Nárnia Além Da Vida Parte II escrita por Pevensie


Capítulo 10
Sentimentos parte I


Notas iniciais do capítulo

Confiram o video oficial da fic, que contém os personagens: http://www.youtube.com/watch?v=Ui4VJ4C31JI

Desculpem pela demora,mas acho que não adianta escrever sem inspiração. Perdoem também a demora de Rabadash, eu pensava que ele chegaria no terceiro capítulo, mas depois de Sentimentos parte II, ele aparece de vez. Esperarei ansiosamente por comentários, beijos.



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– Não Robert, você não pode me deixar!


Robert ao abrir a porta parou, olhou para trás, e depositou sua aliança em uma mesinha, assim como quando deixou Susana, para o bem dela.




– Adeus Lucy. Se... qualquer coisa me procure. - ele se virou para abrir a porta novamente, e Lúcia, Roberta e Lúcio puderam ver que ele estava chorando. Lúcio deu dois passos para frente, e Robert parou achando que seu filho o pediria para ficar – Saibam que uma palavra pode mudar tudo – respondeu o pai da família, querendo ficar.



– Adeus majestade. - disse Lúcio sem olhar para o pai

– Não pai! Fica... - pediu a graciosa Roberta desesperada por ver seu pai ir embora, mas Robert se derramou em lágrimas e fechou a porta rapidamente.

Roberta chorou fortemente, Lúcio foi abraçá-la, e nesse instante Lúcia desmaiou. Lúcio e Roberta correram e se achegaram para ajudar a mãe. E a menina, Roberta, que achava que o mundo era uma maravilhava e que só haviam coisas boas nele, viu sua vida virar um inferno.


Robert que já estava bem distante de casa, se encostou em um árvore e começou a chorar em abundancia. Ele amava Lúcia de um jeito surreal, e não sabia para onde ir, ele via que só fazia sua família sofrer, ele achava que Lúcia e Luck mereciam alguém muito melhor na vida deles, e viu que não merecia estar no país de Aslam. O novo rei viu que esse lugar era somente para pessoas de corações puros, e alguém que só sabe fazer sua família sofrer não é digno de um lugar como este. Depois de pensar um bom tempo para onde iria, resolveu ir para a casa de seus sogros. Era melhor assim, pois não queria dar problemas para Susana e Caspian, e também não queria que em Caspian crescesse o mesmo sentimento que cresceu em sua mulher. Era vergonhoso ir justamente para casa dos pais da mulher que ele abandonara, mas sabia que Joseph e Helen gostavam dele como se fosse um filho, mas o verdadeiro plano de Robert era, depois se despedir de Benjamim, Robert e Lúcio, quando este último ficasse mais calmo, atravessar o oceano que se encontra com o céu e ir para o seu verdadeiro mundo.








Lúcio com a ajuda de sua irmã, colocou sua mãe na cama, e quando Roberta saiu para ir atrás do pai, ele então, pôde chorar e refletir.







– Você precisa reagir mãe. - disse pegando a mão de Lúcia e beijando-a em seguida. - A vontade dele ele fazer o mesmo que sua irmã, ir atrás do pai, abraçá-lo e pedir para que ele ficasse. Mas o orgulho era muito grande, e ele tinha pura convicção de que seu pai traía sua mãe com sua tia. Lúcio lembrou de como era sua família antes: seus pais eram muito, completamente apaixonados, pareciam dois românticos bobos, e ele e Roberta zombavam disso. Mas de repente, em uns dois meses tudo havia mudado, Lúcia parecia não suportar mais Robert, seu pai até que tentava lutar contra isso, mas parece que tudo começou com sua mãe, sim. Com sua mãe. Antes Lúcio não tinha tantos ciúmes de Carlos, e por isso nunca pensou que seu pai pudesse estar traindo sua mãe, e ele também percebeu que essas brigas e a raiva que sentia de Robert, todas as desavenças entre seus pais, só ocorreram depois que ele conheceu Miraz. E quem afinal era esse Miraz? - pensava ele. Um homem desconhecido, que no começo só o bajulava e pediu que guardasse sua amizade em segredo. Por que ele sabia tanto sobre seus pais? e a relação de Bob com Susana? Uma pessoa que nunca aparece em público e pede sigilo de todas as conversas, não parece ser boa coisa. Lúcio percebeu que era melhor se afastar dele, percebeu que Miraz colocou muita coisa em sua cabeça nas longas horas que eles conversavam, Lúcio percebeu que agora só tinha sentimentos ruins dentro de si, e que não era bom sentir essas coisas por seu pai. Lúcio percebeu também o quanto era fechado, nisso seu pai tinha razão, ele não gostava mesmo de estar com os outros, não falava muito com Carlos, Anna, Benjamim, Liliana e nem Roberta que era sua irmã, só se dava bem com Edward, e para falar a verdade ele já estava preocupado com Edward, já não o via há alguns dias. Lúcio pensou bem, e refletindo bastante sobre o assunto, viu que... bom, para falar a verdade não havia provas de que Robert era amante de sua tia, e não tinha sentido ele ser pai de Carlos. Qual era o problema de seu pai ter uma grande amizade com seu primo, já que tinham coisas em comum? Seu meio irmão Benjamim tratava Caspian como um pai, e Robert não tinha ciúmes disso. Sr. Tumnus era pai somente de sua tia Susana, mas também tratava Lúcia com sua filha e Joseph não sentia ciúmes. Lúcio também sabia que sua mãe tinha uma estreita amizade com o rei Tirian, e não via nada de mais nisso, sua mãe tinha tantas amizades e seu pai nunca ficou enciumado. Também tinha Rilian que era praticamente ´´apaixonado´´ pela madrasta Susana, e seu pai Caspian, não o odiou por isso. E outra grande amizade era a de Jill Pole e Eustáquio, mesmo Jill sendo casada a amizade dela e de Eustáquio não foi abalada, e nem Edward e seu tio viam maldade nisso. E Lúcio finalmente chegou a pensar ´´ Será que estou enganado, e fui injusto com meu pai? Será que ajudei a afundar o casamento deles ainda mais?´´ certo ou errado, o garoto só esperava que não fosse tarde demais para uma segunda chance.

Não era um dia de reflexões apenas para Lúcio, mas para Liliana também. Ela estava preocupada... não só com Alvaro, mas com Anna também. O que esse rapaz pretendia? Qual era essa tal missão dele? Quem era essa mulher que mexia com a cabeça de seu pai? Será que ele estava lá para isso, para se vingar de alguém? Se Alvaro pretendia fazer algo ruim Liliana precisava descobrir e rápido, precisava falar com alguém sobre esse misterioso príncipe e a história dele. Talvez seu pai Pedro pudesse descobrir quem ele era e o que realmente queria, mas e se seu pai o matasse? Não, ela não podia colocar a vida de Alvaro em perigo, ela o amava muito e nunca pensou que pudesse sentir isso por alguém, e agora que sentia, mesmo que ele não a amasse ela faria de tudo por ele. Mas antes precisava ter uma séria conversa com um adulto e depois com ele, como seu pai era mais ´´esquentado´´ e preocupado com o povo, era melhor procurar sua mãe.

– Olá Lili – disse dando um beijo na filha.

– Bom dia mãe. Eu estou com problemas, ou melhor, todos poderão estar se eu não contar isso a ninguém...

– O que meu amor? Mas antes de tudo, o que achou de dançar com Emeth? Ele é um rapaz muito bonito, bem jovem e atraente, e acho que te aceitaria já que é um soldado e gosta das mesmas coisas que você.

– Como assim me aceitaria? - perguntou se alterando um pouco. - Ah deixa pra lá. Mãe o que eu tenho que te falar é muito sério, mas não sei como dizer.

– Se trata de que?






– Um rapaz...


– Um garoto? Liliana isso é ótimo, fala.

– É que ele... eu acho... - Não conseguia dizer, e se fizessem mal a ele? Alvaro não tinha culpa das loucuras de seu pai. - Eu estou apaixonada. - soltou de uma vez

– Ah minha filha! - exclamou abraçando e beijando a menina. - Já pensam em casamento?

– Mãe! - disse vermelha como um tomate

– Estou brincando meu amor.

– É o Emeth?

– Não mãe, é um outro rapaz – dizia a garota completamente boba, aff Liliana odiava se sentir assim, boba como sua prima Anna.

– Ah então deve ser um moleque sujinho...

– Não. É um príncipe, o rapaz mais lindo que já vi na vida.

– Um príncipe Lili. Minha filha estou tão orgulhosa de você. Mas Lili você precisa se arrumar mais e...

– Não adianta mãe, ele nunca vai gostar de mim, não do jeito que eu sou. Se eu fosse como a Anna, talvez...

– Pare com isso Lili, você é linda, e tenho certeza que esse príncipe vai te amar.

– Mas ele nem sabe quem eu sou.

– Ele não te conhece? - perguntou Lilian sentando-se na luxuosa rede.

– Sim, bom não realmente.

– Liliana você é uma moça lindíssima, e debaixo dessas armaduras e roupas sujas, existe uma linda princesa, então se quer conquistar esse príncipe precisa liberá-la. Isso não quer dizer que esse rapaz não possa se apaixonar por você, mas se ele é tão especial como você diz, pode aparecer outra.

– Esse é o meu medo, mas não posso me mudar mamãe, não quero me mudar.


Liliana percebeu que nunca conseguiria falar sobre a vingança de Alvaro e do pai dele, pelo menos não com sua mãe e com seu pai, quem sabe alguém sábio, assim como sr. Tumnus. Isso que Liliana fez, foi procurá-lo, mas seu ´´avô´´ já estava ocupado com sua verdadeira neta e Lili resolveu escutar o que eles falavam.



Anna contava para Tumnus que estava completamente apaixonada pelo rapaz que dançou com ela na festa. Liliana estava meio triste por saber disso, e por saber que seu amado estava brincando com os sentimentos de sua prima. Talvez ela devesse contar tudo a Anna, mas sua prima estava cega de amores pelo rapaz, e se não acreditasse em Liliana? E se achasse que sua prima tinha inveja dela? Liliana tinha a esperança de que Alvaro contasse tudo a Anna e terminasse com ela de uma vez, antes que Caspian soubesse de tudo. Tumnus adorava os lugares altos, montanhas eram seus lugares favoritos, e se alguém não soubesse onde encontrá-lo era só procurá-lo lá.

– Minha pequena, acho muito bom que você esteja apaixonada, mas você precisa saber mais sobre esse príncipe, e de onde ele é.






– Vovô o Alvaro quer se casar comigo. - disse sonhando

– Casar com você? Como assim minha querida? Esse rapaz nunca deu as caras, seus pais nem sabem quem ele é, como ele te pediu em casamento tão rapidamente?

– Nós nos amamos muito, e como nas antigas histórias, nos casaremos e seremos felizes para sempre. - disse sorridente. - É brincadeira vovô, eu sei que nada é perfeito, mas eu confio no Alvaro e sei que ele nunca vai me magoar. E você? Nunca se casou e até hoje não tem uma parceira, eu sei que você se encantou pela minha avô, mas nunca se apaixonou de novo?

– Sabe anjo, o amor pode ser uma coisa muito perigosa, é realmente lindo e maravilhoso amar alguém, mas também tem histórias que nunca te contei. Na verdade nunca contei a ninguém, os únicos que sabem é Aslam, as Dríades e eu.





– Sobre o que vovô?


– É uma lenda trágica. Nunca se concretizou, mas essas dríades acreditam que pode se realizar, Aslam também. Na verdade é uma canção, uma canção que só eu além deles, conhece, e aprendi depois que conheci sua avó Helen. Mas não sei cantar.

– Então me conte por favor!

– Acredita-se que quando dois mundos diferentes se cruzam, através do amor de dois jovens, um dos dois pode correr grande risco. Foi por isso que... eu deixei a Helena, por isso que ela voltou para o mundo dela, e por isso que Aslam disse que Susana e Pedro jamais voltariam a Nárnia. Pois queria proteger ela e Caspian. Se sua mãe ficasse, naquela época com certeza ela ou Caspian sofreriam muito mais. Aslam tinha um plano para seus pais, ele sabia que se o amor deles fosse verdadeiro eles esperariam quanto fosse preciso, pois aqui no país de Aslam talvez eles estivessem seguros como estão agora.

– Por favor vovô me conte, quero saber que lenda é essa, que o separou da minha avó, e separou meus pais.

– A lenda diz que uma guerra separou um jovem de um doce amor... Ele teve que tomar frente da guerra e lutar, mas uma lança o atravessou e ele morreu, e jamais voltou. A jovem ficou desesperada ao ver seu amor partir, e diz a lenda que todas as manhas ela conversava com uma velha árvore, e falava sobre seu amor e a grande saudade que culminava seu peito, e todos, todos os dias ela olhava firmemente para o sol e chamava seu amor, mas ele jamais regressou.

– É tão triste essa história. Essa lenda pode ter acontecido de verdade?

– Como eu te disse é apenas uma lenda, mas pode acontecer. Foi por isso que sem dizer nada, Aslam disse que Susana e Pedro não poderiam mais voltar, ele incluiu o Pedro para que Susana não desconfiasse. Ele sabia que se os dois ficassem juntos, essa tragedia certamente aconteceria e aí sim, os dois sofreriam de verdade, Aslam sabia que se contasse para Caspian, ele insistiria para que Susana ficasse prometendo não se envolver em nenhuma guerra, mas Caspian precisaria lutar já que era um rei. Eu fiz o mesmo, deixei sua avó ir, por causa do Pedro, por causa do Joseph, por nossa filha, por ela e eu.

– Vovô como conseguiu deixá-la ir, se a amava tanto.

– Por isso mesmo Anna, quando amamos muito uma pessoa, precisamos deixá-la ir.


Robert depois de caminhar bastante, chegou na tenda dos sogros e sem jeito entrou totalmente arrasado.


– Bob o que foi? Que cara é essa? - perguntou Helen levantando-se da mesa.

– Onde está minha Lucy? - foi a vez de Joseph



– Acabou. Acabou tudo dona Helen... - desabou nos braços da sogra


– Chora meu filho, vai te fazer bem. - disse tentando acalmá-lo



– Como assim acabou Robert? - perguntou Josph com imensa curiosidade – Ela te deixou?


– Não, ao contrário, eu a deixei.

– Por que meu filho, você não ama mais a minha Lucy? - disse Helen acariciando os cabelos do genro. - Sente-se meu querido, e nos conte tudo.

– Eu a amo, mais do que tudo, a Lúcia é tudo pra mim. Ela é que não me ama mais, nossa vida virou um inferno, Lúcio e ela não suportam nem olhar na minha cara. Eu sei que estou errado, que não trato o meu filho como ele merece, mas eu não sei como agir com ele. Se tento ajudá-lo ou se me preocupo com ele, Lúcio sente raiva, acha que estou tratando-o como um semi-inválido. A coitada da Roberta sofre ao ver tudo isso, Lúcia chegou a dizer que... que era mais feliz sem mim.

– Não diga isso Bob, a Lúcia te ama. Ela morria de ciúmes de você e da Susana, como é que o amor dela acabou?

– Esse é o problema, ciúmes. Lúcia de repente ficou com ciúmes de Susana e eu, e nem sei o motivo. Vejo Susana apenas como minha amiga e nada mais. Depois que cheguei aqui, pude realmente conhecer a Lúcia e fiquei apaixonado por ela de verdade, o amor dos meus sonhos, a mulher dos meus sonhos, o casamento dos meus sonhos. Foi tudo tão diferente, tão mágico, tão perfeito. Meu casamento com Susana era frio, sem emoção, parecíamos dos executivos dividindo a mesma casa, mas com a minha Lucy é diferente, sempre fomos duas crianças, dois enamorados. Mas agora tudo mudou...


Bob foi interrompido por Roberta que chamava do lado de fora.



– O que ela veio fazer aqui? - perguntou aos sogros com os olhos inchados.


– Vamos ver – respondeu Helen, e Joseph foi receber a menina.


– Entre querida – Joseph nem terminou de dizer e Roberta foi correndo até ao pai, que tinha ficado de pé. A menina se ajoelhou aos pés de Robert aos prantos e implorou ao pai que voltasse.

– Por favor papai. A mamãe está muito mal, não nos deixe, o Lúcio não sabe o que diz, ele só fala essas coisas para chamar sua atenção – soluçava a menina, fazendo seu pai se sentir pior ainda, e enchendo os avós de dó.

– Levanta princesa – disse levantando a filha, Bob sentou-se na cadeira e colocou Roberta em seu colo.







– Por favor papai, eu não sei viver sem você. A mamãe passou mal e desmaiou depois que você saiu.


– O que? A Lúcia desmaiou? Ela está bem? - perguntou Bob assustado.

– Acalme-se Robert, Lúcia deve estar bem, deixe a a menina falar – respondeu Joseph

– Eu não sei papai, eu saí logo e o Lúcio ficou com ela.

– Não devia ter vindo minha vida, devia ter ficado com sua mãe.

– Pai volta por favor. - disse encostando o rosto no peito do pai.

– Roberta precisamos conversar. Minha princesa eu sei que você está acostumada a viver em um mundo maravilhoso onde tudo é perfeito e só coisas boas acontecem, mas as coisas não são assim, pelo menos não no mundo de onde sua mãe e eu viemos. Nossa família não é mais a mesma, e se continuarmos juntos só vamos nos magoar. Não estou culpando o Lúcio, ele é um menino de ouro, é que ele merecia um pai melhor, eu não o respeito e não dou a devida atenção que ele merece. Lúcio não tem culpa de me odiar, ele tem motivos pra isso e... - Robert colocou as mãos no rosto, e novamente encharcou o rosto de lágrimas. - Lúcia também merece ser feliz e... eu acho que eu nunca serei capaz de trazer felicidade a alguém, nem a Susana nem a Lúcia... foi um tormento para elas viver comigo. Eu não sou um marido e um pai perfeito como o Caspian, o Pedro e o Edmundo, eu daria qualquer coisa para aprender isso com eles, mas o tempo está passando e quanto mais ele passa eu vejo que estou perdendo vocês lentamente. Roberta agora eu só tenho o teu carinho e também não quero perde-lo... não como eu perdi o do Ben e do Lúcio. Sua mãe merece, ela precisa de um homem bom como o rei Tirian, por exemplo, eles se dão muito bem e tenho certeza que Lúcio ia preferir qualquer um como pai, menos eu.

– Então você não vai voltar? Não nos ama mais? Você realmente está com a tia Susana e por isso...

– Olhe bem para mim Roberta – disse segurando o queixo da filha, fazendo-a mirá-lo. - Por mais que existam pessoas especiais em nossas vidas, e por mais que elas sejam importantes e caibam muitas dessas pessoas nos nossos corações, eu quero que você saiba que existe um lugar especial em meu coração só para você, o Benjamim, o Lúcio e a sua mãe, e ninguém nesse mundo pode substituir vocês. Eu os amo mais do que tudo, e daria a minha vida por vocês. Sua mãe tem medo de que eu ainda ame sua tia, mas ela não percebe que no meu coração só há lugar para ela, e mais ninguém. Por mais que um dia eu tenha amado a Susana, o que eu senti outrora por ela, nunca se igualará ao que sinto por sua mãe, e por isso que eu tenho que deixá-la.

– Eu posso morar com você? Por favor pai, eu quer ficar com você.

– Roberta... eu não vou ficar aqui por muito tempo, eu vou voltar para o meu mundo, acho que não mereço ficar aqui, não tem mais sentido.

– Amanhã, amanhã! - dizia Rabadash como um louco andando de um ladro pra outro.

– Sabe pai, eu tenho um coisa muito importante para falar com você sobre isso.

– Não tenho tempo para suas idiotices Alvaro. Depois de milhares e milhares de anos, finalmente verei minha bárbara rainha de novo. E não só a verei como a terei só para mim, Susana será só minha.

– Pai eu não quero fazer isso! - disse Alvaro sem jeito


– O que? - perguntou Rabadash perplexo. - O que você acabou de dizer seu verme? Como assim não vai cumprir sua missão? Estamos quase no final – disse retirando seu punhal da bainha – eu esperei muito, mas muitos anos por isso e não vou permitir que um merdinha como você estrague meus planos – esbravejou apontado o punhal no pescoço de Alvaro.



– Fique tranquilo meu caro – dizia Tirza – Tash não gosta nada desse seu alvoroço. E é melhor você fazer bem o seu papel de papai e tratar bem o seu filhinho, pois só conseguiremos ir adiante se ele fizer tudo direitinho, e eu também, é melhor você me tratar muito bem Dashizinho, senão você nunca mais colocará seus olhos naquela sem sal.


– Fique sabendo de uma coisa bruxinha, aquela sem sal vira a minha cabeça ,e é capaz de enlouquecer qualquer homem. O único homem que você conseguiu na vida foi aquele carrapato, que ainda por cima estava enfeitiçado. Para mim você é só uma diversão, eu não daria nem uma moeda por você, já por Susana eu dou minha vida, minha alma. - terminou beijando a feiticeira com brutalidade.

– Pai você sabe que eu faço tudo que você quiser, qualquer coisa, fiz coisas que não devia e me arrependo de ter feito, mas não quero continuar com isso. Não posso magoar a única pessoa que me ama, eu acho que estou apaixonado pela herdeira de sua Susana. - disse Alvaro sentimental.

Agora era a vez de Rabadash encenar, por dentro ele tinha vontade de enfiar aquela adaga na garganta de Alvaro, mas como Tirza disse, ele ainda precisava de Alvaro, e sabia muito bem como convencer o rapaz.


– Meu filho, me perdoe por falar desse jeito com você – falou colocando as mãos nos ombros de Alvaro – meu filho, você é meu herdeiro e confio em você, tudo o que eu tenho é você Alvaro, e você o quanto isso é importante pra mim, sabe o quanto amo a Susana. Se você não ajudar o seu pai, eu vou enlouquecer Alvaro, eu fico doente só em pensar que vou ter que esperar 24 horas para rever minha amada, você reclama dizendo que não te amo, mas não faz nada para me agradar, para ganhar minha confiança, para que eu sinta orgulho de você. Essa é sua chance Alvaro, não me decepcione, se me ajudar essa garota será sua de qualquer jeito, nem que seja a força, eu sei que essas rainhas Susanas mechem com a gente, não é assim que essa garota se chama? Anna Susana.? Elas são mais poderosas que qualquer feiticeira. - falou olhando para Tirza, que revirou os olhos de inveja.



– Tudo bem pai, eu vou fazer tudo direito, mas depois me deixe por fora de suas loucuras. Sei que Anna nunca vai me perdoar, mas se for para ganhar sua consideração vale a pena.


– É isso meu garoto. - abraçou o filho e agora foi sua vez de revirar os olhos, não suportava Alvaro e quando o rapaz cumprisse o combinado Rabadash o prenderia no abismo e daria a Tash poder para atormentar o príncipe dia e noite.








Susana estava no navio, em seu quarto deitada em cima de sua maravilhosa e confortável cama, pensando no que acontecera de manhã com Robert e Lúcia. Susana ficou um pouco triste por perceber que o casamento de sua irmã ia tão mal, e morria de medo que o mesmo ocorresse com Caspian e ela, imagine só se Caspian a deixasse, Susana tinha pavor só de pensar nisso. Ela queria pensar em outras coisas, mas veio em sua mente uma coisa que ela não pensava a muito tempo, em Rabadash, Susana se lembrou de quando o conheceu e como ele ficou obsecado por ela, quando seus pensamentos foram interrompidos por Caspian que só pensava em romance. O esposo sentou-se na cama quando viu sua mulher tão pensativa, ele não queria dizer nada, mas sentia uma angustia muito grande, fora do normal, coisa que ele nunca sentiu antes, nem mesmo quando ela disse que jamais voltaria a Nárnia.






– Amor você sabia que Edward está doente? - Susana estava tão distraída que quase se assustou quando ouviu a voz do marido.

– Não, eu não fazia ideia, mas doente aqui? Eu nunca soube de ninguém que tenha ficado doente neste país. Podemos nos ferir, mas adoecer? Não sabia que era possível.

– Edmundo e Jill não sabem o que fazer, faz dias que o Ed não come nada, absolutamente nada, tudo o que come coloca pra fora, além de sentir um frio terrível e arder em febre sem parar.

– E não fizeram nada para ajudá-lo? Coitado do meu pequeno.


– Nem as ervas de Brejeiro ajudaram, seu irmão não sabe mais o que fazer.



– Eu sabia Caspian, eu disse que algo estava errado e que Anna, Liliandill e Edward corriam perigo.


– Amor se eu soubesse que você fosse reagir assim eu não teria dito nada.

– Você tinha mais é que me contar mesmo Caspian, é o meu sobrinho. Sabe está tudo errado por aqui, o casamento de Lúcia e Bob está indo por água abaixo, essa viagem de Aslam e essa doença do Edward.

– Não fique preocupada, mas antes de eu chegar aqui, você tinha uma expressão séria e pensativa, nem percebeu minha chegada, no que pensava?

– Em uma pessoa que eu queria ter esquecido para sempre. Acho que já te falei sobre Rabadash.

– Não muito. Mas antes de te conhecer, quando eu era garoto, minha criada, e meu tutor Cornélios falaram sobre esse Tisroc. Disseram que ele era fissurado em você, e que estava até te forçando a casar com ele, se não me engano está na terceira crônica.

– Exatamente. É nesse louco que infelizmente eu estava pensando, odeio quando isso acontece. Sabe Caspian, no começo ele não era assim... ele nunca foi boa coisa, mas também não era tão lunático. Eu lembro quando o conheci, ele fingia ser tão simpático, gentil, amável era um verdadeiro cavalheiro, eu até gostava da companhia dele. Quando ele chegou eu lhe dei muitas atenções, acho que esse foi meu erro, mas eu o tratei como trataria qualquer outra pessoa, como eu disse no inicio ele era encantador, mas mesmo assim eu nunca quis nada com ele. Quando fomos a Arquelândia a pedido do pai dele, ele se transformou, perto de mim era um santo, mas os empregados tinham terror dele, eu não enxergava isso até que um dia ele agrediu o senhor Tumnus, meu pai percebeu desde o inicio que ele não valia nada. Depois disso ele que colocou contra a parede pedindo-me em casamento, não quis aceitar pois não o amava e ele ficou completamente louco. Mas graças a Aslam me libertei das garras dele e para sempre ficarei livre do julgo desse bárbaro.


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Notas finais do capítulo

Aguardem a segunda parte. Beijos