Amor ou Amizade? escrita por Aki Nara


Capítulo 11
Capítulo 11 - A Paixão




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Aos poucos Richard minava minhas defesas fazendo confissões que o tornavam quase humano quando sabia que seus movimentos eram calculados.

A camaradagem continuou entre nós, porém, sentia-me cada vez mais dentro de um jogo determinado por regras que não eram as minhas.

Ele havia conquistando minha amizade mesmo que forçada a princípio, mas sem querer eu me via rindo até de suas brincadeiras sem graça.

Era uma companhia agradável quando queria e insistia sutilmente em investidas ocasionais quando estávamos a sós e sem a presença de Bianca.

***

_ Por que você continua tentando? – Erika foi direto ao ponto.

_ Por que a esperança é a ultima que morre, concorda?

_ Richard você tem muita cara de pau, você dá em cima de minha melhor amiga e ainda quer que eu acredite em seu interesse por mim? Não caio nessa.

_ Ah, é claro que cai. Já está caída, só não se apercebeu. Essa amizade é um empecilho para nós. Vocês sempre contam uma para a outra, o que eu falo em particular para cada uma? – ele parecia aborrecido apesar de sua autoconfiança.

_ É óbvio! Amigas não possuem segredo. E definitivamente você não é criativo porque fala pra ela a mesma coisa depois pra mim ou vice-versa.

– E vocês riem de mim, não? Vida cruel! Por que não posso ter as duas?

_ Por que toda mulher gosta de exclusividade, Ricky.

_ Mas eu juro que sou totalmente exclusivo quando estou com você. Assim como sou totalmente exclusivo quando estou com Bia.

_ Somos amigos. Está bom assim. Para quê mais? – Erika riu, ele era totalmente “no sense”.

_ A amizade é meio caminho andado para um sim mais íntimo... Eu prefiro ir direto ao ponto, mas se você quer dar a volta ao mundo.

Richard não escondia sua índole cafajeste, mas o pior de tudo era que esse charme perigoso o tornava interessante aos olhos de Erika.

_ Que tal falarmos de outra coisa? – ela mudou drasticamente de assunto. – Por exemplo, formar o tão sonhado dueto? O professor Tokunaga ficará radiante, não?

_ Isso é que eu chamo de fugir pela tangente. Esse assunto não me desperta nenhum interesse nesse exato momento, sabia? – Richard dardejava tornando a íris de seus olhos de um azul penetrante. – Mas sim, o professor vai me premiar por ter um charme irresistível e ter conseguido isso de você.

_ Você deveria esbanjar mais esse seu charme em vez de ser tratante na maioria das vezes.

_ Estou esbanjando agora... – ele brincava com a ponta de seus cabelos. – Você não percebeu?

_ Uau! – Erika corou se sentindo desconfortável, mas muito lisonjeada.

_ Mas com você isso não funciona da maneira que eu quero.

Erika riu do trejeito exagerado que Richard fazia para que seu inconfundível charme chegasse até ela. Ele plantou bananeira no meio da praça, onde uma multidão de alunos passava rindo.

Ela se afastou fingindo não conhecê-lo, mas Richard a alcançou. Erika se viu forçada a entrar dentro do labirinto, que era um lugar ermo, diminuto e com uma saída bloqueada pelo corpo dele.

Com o semblante sério Richard aproximou-se dela lentamente, fazendo-a recuar de encontro à parede de arbusto. Richard levantou-lhe os braços deixando-a imobilizada.

_ Eu te quero – as palavras soaram roucas em seu ouvido causando um arrepio involuntário nela.

O coração dela bateu descompassado enquanto a mente divaga confusa. Ela tremia diante da tortura que era experimentar a sensação de estar indefesa.

Richard despia seu íntimo, era como se ele pudesse penetrar em sua mente e extrair as fantasias e os desejos mais secretos que a tornavam suscetível ao seu encanto.

_ “Querer” nem sempre é “poder”. Bia deve estar esperando para ensaiar, não? Se não me engano você prometeu ajudá-la – Erika baixou os olhos tentando desesperadamente não cair em tentação.

_ Seu corpo é intenso como o meu – Richard encostou-se mais para lhe mostrar o que não queria reconhecer, o poder que ele exercia nela.

Ele mordiscou o lóbulo de Erika passando-lhe ondas de calor que a fizeram tomar consciência de sua feminilidade e da sexualidade latente em seu corpo.

_ E vou querer estar bem perto de você quando todo esse desejo explodir. Mas por ora, eu sei quando sou dispensado. Até mais.

Richard caminhava sentindo o inconveniente de seu corpo excitado. Normalmente, ele nunca deixava que a libido fosse maior que a racionalidade, mas era jovem e ativo. Não podia evitar que seu corpo funcionasse de modo independente.

A fome dele aumentava cada vez mais por que não conseguia mais se satisfazer com qualquer garota, muito embora Bianca o mantivesse ocupado.

A idéia de ser o primeiro a ensinar-lhe as delícias do sexo era muito agradável. Ele suspirou exasperado consigo mesmo, pois deveria estar completamente concentrado apenas na carreira de “virtuose”.

Richard não conseguia manter a frieza usual para conseguir apenas o objetivo de absorver a experiência musical. Desta vez ele queria mais que a vitória, queria a conquista e rendição completa daquela que havia se tornado mais que um desafio.

Ele usava seu jogo de sedução e por mais artimanhas que tivesse escondido na manga, Erika sempre conseguia se esquivar. No entanto, ele estava confiante de que a teria por livre e espontânea vontade. Mas enquanto isso...

***

Na sala de treino Bianca suspirava mais uma vez tentando se concentrar na partitura aberta. Ela treinava interpretar Julieta e como estava insegura pedira para que Richard a ajudasse a treinar.

No primeiro treino, ela fechou os olhos como de costume para esquecer tudo a volta e se concentrar na música, mas quase de modo imperceptível sentia a presença de Richard atrás de si com a respiração cálida em sua nuca.

Bianca normalmente revelava tudo para Erika, mas guardou segredo sem saber bem os motivos para isso. Talvez porque ainda não tinha certeza do que revela.

Entretanto, no treino seguinte ela o flagrou abrindo os olhos no momento que Richard lhe afastava os cabelos para depois beijá-la no pescoço e isso também guardou para si.

Bianca queria ter coragem para esclarecer as dúvidas que tinha no coração, mas não o fazia porque pressentia que ele se distanciaria. Assim revivia os momentos passados com ele para sentir que era real e não um sonho.

A espera era uma tortura. Ela ansiava pela continuação daquilo que faziam durante o treino. Richard entrou trancando a porta numa prática comum entre os alunos para não haver incômodos desnecessários.

A sala de treino era um cubículo, mas com a presença dele se tornava menor ainda. Bianca engoliu em seco sentindo os lábios ficarem ressecados e involuntariamente passou a língua neles.

Ele caminhou sem culpa. O que um predador poderia fazer diante da caça quando ela batia à porta e ingenuamente pedia para entrar em seu covil.

_ Vamos começar? – ele disse tranqüilo, mas com uma nota de duplicidade.

Bianca concordou silenciosamente tocando os acordes.

– Feche os olhos, Bia. – Richard sentou-se no banco ao lado dela roçando-lhe as coxas com o tecido macio da calça.

Bianca estava assustada, sobretudo com a sensação de volúpia, ninguém nunca havia lhe despertado emoções tão fortes, mas ninguém tão pouco havia demonstrado interesse.

_ Relaxe... Você está tensa – Richard massageou-lhe os ombros descendo as mãos suavemente pelos braços até roçar linha dos seios e seguir pela cintura e pressionar-lhe o baixo ventre – o diafragma precisa estar firme para impulsionar sua respiração.

Porém, ela se esqueceu de respirar colorindo o rosto diáfano num tom róseo e sem perceber abriu os lábios carnudos para receber a língua macia que explorava sua boca numa doce carícia.

_ Não deveríamos estar treinando? – ela se afastou um pouco.

_ E não estamos? Seu beijo está ficando bom... Só falta se acostumar com isso.

Bianca protestou ao mesmo tempo em que consentia o toque suave no seio e a carícia da boca por cima da blusa deixando-a nas nuvens.

_ Confia em mim? – fraca demais para falar ela confirmou acenando a cabeça. – Eu também confio. Toque-me onde quiser, mas esse é meu ponto mais sensível – ele encaminhou seu pequeno pardal para mais uma experiência íntima.

***

Richard foi embora levando minha vitalidade consigo, ele era um pedaço concreto de mau caminho, que sabia deixar qualquer garota com a expectativa de querer mais.


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