Conversa vai,conversa vem. Ficamos questionando várias possibilidades do fato ocorrido. Mas ao ver que escureceu, e eu já ter melhorado,decidimos voltar para escola. Estávamos na enfermaria. Tivemos que atravessar todo o campo de grama,e as quadras para chegar até a porta de entrada,do refeitório.

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Quando entramos,vemos que aqui está totalmente escuro. Todos já haviam se deitado. Nem mesmo as luzes da escada estavam acesas. Isso é muito estranho.

– Olha...realmente, isso aqui tá me dando um medo... - disse Mary.

– Calma, é só pegarmos os celulares para enxergarmos,ok? E pare de ser medrosa. - lembrou Luca.

Cada um pegou seu celular,mas Kalli estava sem bateria, eu seguro no braço dela,para que ela possa me acompanhar sem tropeçar em algo. E então seguimos, Kallinie e eu na frente, Mary em segunda,e Luca logo atrás dela. Ao chegar perto das escadas e elevadores, todos escutamos um barulho de porta se fechando. Paramos de andar, e apontamos os celulares para a porta mais próxima,vinda da cozinha.

– Cara,o que foi isso? - sussurrou Mary.

– Não sei, não sei, mas foi um som esquisito, de portas se batendo... - disse mais baixo ainda.

– Bem... o que quer que tenha sido, eu vou conferir o que foi,certo? - Kalli foi em direção a porta.

– Quer que eu vá junto? - Luca segurou o braço dela - Porque você pode voltar correndo e com... - Um som terrível de animais e gritos vieram da cozinha.Interrompendo o que Luca ia dizer. Eram gritos de dor, como se alguém estivesse sendo torturado.

– Me tira daqui,eu quero meu quarto,por favor vamos logo,me tira daqui! - Mary Jane abraçou Luca e os dois se aproximaram de nós duas.

– Calma Mary,não grite,fale baixo,assim não podemos ouvir as "coisas." - eu disse.

– Eu vou ir lá,para simplesmente provar que não há nada lá dentro,ok? - Kalli,mais uma vez foi em direção de onde saia os sons esquisitos.

Ela foi indo,indo,até que entrou na cozinha,e já não a vemos mais. Estamos sentados no pé da escada,esperando ela voltar.

–Já faz uns 15 min. dês de que ela entrou lá, - Eu disse - não é melhor nós irmos lá e...

Um barulhos de pratos de vidros caindo no chão,foi totalmente reconhecível a nós três. Cadeiras provavelmente se arrastando pelo chão,fazendo um som terrível para os ouvidos... nós naquela escuridão,sem nem ao menos ligar os celulares,estávamos apenas ouvindo,ouvindo... até que a porta se abriu,e um som de ventos fortes acompanhou algo que saia de lá. Mesmo não enxergando, eu sei que está se aproximando. O vento vai ficando mais forte... até que a porta se fecha,fazendo um barulho muito agressivo. Estou apenas olhando para baixo tentando ouvir algo...mas só ouço a respiração de meus amigo,ofegante, e minha amiga assustada. Levanto a cabeça quando uma mão toca em meu ombro. Continuo sem ver nada,mas me viro para o lado da mão que me toca...

– Audrey,já podemos subir?

– Kalli? - reconhecendo a voz,perguntamos os três ao mesmo tempo.

– Sim,vamos subindo? - Ela disse,num tom frio,sombrio.

A abracei e conferi que era realmente ela.

– Vamos,venha,me acompanhe,vou ligar meu celular... -  a peguei pelo braço.

– Não.Posso ir sozinha.Apenas venham atrás de mim. - Ela tirou minhas mãos de seu braço.

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Ao subirmos as escadas,nenhum de nós fazemos barulhos com os pés. Apenas ela. Parece que seus pés,a cada paço se fixa no chão de uma maneira muito estranha. Mas continuamos subindo. Ao chegarmos 9º andar, (andar dos quartos femininos) Luca se despediu de todas nós, e subiu para o andar dos garotos. Mary ficou em seu quarto.E então,eu e Kalline seguimos para o final do corredor. Com todas aquelas luzes apagadas,apenas a luz da noite era visível das janelas. Está chovendo,e fazendo um frio,fora do comum aqui dentro.

Já em nosso quarto, ficamos apenas nós duas.Notei que ela estava meio desligada das coisas. Parecia um boneco.Não dizia absolutamente nada.