Uma História Um Pouco Diferente... escrita por NumberSix


Capítulo 18
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Pessoas!!! Desculpem a demora, é que minhas férias acabaram e eu mudei de escola e tive que correr pra acompanhar o ritmo, mas aqui está um capítulo novinho em folha! Espero que gostem!



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POV SEIS

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Cheguei em casa depois da escola. Katarina ainda não havia chegado. Fui para a cozinha e encontrei um bilhete dizendo “Vou demorar um pouco mais no trabalho hoje. Jake foi na casa de um amigo, achei melhor que ele não fosse para casa hoje, já que eu não sabia se você já estaria de volta. Qualquer coisa tem frango assado no forno de almoço. Eu te amo.” Suspirei pesadamente e peguei o frango no forno. Enquanto almoçava, fiquei assistindo The Walking Dead, mas logo troquei para Friends, pois é meio difícil comer frango e não vomitar enquanto assisto os personagens abrindo as tripas de um zumbi morto (há, que ironia da vida) e esfregam todos os órgãos e membros pelo corpo.

Enfim, depois de almoçar e escovar os dentes, tomei um banho frio e pensei no que eu falaria para Katarina quando ela chegasse. Mas nada vinha à minha mente. Desliguei o chuveiro, me vesti, sequei o cabelo e desci para a sala. Liguei o rádio e fui para a cozinha lavar o meu prato. Depois fiquei entediada. Estava muito inquieta para ler um livro ou um gibi ou até mexer no computador.

Quando já eram umas 15h e o tédio se tornou entediante (?), peguei o celular para ligar para John, mas no mesmo instante Katarina chegou. Ela trancou a porta e ficou surpresa quando me viu.

– Achei que demoraria mais. – Ela disse. – Ainda bem que eu estava errada.

– Não posso me esconder pra sempre. – Eu disse, tentando não olhá-la nos olhos.

Katarina se sentou no sofá, de frente para mim, e disse:

– Pergunte. Eu sei o que você quer perguntar.

Abri e fechei a boca várias vezes pensando em como perguntar o que eu queria.

– Hum... Quem...? Onde...? – Respirei fundo e consegui dizer: - Você sabe quem são meus pais de verdade?

Ela me olhou com um olhar triste e disse:

– Sim, eu sei.

Olhei para ela, meio esperançosa.

– Você sabe onde eles estão?

Ela assentiu, com um olhar ainda mais triste.

– Eles morreram, Maren. – Ela disse. Eu não sabia como me sentir, pois eu não os conheci. Mas eles ainda eram meus pais. – Eles morreram assalto. Foram baleados enquanto você estava em casa com uma babá. Pelo menos, foi o que eu soube.

Comecei a ficar nervosa e inquieta, pois era muita coisa para absorver. Passei as mãos pelos meus cabelos e comecei a balançar os pés. Massageei minhas têmporas e me forcei a me acalmar.

– E você sabe onde a tal babá está agora? – Perguntei.

– Eu era a babá. – Katarina respondeu. Ergui as sobrancelhas em surpresa. – Quando a morte de seus pais ocorreu, seus avós já não estavam mais aqui também e não encontraram nenhum parente próximo para cuidar de você, então você seria colocada para adoção. Então eu te adotei. – Katarina contou, quase chorando. – Eu não poderia te deixar sozinha.

Ficamos nos olhando por um tempo. Vi algumas lágrimas escorrendo no rosto de Katarina. Era horrível vê-la assim. Senti uma lágrima escorrendo em meu rosto também. Então me levantei e abracei Katarina. Ela retribuiu, meio surpresa. Senti suas lágrimas molhando minha camiseta.

– Obrigada. – Eu disse no ouvido dela.

Ficamos um tempo abraçadas, mas aí eu fiquei inquieta de novo. Não gosto de ficar muito tempo em silêncio ou parada.

– Tá, agora chega desse drama e vamos fazer alguma coisa mais legal! – Eu disse, enxugando as lágrimas.

Katarina riu e concordou em fazer alguma coisa só nós duas. Esperei ela almoçar e tomar um banho e fomos ao cinema.

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POV ANNABETH

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Hoje era para termos ensaio na casa de Seis, mas como teve aquele rolo com a mãe dela, o Percy me chamou para ajudá-lo com as aulas de canto. Então depois das aulas, fui para casa, almocei com a minha mãe, Atena, tomei um banho e fui para a casa de Percy. Minha mãe não gostou muito, mas eu nem liguei. Se eu sempre ouvisse os conselhos dela, ficaria trancada no meu quarto estudando em casa com ela sendo minha professora.

Fui para a casa de Percy a pé, já que eram só algumas quadras da minha casa. Toquei a campainha e ele abriu a porta.

– Oi, Annie! – Ele me cumprimentou, me dando um beijo na bochecha.

– Oi!

– Entra, entra. – Ele disse, dando espaço para eu entrar. Entrei e vi a mãe dele na cozinha fazendo algum doce. Eu palpitaria brigadeirão se o doce não fosse azul... – Annie, essa é minha mãe, Sally. Mãe, essa a Annabeth.

– Ah, então você é a famosa Annabeth. – Ela disse. Ela era muito parecida com Percy. A não ser pelos olhos. Ela tinha cabelos pretos, olhos castanhos e era muito bonita.

– Famosa? – Perguntei, erguendo uma sobrancelha para Percy, que corou.

Percy e Sally fizeram uma rápida troca de olhares.

– É, Percy me contou que canta. – Sally disse.

Eu ia continuar a conversa com Sally, mas Percy interrompeu antes.

– Enfim, mãe, eu e Annie vamos lá no meu quarto, ok? – Ele disse, me puxando.

Chegamos aos tropeços até o quarto de Percy. Ele era quase todo azul. A não ser pelo chão branco. Vi uma escrivaninha com um computador em cima e algumas anotações ao lado, um violão ao lado de sua cama e um armário branco. Seria um quarto bem bonito se não estivesse tão bagunçado: roupas no chão, cama desarrumada e violão jogado na cama.

Percy olhou para mim, envergonhado da bagunça, e saiu correndo pelo quarto pegando as roupas do chão e jogando de qualquer jeito no armário e esticando os cobertores na cama.

– Então... Podemos começar? – Ele perguntou, dando um sorriso amarelo.

– Sim, sim. Bom, primeiro começamos com a respiração. Vou escrever numa folha os exercícios pra você não esquecer. – Eu comecei.

– Hum, antes, você poderia me contar sobre aquele garoto do shopping de outro dia? – Ele disse. – Desculpa, eu sei que você não quer falar sobre isso, é que eu...

– Não, tudo bem, eu conto. – Eu o interrompi. – Mas por favor, não conte pra ninguém.

– Eu não vou, prometo.

Pensei em como contar a minha história com Luke.

– Bom, - comecei. – Luke e eu costumávamos namorar. Nós sempre nos demos muito bem, nos conhecemos há muito tempo e tudo mais. Mas um pouco depois de fazermos um ano de namoro, Luke começou a ficar meio estranho. Ficou mais agressivo e começou a se meter em brigas na rua. Aquela cicatriz no rosto ele fez em uma dessas brigas de rua, só que o cara tinha uma faca e... Bom, você pode imaginar o resto. Eu comecei a ficar com medo de algo acontecer com ele, ou a mim, ou até a minha família, então tentei terminar com ele. Mas ele começou a entrar em depressão e encontrei bebidas no quarto dele uma vez. – Eu continuei, com os meus olhos já se enchendo de lágrimas. – Então tentei falar com os pais dele sobre isso. Eles tentaram colocar o Luke na terapia, mas ele não reagiu tão bem. E teve uma noite que...

Parei de falar. As palavras não saíam da minha boca.

– Annie, se não quiser falar, não tem problema. – Percy disse.

– Não, já cheguei até aqui. – Eu disse, e continuei. – Teve uma noite em que ele foi até a minha casa. Ele cheirava à bebida. Ele... Tentou me agarrar à força... – Nessa hora já conseguia sentir as lágrimas escorrendo. Senti a mão de Percy em meu ombro. – Se meu pai não tivesse chegado, não sei o que poderia ter acontecido.

Então Percy me abraçou. Comecei a chorar nos braços dele. Ele me afastou e enxugou minhas lágrimas.

– Eu jamais deixarei alguém fazer isso com você. – Percy disse, olhando nos meus olhos.

Então ele começou a se aproximar. Quando as pontas dos nossos narizes já estavam quase se tocando, fechei os olhos. Meu coração estava batendo mais forte. Então nossos lábios finalmente se tocaram. Senti sua mão em minha cintura e coloquei as minhas em volta do pescoço dele. Meu estômago parecia estar fazendo ginástica olímpica dentro da minha barriga.

Nos separamos quando o ar faltou e ficamos nos olhando.

– Desculpa, - Percy começou. – foi impulso, eu...

– Percy, só fica quieto um pouco, quero ver uma coisa. – O interrompi. Então nos beijamos de novo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Criticas e sugestões são bem-vindas!! ;)



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