POV Doctor

– Eles tentam nos separar, mas eles nunca, nunca vão conseguir! – Rose falou abraçando o meu braço – Você não acha, Doctor?

– Nunca diga nunca. – eu respondi instantaneamente enquanto pressentia que algo terrível viria a acontecer em breve

– Nah... Nós sempre ficaremos bem, eu e você. Você não acha, Doctor?

– Há algo no ar. Uma tempestade se aproximando.

Sem parar muito para pensar, me inclinei na direção dela e a beijei.

Eu realmente não deveria me envolver romanticamente com uma das minhas acompanhantes. Isso era errado, muito errado. Mas eu simplesmente não conseguia evitar com Rose. Só o pensamento de perde-la me assustava, e eu sabia que isso iria acontecer um dia.

– Ei... Eu não vou a lugar nenhum. Prometo. – ela falou colocando a mão no meu rosto depois de separar o beijo

– Você vai um dia...

– Em nenhum momento próximo. Eu falei para sempre, não falei? Você está preso comigo, Timelord. – ela falou e meu deu aquele sorriso que eu tanto gostava

– Preso com você... Não é tão ruim. – falei me recordando da conversa que nós tivemos quando enfrentamos o que quer que tenha sido naquele abismo

– É?

– É.

– Cade a Audrey? – ela perguntou de repente

– Acho que ela estava comendo alguma coisa na festa. Nós vamos ficar mais alguns dias, se você não se importar. Eu quero que você veja os jogos.

– Bom... Foi para isso que nós viemos, não foi?

– Sim! Ah... Você vai adorar, Rose! Os americanos vão surpreender a todos no salto a distancia e... – comecei a tagarelar sobre os jogos para ela, aproveitando cada segundo que eu tinha com ela, absorvendo cada expressão, cada comentário, cada sorriso e guardando na memoria

Uma semana depois

– ROOSE! – chamei da sala de controles – Anda looogo! Se vamos ter que ir ver a sua mãe, vamos acabar logo com isso!

– Nós vivemos numa maquina do tempo... – ela falou revirando os olhos, chegando naquela sala redonda e carregando uma grande mochila

– Sim, mas eu quero acabar logo com isso. E eu acho que Jackie saberia se nós enrolássemos. Ela tem uns sentidos especiais...

– O ser mais temido de todo universo, com medo da minha mãe... – ela murmurou, e antes que eu pudesse protestar, Audrey entrou na sala sorrindo, mas parecendo abalada

– Então... Vamos? – ela perguntou

– Vamos! – concordei e comecei a estabelecer a rota

Pousei a TARDIS um pouco afastada do Powell Estate, então nós tivemos que ir andando até chegar no apartamento de Jackie.

Quando entramos no apartamento, a Tyler mãe nos cumprimentou e... Argh... E até me beijou! Argh...

– Tenho muita roupa para lavar! – Rose falou alegremente – E eu te trouxe isso. É de um mercado em um asteroide. É feito de bezoolium. Quando ficar frio, significa que vai chover. Quando ficar quente, significa que vai ficar ensolarado. Você pode usar para prever o tempo!

– Eu tenho uma surpresa para você! – Jackie falou sorrindo

– Ótimo... Eu trago o bezoolium para ela, e ela nem diz obrigada.

– Advinha quem está vindo nos visitar? – a mãe de Rose falou animada – Você está bem na hora! Ele vai estar aqui daqui a pouco. Quem você acha que é?

– Eu odeio adivinhações. Apenas me diga. – Rose falou revirando os olhos

Meus olhos passaram por Audrey por um segundo, mas voltaram para ela quando vi sua expressão preocupada.

Não. Era mais do que preocupação. Ela estava aterrorizada.

– É o seu avô. O seu avô Prentice. Ele está a caminho. A qualquer momento! Vou preparar o chá! – ela falou feliz e saiu para a cozinha

Olhei para Rose, que estava com uma expressão... Estranha. Olhava fixamente para o lugar por onde sua mãe tinha saído.

– Rose? – chamei e ela não me olhou – Rose o que foi?

– Avô Prentice. – ela falou e me olhou – É o pai dela. Mas ele morreu há 10 anos atrás.

Os três se olharam preocupados.

– Audrey? – perguntei, pedindo a opinião dela

– Pergunte para Jackie. – foi tudo o que ela disse

Rose não pensou duas vezes, se dirigiu a cozinha e perguntou para Jackie cautelosamente:

– Mãe? O que você falou sobre o vovô...

– A qualquer segundo!

– Mas... Ele se foi. O coração não aguentou. – Rose falou devagar, coloquei meu braço ao redor do corpo dela

– Sim, eu sei.

– Então como ele voltou?

– Por que você não pergunta para ele? Aqui vem ele!

Então uma figura de aspecto humano apareceu. Era branca, levemente borrada.

Aumentei o meu aperto no corpo de Rose quando vi aquelas figuras.

– Aqui estamos, então. Pai, diga olá para Rose, ela não está grande? – Jackie falou alegremente para a figura

– Rose, venha. – falei baixinho para ela e a puxei para fora do apartamento, Audrey logo atrás de nós – Eles estão em todo o lugar!

– Doctor, cuidado! – falou Audrey enquanto um “dos fantasmas atravessava por mim. Ignorei-o.

– Eles não tem muito tempo. O horário deles de meio dia só dura alguns minutos. Eles já vão desaparecer.

– Horário? Desde quando fantasmas tem horários? O que está acontecendo?!

– Oh, ele não fica feliz quando eu sei mais do que ele, não é? – Jackie zombou

– Ninguém está correndo, ou gritando, ou... – falei ignorando ela

– Por que deveríamos? Aqui vamos nós. Acabou o turno deles. – ela falou e os fantasmas desapareceram

Olhei ao redor confusamente, Rose me acompanhou. Audrey, porém, ficou parada olhando para mim fixamente.

Algo estava muito errado.

Voltei para o apartamento e as três me seguiram apressadas.

Tirei meu casaco e sentei no sofá para assistir a televisão, mudando de canais rapidamente.

– Está por todo o mundo. – eu falei enquanto aparecia um fantasma em uma novela – Quando isso começou?

– Bem, em primeiro lugar, Peggy ouviu um barulho no porão. Então ela desceu as escadas e...

– Não, eu quero dizer no mundo. – falei impaciente e revirei os olhos

– Oh! Foi há dois meses atrás. Não muito tempo depois da sua última visita. – Jackie parou, e olhou preocupada para Rose. Peguei na mão dela. – Bem, ahm... Simplesmente aconteceu. Acordei uma manhã e os fantasmas estavam lá. Nós corremos e gritamos e tudo o mais, o planeta inteiro em pânico. Nenhum sinal de VOCÊ, muito obrigada. Então nós percebemos que nós éramos sortudos...

– O que faz você pensar que é o seu pai, Jackie? – perguntou Audrey

– Eu simplesmente sinto como se fosse ele. Tem o cheiro, de cigarro. Você não sente, Rose?

– Não, mãe. – Rose falou – Eu não sinto nada.

– Você tem que fazer um esforço. Você tem que querer, querida.

– Quanto mais você quer, mais forte fica? – perguntei

– De certa forma, sim.

– Como uma ligação psíquica. Claro que você quer que o seu pai esteja vivo, mas você está desejando ele para existência. Os fantasmas estão usando isso para se colocarem aqui.

– Você está estragando isso. – Jackie resmungou infeliz

– Eu sinto muito, Jackie. – falei sinceramente – Mas não tem cheiro, não tem cigarros. Apenas uma memória.

– Mas se ele não são fantasmas, o que são eles, então?

– Eles são humanos! – Jackie insistiu – Você pode ver eles! Eles são humanos!

– Muitas coisas parecem humanas. – falou Audrey gentilmente e eu assenti com a cabeça – Eles nem ao menos tem uma forma definida, são todos borrados.

– Eles estão se pressionando na superfície do mundo. Mas nem sempre a pegada parece com a bota. – concordei – Rose, me faça um favor, veja se você consegue achar alguma informação real sobre esses fantasmas. Audrey, venha comigo.

– O que vocês vão fazer? – Rose perguntou

– Voltar para a TARDIS, ver se consigo rastrear a fonte desses fantasmas. Me encontra lá em... 20 minutos?

– Certo. – ela falou, dei um beijo rápido nela, para indignação de Jackie, que ficou surpresa demais para dizer qualquer coisa – Venha. – falei para Audrey e nós saímos em direção a TARDIS

Tinha algo muito errado acontecendo.