A vida atrás da muralha Santi não estava fácil para Andros, duas semanas depois da invasão, ele trabalhava arduamente, porque mesmo tendo algum treinamento militar, ele havia sido proibido de se tornar um soldado devido sua pouca idade, então ele e mais alguns sobreviventes do massacre ocorrido após a destruição da muralha Rosemaire foram mandados para os campos para trabalharem na colheita e cultivo, afim de obter alimentos, a maior parte iria para os "bravos soldados" que lutam contra os titãs, enquanto a maior parte do povo, principalmente os recém-chegados a cidade sofriam.

- Vamos garoto! Gritou o soldado.

Um soldado ficava inspecionando os trabalhadores, exigindo que se esforçassem mais, dizendo que essa comida iria salvar vidas. O que era uma grande mentira pensou Andros, essa comida iria para os guardas fanfarrões que tem medo de lutar e apenas vivem uma vida tranquila atrás da muralha. Andros estava bastante irritado, pois ele um garoto de 12 anos tinha muita vontade de lutar contra os titãs, ele queria ajudar o povo de algum modo, enquanto vários homens mais velhos apenas comiam e bebiam, ser temer nada.

- Calma, Ravel-kun, daqui a alguns anos quando você tivera idade adequada, você entra para a academia militar e vai ter treinamento para enfrentá-los. Disse Sr. Nemat.

Lothar Nemat um senhor de 60 anos, um antigo vizinho de Andros veio com ele após a invasão dos titãs, sempre fora um senhor simpático e muito gentil com Andros e com todos da vizinhança, embora tenha perdido todos seus parentes no massacre dos titãs, filho, nora, neta e esposa. Todos mortos por titãs, mas isso não apagou seu sorriso gentil, embora o tenha diminuído. Ele e Andros agora dividiam uma pequena moradia agora na cidade. Ambos trabalhavam juntos.

Andros olha para o Sr. Nemat que estava sorrindo como sempre, embora ele não entendesse o motivo, pois ele havia acabado de perder entes queridos, mas ainda sorria. Embora ficasse irritado com isso, Sr. Nemat sempre conseguia acalmar Andros.

- Sim, o senhor está certo Sr. Nemat. Concordou Andros e voltou a trabalhar.

Bem como o Sr. Nemat havia falado. Dois anos depois Andros havia entrado para academia militar, afim de se tornar um soldado.

Era uma manhã de segunda-feira, quando o centésimo batalhão de soldados estava reunido para o primeiro dia antes do início do treinamento militar, Andros estava ali no meio, entre diversos garotos e garotas da sua faixa etária, alguns com os meios objetivos, outros nem tanto. Enquanto os diversos jovens estavam parados, o Instrutor passavam pelas fileiras observando todos.

- Você por que está aqui? Perguntou ele para um jovem garoto de cabelos castanhos.

-Eu? Estou aqui para me tornar um soldado a serviço do povo, senhor! Disse o jovem.

O Instrutor analisa o jovem por algum tempo e sai.

Depois de analisa todos os jovens, o Instrutor faz um discurso explicando como será o treinamento, ele avisa que será muito rígido, que o treinamento iria exigir demais de todos, também informa o objetivo, as regras, em resumo todo e depois dispensa todos. Logo após Andros e alguns outros jovens se dirigem para o alojamento, enquanto outros vão embora, os que foram dispensados ou pediram para sair. Esses jovens iriam voltar para o trabalho no campo.

No cair da noite, Andros estava no alojamento jantando com o seus companheiros de treinamento, alguns conversavam, outros apenas nem tanto. Andros pertencia ao grupo dos calados. Após a refeição Andros se dirigiu para a sacada, pois ele adorava ver as estrelas. Andros estava sentado observando as estrelas e perdido em seus pensamentos, quando alguém aparece atrás e pergunta:

- Posso me sentar aqui também? Pergunta uma garota.

De repente, Andros volta a tona, surpreso pela aparição da garota.

- Ah, claro. Disse ele.

Então a garota se senta ao seu lado.

- Qual é seu nome e de onde você é? Perguntou ela.

- Andros Ravel venho da villa Braster ao norte da muralha Rosemaire. Disse ele.

- Oh então você vem de lá também, Andros? Me chamo Amber Cleawater, mesmo local. Disse a Garota.

- Nossa, prazer. Responde Andros.

- Me desculpe o incomodo, e que eu gosto de olhar para as estrelas, elas me trazem muitas lembranças boas. Disse Amber.

- Hum...tipo? Perguntou Andros.

- Meu Pai e minha mãe. As vezes nós três saiamos para os campos, só para deitar e apenas para observar as estrelas, e esquecer de tudo, das muralhas e dos titãs. Então apreciávamos aqueles momentos juntos. Até aquele dia... Meus pais foram mortos quando a muralha caiu. Disse Ela.

Andros a observa e diz:

- O meu pai também, ele se sacrificou por mim e eu fiz uma promessa para ele, que eu me tornaria uma esperança para humanidade. Disse Andros determinado.

Amber olha para Andros e surpreende com expressão determinada de Andros, e então ela percebe que ele falava a verdade, que ele não estava brincando. Então ela volta a olhar para as estrelas. E durante algum tempo ambos ficam observando o céu. Amber se levanta.

- Eu acredito em você Andros, mesmo que tenhamos acabado de nos conhecer, sua expressão determinada, faz com quem algo em mim acredite. Disse ela.

Andros ficou um pouco surpreso com o modo que ela havia falado aquilo, e ela estava sendo sincera.

- Obrigado. Respondeu ele.

- De nada, agora eu vou dormir, o treino de amanhã vai ser bem puxado, Boa noite Andros, nós vemos amanhã. Disse ela e saiu correndo.

- Até! Se despediu Andros.