Kalli,esta tudo bem? - Pergunto-a curiosa para saber o que havia acontecido lá embaixo.

Ela sentada em sua cama,virada para o banheiro ( de costas para mim).

– Não Audrey, não está nada bem... e sabe... tem uma culpada por tudo isso. Uma culpada por guerras entre mundos. - sua voz era carregada de sombras inexplicáveis.

– Está me assustando. Diga-me,o que aconteceu lá embaixo? Por que está assim? Guerras entre mundos? Me explique! - Sento-me perto dela, e coloco minhas mãos em seus ombros, a sacudindo para que olhe diretamente em meus olhos,mas ainda assim,olha para o chão.

– Tire as mãos de mim. Durma Audrey, apenas se deite,e durma. - disse Kalli.

Sem entender absolutamente nada, tomei um banho, escovei meus dentes,e me deitei. Fiquei horas olhando para ela, tentando saber o que é que estava acontecendo. " Louca ela não está , mas há algo de estranho por aqui. " - pensei. Até que me deixei dormir.

۞

– Mas que lugar é esse? - Disse alto,mas para mim mesma.

Ao olhar em minha volta, vejo que estou em um túnel,para trás de mim, há apenas escuridão. Ele segue reto, até avisto uma saída avermelhada. Sigo direção a ela. " Aliás, ficar nessa escuridão não fico, de jeito nenhum!" - pensei.

A cada passo, sinto energias estranhas, algo entrando em meu corpo , ou saindo. É difícil entender o que estou sentindo. Mas continuo... espere... o que é aquilo? Algo com asas negras, cabelos negros... sim, é a figura de um homem com asas, com uma camisa preta, e uma calça branca,descalço... de costas para mim...

– Consegue me ver pequena Audrey? - Disse aquilo mim.

" Como ele soube que estou aqui? como? não fiz barulho algum." - pensei.

– Consigo ouvir até mesmo,seus pensamentos, eu fiz com que você chegasse aqui. Esperei anos para que me visse. - disse ele. " Sua voz era doce,convidativa, e por que não sensual?"

– Quem é você? Como sabe meu nome? Que lugar é esse? Por que estou aqui? Isso é real? - metralhei-o com minhas perguntas.

– Calma pequenina, sou Morfeu, isso é real, esse é meu lar, e as demais coisas, saberá com o tempo.

Ele saiu do fundo avermelhado e entrou no túnel, veio andando em sua direção " caraca, ele é alto ". Quando chega bem perto de mim, consigo ver seu rosto, não consigo distinguir a tonalidade de sua pele, pelo reflexo vermelho da saída. Más seus olhos... brancos como a neve, seus cabelos negros, lisos e perfeitos e ele é forte. Morfeu, toca meu rosto, como se estivesse conferindo algo.

– Sim, é você. É incrivelmente parecida com sua mãe. - disse olhando para mim.

– Minha mãe? O que disse? conheceu minha mãe? - o empurrei para longe de mim.

– Ei, ei, calma. Não quero ser grosso em nosso primeiro encontro. - disse num tom sarcástico.

– Encontro? fique longe de mim, você deve ser louco! - Gritei.

Ele então, se volta com muita rava, seus olhos ficaram vermelhos, quase em chamas. Coloca suas mãos em meu pescoço, me levantando na parede úmida daquele túnel.

– Escuta aqui, conheço muito bem, a sua maneira de lidar com as coisas. É igual a sua mãe, pena que esse jeito forte, e durona, a causa o pior.Então, da próxima vez em que eu lhe ver, espero que seja diferente. - Ele me soltou , e me deixou caída , desmaiada no chão nojento daquele lugar.