POV JOHN

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A semana passou normalmente e, sei que isso vai soar muito meloso, mas acho que estou mais apaixonada pela Seis. A gente teve os ensaios da banda e eu simplesmente não consigo mais parar de olhar pra ela desde aquele dia com o Mike. Toda vez que a vejo, meu estômago se embrulha, eu não consigo mais pensar direito, fico sem jeito e coro.

Na quarta-feira eu convidei ela pra fazer um passeio comigo no sábado, só nós dois. Eu estava pensando em me declarar pra ela com uma música que eu estava ensaiando.

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POV SEIS

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John me chamou pra fazer um pequeno passeio no sábado. Mas íamos só nós dois, então foi meio difícil convencer minha mãe, Katarina, a me deixar ir. Mas depois de implorar, ser uma boa filha a semana inteira e tratar bem o irmão/capeta, ela deixou eu ir.

A semana passou muito lentamente. As aulas pareciam ter o dobro do tempo normal. Mas finalmente chegou sábado. John disse que iríamos umas 13h, pois o lugar não era tão longe. Eu ainda não sabia pra onde iríamos, ele disse que era surpresa. Eu só sabia que teria água, já que ele disse pra eu levar biquíni e toalha...

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POV JOHN

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Às 13h10 de sábado, passei na casa de Seis, que era ao lado da minha. Toquei a campainha e logo a mãe dela atendeu a porta.

– Olá, John. – Ela disse, um pouco séria.

– Oi, Sra. Elizabeth. – Eu a cumprimentei, com um pouco de medo do olhar que ela me deu antes.

– Olha, eu estou confiando em você pra sair com a minha filha. É bom ela voltar inteira pra cá, entendeu? – Ela disse, com um tom assustador que me fez tremer da cabeça aos pés.

– Claro, não se preocupe. – Eu respondi, com todo o restinho de coragem que havia sobrado em mim.

Então Seis desceu com uma mala nas costas. Ela estava com o cabelo preso num rabo-de-cavalo, vestia uma regata preta justa com o biquíni por baixo, um shorts jeans também justo que batia na metade de suas coxas, e um chinelo. Ela estava simples, mas muito bonita.

– Oi, John. – Ela disse, me cumprimentando com um beijo na bochecha.

– Oi. – Eu disse, sorrindo.

Abri o porta-malas e coloquei a mochila dela lá enquanto ela se acomodava no banco da frente.

– Tchau, mãe! – Ela disse.

– Juízo, hein? – A mãe dela gritou de volta.

E fomos. No começo ficamos num silêncio meio desconfortável, até Seis falar:

– Você tem algum CD pra ouvirmos?

– Abre aí o porta-luvas e escolhe qualquer um.

Ela abriu e escolheu o CD Let Go, da Avril Lavigne. O único que eu tinha dela. Eu achei que eu tinha perdido...

Cantamos o CD inteiro juntos (eu cantando apenas as partes que eu lembrava das músicas, ou seja, só os refrões).

Depois que o CD acabou, ela colocou um do Queen, que durou certinho até a gente chegar no lugar.

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POV SEIS

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Quando estávamos quase chegando, John estacionou perto de um restaurante e me estendeu uma venda. Olhei pra ele sem entender.

– Preciso que você coloque essa venda até a gente chegar.

Comecei a rir, pensando que ele estava brincando. Mas vi que ele estava sério.

– É sério isso? – Perguntei, com as sobrancelhas arqueadas.

– É. – Ele disse, sorrindo.

Argumentamos um pouco, mas acabei cedendo. Depois que coloquei a venda, senti o carro andar um pouco mais, mas logo parou. John abriu a porta pra mim e me ajudou a sair. Ouvi o porta-malas se abrir, mas não sei o que ele pegou lá.

Depois caminhamos um pouco, senti areia sob meus pés. Acho, ACHO, que estamos numa praia...

Depois de caminharmos um pouco na areia quente, ele mandou eu parar e tirou minhas vendas. Ok, alguém me bate agora. O lugar era lindo (N/A: Imagem do lugar nas notas finais).

John viu que eu fiquei meio hipnotizada pelo lugar e deu uma risadinha.

– Então? O que achou? – Ele perguntou.

– É lindo! – Eu disse. Olhei pra ele e vi um violão em uma mão.

– O que quer fazer primeiro: comer, nadar ou apenas curtir o sol? – Ele perguntou.

– Vamos nadar um pouco enquanto ainda tem sol.

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POV JOHN

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Eu concordei em ir ao mar, estava muito quente ainda, mesmo sendo quase 15h. Tirei a camisa e o chinelo rapidinho, ficando só de bermuda. Olhei pra Seis tirando a regata e o shorts. Acho que fiquei olhando muito tempo, porque ela começou a corar. Ela tinha um corpo de dar inveja a qualquer outra garota.

– Vamos? – Seis perguntou, me fazendo voltar para a Terra.

– Claro. – Sorri. Deixamos nossas coisas juntas numa mesa de quiosque.

Fomos até o mar. A água estava muuuuuuito gelada, mas acho que a Seis não se incomodou, pois ela continuou a andar. Olhou para mim e começou a rir.

– Deixa de ser frouxo!

Isso soou como um desafio pra mim. Levantei uma sobrancelha pra ela. Comecei a correr (a água ainda estava batendo nos meus joelhos) e mergulhei direto na frente dela, espirrando água nela. Emergi do mergulho e a vi me encarando mortalmente. Então ela foi um pouco mais fundo e mergulhou, passando por baixo de uma onda. Quando ela emergiu, acho que dei uma babada, pois ela começou a rir e foi mais fundo no mar. Fui atrás dela.

Ficamos muito tempo no mar, o sol já estava se pondo e meus dedos já estavam enrugados. Resolvemos sair um pouco para nos secarmos nos poucos raios de sol que ainda restavam. Depois de secos, peguei meu violão.

– Hum, eu escrevi essa música faz um tempo, e eu queria saber o que você acha dela.

– Ok. – Ela respondeu, sorrindo.

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POV SEIS

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Ele começou a dedilhar a música.

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"In the morning when I wake

And the sun is coming through

Oh, you fill my lungs with sweetness

And you fill my head with you"

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(De manhã quando eu acordo

E o sol está surgindo

Oh, você enche meus pulmões com doçura

E você enche minha cabeça com você)

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"Shall I write it in a letter?

Shall I try to get it down?

Oh, you fill my head with pieces

Of a song I can't get out"

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(Devo escrever em uma carta?

Devo tentar apostar nisso?

Oh, você enche minha cabeça com pedaços

De uma música que eu não consigo sair)

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A música é linda. Ele cantava olhando em meus olhos, sem desviar. Então entendi o que ele queria fazer.

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"Can I be close to you?

Can I be close to you?"

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(Posso me aproximar de você?

Posso me aproximar de você?)

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"Can I take it to a morning

Where the fields are painted gold

And the trees are filled with memories

Of the feelings never told?"

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(Posso levar isso para uma manhã

Onde os campos estejam pintados de dourado

E as árvores cheias de memórias

De sentimentos nunca ditos?)

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Nessa parte, meu coração já estava a mil por hora. Meu estômago dava uma cambalhota a cada palavra que ele cantava.

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"When the evening pulls the sun down

And the day is almost through

Oh, the whole world it is sleeping

But my world is you"

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(Quando a tarde empurra o sol

E o dia está quase acabando

Oh, o mundo inteiro está dormindo

Mas o meu mundo é você)

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"Can I be close to you?

Can I be close to you?

Can I be close to you?

Can I be close to you?

Can I be close to you?"

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(Posso me aproximar de você?

Posso me aproximar de você?

Posso me aproximar de você?

Posso me aproximar de você?

Posso me aproximar de você?)

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A música acabou e nós dois estávamos muito perto. Ele deixou o violão na areia, sem tirar os olhos de mim. Se aproximou, mas devagar, como se pedisse minha permissão. Fechei meus olhos e senti os lábios dele selando os meus.

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POV JOHN

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Parece que tem milhões de borboletas voando descontroladamente dentro de meu estômago. Meu coração bate tão forte que acho que até meu pai poderia ouvir. Coloquei uma mão na cintura dela e senti suas mãos nos meus cabelos, me puxando pra mais perto. Pedi passagem com a língua e ela cedeu. Ficamos assim até o ar faltar.

Nos separamos e ficamos nos olhando. Ela sorriu pra mim e eu sorri de volta. Nos beijamos mais uma vez, até eu sentir algo vibrar. Nos separamos e ela atendeu o celular.

– Desculpa. – Ela disse para mim. – Oi, mãe. Tarde? Que horas são? Ok, a gente só vai comer alguma coisa e já voltamos. Mas se eu não comer eu vou morrer de fome. Você quer que a sua filha linda maravilhosa chegue em casa desmaiada porque a mãe não deixou ela comer? Ok, obrigada mãe linda do meu coração. Tá. Não, mãe. Ok. Já tô indo. Ok. Tá bom. Pode deixar. Tchau.

Ela riu, guardou o celular e disse:

– Minha mãe disse pra gente voltar, que já está tarde e bla bla bla... Mas eu convenci ela a deixar a gente comer algo antes.

– É, eu ouvi. – Eu disse, sorrindo. – Então, onde você quer comer?

Ela sorriu e na hora eu soube o lugar que ela ia falar.

– McDonald’s? – Pergunto.

Ela fez um sinal positivo com a cabeça. Trocamos um selinho demorado e fomos para o carro. Ainda estávamos meio úmidos por causa do mar, então forramos o banco com toalhas e resolvemos nos trocar no McDonald’s.

Ficamos de “mimimi” o caminho inteiro. Nunca pensei que Seis poderia ser tão carinhosa assim com alguém. Bom, não tão carinhosa, já que ela sujou minha cara com o sorvete dela. Mas foi divertido...

Ficamos o caminho de volta inteiro cantando as músicas que tocavam no rádio. De vez em quando, uma troca de olhares. Chegamos em casa, acompanhei ela até a porta, trocamos um último beijo de despedida, e ela entrou na casa dela. Coloquei meu carro na garagem e entrei em casa com um sorrisinho babaca na cara. Henri me deu um olhar que dizia: “Foi bom?”. Apenas movi a cabeça em sentido afirmativo e fui pro meu quarto.