Nárnia Além Da Vida Parte II escrita por Pevensie


Capítulo 18
A Queda da Feiticeira Parte II


Notas iniciais do capítulo

Aí galera, mais um capítulo, comentem se for possível. Amanhã tem mais um.



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– Edmundo! - gritou Pedro em cima de seu lindo unicórnio branco, com sua espada estendida para o alto.

– Pedro o que está fazendo aqui? - perguntou Edmundo assustado – Como entrou?

– Acabou Edmundo! - interrompeu Jadis.

Jadis mais uma vez virou-se para Edmundo e quando ia golpeá-lo, Pedro saltou de sua montaria e jogou a espada de Jadis longe, com sua bela espada que reluzia à luz do fraco sol.

– Ainda não acabou Jadis. Pelo menos, não para o Edmundo.

Amedrontada pela aparente fúria de Pedro, Jadis correu sorrateiramente até onde estava sua espada, se Pedro quisesse impedí-la, ele poderia, mas o rei queria acabar de forma justa o que eles começaram em Beruna.

– Pegue sua espada, porque precisamos continuar o que começamos há vários anos atrás.

– Quer ser derrotado novamente meu rei?

– Ah minha querida rainha Jadis, acho que não fui eu quem perdeu aquela batalha. - Disse Pedro em tom irônico. Jadis ficou um pouco temerosa, pois Pedro não era mais um menino, mas sim um grande e forte homem.

– Para tudo há uma primeira vez. E saiba que meu exército é mais forte que o seu.

– Haha se isso fosse verdade, aqueles soldados não estariam sendo dominados por um garoto de 19 anos e um grifo.

– Maldito. - gritou antes de partir para cima do rei. No inicio até que Pedro estava conduzindo bem a situação, mas Jadis estava mais poderosa que nunca, e suas habilidades com a espada só aumentaram.

– Pedro me solta primeiro! - bradou Edmundo.

– Não dá Ed, não vê que estou ocupado?

– Pedro ela está mais forte, me solte ou morreremos os três, Você, Benjamim e eu. - Pedro tropeçou e por um instante pensou que a batalha estava perdida. Mas montando com grande destreza e habilidade em seu fiel unicórnio, Pedro contornou a situação, o cavalo se empinou de forma heróica e aos comandos de Pedro o unicórnio cravou seu corno no coração frio da feiticeira.

Pedro com sua espada destruiu as correntes que aprisionavam Edmundo, e abraçou o irmão com grande devoção.

– Mais uma vez meu irmão, mais uma vez você me salvou.

– Eu devia isso à você. Muito obrigado por ter me dado a Lilian de volta. Você deveria ter pedido ajuda Edmundo. - disse Pedro com a voz embargada e trêmula.

– Eu não queria preocupar mais ninguém.

– Eu não aguentaria perder mais ninguém meu irmão. Eu não vou perder mais ninguém. Não podemos abaixar a cabeça Edmundo.

– Ela está morta? - perguntou Edmundo ainda tremendo.

– Sim está – disse Pedro com a expressão sombria – e infelizmente meu unicórnio morreu junto. - disse Pedro fitando seu cavalo completamente congelado cravado ao coração de Jadis.

...

Benjamim terminou seu trabalho muito bem, deteu sete soldados e quatro lobos que rodeavam o castelo. O rapaz era muito silencioso e cuidadoso, para ele foi mais fácil do que descascar uma uma laranja. Mas mesmo assim era melhor se prevenir, mas antes ele queria, precisava ver sua mãe, mesmo que fosse arriscado. Com muito cuidado Benjamim adentrou o castelo e reconheceu o perfume de sua mãe em uma de suas amplas varandas, Susana balançava uma xícara de chá enquanto olhava para o nada, quando sentiu seu coração acelerar. Virou-se para trás e viu seu filho lhe admirando secretamente.

– Benjamim. - Foi a única coisa que Susana conseguiu dizer.

– Mamãe. - disse indo abraçar Susana. - Eu senti tanta falta do teu cheiro, do teu carinho.

– Meu filho eu não sei se sorrio eu se choro.

– Você já chorou o suficiente mãe, você e todos.

– O seu pai, e sua irmã? Como ela está? - perguntou preocupada.

– O pai já a perdoou mãe. A Anna está muito melhor, muito bem.

– Não deixe nada acontecer com ela filho. Não me importo se alguma coisa acontecer comigo, mas vocês...

– Não diz isso mãe. Tudo vai ficar bem, nós vamos passar por cima de tudo isso.

– Diga para o Caspian... me esquecer – foi difícil para Susana dizer isso. - Talvez assim Rabadash os deixe em paz.

– Não mãe, não desista, eu posso ter dois pais, maravilhosos, mas mãe eu só tenho uma e se depender do meu pai será sempre assim. Seja forte.

– Eu estou sendo, muito mais do que eu poderia imaginar.

– Mas porque o Edmundo veio para cá?

– Está tudo bem mãe. Tudo bem. Eu te amo. - disse abraçando Susana mais uma vez. Rabadash ouviu que alguém conversava com Susana na varanda e foi ver. Benjamim estava de frente para Susana e de costas para Rabadash, que sacava a espada e desejava ferir o rapaz. Porém ao ver os olhos suplicantes de Susana, Rabadash recuou e desistiu.

– O que ele está fazendo aqui? - perguntou sério, assustando Benjamim, que logo sacou a espada também.

– Não filho, não faça nada.- Susana o segurou.

– Mas mãe, é minha chance de matar esse ordinário.

– É melhor que seu filho saia daqui Susana, antes que eu me arrependa.

– Anda filho sai daqui. - Enquanto Susana se despedia, Rabadash vendo Pedro e Edmudo de longe alertou – Vocês tem cinco minutos para deixar o castelo.

– Obrigada. - Disse Susana agradecida, porém mais fria que a neve.

– Fico feliz por você ter me defendido meu anjo. - disse Rabadash com meio sorriso.

– Eu só estava tentando proteger meu filho. - disse se retirando.

...

– Mãe onde está o pai? - perguntou Edward preocupado, ele sabia que alguma coisa estava acontecendo.

– Ele foi visitar Cornélius. - disse Jill com o coração apertado.

– Não minta pra mim mãe.

– Edward deixe sua mãe sossegada – pediu Eustáquio, que foi ao encontro de Jill à pedido de Edmundo.

– Eu quero ver ela de novo mãe.

– Ela quem Eward? - Perguntou confusa.

– A moça bonita, a Jadis, a minha rainha Jadis.

– Nunca mais repita isso, nunca mais diga o nome daquela desgraçada na minha casa. - Jill estava irada e balançava Edward pelos ombros como uma louca.

– Está ficando louca Jill, não vê o estado do Edward? Está assustando o menino. Vamos para a cozinha, eu preparei um chá para você .

– O que foi que ele te disse Eustáquio?

– Ele me pediu para cuidar de vocês.

– Só isso? O que o Edmundo vai fazer?

– Eu não sei. - Mentiu Eustáquio.

– Você não me engana Eustáquio, foi o último a falar com ele.

– Tudo bem, ele foi atrás da Jadis como te disse, mas eu avisei ao Pedro.

– De quem estão falando? - perguntou Edmundo sorridente e radiante.

– Edmundo! - Jill Polle foi correndo abraçá-lo. - Você está bem meu amor?

– Sim carinho, estou bem, não está vendo? - deu um rápido beijo tranquilizando-a

– E aí Edmundo resolveu alguma coisa? Sabe como curar o Edward? - As perguntas de Eustáquio fizeram Edmundo voltar a seriedade.

– A única pessoa que poderia me dizer, está morta. - disse dando um beijo nos cabelos da mulher.

...

– Posso saber por que está me seguindo? - perguntou Liliana incomodada com a presença do atraente Victor.

– Posso saber o seu nome?

– Não! - respondeu em um tom grosseiro.

– Sabe o que eu adoro em você? - disse Victor como uma criança levada.

– Não e não me interessa.

– Esse seu jeito, que te faz ser a garota mais bonita que eu já vi. - Liliana riu tensa, e se encostou em uma árvore.

– Eu já tenho muitos problemas para ficar ouvindo piadas. Vai me dizer o que? Que eu tenho que mudar meu cabelo, minhas roupas, meu jeito...

– Você não tem que mudar nada – disse Victor sério pela primeira vez– Se mudar, não vai ser tão linda quanto já é.

– E realmente me acha bonita? - perguntou um pouco desinteressada.

– Olha guria, eu não sei onde eu estou, mas isso não importa, porque mesmo que eu percorra o mundo inteiro, eu nunca vou encontrar uma mulher tão bonita como você. - falou Victor colocando uma mecha do cabelo de Liliana atrás. Victor realmente impressionou Liliana, ele parecia ser bem bobo e brincalhão, mas dava pra ver que estava falando sério, e o fato de ele tê-la chamado-a de mulher, mexeu bastante com a moça, mas Liliana afastou tais pensamentos de sua cabeça alegando para si mesma que deveria ser fiel à Alvaro, mesmo que não houvesse motivos.

– Me solta, meu namorado não vai gostar de ver isso. - disse Lili ameaçando ir embora.

– Namorado?! - perguntou Victor perplexo segurando Lili pelo braço.

– Por que ficou com essa cara? Não acredita que eu namore? Você não disse que eu era bonita e tal.

– Não, não é isso... é que eu não esperava, eu pensei que você fosse...

– Que eu fosse o que?

– Não sei... nada, me desculpe.

– Me chamo Liliana Pevensie de Ramandú. A estrela.

– Sou Victor Moore. O cara que está perdido em uma era, digamos que medieval – disse rindo.

– Me explica como veio e te explico onde estamos. - disse seca.

...

Rabadash fazia questão de que Susana estivesse em todos os lugares em que ele estivesse. No salão principal estavam os dois, Tirza, André, Alvaro, Manhoso e os anões, quando Emeth veio lhes dar as notícias.

– Tenho péssimas notícias meus amos. - disse olhando para Rabadash, e as poucas palavras de Emeth fizeram Susana e Alvaro vibrarem por dentro.

– Fala logo do que se trata. - respondeu Rabadash que estava ficando tenso e preocupado.

– É que... bom, não sei como explicar.

– Explique-se de uma vez homem. - Reclamou o macaco Manhoso.

– Mas se é tão importante, onde estão Miraz, Jadis e Maugrim? - perguntou Tirza.

– Eles... bom o saudoso chefe de polícia Maugrim, e a grande rainha e feiticeira de Nárnia, a Jadis, estão mortos. - falou de uma vez, deixando todos chocados.

Susana havia ficado muito surpresa com a notícia, todos ficaram espantados, mas ninguém ficou tanto quanto Rabadash. Ele olhou para Susana e percebeu a alegria de sua gmulherh. Rabadash já tinha uma ideia de quem poderia ter matado Jadis.

– E Miraz? - dizia ainda atordoado, sem acreditar.

– O encontramos muito ferido, não sabemos quem o atacou. Mas ele vai se recuperar, já está nas dependências do castelo.

– O que faremos Rabadash? - perguntou André.

– Vamos mostrar à eles para que viemos. E os culpados, ah eles vão pagar muito caro.

– E quem são os culpados? - continuou André. Emeth olhou para Susana e disse: - O castelo deve ter sido invadido, ainda não sabemos por quem, e Maugrim, morreu pelas mãos do príncipe Carlos Caspian. - Foi o bastante para o coração de Susana congelar ao ver que todos a fitavam furiosamente, tirando Alvaro.

– Como eu disse, todos os culpados serão punidos. E cobraremos a dívida hoje mesmo. - Todos se retiraram do salão e Susana tentou interceder.

Rabadash ia se retirar também, quando Susana o segurou, impedindo sua saída.

– Espere Rabadash!

– O que você quer? - perguntou aparentemente irritado.

– Por favor. Se você me ama, não faça nada contra meu filho.

– E seus irmão não é mesmo? - disse sarcástico.

– Não faça nada, se você me ama... eu te peço. - Rabadash a segurou pelo braço.

– Agora você quer que eu te prove meu amor? Deveria ter sido mais amável antes.

– Se você quiser eu posso mudar. Eu juro. - pediu com lágrimas.

– Amorzinho assim você vai acabar me comovendo.

– Deixe minha família em paz Rabadash, você já me tem aqui com você, o que mais quer?

– Tente me convencer. - Por mais simples que fosse, para Susana era um martírio. Um beijo, foi o que Rabadash exigiu para pensar no pedido de Susana. Mas por seu filho, conseguiu enlouquecer o tisroc, mesmo que para ela esse tivesse sido o beijo mais nojento de sua vida.

– Tudo bem minha deusa, façamos o seguinte, mesmo que você nunca chegue a sentir nada por mim, também não poderá sentir por seu marido.

– Como assim? - perguntou triste e confusa.

– Caspian deverá acreditar que você me ama. Você precisa convencê-lo de que me ama, e quer ficar comigo. Estou pensando até em arrumar uma esposa para ele.

Susana ficou enojada com a proposta de Rabadash, Caspian a odiaria, e seria muito duro ter que terminar com seu amor definitivamente. E só em pensar que Rabadash pretendia arrumar uma esposa para Caspian, seu coração doía, mas tudo isso era necessário, por Carlos, Benjamim, Pedro e Edmundo, os homens de sua vida.

...

– Posso saber aonde vai? - disse Rabadash áspero.

– Eu preciso falar com a Anna. - respondeu decidido.

– Você anda saindo muito ultimamente. Tem certeza que é isso mesmo?

– É que tenho tentado falar com ela.

– Deveria saber que não é prudente sair do castelo, ainda mais você que não sabe lutar.

– É o único jeito. Eu preciso pedir perdão.

– Você realmente está interessado nessa moça? - perguntou coçando o queixo.

– Eu a amo pai. E estou disposta a enfrentar toda a família dela se for preciso.

– Você não precisa enfrentar a família dela, mas a fúria dela.

– É isso que mais temo! - disse pensativo e preocupado.

– Eu vou arrumar um jeito de trazê-la aqui.

– Como?

...

– Anna eu posso falar com você? - perguntou Tumnus.

– Claro vovô. Entra. - disse em seu quarto.

– Você não me engana meu anjo, pode se fazer de forte, mas sei que não está bem. - disse puxando uma cadeira para se sentar. Anna deu um longo suspiro.

– Eu já estou melhor vovô, se você se refere aquele... aquele moço.

– Eu acho que não meu amor...

– Já disse que estou bem vovô! - disse perdendo a paciência e com muita grosseria.

– Me desculpa, eu não deveria ter tocado nesse assunto. Mas você precisa conversar com ele.

– Eu não quero vê-lo nunca mais. E se o ver, jamais voltaria a falar com ele. Ninguém liga para a minha fama, porque todos estão com problemas, mas espere isso passar e aí sim saberei o que é sofrer de vergonha.

– Anna! - interrompeu Caspian com uma cara espantada, parado na porta.

– O que foi pai? - perguntou preocupada. - Aconteceu alguma coisa.

– Sua mãe – disse parecendo perder as forças – Ela quer te ver. Quer que você vá no castelo se encontrar com ela.

– Comigo? - perguntou Anna feliz e emocionada. Todos se olharam surpresos. - Será que Rabadash permitirá que eu a visite? - Caspian estava esperançoso.

– Perdão Caspian, mas acho melhor não se iludir. E é melhor que Anna vá logo, e aproveite bastante minha neta.

– É você tem razão – disse Caspian desanimado e de volta a realidade.

– Você que eu diga alguma coisa à ela pai?

– Peça pra ela voltar pra mim. - disse com um sorriso nervoso.

...

Anna foi na companhia do anão de Jadis, e quando chegou, lhe disseram para esperar sua mãe no quarto que supostamente seria dela. Susana na verdade nem sabia que sua filha estava no castelo, Rabadash poderia se vingar agora, mas ele deixaria isso para depois. A jovem ficou admirada com a de arranjos de flores que haviam no quarto e com a bela vista da varanda. Anna acariciava uma rosa amarela, quando a porta se fechou atrás de si.

– Mamãe... - disse virando-se animada e entusiasmada, mas quando viu de quem se travava, seu rosto mudou de doce para fechado, tenebroso e sombrio.

– Tudo bem Anna? - Alvaro não sabia por onde começar.

– O que você está fazendo aqui? - perguntou com o olhar duro.

– Precisamos conversar.

– Eu não tenho nada para falar com você. - Disse indo direto à porta para sair do quarto, quando constatou que a porta estava trancada. - Por que você fez isso? - perguntou tentando manter a calma.

– Era a única maneira de falar com você. - disse sereno.

– Me refiro a porta... - dizia tentando abrí-la quando se deu conta. - Então quer dizer que tudo isso foi uma armação? - disse olhando-o incrédula.

– Foi o meu pai. E eu tive que concordar princesa.

– Sempre me enganando Alvaro. Como você é nojento.

– Eu preciso te pedir perdão Anna, essa culpa está me matando por dentro. - disse com a voz trêmula, temendo não conseguir convencer a princesa.

– Está te matando? Saiba que eu já morri há muito tempo. Eu duvido que você se arrependa de verdade.

– Eu não queria ter feito aquilo com você. Eu me apaixonei de verdade, confesso que no começo tudo foi um jogo.

– O que você fez não tem perdão, e nem explicação. - balançou a cabeça inconformada.

– Você precisa entender, deixa eu, ah eu não sei o que dizer. disse secando o rosto molhado de lágrimas.

– Porque não tem nada a ser dito Alvaro, o que você fez já está feito.

– Volta pra mim Anna, eu te amo demais, eu juro que estou arrependido.

– Mesmo se tudo isso fosse verdade, o dano é irreparável Alvaro. Ai eu não quero mais falar disso. - disse tentando conter o choro.

– Olha pra mim Anna. Tudo o que eu fiz foi pelo meu pai, ele já sofreu demais.

– Sofrimento? Seu pai sabe o que é sofrimento? Ele acabou com nossas vidas, está destroçando esse mundo inteiro, e você quer que eu tenha pena dele?

– Meu pai ama a sua mãe mais do que tudo nessa vida, ele sempre a amou, mas ela nunca quis saber dele. Eu sei o que é sofrimento Anna, fiquei anos preso, por culpa da sua... dessa obsessão do meu pai pela sua mãe. Ele matou minha mãe de crueldade, e me odeia por não ser filho de Susana.

– E por isso você resolveu destruir minha vida? Por causa desse miserável que também acabou com a sua? Eu não merecia isso. Você fingiu que me amava, me conquistou, me seduziu, tirou a minha honra, e depois me humilhou na frente de todos. Meu pai sim, ele soube o foi sofrer, humilhação e vergonha e tudo isso na frente de todos. Não bastou ter levado minha mãe, tinham que acabar comigo também. E... e agora eu não tenho nem mais vontade de sair, eu sinto tanta vergonha que se pudesse me matava.

– Não diz isso Anna, nós vamos ser muito felizes juntos. - Anna sorriu não acreditando no que ouvia.

– Você é muito cínico mesmo, não é Alvaro?

– Nós nos amamos e você sabe que isso não é nenhuma mentira. Case-se comigo e eu prometo que sua mãe será livre novamente.

– Está tão arrependido que quer me chantagiar? Você realmente não presta.

– Quando... eu fiz aquilo, eu sentia muita raiva da sua mãe, por causa do amor que meu pai sentia por ela, a minha mãe que era uma mulher tão boa, acabou morrendo. E eu fiquei preso porque não sabia pintar o rosto de Susana como meu pai descrevera, e mesmo que eu a tivesse visto, eu não era um pintor, e apesar de vários artistas se oferecerem, meu pai queria que eu o fizesse. Até que um dia, ele me mandou para uma guerra, me mandou para morte. Eu queria conquistá-lo, sabia o quanto tudo isso significava para ele, eu não estava me importando se os outros iam sofrer, eu só me importava com meu sofrimento, queria que meu pai se orgulhasse de mim. E apesar de tudo sempre servi a Tash, depois de meu pai, ele era a minha obsessão, por isso entrei nesse jogo sujo, sempre fui visto como elo fraco da família.

– Você mereceu tudo isso Alvaro! Você e toda a sua linhagem imunda merecia sofrer.

– Não diz isso Anna, eu só era um garoto, nunca tive amigos e nem o afeto de ninguém, deixei que a raiva e o rancor crescessem em meu coração. Eu sei que sou culpado, e nada justifica tudo o que fiz.

– Você passou sua vida inteira odiando a pessoa errada. Minha mãe não era culpada pela doença de seu pai e nem pelas coisas que ele fez à você. Eu vejo que o seu pai é um mostro Alvaro, muito mais nojento que esse Tash, mas o pior monstro de todos é você, e eu quero que você sofra por tudo o que minha família está sofrendo. Eu te odeio Alvaro, e esse ódio é muito maior do que todo o amor que eu senti por você, e saiba que eu te amei muito.

Alvaro ficou arrasado com tudo o que ouvira, no fundo ele sabia que não conquistaria o perdão de Anna assim tão fácil, mas pela reação e suas palavras, ele estava convencido de que ela nunca o perdoaria. Anna queria sair dali o mais rápido possível, mas quando passava pelo corredor, alguém lhe puxou por trás tapando-lhe a boca.


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Notas finais do capítulo

Beijos galera.