine imóvel.

Subitamente, ele sente uma mão na sua.

– Estou aqui, Kurt. Sempre estarei aqui por você..., disse o garoto deitado; ainda com uma voz rouca.
– Blaine?!? - o castanho pulou da cama.
– Você veio.. Pensei que nunca mais o veria... Kurt, eu sinto muito! Ter feito você passar por isso, vir até aqui, mas eu...
– Shhh... - o outro interrompeu – É claro que eu vim. - Seus olhos já tinham lagrimas novamente e ele se inclinou para abraçar Blaine.
Seu corpo ainda gelado compartilhava do calor do sangue que bombeava rápido pelo corpo de Kurt. Te-lo ali, outra vez...

– Mas então... você ainda me ama? - Se separaram e o moreno o olhava com os olhos brilhando.
– Eu nunca deixei de te amar, querido! Você é o amor da minha vida, e sabe disso! Cada dia que eu passei em NY sabendo que não poderia te ligar a qualquer hora, te abraçar, te beijar. Sabendo que você não era mais meu... Foram dias angustiantes... Eu pensava em nos, nas promessas, no seu sorriso, em como eu viveria daquela maneira, como você me fazia feliz... Me pegava imaginando se um dia voltaríamos e ainda, sonhando com como isso acontecería... - Sua expressão mudou - Mas então recebi a sua carta... E pensei que nunca mais o veria, e todos aqueles planos que eu fiz na minha cabeça... Blaine, se algo acontecesse com você... eu.. eu não sei.. - Lhe doía o coração pensar que havia passado tão perto de perde-lo.
Blaine o puxou para mais perto, encostou sua cabeça na de Kurt e encarou aqueles lindos olhos do garoto.
– Eu estou aqui, Kurt. E você tambem está. We're always going to be there for each other.

Ele olhou para baixo, chorando. Mas Blaine não podia mais esperar, sentia muita falta de Kurt.
Com a mão em sua nuca, ele puxou mais um pouco o castanho e o beijou.

Ambos sentados e apaixonados... Foi como seu primeiro beijo na pequena salinha da Dalton. O moreno podia até sentir o leve cheiro da cola que Kurt usava para fixar as lantejoulas.

– Então, nos vamos ficar bem? - Kurt recuou um pouco.
– Nos vamos ficar bem. - Ele respondeu sorrindo

Nisso, o medico voltava com alguns papeis para dentro da sala.
– Dr. Criss, ele está aqui! Está acordado! - Kurt pulava a sua frente.
Ao levantar os olhos dos papeis, se deparou com a imagem de Blaine sentado na cama e aparentemente saudável (fora os cortes, que ainda cicatrizavam)
– Meu Deus, Blaine! Nos deu um grande susto sabia? E esse garoto aqui... - Puxou Kurt pelo ombro - Não sei o que ele faria sem você... - O moreno riu - Espero que fique por aqui por bastante tempo ainda, para cuidar dele.. E ele de você.
– Sempre - respondeu Blaine, olhando para Kurt, como se estivesse o prometendo aquilo. E estava.

Criss disse que Blaine ainda deveria voltar algumas vezes para ter certeza de que tudo estava bem, mas sua recuperação foi extraordinária e ele teve alta na semana seguinte.

Kurt e Blaine assinavam alguns papeis com a recepcionista, enquanto Darren os observava. Ele tinha se ligado a eles por algum motivo.

Foi tirado de seus pensamentos quando duas mãos circundaram sua cintura. Virou para trás, mas não conseguiu ver quem era, pois um par de lábios já o esperavam ali.

– Oh, olá, meu amor. - disse o médico.
– O que estava olhando com tanto interesse?
– Está vendo aqueles dois ali? O que você vê de especial neles?
– Parecem felizes juntos, eu acho... Me lembram...
– Te lembram...
– Me lembram nós dois, Dare. Quando nos conhecemos...
Agora ele se lembrava. É claro! Haviam muitas semelhanças entre os dois casais (inclusive físicas!)
– Com sorte talvez sigam nossos passos. Se casem. E vivam felizes para sempre, como nós - Disse o outro, segurando a mão do médico.
– Então vamos torcer por eles, Chris - E saíram pelo corredor.

Blaine pegou os últimos documentos e estavam prontos para ir. Dalí, iriam direto para o aeroporto. Haviam decidido nunca mais perderem tempo separados e Blaine iria morar com Kurt e Rachel em NY o mais rápido possível.

Passaram pela porta. Era um dia lindo.
Sol.
Céu azul.
Um novo inicio.

– Blaine...? - Kurt parou de frente para o mais novo, segurando suas mãos.
– O que foi? - Ele respondeu com uma cara curiosa.
– I love you, Blaine Anderson.
– I love you too, Kurt Hummel.
Sorriram. E continuaram a andar, com as mãos dadas.