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–Me digam logo o que querem... - Sam dizia nervosa.

–Como assim o que queremos? É óbvio que queremos grana, a grana que você não tem. Mas, enquanto ela não estiver na minha mão, esse palerma não sai daqui.

Pierre queria que Sam pagasse caro pelo o que causou. Ele não pensou que ter um relacionamento com Pamella traria tantas consequências desastrosas. Isso mesmo, relacionamento. Tudo começara porque ele e ela se conheceram de repente. Quando a viu pela primeira vez, tinha diversas intensões com ela, porém, conforme o tempo passou, talvez também houvera sentido algo a mais que atração ou interesse. Pam estava completamente apaixonada por ele, mas sabia - ela via coisas como estas de bem longe. - sabia que ele tinha envolvimento com tráfico de drogas, assassinatos, furtos dentre várias outras coisas apenas por seu olhar e experiência. A relação dos dois sem desconfiança, durou muito tempo... até que Sam descobrira a verdadeira origem de Pierre. Quando obteve consciência do verdadeiro homem que começara a namorar sua mãe, vira também que não era um simples caso como todos os outros. Samantha lhe alertou de todos os riscos que estava correndo, de tudo que poderia sofrer, mas ela não a ouviu. Na verdade, Pamella estava tão alegre que juntou dinheiro para que viajassem no final do ano. E foi esse dinheiro que mudou todo esse amor. Quando o criminoso precisou investir em uma de suas negociações de seus produtos, recorreu a matá-la para garantir o que seria seu de qualquer forma.

E a loira sabia de tudo isso, mas não tinha poder suficiente para ameaçá-lo, como ele poderia ameaçá-la.

–Me diga logo quanto quer... - Afirmou olhando para o chão, ainda insegura.

–Nada além de duzentos mil dólares.

–Duzentos mil?

–Qual parte do dinheiro que você não tem, não entendeu queridinha? - Indagou sarcástico. - Agora pode se retirar, enquanto não tiver esse dinheiro, não precisa voltar aqui.

–Por que você não sequestrou a mim? Ele não tem nada a ver com isso.

–Não é você quem me diz o que devo fazer, agora se retire antes que vá para o mesmo lugar que sua linda mãe foi... - Ela não disse nada, apenas saiu daquele lugar e depois caminhou o mais rápido possível.

Se sentia culpada, não queria ser a causa de tudo isso. Se fosse com ela, até mesmo aceitaria, mas Freddie não havia feito nada a ninguém. Não tinha todo aquele dinheiro, não sabia o que fazer para tirá-lo de tal situação. Prometeu a si mesma que não viveria em paz enquanto estivesse preso naquele lugar, tão longe de seus lábios.

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2 horas PM

Hoje seria o dia em que Carly voltaria a seu apartamento, depois de ser brevemente internada, pela terceira vez. Spencer havia morrido há aproximadamente dois ou três meses. A morena, tão abismada com tudo que teve de suportar, só tinha a Brad para deixá-la mais feliz e confortada.

–Chegamos meu amor. - Dizia Brad, sempre se esforçando para ser carinhoso ao máximo com sua morena.

–É ótimo rever esse lugar, porque saí daquele hospício no qual estava presa, sem ao menos ter a liberdade de me locomover quando via a necessidade. Porém, rodar meus olhos e ver que todos que um dia compartilhavam suas vidas comigo aqui não estão presentes, me faz querer ir como eles foram - Falou depressa, entre lágrimas. Sua pele branca, mais pálida que o normal, e sua mente tão sensível adentravam o lugar devagar.

–Acalme-se querida, eu juro que um dia irá revê-los.

–Não Brad, não irei - As lágrimas caíam com mais velocidade.

–Vamos, venha. Sente ao meu lado e irei te dizer uma coisa - assim ela se sentou. - As pessoas que estiveram conosco um dia estarão sempre em nossa memória. Eu sei o quanto você sente vontade de liberar todas as suas emoções quando lembra-se do quanto eles lhe fizeram feliz. Spencer era uma das melhores pessoas para você, o mais carinhoso e otimista. Ele era seu irmão, e eu sei como dói perdê-lo. Mas ouça com atenção, não somos nós quem escolhemos a hora certa. As pessoas vêm e vão, tão próximas de nós, mas não somos nós quem as fazemos ir. E devemos entender que enquanto elas estiveram ao nosso lado, fomos a razão para que elas fossem felizes até os últimos momentos de sua vida. Leve com você a sensação de saber que um dia, você foi a razão para que o Spencer e seu avô não desistissem, você foi a razão pela qual eles desejaram viver mais do que podiam. E eu garanto que você também é isso para mim.

–Muito obrigada. Posso dizer que me sinto melhor - Carly sorriu. - Mas eu sinto muita falta dos meus melhores amigos também. Você tem noção de onde Sam e Freddie estão agora? Eles me deixaram sem sequer dar explicações, e eu me senti mal durante todo esse tempo. Queria poder saber porque a minha melhor amiga não confiou o bastante em mim para me confessar um problema. Aliás, o problema que eu nem sequer sei até hoje. Eu não sei onde ela está, Brad - Carly afirmou chorosa, mas não esperava por o que encontraria quando se virasse. Por um barulho repentino, a porta se abriu e Sam estava lá.

–Ela está aqui.

–Sa-sam? - Brad perguntou assustado.

–Eu mesma - Ela falou, e Carly permanecia calada, até que o silêncio de sua boca quebrou-se.

–Ma-mas onde você estava? Ouviu tudo que eu disse?

–Olha Carly, eu sei que está sofrendo, eu sei o quanto não entende, mas você podia se prejudicar se eu... - Foi interrompida por um abraço da morena. - Me desculpe.

–Não sabe o quanto eu queria te ver de novo.

Nem a própria loira entendia o que a havia feito subir ao 8C naquela tarde. Em meio a tantas preocupações e distúrbios, sentiu uma vontade enorme de ver como Carly estava. Sentiu que era a hora de pedir sua ajuda e lhe ajudar se fosse necessário. A nostalgia que percorria seu coração foi quebrada quando ouviu a voz da amiga.

–E não quer saber porquê eu e Freddie sumimos em um passe de mágicas? - Perguntou divertida.

–Deixamos isso para depois. Não sabe o quanto eu esperei pelo momento que você reaparecesse. Eu te procurei em todos os lugares de Seattle. Finalmente agora vai poder preencher o vazio do meu coração, sem Spencer.

–Sem Spencer? O que aconteceu? - Só então Carly se deu conta do que havia falado.