If Only escrita por Becca


Capítulo 1
If Only


Notas iniciais do capítulo

Lembrei de To Love And Die In L.A, e me veio uma idéia a mente. Resolvi escrever, e aí está!



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Castle chegou em casa, sorridente, depois da viagem até L.A.
Martha estava ensaiando, e Alexis fora dormir fora, e por incrível que pareça, isto não o incomodou.

Ele só queria dormir, e não acordar mais.

O trabalho havia sido bem-sucedido, mas, algo lhe dizia que Kate não estava bem. Ele não sabia ao certo, o que era, mas sabia que ela não estava bem.

Pensou, várias vezes, em ligar para ela, perguntando seu estado, mas não eram tão próximos assim, apesar de tudo. Castle se virou, e andou até o escritório, onde viu os livros, de Jameson Rook, e os livros de Nikki Heat, cuja era total, e completamente parecida com Beckett. As únicas diferenças, entre as duas, eram as roupas. Kate se valorizava, apesar de que, algumas vezes, ela usava roupas mais coladas. Nikki era como uma slut-cop, ou seja, um tipo de prostituta, mas não deste jeito. Nikki não era uma prostituta, era uma policial, assim como Kate, igual a Kate, mas aos olhos de Castle, uma versão dirty, de sua musa inspiradora.

Ah, Kate! Como ele queria estar ao seu lado agora.

Castle sentou no sofá, retirando o celular do bolso, quando sentiu o objeto tremer.

Não, não era uma mensagem. Não era Martha, e muito menos, Alexis. Era Kate.

Kate Beckett.

Que diabos ela queria?

- Kate... - atendeu ele, sem muito entusiasmo. Kate deu uma risadinha tímida.

- Castle, eu sei que nós dois viajamos para Los Angeles juntos, e que deve ter sido um saco, pra você, ficar comigo todo aquele tempo, - ela pausou - mas eu queria saber se você queria sair comigo...
Castle hesitou, e, antes mesmo, que ele conseguisse falar, Kate concluiu:

- Para beber alguma coisa, como amigos. - gaguejou, e Castle riu.

- Aceito, sim. Quer que eu vá lhe buscar? - riu ele. Kate gaguejou, mas assentiu. - Te vejo em... Uma hora e meia?

- Claro... - assentiu - Até mais, Rick.

E desligou.

Ouvi-la falar seu primeiro nome, daquela forma, entrecortada, lhe deu um arrepio na espinha, e um frio na barriga.

Depois de um tempo, apenas processando os pensamentos, e, ouvindo a voz dela, chamando-o pelo primeiro nome, ele correu para o quarto, para separar a roupa.

Não demorou muito, até que pegasse uma blusa de botões azul-escura, completamente, bem-passada, como, ele não sabia, e um jeans escuro, combinando com a blusa. Os sapatos, sociais, e negros.

"Hoje eu não vou com a Ferrari" pensou.

Entrou no banheiro, para uma ducha, rápida, e um banho de colônia, o que sempre o fazia sentir-se mais confiante.

Não era um encontro de verdade, ele sabia, mas, só de pensar, estar lá, com ela, bebendo alguma coisa, e conversando, off the record, já o deixava mais feliz.

Saiu do banheiro, sem muito entusiasmo. Estava cansado, e, somente, não recusara o convite de Kate, porque, ela mexia com os sentidos dele. Sempre mexeu. E, não seria justo, deixá-la sozinha, depois daquela viagem, e tudo o que viram, e descobriram, um do outro.

Apoiou-se na cama, e pegou a blusa, ainda sem muito entusiasmo, e lentamente. Não via idéia do porquê estar feliz e contente, só para sair para beber. Ok, era com ela, mas não era o tipo de encontro que ele fantasiava. Pelo menos, não depois da viagem.
Colocou a blusa com todo cuidado, para que o tecido não amassasse. Em seguida, levantou da cama, para colocar a jeans escura. A blusa aberta, dava a sensação de relaxamento, mas quem disse que ele ligava?

Com as calças na mão, terminou de retirar o cinto pré-posto, e colocou a calça, do mesmo modo que colocara a blusa: calmamente, para que o tecido não amassasse.

Ok, o jeans não amassava, mas ele não queria ser rápido, para se vestir.

Dirigir era mais emocionante.

Antes de pegar o cinto, ele pulou dentro dos sapatos, que encaixaram perfeitamente nos pés do escritor. Depois, pegou o cinto, e o colocou, novamente, na calça.

Correu para o banheiro, notando o atraso significativo, e se banhou em colônia. O cheiro era forte, e marcante. Duvidava que, Kate não sentisse o cheiro.

E, afinal, quem não usaria esse "encontro" como chave para atraí-la?

Depois de terminar de se arrumar, passou as mãos levemente pelo cabelo escuro, e molhado, para que pudesse, enfim, sair.

Desceu as escadas rapidamente, e tateou os bolsos, procurando a chave da Ferrari vermelha, que, por alguma razão, sabia que ela gostava. Apesar de brincar sobre a cor forte, gostava. Sentiu os objetos metálicos batendo uns contra os outros, e saiu do apartamento, sem ao menos, se importar em trancar a porta.

Descendo as escadas, com pequenos pulos, ele se lembrou da cena, de Kate saindo da piscina, com o rebolar dos quadris, e aquele olhar sensual, que ela lhe dera.

Uau, Kate...

Chegou na rua, e viu a Ferrari ali, com vários adolescentes em volta, mexendo na superfície avermelhada, e murmurando gírias adolescentes. Ao verem Castle ali, afastaram-se do carro, e foram embora.

Ele riu, e entrou no carro. Logo que o ligou, o GPS começou a falar por si mesmo:

- Boa noite, senhor. - começou, mudando o tom de voz, para Alexis, quando menor: - Castle.

Ele riu, baixinho.

- Para onde deseja ir? - perguntou a voz normal. Castle desligou o aparelho.

Certamente, não precisava de GPS para ir até a casa de Kate.

A viagem foi silenciosa, já que ele estava com as janelas fechadas, e com o rádio desligado.

Ao perceber, já estava no prédio. Vendo o pouco movimento ali, não se importou muito. Não sabia nem o porquê de Kate tê-lo convidado para sair, afinal...

Resolveu estacionar dentro do prédio, por precaução, e subiu. Não havia porteiro, o que facilitava um pouco a subida de estranhos, mas não a avisava sobre ele.

Nas escadarias, crianças brincavam de Truth Or Dare, que ele gostava, quando pequeno. Subindo até o andar dela, bateu na porta, deparando-se com Lanie.

- Castle! - disse ela, surpresa. Alto demais.

Provavelmente, avisando Kate da chegada dele.

- Kate não saiu, saiu? - perguntou ele, assustado. Lanie negou, e o chamou para entrar.

- Ela já está terminando de se arrumar, daqui a pouco ela sai. - sussurrou Lanie, de modo malicioso.

- Ah, ok. - disse ele, sorrindo, sentando-se no sofá. Lanie pegou o casaco, e a bolsa, e gritou:

- Kate, estou indo. Boa sorte! - e saiu.

Por um momento, Castle se pegou pensando, no por quê, de Lanie desejar-lhes boa sorte. Ou, talvez, o "boa sorte", tenha sido para Kate, por sair com ele.

Ela demorou mais ou menos mais meia hora, para sair do quarto, e Castle agradeceu a espera.

Ela estava fantástica!

Era o seguinte: ele nunca quis que ela fosse mais vulgar, ou coisa assim, mas, pelo o vestido curto, e preto, saltos altos, também pretos, e o cabelo cacheado caindo-lhe aos ombros, fora sua ruína.

- Achou ruim? - perguntou ela, gaguejando. Castle negou com a cabeça, e tudo o que conseguiu murmurar, foi:

- Hunf!

- O quê? - perguntou confusa.

- Hunf! - suspirou novamente.

- Como?! - perguntou, novamente, mais próxima.

- Hun-hun! - e Kate riu.

- Articule as palavras, Richard Castle! - e ele tremeu. Ouvir seu nome, suspirado daquela forma, foi sua ruína.

Novamente.

- Eu... Achei fantástico. - suspirou, sorrindo - Você está linda.

As últimas três palavras foram difíceis, para Castle pronunciá-las. A face de Kate iluminou-se, e ela colocou uma pequena mecha teimosa, atrás da orelha. Ele sorriu, e segurou uma das mãos dela, o que a fez fitá-lo com curiosidade, e tremer, ao mesmo tempo.

Quando os olhos se encontraram, Kate virou a cabeça, para não ter de fitá-lo.

- Pronta? - perguntou ele, sorrindo. Kate gaguejou, mas assentiu.

Ele soltou a mão dela, e saiu do apartamento, sem nenhuma cerimônia. Kate inflou o peito, e soltou o ar, tremendo.

Saiu do apartamento, devagar, afinal, ele esperaria por ela.

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Ele não estava no corredor, e isto não a incomodou. Ele estava no carro, esperando por ela.

- Ah, não... - sussurrou, percebendo a Ferrari. Entrou no carro, e provocou: - O seu ego só cresce, não é mesmo?

Castle riu, e eles foram em silêncio, até o bar mais próximo.

Ao entrarem, Kate ruborizou, ao ter todos aqueles olhos sobre si. Não haviam muitas mulheres no bar, o que fez a maioria dos olhares que recebia, maliciosos.

Castle anunciou que Kate estava consigo, o que fez alguns homens pararem de olhá-la, mas a maioria não acreditou.

Kate sentou numa banqueta alta, o que fez o vestido subir um pouco mais, acima de seus joelhos. Ela enrubesceu, mas pediu a bebida.

Castle quase a fez sentar numa mesa, com ele, mas a banqueta parecia ser mais limpa do que as mesas dali.

Ele era frequentador do bar, e todos ali o conheciam. Kate era, o que se chamava de "fresh meat", porque mulheres não eram muito frequentadoras de bares de escritor.

- Aqui está. - disse o bartender entregando o copo para Kate. - O que deseja, senhor Castle?

- Ah... O mesmo que ela. - suspirou Castle. Não estava com ânimo para bebida.

- Vodka pura. Anotado. - e saiu.

- Detetive Beckett, bebendo vodka. Uau.

Kate deu um tapa no peito dele, e riu.

- Por que chamou-me para sair hoje? - perguntou ele, recebendo o copo. Kate deu de ombros.

- Não sei, acho que eu preciso de ajuda, para assumir que Josh e eu não temos mais nada, sabe. - disse ela, com um pouco de entusiasmo.

Castle gaguejou, antes de perguntar:

- Então... Vocês terminaram?!

Kate riu, e assentiu.

Ele se sentiu feliz, e revigorado, apesar de não saber como consolá-la, ele achou melhor não falar nada.

- Acho que preciso de algum ombro-amigo. Achei que você pudesse ser um dos melhores. Talvez pelo relacionamento duradouro que temos. - suspirou ela. Castle assentiu, e limpou a garganta.

- Mas são só três anos. - suspirou ele. Kate riu.

- Não. Quase quatro. - disse, molhando os lábios com saliva.

Castle ia responder, mas viu Josh entrando ali. Que diabos um médico fazia num bar de escritores?

Kate encolheu-se, aconchegando-se no peito de Castle, que sentiu o perfume característico de cerejas, emanando do cabelo cacheado dela.

Josh percebeu a ex-namorada ali, e fez cena:

- Já com outro?! Não achei que fosse tão Nikki quanto eu imaginei, querida! - num grito. E Castle se revoltou.

Fez Kate ajeitar sua postura, e voou em Josh. Seus dedos hábeis tratavam de rasgar os lábios, e o rosto do médico. Kate implorava para ele parar, até que outros escritores afastaram-o de Josh.

- Seu idiota! - gritou Castle. O doutor passava as mãos, sujas de sangue pela blusa.

Alguns escritores ajudaram Kate a sair do bar.

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Kate era a que dirigia. Castle estava fulo demais para tal ato.

- Por que fez isso? - ela repetiu, pelo o que ela achou, a décima vez. Ele não respondeu.

Kate deu uma freada brusca, e Castle a fitou assustada.

- Está louca? E se você batesse?! - gritou ele, com as unhas cravadas no banco.

- É essa a questão! - indagou ela, batendo na coxa. - E se?!

Castle não entendeu.

- E se nós não tivéssemos nos conhecido? E se eu não viesse com você aqui hoje? E se você nunca tivesse terminado com Gina? E se? - e Castle ficou boquiaberto.

- Você tem mesmo certeza do que está falando, Kate? - perguntou ele. Ela riu.

- Tenho. E acho, que também tenho a certeza disso.

- Disso...? O quê?

Ao invés de respondê-lo, Kate apenas inclinou-se, passando por cima dele, e o beijou.

Agora, nenhum "e se" iria impedí-los.

Agora, não existiam leis da polícia, nem regras.

Agora, eles eram Rick e Kate.

Agora, eles podiam fazer tudo o que desejavam, porque...

Nenhum "e se" iria existir.


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Notas finais do capítulo

Opa, senti um Rick bobão, e Kate liberal. Acho que vou escrever mais dessas... O que acham? Reviews!