Bad Girl escrita por Gabs


Capítulo 4
Capítulo 3 - O mais novo membro da família


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês *u* Ahh eu queria agradecer pelos reviwes e pela recomendação da Lizandra Antunes, muito obrigadaaaa mesmo cara, de coração :3



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Não era possível, simplesmente eu estava me considerando a garota mais azarada do mundo, cara, com tantos garotos que podiam ser filhos da Kate, logo o garoto do ponto de ônibus, aquele garoto lindo que quase me atropelou com seu skate, e que eu tinha flertado e me sentido totalmente atraída tinha que ser meu mais novo “irmão”?!

Eu senti meu corpo gelar, eu estava imóvel, mas por um minuto eu consegui olhar para as minhas mãos que estavam trêmulas, e que por sinal estavam sujas do café que eu deixei cair, elas estavam da cor de um papel, pode-se dizer que eu estava da cor de uma defunta.

—Lucy o que diabos deu em você? Vai agora limpar essa sujeira que você fez menina! E depois volte para eu lhe apresentar o meu filho – disse Kate com um leve tom de arrogância – Garota estúpida — sussurrou ela.

—Eu não vou limpar porra nenhuma! – quem ela pensa que é para falar comigo daquele jeito? O garoto ainda estava sem ação, ele também se mostrou um tanto quanto surpreso ao me ver.

Kate revirou os olhos, e eu me retirei da sala ainda me sentindo estranha pelo que acabara de acontecer, fui para o meu quarto e fechei a porta, mas daí me lembrei de que não adiantaria eu fugir,pois meu pai havia me dito que teríamos que dividir o quarto. Droga! Pensei.

O meu pai não podia deixar ele dormir na sala? Ele tinha que entender que eu sou uma garota, eu preciso de privacidade, e alem do mais, onde aquele garoto iria dormir? No meu quarto havia apenas uma cama de casal, naquele momento eu fiquei me perguntando o que eu havia feito para merecer aquilo.

Iria ser muito perturbador dormir na mesma cama com um garoto lindo, mas estava decidido, para evitar constrangimentos eu iria falar com o meu pai para comprar um beliche, eu deitei na minha cama e coloquei meus fones de ouvido, estava tocando Astronaut , eu simplesmente adorava aquela música.

Can anybody hear me?

Or am I talking to myself?

My mind is running empty

 

Eu estava quase cochilando, quando de repente ouço a porta do meu quarto abrir, que merda, era ele, e dessa vez ele estava sem camisa, com a blusa nos ombros e com o cabelo molhado de suor. Eu tentei fingir que não havia percebido que ele acabara de entrar, mas não deu certo.

Ele chegou mais perto de mim, e tirou os fones do meu ouvido.

—O que pensa que está fazendo? – bufei com raiva

—Ér... eu falei Oi milhões de vezes, mas você não respondia, a propósito, quantos anos você tem garota?

—Não que isso seja da sua conta, mas eu tenho 16.

—Podia jurar que você tinha uns 13, fala sério, você é nanica.

Cara, esse menino só podia estar querendo guerra, como assim ele podia jurar que eu tinha 13 anos?! No ponto de ônibus ele não parava de me olhar, e agora chega no meu quarto me chamando de pirralha???

—Como é que é ? Vai se foder, seu skatista desequilibrado, por Deus, você quase me atropelou!

—Nada disso, eu apenas perdi o controle de susto ao ver você, cara sua maquiagem estava toda borrada, eu juro que se tivesse te encontrado a noite ,eu sairia correndo.

—Ah claro, sairia correndo, atitudes muito comuns para garotos como vocês, seu mariquinha. – retruquei

Ele simplesmente me ignorou, e entrou no MEU banheiro na maior cara lavada, mas quem ele pensa que é? Tinha que ser filho da vadia da Kate mesmo.

Sem pensar duas vezes, dei um pulo da cama e abri a porta do banheiro para reclamar e avisar que aquele banheiro era só meu, e era para ele usar o banheiro do corredor, mas eu acho que eu deveria ter batido na porta antes ou sei lá, ter gritado do quarto mesmo...

— OLHA AQUI GAROTO, QUEM VOC.. – não terminei a minha fala pois fiquei estática com o que vi.

Ele estava lá, PELADO na minha frente, confesso que corei e fiquei imóvel.

—MAIS O QUE DIABOS TEM NA SUA CABEÇA GAROTA? – disse ele pegando ligeiramente uma toalha e enrolando na sua cintura.

—Ér..eu.. ah nada depois eu falo – disse rindo um pouco

Saí e fechei a porta imediatamente, isso foi realmente muito constrangedor, ele mal havia chegado e nós já não tínhamos nos dado bem, agora, estava decretado uma guerra entre nós!

Eu não ficaria mais naquele quarto com aquele garoto, pedi de joelhos para o meu pai para ele deixar eu morar com a Manu, mas nada feito.

—Vai pai por favor!! Eu juro que eu me comporto – eu disse com uma voz manhosa, e fiz um biquinho.

—Não adianta Lucy, você vai morar aqui com a sua família, e vai dividir sim o quarto com o Pedro, então aquele indivíduo se chamava Pedro, pensei, não discuta comigo, inclusive eu comprei uma beliche para vocês, o rapaz da loja virá hoje a tarde traze-la, agora tenho que ir para o trabalho, você vai ficar aqui com o Pedro, e se puder leve ele para conhecer a cidade, tchau, e não me espere para o jantar. Vamos Kate! – disse o meu pai , chamando a vadia da minha madrasta que provavelmente iria a algum spa ou salão de beleza, pra variar.

Com raiva, liguei o vídeo game e fui jogar Guitar Hero, que era um dos meus jogos preferidos, ele me ajudava a relaxar, e nesse momento relaxar era o que eu mais precisava!

Comecei a jogar, e do nada o mala do Pedro chegou se jogando no sofá ao meu lado. Mas que sujeito mais folgado, pensei.

—Nossa, adoro esse jogo! Foi uma das minhas inspirações para eu começar a tocar guitarra de verdade, mas nada supera o Slash, a minha maior inspiração. – disse ele na maior cara de pau, como se nada tivesse acontecido

—Legal, mas foda-se. – eu disse secamente, ai que droga, além de lindo ele tocava guitarra e era fã do Slash.

—Você tem uma incrível boca suja hein garota, ah, eu não gostei da cor da parede do quarto, vou pinta-la de preto, quer me ajudar, tava pensando até em fazer uns grafites para não ficar sem graça?

—Como é? Quem você pensa que é? O pica das galáxias? Não vai pintar porra nenhuma!

—Ah, qual é Lucy, eu sei que você gosta de preto, e aquela parede rosa eu também sei que você odeia.

—Como sabe o meu nome? Eu só vou deixar você pintar a parede de preto por que realmente não fui eu quem escolhi aquela bosta daquela parede cor de rosa.

—Minha mãe me disse o seu nome, se importa se eu tocar a minha guitarra aqui?

—Sim – respondi sem olhar pra cara dele

—Ótimo, agora sim que vou toca-la.

Não é possível , esse garoto foi mandado pra infernizar a minha vida, ele conseguia me irritar muito cara, e olha que nós só nos conhecemos a mais ou menos 30 minutos!

 

Depois de algum tempo de tortura tendo que aguentar o meu novo irmãozinho tocando sua guitarra — na verdade, não era tanta tortura assim, venhamos e convenhamos, ele mandava super bem na guitarra, e ainda estava tocando Lonely Day! Uma das minhas músicas preferidas cara, ele só podia estar de sacanagem- enfim, eu não iria admitir que estava gostando daquele som, então para todos os defeitos, para mim aquilo era uma tortura.

—E então – disse ele dando um último acorde em sua guitarra – mandei bem?

Ele deu um sorriso tão cute naquele momento, que por um minuto eu cheguei a ficar com pena da resposta que eu estava formulando.

—Fala sério, já vi crianças com aqueles violões de brinquedo tocarem melhor!

Depois de ouvir a minha resposta um tanto quanto rude, imediatamente aquele sorriso cute desapareceu do seu rosto, formulando então uma expressão irritada, eu, para não perder a oportunidade de sair por cima, dei um sorriso super irônico, fazendo com que ele ficasse mais irritado ainda.

—Então sua anã de jardim, como é ser tão baixinha assim a ponto de não conseguir nem alcançar a minha mão para pegar seu controle do vídeo game? – nesse mesmo segundo ele pegou o meu controle e levantou o braço fazendo com que eu realmente não alcançasse a droga do controle em sua mão.

—Me dá já isso! – eu disse bufando de raiva

—Por que eu faria isso? Tente pegar oras..

Acho que ele ainda não tinha entendido que eu não saia pra baixo em brincadeira nenhuma, bem, eu simplesmente sentei no sofá o ignorando totalmente, ele se mostrou confuso, mas eu continue lá imóvel, como se ele fosse um nada — o que ele realmente era — , ele continuou com o braço levantado mas se mostrou um pouco desatento, e foi nessa hora que eu dei o bote!

Soltei um grito o assustando, e antes que ele parasse para se tocar o que havia acontecido eu pulei em cima dele fazendo com que nós dois caíssemos no chão, eu caí em cima dele, o que foi muito bom, afinal ele tinha amortecido a minha queda, eu peguei o controle e saí de cima dele com uma cara tipo – chupa essa otário —, eu não ia perder a oportunidade de zoar mais uma vez com ele, e sem mais delongas falei:

—E então grandalhão, como é ser derrotado por uma, ér.. anã de jardim ? – eu adorava me sentir superior, e naquele momento, eu realmente era superior.

—Hahaha, muito engraçado, enfim, eu vou comprar a tinta preta para pintar o quarto, quanto mais cedo eu me livrar daquela parede rosa ridícula, mais feliz eu ficarei.

—Ótimo, eu vou com você, mas se mal eu lhe pergunto, que dinheiro você vai usar? – confesso que eu realmente estava curiosa.

—Vou usar o cartão da minha mãe oras, ou você acha que eu iria usar o dinheiro que ganho vendendo drogas ? – senti um pingo de ironia nessa fala dele, mas mesmo assim me mostrei um pouco assustada – Eu estava brincando, eu não vendo drogas, mas olha.. não seria uma má ideia.

—Você ta brincando né? Acorda garoto, você pode ser preso! Mas voltando ao assunto... você por acaso sabe a senha do cartão da sua mãe? – ele se achava muito esperto mesmo, mas esqueceu que precisava de uma senha.

—Relaxa ai baixinha, todas as senhas da minha mãe é o dia do meu aniversário. – disse ele já saindo pela porta.

Nós rimos, e sem mais delongas fomos até uma loja de material de construção, foi meio complicado acharmos o tom de preto que queríamos mas finalmente achamos. E pela primeira vez até agora nós iríamos trabalhar juntos para pintar o quarto, andando pelas ruas paramos numa galeria do rock, cara, é sério, nós dois piramos, compramos vários posters de bandas que nós gostávamos para colocar na parede do nosso quarto.

Logo eu aviso uma blusa do Batman e outra do Super-homem, na verdade assim que eu avistei aquelas blusas acho que senti que foi tipo um amor a primeira vista, comecei a andar até elas e o Pedro me seguiu, eu vi o olhar dele para aquelas blusas, eu senti que ele também ficou louco para ter uma daquelas, nós nos olhamos na mesma hora como se soubéssemos o que fazer, e sem pensar duas vezes eu peguei uma blusa do Super homem masculina mesmo, pois depois eu cortaria um pouco a gola da camisa para ela ficar aquele estilo caidinha — ahh, como eu amava aquele estilo de blusa — e o Pedro pegou uma blusa do Batman, como aquele garoto era perfeito, além de ser lindo e curtir quase todas as mesmas bandas que eu, ele ainda andava de skate e adorava blusas de super heróis, ah e ainda tocava guitarra! Argh! Maldita hora em que ele foi virar meu meio irmão, depois de me tocar que eu estava tendo pensamentos desse tipo com o garoto que eu mais odiava, eu própria me repreendi, nesse momento uma voz me chamou:

—Lucy, dá pra você parar de babar na blusa e me entregar logo ela para que eu pague ou ta difícil ? – disse ele meio irritado, nessa hora o rapaz do caixa e os outros clientes começaram a me olhar, sem mais delongas, eu entreguei a camisa e ele foi pagar.

Confesso que sai da loja quase saltitando de alegria, finalmente eu tinha uma blusa que eu tanto queria, e iria pintar o meu quarto e decora-lo com algo que eu realmente gostava.

—Eu estou com fome – eu disse, eu estava sentindo minha barriga roncar, e logo avistei uma lanchonete.

—Eu também estou, vamos para casa e lá pedimos uma pizza – disse ele

—Mas eu quero comer agora, tem uma lanchonete bem a nossa frente, e eu quero comer fast-food.

—Mas Luc.. – eu não esperei ele terminar de falar e atravessei a rua indo de encontro com a lanchonete.

Eu sabia que ele viria atrás de mim, dito e feito, lá estava ele, pedi 2 hambúrgueres com uma enorme porção de batata-frita, não demorei muito para acabar com tudo, e o Pedro ficou me olhando como se eu fosse um leão comendo.

—Eu realmente fico curioso em saber para onde vai esse tanto de comida em um corpo tão pequeno como seu...

—Ah cala a boca e me deixa comer em paz!

Depois de comer tudinho eu me senti estufada, também, não era pra menos, ele pagou a conta e fomos para casa, chegando lá, ele pediu uma pizza e esperava que fosse comer sozinho, mas é claro que eu não deixaria ele fazer isso!

Mesmo com pouca fome eu fiz questão de comer a pizza.

—Depois quando fica gorda reclama! – disse ele debochando de mim

—Vai se foder Pedro! – eu disse abocanhando minha segunda fatia de pizza.

Já era tarde e nada do meu pai e a Kate voltarem, decidimos que iríamos começar a reforma no nosso quarto amanhã, e exatamente amanhã chegaria a nossa beliche, enquanto isso jogamos uma partida de Mario Kart.

Passaram-se algumas horas e o meu pai chega com algumas sacolas de compras, e logo assimilei de que ele havia passado no mercado, Kate veio logo atrás.

—Crianças, trouxe comida! – disse o meu pai colocando as sacolas em cima da mesa da cozinha.

—Ah valeu pai, mas não estamos com fome, inclusive vou tomar um banho e vou me deitar. – eu disse desligando o vídeo game e indo ao meu quarto.

Assim que entrei fui tirando a roupa, ficando somente de calcinha e sutiã, mas havia um problema, eu esqueci que agora eu dividia o quarto com um garoto, que por sinal era mal educado e não batia na porta antes de entrar no quarto.

—DROGA PEDRO! – eu falei bufando de raiva, aquele filho de uma puta entrou no quarto sem bater na porta bem na hora em que eu estava semi nua!

—Ah qual é tampinha, você fala como se tivesse algo de mais. – disse ele com um tom de deboche.

Com raiva peguei a primeira coisa que eu vi na minha frente, que no caso foi um sapato, e taquei nele, nós rimos, eu peguei minha toalha e o meu pijama e fui para o banheiro.

Quando eu saí do banheiro me deparei com uma cena um tanto quanto eu não sei como descrever... O Pedro estava lá, dormindo na minha cama — ele dormiu sem tomar banho, eca! — mas ele parecia um anjo dormindo, tirando a parte de que ele havia tomado quase todo o espaço da cama, eu me deitei ao seu lado, me senti um pouco constrangida pois eu nunca tinha dormido com um garoto, e quanto mais um garoto daqueles ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

Anwwwww adorei esse capítulo, saiu maior do que eu imaginava mas mesmo assim eu adorei! *u* O que vocês acharam?
Até o próximo capítulo õ/