Amor ou Amizade? escrita por Aki Nara
As lanternas listradas de branco e vermelho enfeitavam e as barracas montadas davam um aspecto de feira ao parque. O Festival havia sido um sucesso.
O público ovacionou pedindo por “bis”. Assim, o No More Band executou uma última canção com participação especial da Orquestra Filarmônica da Universidade de TOFU.
As luzes se apagaram e os integrantes da orquestra e da banda se misturaram deixando o palco após a apresentação.
_ Parabéns! Sr. Kazuyuki Hiura. Você é um sucesso.
_ Erika... – Yuki virou-se para vê-la.
Ela era um sopro cálido e refrescante, depois da adrenalina de um show eletrizante e foi como rever um filme com bons momentos.
_ Será que este é aquele momento que a gente descobre que pode rir de tudo?
_ Com certeza.
Eles se abraçaram, um aperto saudoso e quase dolorido, onde o tempo cicatriza uma velha ferida.
_ Como você está? – disseram juntos.
_ Casado. – Yuki disse primeiro.
_ Puxa! Quatro anos e tudo que tem a me dizer se resume a uma palavra? – Erika riu.
_ Mentira tem perna curta.
_ Fico feliz por você – ela o abraçou novamente depositando-lhe um beijo no rosto – quero conhecê-la da próxima vez. É americana?
Yuki confirmou acenando a cabeça. Não havia mais nada a ser dito que pudesse trazer o tempo de volta, mas eles estavam relutantes em se deixarem.
_ Mantenha contato – Erika entregou-lhe um cartão de visita. – Tenho algumas composições que gostaria de trabalhar com você.
_ Eu ligo. E obrigado por sempre deixar flores no túmulo.
Eles se sentiram mais leves porque não precisavam continuar o que estava acabado, mas podiam começar um relacionamento com bases mais sólidas, a amizade que sentiam um pelo outro.
Erika seguiu pelo corredor dos camarins até chegar numa porta aberta.
_ Vai me ignorar? – Richard a encarava pelo espelho.
_ Só se não tiver água.
_ Continuo sendo a causa desse calor corporal?
_ Acabei de ver Yuki – ela corou.
_ Isso responde a minha pergunta, mas eu não gostei da resposta. Pegue sua água e me ignore.
_ Quem fala o que quer, ouve o que não quer.
Assim que pegou a água, Erika notou o buquê de orquídeas com um cartão estampando seu nome.
_ Este buquê é pra mim.
_ É mesmo? Devem ter entregado errado.
_ Hum... “Esta é minha família. Bia” – Erika franziu o cenho – deveria ter uma foto junto.
_ Talvez... Este aqui.
Erika pegou a foto que Richard estendeu.
_ Richard...
_ Eu sei! O garoto é a minha cara.
_ O que você vai fazer?
_ O tempo de fazer alguma coisa já passou. Ele parece ser um cara muito legal.
_ Tem razão...
Erika deixou a foto na mesa e partiu levando apenas o buquê. Algumas portas eram difíceis de ser fechadas definitivamente, mesmo porque a vida profissional dos dois se cruzava com freqüência.
_ Mamãe! Ela está com seu buquê!
Erika olhou para o menino que tanto se parecia com Richard.
_ Você está enganado, meu bem. Existem muitos buquês como aquele.
Bianca sorriu para Erika. Houve um entendimento mudo entre as duas mulheres, a amiga precisava fechar a sua porta para continuar. Ela deixou-se ficar parada até Bia desaparecer completamente de sua vida.
_ Aconteceu alguma coisa?
Erika se virou para ver de onde vinha aquela voz agradável. O que poderia dizer... Sem dúvida nenhuma era um homem atraente, um homem muito bonito, na verdade... O “seu” tipo de homem interessante.
_ Não. Acho que é só cansaço.
_ Quer ajuda? Eu sou médico.
_ Imagina. Acho que preciso só de um bom café.
_ Eu conheço uma loja aqui perto.
_ Não costumo tomar café com estranhos.
_ Claro... – de repente, ele parecia desconfortável.
_ Erika Amane – estendeu a mão livre.
_ Naoto Kusunoki.
Entre um amor e uma amizade continuo com minha Sinfonia inacabada, mas a vida... Esta sempre traz fortes emoções por que viver intensamente cada momento é a maior dádiva que todos nós podemos levar dela.
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