A Mais Solitária Das Estrelas escrita por Neko


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Desculpe se tiver alguns errinhos, terminei de escreve-la as 1:30 da manhã xD
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/361981/chapter/1

With the arms wide open - Creed

É, acabei de ouvir as notícias de hoje

Parece que minha vida vai mudar

Fechei meus olhos, comecei a orar

Então lágrimas de felicidade desceram rosto abaixo

Com os braços bem abertos

Sob o sol

Bem-vindo à esse lugar

Vou te mostrar tudo

Com os braços bem abertos

Com os braços bem abertos

Bom, eu não sei se estou preparado

Pra ser o homem que tenho de ser

Vou respirar fundo, trazê-la pro meu lado

Ficamos maravilhados, acabamos de criar vida

De braços bem abertos

Sob o sol

Bem-vindo à esse lugar

Vou te mostrar tudo

De braços bem abertos

Agora tudo mudou

Vou te mostrar o amor

Vou te mostrar tudo

Com os braços bem abertos

Com os braços bem abertos

Vou te mostrar tudo

Oh yeah

Com os braços bem abertos

Bem abertos

Quer saber qual a frase mais icoerente já inventada? Fácil, a resposta é "E eles viveram felizes para sempre". Nada nesse mundo é capaz de me atormentar mais que esse verso, nada.

O motivo de toda essa minha raiva é por causa de uma loira, que nem ao menos o nome sei. Ela surgiu em minha vida tão rápido quanto partiu. E mesmo nesse pouco tempo ela conseguiu fazer uma cicatriz eterna em minha alma.

Ela simplesmente veio, mudou minha vida por completo e se foi. É como se eu tivesse sido apenas um boneco de pano, que quando você se cansa de brincar com ele, joga-o fora sem cerimônia sequer. Porém, eu fui o boneco de pano mais feliz do mundo por uma noite.

Passei toda a minha vida procurando vestigios dela, mas é como se ela tivesse desaparecido por entre a neblina espessa. Muitos me disseram que eu fiquei louco, que tudo não passou de um sonho, apenas fruto de minha imaginação. Mas, não. Não foi a minha mente me controlando novamente, não dessa vez. Eu pude senti-la, eu pude ouvi-la.. Pude desejar-lhe como um louco apaixonada perante as estrelas.

Recordo-me perfeitamente de sua voz, de seu cheiro, do toque de sua pele e do indescritível gosto de seus lábios. Ah, lábios aqueles que me possuíram por completo apenas com um leve roçar.

Atualmente eu tenho 87 anos, meus cabelos tem o mesmo possuem o mesmo tom grisalho de sempre, já meus olhos carmíns que antes eram penetrantes e intuitivos, agora estão quase sem vida. Eu estou morrendo aos poucos.

Podem achar que sou louco, mas eu vivi minha vida inteira em pró de uma mulher que só existe para mim. Eu não tive esposa e nem filhos. Minha vida inteira foi dedicada apenas a figura loira que me fez ceder a luxuria em um outono vazio e deprimente.

A essa altura do campeonato vocês já devem ter certeza de que estou sofrendo de alguma doença mental grave, talvez, um alzaimer? Infelizmente não posso mudar o pensamente de vocês, mas posso-lhes contar uma história; A história de como conheci a figura tão endeusada até então.

Como eu disse anteriormente, foi em uma noite de outono. Eu tinha 23 anos. Sai com uns amigos da faculdade, aproximadamente uns cinco, para acamparmos no velho lago que fica a 147km da república. Fazíamos essa mesma atividade todos os anos, mas nesse foi um tanto quanto peculiar.

Nós armamos as barracas, montamos a fogueira e, já com as cervejas em mão, ligamos o som de um dos carros. Depois que todos estávamos "mas para lá do que para cá" decidimos contar histórias, a ideia era contar histórias de terror. Mas o meu amigo, Eduardo, preferiu variar e optou por contar sobre uma velha história sobre o lago.

- Qual é, cara! - reclama um dos companheiro. - Não me venha com essas histórinhas babacas de contos sobre fetiches antigos.

- Mas essa história é um clássico, Pedro. Vamos lá, um pouco de cultura não mata ninguém. - argumentou Eduardo em pró de seu conto.

- Por mim tudo bem, adoraria ouvir. - Soltei.

- Tá, tá - desistiu o mesmo, que antes estava contra - Conta ai então.

- Ok. Essa história é sobre um ser místico que aparece nas luas cheias de outono, mas só a cada 64 anos.

- Ui!- exclamou um dos bêbados.

- Continuando... Ela aparece apenas para satisfazer seus desejos pessoais.

- Viu só, eu disse que era uma história sobre alguma ninfeta. - reclamou  Pedro, fazendo bico.

- Fica quieto! - Pediram todos da roda.

- Ta bom, agora eu parei. - calou-se por fim.

- Como eu disse, ela vem para esse local apenas para satisfazer seus desejos. Mas consequente acaba satisfazendo os desejos de seu parceiro também. Por conta disso, em troca, ela fica com o coração do mesmo, para sempre.

- Mas ou menos como uma sereia, certo? - Perguntei arqueando a sombrancelha.

- Sim, são bem parecidas, mas ao mesmo tempo bem diferentes. - Respondeu Eduardo fitando o céu. - Olha só, pessoal. Hoje é lua cheia!

- Você fez de propósito, né? - rio-se Pedro.

- Touché. - Sorriu de leve.

- A probabilidade de encontramos ela é menor do que 2%, levando em conta que ela só aparece a cada 64 anos. Sem contar que é apenas mas uma lenda. - Manifestou-se outro membro do acampamento.

- E vocês tem algo melhor para fazer? - Indagou Eduardo

- Não. - Respondi com um sorriso malicioso.

- Beleza! Quem comer a ninfeta sereia primeiro ganha! - exclamou o 5º campista.

- Fechou. - Soltei já dando as costas a eles e me dirigindo a floresta densa.

- Eu topo! - pude ouvi-los exclamando atrás de mim.

Conforme eu adentrava a mata o ambiente ia se tornando mais escuro, a única luz que eu possui-a era a de meu celular, cujo a bateria já teve dias melhores. Após quase 30 minutos de apenas arvores, arbustos e galhos retorcidos. Eu acabei em um grande lago, provavelmente seja outro trecho do mesmo que viemos visitar, mas desse lado tinha uma ponte de pedras e, por estar levemente alcoolizado, demorei para notar a presença sentada no centro da construção. Comecei a me aproximar e pude ver que era uma mulher com cabelos loiros, de aparentemente 19 anos, e estava chorando.

Me aproximei silenciosamente para não assusta-la. Mas quando ela me viu, ao ínves de ficar assustada e correr... Ela levantou e sorriu, um sorriso de alívio.

- Moço! Perdão, senhor. Pelo amor de Deus, me ajude! - Suplicou se aproximando e chorando freneticamente.

- O que houve? - Perguntei me ajoelhando junto a ela.

- É-é que eu e minha amiga estávamos indo para o Rio de Janeiro, mas um carro com três homens bateu no nosso. Mas o deles não deu perda total, só o meu. Nisso eles desceram do carro e nos apontaram uma arma. - Ela hesitou por um segundo, mas logo se recompôs e continuou. - "Precisamos só de uma, pega a moreninha da esquerda." Eles disseram. Pegaram todas as minhas coisas, celular, bolsa e entre outro aparelhos. E o pior de tudo, eles levaram minha amiga! - Começou a chorar a ponto de soluçar. - EU NÃO SOU INGÊNUA! Eu sei o que vão fazer com ela... Eu só... - Ela desabou sobre meu peito puxando minha camisa, derramando algumas lágrimas sobre a mesma. - Eu só quero que alguém nos ajude.

- Calma, a gente vai dar um jeito. - Tentei reconforta-la com um abraço.

- NÃO! NÃO MINTA PRA MIM! - A loira assentou um tapa em minha face. - Não... Minta.

- Tudo bem, desculpe-me. Não posso fazer nada quanto a sua amiga. Mas se quiser posso te levar até o nosso acampamento. É do outro lado da floresta. - Sugeri, ainda massageando o local-alvo.

- M-mas... Eu t-tenho medo de escuro - Encolheu-se.

- Aliás, como você chegou até aqui? - Lembrei que ela não o havia mencionado.

- Eu andei durante duas horas, tentei pegar carona. Mas nenhum carro parou para mim. Já estou aqui nessa ponte a quase uma hora. Apenas implorando para que alguém aparecesse. - Explicou fitando o vazio

- Desculpa por ter questionado... - Estendi-lhe a mão.

- Não, tudo bem. Desculpa pelo tapa, eu estava muito nervosa. - Ela segurou minha mão e eu a levantei

- Não é para menos. Mas então, o quê faremos já que você não quer passar pela floresta? - Perguntei franzindo o cenho.

- Não podemos esperar aqui até de manhã? - ela sugeriu com o indicador repousado sobre a boca. Somente nesse momento reparei o quanto ela era linda.

- Ainda são 2:36. Tem certeza?

- Então temos tempo. - falou com um tom malicioso.

- Como assim? Tempo para que? - Me fiz de desentendido.

- Você sabe muito bem. - Foi a última coisas que ela disse antes de me tomar os lábios.

Quando me dei conta estava totalmente envolvido pelo doce gosto de seus lábios e a suavidade de seus toques. Logo eu pedi passagem, e ela concedeu, explorando cada cantinho daquela delicada boca. O beijo estava se tornando cada vez mais envolvente e abrasivo. Nos beijávamos com se nossas vidas dependessem disso. Ela passa a mão por toda minha nuca e abdômen, enquanto as minhas estavam direcionadas para suas costas e bunda. Desci os beijos para o pescoço dando também leves chupões. Fazendo-a soltar um gemido fraco, porém, claro. Aquilo tirou o resto de minha sanidade.

Comecei a tirar a sua camisa e ela a desabotoar a minha com toda sua vontade e desejo. A luz da lua refletia sobre nossos corpos tomados pelo suor. Naquela fria noite nós nos tornamos um. Não foi a primeira vez que eu havia feito sexo. Mas, sem dúvidas, foi a melhor.

Esperei acordar e encontra-la ao meu lado, mas, quando abri os olhos, ela não estava lá. Ela não deixou nenhum bilhete, nem nada. Simplesmente desapareceu, como se nunca tivesse existido. A única coisa que restou foram lembranças borradas de sua face. Mas, dentro do meu coração eu era capaz de descrevê-la perfeitamente, talvez até montar sua biografia. Era como se tivesse uma laço invisível que nos unisse.

E aqui estou eu, após 64 anos, no mesmo velho lago, em outro outono escasso e em plena lua cheia. Esperando ela aparecer, para me levar embora. Eu já vivi demais, não preciso mas gastar meu tempo nesse mundo fútil.

Nesse mesmo momento senti uma mão repousar sobre meu ombro direito.

- Querido? - Uma voz doce, e totalmente familiar sussurrou em minha orelha. - Está pronto? Já é hora de irmos.

- Estive esse tempo todo esperando pelo seu retorno. - Falei fitando seus olhos verdes como esmeraldas. - Apenas me diga uma coisa, para que eu possa partir em paz!?

- Tudo que você quiser.

- Qual seu nome?

- Albarn, Maka Albarn. É um prazer revê-lo, Soul. - sorriu pelo canto do rosto. - Podemos ir então? Espero que esteja pronto.

- Sempre estive, desde aquela noite.

E ela nos levou, não sei dizer se para o céu, ou para o inferno. Tudo que importa, é que eu "viverei" uma eternidade ao lado da dona do meu coração. Tch. O quão hipócrita eu sou? Critiquei tanto o "E eles viveram felizes para sempre.", mas acabei de achar o meu.

Se eu tivesse apenas um desejo

Um pequeno pedido só

Eu torceria pra ele não ser igual a mim

Espero que ele compreenda

Que ele pode tomar esta vida

Segure-o pela mão

E ele pode cumprimentar o mundo

Com os braços bem abertos

De braços bem abertos

Sob o sol

Bem-vindo à esse lugar

Vou te mostrar tudo

De braços bem abertos

Agora tudo mudou

Vou te mostrar o amor

Vou te mostrar tudo

Com os braços bem abertos

Com os braços bem abertos

Vou te mostrar tudo

Com os braços bem abertos

Bem abertos


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oque acharam? ^^
Espero que tenham gostado. Se você leu inteira, me deixa pelo menos um "Oi", assim eu ficarei feliz xD
Kissus