Crazy escrita por Esthellar


Capítulo 1
Muita calma nessa hora!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/362764/chapter/1

Capítulo único:

"Muita calma nessa hora!"

...

- Não... Fique . – disse num sussurro. Sua voz estava um tanto rouca, e suas mãos percorriam sôfregas toda aquela extensão comprida, rígida - Isso, isso... Paradinha. Não se mova. Calma... Calma... – sua respiração estava ofegante e o coração batia acelerado - Vai dar tudo certo... Quietinha... Só mais um pouquinho... – estreitou os olhos, apertando a mão direita no que segurava - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, GRAY-SAMA, SOCORRO! AI, MEU DEUS! TIRA ISSO DE CIMA DE JUVIA, TIRA! TIRA! AI, MEU DEUS! AI, SOCORRO!

Gray apareceu na porta, ofegante, como se tivesse corrido uma maratona. Seus cabelos estavam totalmente encharcados e alguns pingos d’água escorriam por seu rosto, caindo na clavícula, torso, e por fim, tomando livremente o rumo até o seu umbigo. Ele estava nu, também, só para constar. Mas aquele não era o momento certo para prestar atenção nessas coisas.

- O que foi? – perguntou exasperado, entrando na área de serviço do pequeno apartamento – Juvia?! – olhou ao redor, mas não havia nem sinal de sua noiva – Juvia!

Então, o moreno viu um pequeno montinho de cabelos azuis atrás da máquina de lavar. Arqueou uma sobrancelha, confuso, e foi até lá, encontrando a menina encolhida e encostada no eletrodoméstico. Ela tinha a cabeça enterrada fortemente nos joelhos, enquanto seus braços abraçavam as pernas como se sua vida dependesse daquilo. Gray notou, também, que seus ombros se contraiam vez ou outra. Estava chorando baixinho.

- Juvia? – ele ficou de cócoras, encostando levemente uma mão em seu ombro – Você está bem? O que aconteceu?

Ela levantou o rosto vermelho e coberto de lágrimas, com um olhar infantil que, mesmo não sendo o momento devido, Gray achou adorável.

- Matou? – Juvia perguntou, olhando ao redor.

- O-O quê? Quem?!

- A BARATA, GRAY-SAMA! Ai meu Deus, ela ainda está viva por aí, voando! – a menina de cabelos azuis levou as mãos ao rosto desesperadamente. Mas, depois de alguns segundos, num gesto rápido e repentino, segurou o noivo pelos ombros, com um semblante muito sério, quase assustador – Você. Precisa. Matar. A. Barata!

Gray a fitou por um tempo. Então, ele havia saído correndo de seu banho apenas por causa de uma barata? Ele havia se preocupado com o bem estar dela, achado que algo ruim poderia ter lhe acontecido, e era apenas por causa de uma maldita barata?

- Uma... barata? – balbuciou, sentindo uma veia pulsar em sua têmpora direita – Juvia...

- Gray-sama, você não está entendendo! Ela voa! E enquanto nós dois conversamos, provavelmente ela está arquitetando um plano maligno para subir em cima de nós! – nesse meio tempo, Juvia já estava praticamente em cima dele, com o rosto a milímetros de distância – Você precisa fazer isso, Gray-sama. Agora! – e pulou de cima dele, empurrando uma vassoura contra seu peito, e o empurrando junto, para fora do espaço entre a parede a máquina de lavar.

Gray tropeçou em seus próprios pés com o empurrão de Juvia, mas se levantou, segurando a vassoura. Olhou em volta. Não havia nenhum sinal de barata, nem qualquer outro ser vivo naquela área de serviço. O recinto não era lá muito grande, não havia muitos locais onde ela poderia se esconder. Deu alguns passos adiante, sentindo o ímpeto de começar a chamar pela barata. Ah, Juvia o estava enlouquecendo, isso era um fato.

Depois de alguns segundos de procura em vão, ele finalmente a viu, ali, paradinha, perto do varal de teto. Gray esboçou um sorriso malicioso e levantou a vassoura, batendo com tudo sobre a parede. Mas, ao levantá-la novamente, não havia nem a sombra da bichinha.

Quando deu por si, viu que o inseto voava pelo teto do lugar, se debatia, quase como se estivesse tendo um ataque epilético, e que Juvia havia percebido isso também, começando a gritar.

- MATA, GRAY-SAMA! MATA! – ela dizia, chorando.

E Gray tentava, e corria, mas a maldita era mais rápida e fugia. Foi então que, para o azar dos dois (e ele não sabia dizer quem era o mais azarado da situação), a barata voou na direção de Juvia. E ela gritou tão alto que o moreno teve certeza que ambos seriam despejados na manhã seguinte, por perturbar a ordem no prédio.

“TUUUM!”

Quando Juvia abriu os olhos, após dois segundos de um silêncio mortal, viu que a vassoura estava posicionada exatamente ao lado dela, com um Gray muito molhado e muito nu, segurando-a firmemente contra o chão. Não pôde deixar de corar diante de tal visão, mas seu foco se tornou outro quando percebeu que, por baixo da piaçaba da vassoura, havia uma barata um tanto... Esmagada.

- Iiiiirk... – a menina exclamou, fazendo uma careta.

Gray pegou a vassoura e varreu os restos mortais da pobrezinha (porque depois de mortos, todos viram pobres coitados) para dentro de uma pá, e a jogou no lixo. Que ali jazesse até a manhã seguinte, quando algum gari recolhesse o lixo do prédio.

No momento em que o moreno girou o corpo para dizer qualquer coisa à sua noiva, foi enlaçado por ela, e deu alguns passos para trás, quase desequilibrando.

- Obrigada! Obrigada, Gray-sama! Você é o meu herói! – Juvia disse com um sorriso enorme estampado no rosto, e os olhos cerrados. Gray a abraçou de volta e sorriu também. Após alguns segundos naquela posição, e Juvia se lembrando do fato de ele estar exatamente da maneira como viera ao mundo, os dois separaram-se um pouco, fitando um ao outro – V-Você está nu, Gray-sama...

Ele sorriu maliciosamente.

- E você tem algum problema com isso? – falou, apertando sua cintura, trazendo-a mais para perto, e fazendo com que ela, ahem, o sentisse por completo.

A menina, por sua vez, apesar de extremamente corada, resolveu entrar no jogo do moreno.

- Problema nenhum... – e seus lábios tomaram rumo em direção aos dele, beijando-o com fervor, enquanto ambas as mãos percorriam o corpo um do outro. Juvia cravou seus dedos pálidos nos cabelos negros de Gray, enquanto ele acariciava sua nuca.

Mas quando o rapaz estava prestes a subir a blusa da garota de cabelos azuis, ela se separou do beijo, dando-lhe um leve empurrão e se afastando um pouco.

- Mas o que... – murmurou o pobre homem, perguntando que raios poderia estar acontecendo para ela largá-lo assim, naquele estado. 

Então, dando mais alguns passos para trás e ajeitando a blusa cor-de-rosa, Juvia fitou-o, com o cenho franzido.

- Juvia não pode fazer... Fazer isso aqui!

- O quê? Por quê?

- Porque você acabou de matar um ser vivo aqui dentro, Gray-sama! O quão insensível você é? – disse indignada, antes de se virar e marchar para dentro do apartamento.

Gray ficou ali, parado, nu, ainda meio molhado, olhando para a porta da área de serviço. Aquilo era sério? Não era possível, só poderia ser brincadeira. Provavelmente aquilo era só uma desculpa para ela ir até o quarto e vestir sua melhor lingerie, ou algo parecido... Mas Juvia não fazia esse tipo. E ele sabia que ela estava falando sério.

- Definitivamente, essa mulher vai me deixar louco... – murmurou para si mesmo, massageando as têmporas e atravessando a porta, indo atrás dela – Oi, Juvia! Volta aqui, vamos resolver isso...

FIM


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Primeira comédia que escrevi na vida KKKKKKKKKKKKKK Espero que vocês gostem!
Ah, essa fic foi escrita por causa de um desafio imposto pela Aleyna.
Então, é isso...
Au revoir! *-*