Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

O tempo vai passando e a pequena bailarina a girar.

Realizando movimentos graciosos e a encantar a plateia.

Trazia a sensação de alegria e pureza. Pequenas mentiras que eram passadas para convencer seu publico.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac…

Talvez este seria seu ultimo espetáculo, queria por um fim naquilo. Girava e girava a graciosa bailarina. Movimentos precisos e encantadores.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac…

Acompanhava a doce melodia, sorria para o palhaço, encantava as crianças. Pequenas garotinhas que um dia desejavam ser igual a ela. Pobre ilusão, doce inocência.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac…

O tempo vai passando e a pequena bailarina a girar. A cada movimento encantava e engrandecia o espetáculo, a cada movimento desejava por um fim naquilo.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

O tempo vai acabando e a pequena bailarina a girar. Eu observava tudo sentado em uma fila aleatória na arquibancada, desejava por um fim naquilo.

Esperei até que todos fossem embora e a segui. Um quarto simples em um dos motéis baratos da cidade, quarto 13.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac....

O tempo acabou e a pequena bailarina a girar, já não desejava mais acabar com aquilo, já havia o feito. Observei enquanto segurava a minha faca o corpo sem vida da pequena bailarina sendo suspenso por uma corda bem amarrada em um ponto qualquer ligado ao teto. 

Tic-tac.