My Good Ghost escrita por Bruna B


Capítulo 6
Friendship?


Notas iniciais do capítulo

Gente!!!
Tudo bem com vocês, meu lindos?
Eu demorei, eu sei, mas eu tenho uma razão para isso: eu estou em MG!
Mas esse não é o problema principal. Estou na casa da minha avó, e aqui não tem internet! hehe
Então, eu tenho que ir na casa da minha tia para conseguir mexer na internet.
Não me matem!



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Estávamos todos reunidos na mesa - minha querida mãe, meu estimado pai e meu amados quatro irmãos -, tomando café da manhã como uma família feliz. Até Ryan estava na mesa, mas é claro que só eu podia vê-lo.

Até aquele momento eu estava agindo como uma lady, afinal, ninguém podia suspeitar que eu tinha ido a uma festa na madrugada anterior. E que eu tinha praticamente fugido de casa para realizar tal feito. Isso seria muito para meus pais digerirem. Quero dizer, eles quase tiveram um ataque cardíaco quando viram que eu tinha pintado uma mecha do meu cabelo de azul e outra de verde (que eu usava desde então).

Aquele dia tinha sido realmente terrível, e poderia acontecer de novo.

– Como conseguiu machucar o pé, Meg? - Michael me perguntou, comendo uma garfada de bolo de chocolate.

– Escorreguei no banho hoje cedo.

– Mais tarde vou te levar a um médico. Temos que dar uma olhada nisso - mau pai disse, abrindo o jornal sobre a mesa.

– O.k - eu dei de ombros.

– Megan - James pigarreou, tentando ser casual (sem sucesso) depois de tomar um gole do suco de laranja -, quem era o cara que dormiu com você ontem à noite?

Vou descrever as reações da família: meu pai engasgou com o bacon; minha mãe arregalou os olhos; Michael engasgou com o bolo; Cristian cuspiu farelos de biscoito; Tony não entendeu nada (qual é, o garoto tem cinco anos) e continuou comendo; e eu soltei a colher que estava cheia de sucrilhos e leite. Ryan abriu a boca e gritou um palavrão bem alto. Sorte que só eu ouvi.

– O quê?! - eu gritei.

– Não tente negar. Eu ouvi passos na escada, você rindo, ouvi o barulho do seu chuveiro e você conversando com alguém lá no seu quarto. Qual a sua desculpa?

– Não te devo explicações. Você acha que eu iria dormir com alguém? Olha para mim, James! - eu coloquei as mãos na cintura.

– Não estou brincando! - ele gritou. - É verdade!

Meu pai mandou ele calar a boca e eu mostrei a língua.

Ryan me olhou com um sorriso e me chamou de "a maioral". Agradeci com um aceno de cabeça quase imperceptível para os meros mortais da minha família e sorri.

...

Depois de passar no hospital e colocar uma bota ortopédica estranha, pude ficar sozinha no meu quarto. Bem, não realmente sozinha, já que Ryan apareceu logo depois.

Ele ia falar alguma coisa, mas o meu celular começou a tocar. Pedi para ele esperar um pouco e olhei o visor. Esse pequeno gesto fez meu coração dar um salto mortal no meu peito. Craig realmente tinha me ligado.

Achei que ele me ligaria para marcar um encontro ou coisa assim, mas ele só me pediu para ir acalmar a Morgan. Steve, o namorado dela, tinha a traído na própria festa, e ela estava trancada no quarto ouvindo músicas tristes e chorando. Falei que chegaria lá em uma hora.

Quando desliguei, corri até o armário. Tinha que achar uma roupa que dissesse: "Olhe para mim! Eu não sou uma garotinha, muito menos uma mendiga!".

– Você vai sair? - Ryan perguntou.

– Vou. A Morgan está entrando em um ciclo de depressão, e eu preciso impedir que isso aconteça antes que ela volte a ser emo.

Finalmente achei a roupa perfeita. Peguei o cabide e corri até o banheiro. Deixei a porta entreaberta para podermos conversar enquanto me trocava.

– Quem é Craig? - ele perguntou. Sua voz estava próxima do banheiro.

– É um carinha que eu fiquei na festa ontem. Ele é primo da Morgan - eu disse colocando a calça jeans.

– Você ficou com alguém na festa da Morgan? - ele disse, e eu pude ver sua mão na maçaneta. Nesse momento eu colocava a blusa.

Quando ele entrou, eu pedi ajuda para fechar o zíper de trás da blusa. Ele ficou com vergonha no começo, mas resolveu me ajudar.

– Pimpolha, eu conheci esse Craig. Estudamos juntos por três anos no inglês avançado. Ele era insuportável...

– Ele pode ter mudado, certo? - eu me levantei e abri o armário em cima da pia, pegando minhas maquiagens - Qual é, Ryan, não estamos apaixonados ou coisas assim. Só estamos... curtindo um pouco. Isso não é fora da lei, é?

– Não, não é fora da lei. Só acho que...

– Ryan - eu o cortei no meio da frase, passando o lápis de olho -, eu tenho que aproveitar isso, sabe? Eu não sou nenhuma Miss Sedução ou Miss Simpatia, e o Craig... Acho que ele conseguiu ver o que tem dentro de mim, no meu coração. Ninguém conseguiu ver isso durante os dezessete anos da minha vida. Eu quero isso.

– Megan, você é...

- Olha, tudo bem - eu acrescentei -, você teve uma vida diferente da que eu estou tendo agora. Quero dizer, você sempre teve as mocinhas caindo aos seus pés. Sua vida sempre foi cheia de encontros, cartõezinhos com corações rosa e arco-íris. E eu sempre te dei conselhos sobre como impressionar as garotas. É a primeira vez que eu estou sentindo uma coisa diferente. Sempre que eu tinha uma paixonitezinha por algum garoto, nunca fui compreendida. Você não sabe como é gostar de alguém e não ser compreendido.

- Talvez eu saiba... - acho que ele disse mais para os sapatos do que para mim.

As feições dele amoleceram e as bochechas rosaram (e achei estranho, considerando que a pele dele era branca como a lua antes dele morrer, e ainda com esse negócio todo de ele virar virar um fantasma e tal).

Foi aí que eu percebi. " Oh meu Deus. Ele gosta de uma garota mas está morto!", eu pensei. Uma onda de pena invadiu o meu coração, o que me fez ir até ele e o abraçar.

- Quem é? A Katie?

- Não. Não é a Katie.

- A Camile da aula de computação? A Melina do inglês avançado, talvez?

Eu fiz essas perguntas me baseando nas garotas que mais suspiravam quando ele passava ou sempre arranjavam um jeito de falar e encostar nele. Qual é, meu melhor amigo era um gato!

- Não. Nenhuma das duas.

- Então que é ela? - eu o soltei e o encarei.

- Deixa para lá, o.k? Isso não importa mais, afinal, eu morri - ele abaixou o olhar.

- Por quê? Ela tem namorado?

- Mais ou menos...

Não sei exatamente quando a minha ficha caiu. Não sei se foi no momento que ele disse mais ou menos ou se foi quando ele lançou aquele olhar para mim. Era o olhar mais solitário e amargurado que eu já tinha visto.

- Floquinho de Neve, somos amigos desde nossos três anos. Você é o meu melhor amigo do mundo inteiro. Eu... eu só... - eu gaguejei, perdendo minha respiração aos poucos.

Ele expirou longamente e se encostou na parede fria do banheiro.

- Eu amo você Ryan, mas não desse jeito... - eu sussurrei.

- Tudo bem - ele expirou longamente de novo -, saber que você está gostando do Craig me deixou realmente mal, mas se eu não contasse, bem...

- Nunca pensei em você desse jeito, não de jeito que eu penso no Craig.

Ele desencostou da parede e endireitou a postura, o deixando mais alto.

- Sabe - ele continuou, sua voz não estava amargurada como antes -, eu não posso te culpar, afinal, você me viu com a língua inchada quando eu comi nozes no sétimo ano. Lembra que eu não conseguia falar e todo mundo ficava longe de mim, com medo da minha linguá explodir?

Eu respirei aliviada, afinal, o clima ficou mias leve entre nós.

- É, eu fui a única a chegar perto de você por cinco dias, até sua língua desinchar - um sorriso escapou dos meus lábios. Dei um soquinho leve em seu ombro. - Isso não vai atrapalhar a nossa amizade, vai? Voc~e é o meu Floquinho de Neve. Eu só não consigo imaginar...

- Está tudo bem - ele disse, finalmente me olhando -, eu juro. Mas agora não temos mais segredos, certo? Talvez... - ele acrescentou - talvez eu só esteja sentindo uma paixonitezinha, ou eu tenha ficado com ciúmes do Craig, afinal, somos amigos desde os nossos três anos. O mundo não vai acabar, Pimpolha. Sério.

Naquele momento, eu achei aquilo fofo na verdade. Quero dizer, ele era o meu melhor amigo e queria me proteger de um futuro trauma. Eu nunca tinha namorado, então, ele só queria me proteger de um rompimento, entende?

- Então... estamos numa boa, não é? - eu disse, aliviada.

- Estamos numa boa. Sério - o sorriso dele estava mais natural.

- Vou indo, o.k?

- Tudo bem. Tchau.

- Tchau, Ryan.

Estava atrasada para o meu encontro com o Craig. Na verdade, não seria um encontro de verdade, já que eu teria que ficar acalmando a minha amiga enquanto ela chorava às pitangas.

Passei o batom e manquei até o meu quarto, peguei minha bolsa e fui até a porta. Chamei o Cris e ele me ajudou a descer eas escadas e esperar um táxi.


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Notas finais do capítulo

E aí???
Véi, eu estou morrendo de dó do Ryan...
E vocês???
Beijos
o/