Merlin - 6ª Temporada escrita por Lamia Riley


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

"Merlin passou as mãos no rosto de Morgana e viu que a felicidade da esposa era quase palpável. As lágrimas da sacerdotisa que corriam de seus lindos olhos verdes enchiam Merlin de esperança, uma esperança de que aquela criança fosse realmente viver e tornar sua vida mais feliz do que já era ao lado de Morgana."
"Logo depois disso a rainha se afastou e junto com o médico saíram do quarto deixando Merlin sozinho com a esposa. No lado de fora ela contou o que tinha acontecido e todos os presentes choraram. O pequeno Arthur correu e abraçou a mãe."



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Nos dias atuais Merlin e Robert ainda partilhavam suas histórias. Na verdade Merlin falava e Robert gravava e anotava tudo que ouvia.

Robert – Você não percebeu que ela estava grávida?

Merlin – Claro que não. Morgana sempre foi uma jovem sensível, qualquer fruta que não tivesse fresca seria o suficiente para ela vomitar o dia todo. Logo, eu não soube que ela estava gravida até ela me contar.

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De volta a Camelot.

Merlin chegou ao aposento e encontrou Morgana em pé olhando pela janela. Ela tinha as mãos sobre a barriga fazendo pequenos movimentos como se estivesse acariciando o bebê. Ela se assustou com a entrada abrupta de Merlin no quarto.

Morgana – O que houve?

Merlin – Me diga, o que você fez?

Morgana se contraiu ela ficou com medo de dizer a verdade para Merlin, mas sua alegria era maior e em fim ela admitiu que estava grávida.

Merlin ficou desesperado e sentou-se na cama.

Merlin – Como? Quer dizer estamos casados e todos os dias dormimos juntos ... eu estou confuso. Achei que não fosse possível.

Morgana – Os Deuses não quiseram me dar um filho, mas eu fiz eles mudarem de ideia.

Merlin – O que você fez?

Morgana – Eu fiz por nós dois. Por nossa felicidade. Eu amo você e eu vejo como você fica feliz ao lado dos meus sobrinhos. Eu queria que você tivesse seus próprios filhos para amar.

Merlin se levantou e caminhou até Morgana segurando forte o seu braço.

Merlin – Diga-me que você não usou magia?

Morgana – Nós somos feito de magia Merlin, e nosso filho também será.

Merlin – Você enlouqueceu? Sabe que isso não é o certo? A mãe de Arthur morreu. Você também quer morrer?

Morgana – Se for para dar a luz ao um filho seu, eu não me incomodaria de morrer.

Merlin estava apavorado e se sentou novamente. Morgana sentou ao lado dele e segurou suas mãos.

Morgana – Sente o seu filho. Ele está aqui dentro. Em breve estará correndo por esse castelo.

Merlin passou as mãos no rosto de Morgana e viu que a felicidade da esposa era quase palpável. As lágrimas da sacerdotisa que corriam de seus lindos olhos verdes enchiam Merlin de esperança, uma esperança de que aquela criança fosse realmente viver e tornar sua vida mais feliz do que já era ao lado de Morgana.

Os dois ficaram ali juntos se abraçando por um longo tempo. Merlin abraçado com Morgana sentido o cheiro dos seus cabelos não teve mais força para brigar com ela. Ele simplesmente aceitou o fato de que a mulher que ele amava esperava um filho dele fruto de uma grande magia que com certeza levaria Morgana a morte.

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Robert – Você não tinha como reverter o que ela fez?

Merlin – Não, mas se existisse alguma maneira eu não teria tido coragem para fazê-lo. Ela estava tão feliz. Morgana era a representação da própria felicidade nos meses que se seguiram. Todos podiam ver o brilho em seus olhos toda vez que ela passava as mãos na barriga. Quando a criança começou a se mexer, a felicidade dela dobrou. Eu vivia apavorado. Eu passava grande parte do meu tempo tomando conta dela. Toda vez que ela se mexia na cama eu acordava com medo de que ela estivesse passando mal. E ela, se divertia com a situação.

Robert – E Gwen? Ela aceitou bem a gravidez?

Merlin – Sim, as duas ficaram muito mais próximas com a gravides de Morgana. Elas trocavam confidencias e receitas. Era bonito de ver as duas juntas sentadas no jardim com Ygraine e Arthur correndo em volta delas. Pena que essa felicidade não durou muito.

Merlin fechou os olhos e voltou para Camelot na época em que Morgana começou a ficar doente. A jovem sacerdotisa começou a ter febres altas. Seu corpo parecia não estar suportando a gravidez de sete meses. Gwen insistiu para que o novo médico, Julian, fosse olhar a jovem. No fundo Gwen sabia que mesmo o médico sendo muito bom, ele não poderia ajudar à amiga, mas a rainha queria ajudar de alguma forma.

Julian – Eu já tentei tudo que eu sei e não consigo entender o porquê Lady Morgana sente essas febres?

Gwen – Tem certeza que você já tentou de tudo?

Julian – Sim senhora.

Merlin – Gwen, você e eu sabemos que nada que ele fizer poderá ajuda lá.

Gwen – Acalme-se Merlin, tem que existir uma maneira.

Morgana estava fraca, mas conseguiu dizer algumas palavras.

Morgana – Faça o que quiser, mas salve nosso filho. Por favor.

Merlin ficou mais desesperado. Ele voltou a sentar perto de Morgana e beijou lhe as mãos.

Merlin – Eu já lhe perdi uma vez não vou cometer esse erro de novo.

Logo, após isso Merlin se levantou e se dirigiu a Gwen e ao médico que mesmo sabendo não ser útil continuou ali nos aposentos da Lady Morgana.

Merlin – Eu vou até a caverna de cristal.

Julian – Você acha prudente usar magia para salva-lá.

Merlin olhou sério para o médico. Desde a chegada de Julian à Camelot para substituir Gaius, Merlin não gostou do rapaz e Julian por sua vez não ajudava muito e sempre que podia fazia algum comentário desnecessário contra o uso da magia em Camelot. Talvez por isso Merlin o ignorasse e virou-se para rainha.

Merlin – Cuide dela. Eu voltarei o mais rápido que eu puder.

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Robert – Você foi procurar o Taliesin?

Merlin – Sim, mas toda a viajem foi em vão. Taliesin apenas confirmou o que eu já sabia. Não existia cura para Morgana, mas eu não desistir. Todas as noites eu sentava ao lado dela e recitava todas os tipos de magias que eu conhecia. Eu tentava e tentava até a exaustão, mas não consegui mudar o destino de minha esposa.

Nesse momento Merlin fechou os olhos e respirou fundo. Apesar de já ter se passado muitos anos ele ainda sentia a dor correr pelo seu corpo como se a perda de Morgana tivesse acontecido a poucas horas.

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De volto ao quarto de Morgana.

Gwen entrou no aposento e encontrou Merlin dormindo ao lado de sua esposa. A rainha ficou com o coração apertado ao ver lágrimas no rosto de Merlin. O jovem mago não saia a quase três semanas do lado de Morgana.

A rainha resolveu não acorda-lo e logo em seguida saiu do quarto. Caminhando triste pelo corredor ela encontrou Gwayne.

Gwayne – E então senhora. Alguma notícia sobre Morgana?

Gwen – Não. Ela continua ardendo em febre. O pobre Merlin não sai do lado dela. Ele está sofrendo tanto. E eu não sei o que fazer. Se Gaius ou Arthur estivesse aqui talvez eles pudessem ajuda-los.

Gwayne – Todos nós estamos fazendo o que podemos. Se a magia não pode ajudar, só nos restar pensar positivo e ficar ao lado deles dando o nosso apoio.

Gwen – Eu sei disso. E com tudo isso que esta acontecendo eu acabei me distanciando das minhas obrigações como rainha.

Gwayne – Não se preocupe Gwen. As fronteiras estão sendo bem vigiadas. Temos uma grande equipe de cavaleiros.

Gwen – E cavaleiras, pelo que fiquei sabendo.

Gwayne – Desde a entrada de Lyris entre nossas tropas, temos tido uma grande adesão de mulheres em nosso exército. E elas são incríveis.

Gwen – Olha só... para quem era contra a entrada de mulheres, até que você mudou bem de opinião.

Gwayne – É tenho que dizer que meu relacionamento com Lyris me fez ver as coisas de outro modo.

Gwen – Fico feliz por vocês.

Os dois continuaram caminhando pelo corredor em direção a sala do trono para que a rainha pudesse cuidar de algumas coisas. Enquanto isso no quarto de Morgana, Merlin acordava assustado pois tinha adormecido com a mão em cima da barriga de Morgana e com isso ele acabou sentindo o filho se mexer.

Merlin – Eu amo você, meu filho, como amo sua mãe. Se você soubesse o que ela fez e esta fazendo por você. Com certeza você se sentirá muito feliz ao conhecê-la. Eu espero que nós dois possamos ficar todos juntos por muito tempo.

Após essa conversa carinhosa com o filho que ainda estava no ventre da mãe. Merlin tentou a baixar a febre de Morgana mais uma vez usando magia. E mais uma vez nada aconteceu. As semanas foram passando e Morgana acabou piorando o que levou Merlin a aceitar a opinião do médico de antecipar o nascimento do filho para assim tentar salvar Morgana.

Merlin estava no corredor juntamente com os outros cavaleiros enquanto o médico fazia o nascimento tendo como ajudante a rainha e mais duas mulheres.

Os homens andavam de um lado para o outro e Merlin apenas ficava sentado em um canto do corredor com as duas mãos juntas levadas a boca como se quisesse conter um grito. Do lado dele sentado com o rosto que demonstrava medo estava o pequeno Arthur, agora com os seus sete anos. O menino que a cada dia parecia com o pai, não saia de perto de Merlin quem ele chamava de tio.

Arthur – Não se preocupe tio, a tia Morgana vai voltar a sorrir como antes. Você vai ver.

Merlin não disse uma palavra apenas abraçou o menino.

Nesse instante Gwen apareceu na porta e chamou Merlin. Ele entrou no quarto e ficou em pânico quando viu Morgana pálida na cama. A criança estava ao lado em um berço, mas não estava viva.

Gwen tentava conter suas lágrimas, mas ela saia mesmo assim.

Gwen – Tentamos de tudo, mas o bebê está morto. E Morgana não esta bem. Sinto muito.

Julian, o médico, que normalmente parecia não ter emoções, naquele momento estava com uma aparência destruída. Ele não conseguia olhar para Merlin.

Julian – Sinto muito. Eu juro que tentei tudo que eu sabia.

Merlin não falou nada com ninguém caminhou devagar até o berço e acariciou a face do menino.

Merlin – Olá meu pequeno, saiba que você foi muito desejado.

Merlin beijou a testa do filho morto. Ele estava olhando para ele quando Morgana o chamou. Merlin se aproximou devagar e se sentou ao lado dela. Morgana estava fraca, mas inda estava linda. Sua beleza ainda era presente mesmo naquele momento em que a vida estava a abandonando.

Merlin – Eu estou aqui.

Morgana – E nosso filho?

Merlin – É um menino.

Morgana sorriu para ele de felicidade.

Morgana – Que bom você poderá ensinar a ele tudo o que sabe. Estava pensando que o nome dele poderia ser Balinor.

Merlin – Obrigado. Com certeza ele honrará o nome do avô.

Morgana começou a tossi. Ela sabia que não sobreviveria e começou a se despedir do marido. E com isso as lágrimas de Merlin escorriam em seu rosto.

Morgana – Não chore. Foi minha decisão de lhe dar um filho. Você me deu uma segunda chance de viver e eu só queria que você tivesse algo de nós dois. Eu sempre amei você Merlin desde o primeiro dia em que chegou a Camelot. Eu sei que perdemos muito tempo um contra o outro, mas esses últimos anos que passamos juntos foram os melhores anos que uma mulher poderia ter. Tenho certeza que nem mesmo Gwen foi tão feliz como eu fui.

Gwen estava em pé perto da cama e se aproximou da amiga.

Gwen – Com certeza ninguém nesse reino foi mais feliz que você, minha amiga.

Morgana – Gwen, eu sei que não tenho direito de lhe pedir nada, mas, por favor, ajude Merlin com o nosso filho. Sabe como ele é desajeitado com criança. E peço que o ame como eu sempre amei os seus.

Gwen tentou se controlar, mas não conseguiu. Ela sentou e abraçou a amiga.

Gwen – Não se preocupe. Eu prometo que cuidarei deles com a minha vida.

Logo depois disso a rainha se afastou e junto com o médico saíram do quarto deixando Merlin sozinho com a esposa. No lado de fora ela contou o que tinha acontecido e todos os presentes choraram. O pequeno Arthur correu e abraçou a mãe.

Arthur – Eu disse ao tio Merlin, que a tia Morgana iria sorrir de novo mamãe. Eu menti para ele.

Gwen se abaixou e olhou nos olhos do filho.

Gwen – Você não mentiu meu amor. Ela com certeza irá sorrir muito, mas em outro mundo ao lado de seu pai.

Com isso a rainha pegou o filho e o abraçou.

Dentro do quarto. Morgana faz um último pedido.

Morgana – Deixa me ver o nosso filho.

Merlin – Ele está dormindo.

Morgana insistiu. Merlin acabou cedendo e pegou o filho morto o embrulhou em uma manta e entregou a Morgana.

Morgana – Ele esta dormindo mesmo.

Merlin não teve força para contar a verdade sobre a morte do filho. Apenas assentiu com a cabeça e depois deitou ao lado da família. Ele aconchegou Morgana em seu peito e abraçou a esposa e o filho e chorou. Merlin ficou ali por horas até que não sentiu mais a energia de Morgana. Ela estava morta.

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Na caverna Merlin demonstrava a dor que ainda sentia ao deixar cair uma lágrima de seus olhos.

Robert – Sinto muito senhor, por fazer relembrar essa dor.

Merlin – Não se preocupe rapaz. Com tempo a dor vai ficando menor. Ela não acaba apenas diminui a intensidade.

Robert – Ela morreu sem saber sobre o filho.

Merlin – Não tive coragem de dizer a verdade. Ela morreu acreditando que nosso filho estava vivo.

Robert – E como foi a despedida?

Merlin – Foi de um jeito que somente uma rainha merece. Levamos o corpo de Morgana e de nosso filho para o lago de Avalon e lá a colocamos em um barco e depois acendemos com fogo. Do mesmo jeito que fizemos com Arthur. A dor foi muito grande para todos ali. Eu, Gwen, as crianças. Até mesmo Gwayne, que odiava Morgana sentiu a morte dela.

Robert – O que o senhor fez para continuar?

Merlin – Eu fui embora de Camelot. Eu decidir que não tinha mais por que viver ali. Camelot estava segura. Tínhamos um bom exército. A magia era aceita, Gwen tinha feito um bom trabalho. Então eu senti que não tinha mais por que continuar ali. Eu parti algumas semanas depois. Claro que se eu soubesse o que aconteceria eu não teria ido.

Robert – O que aconteceu?

Merlin – Camelot entrou em uma guerra e eu só soube quando não tinha mais nada o que eu pudesse fazer.

Robert – Mas o senhor não tinha o dom de perceber o futuro?

Merlin – Sim, mas a dor que eu sentia com a morte de Morgana e meu filho não me permitia ver ou sentir nada. Eu fiquei angustiada em estar em Camelot. Gwen até tentou me manter lá, mas casa parede, cada pessoa, cada som me fazia lembrava da mulher que eu amei, o filho que eu não cheguei a conhecer, o melhor pai que alguém poderia ter e um amigo que era como um irmão. Por mais amor que eu tinha por Gwen e as crianças eu precisava sair de Camelot por um tempo, mas nunca pensei que isso condenaria Camelot à ruína.


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