Under The Water

Alma Perambula

Abrir os meus olhos, olhei ao redor. Tudo parecia tão estranho, eu não estava na rua deitada ao chão sendo socorrida e sim em um corredor enorme e todo branco. Levantei-me e deu uma olhada em mim, eu estou normal. Eu estava com as mesmas roupas de quando sair de casa. Um vestido preto curto e colado e uma bota preta que vai até os joelhos com salto. Não me pergunte do por que está usando essas roupas. Aliais eu estava delirando na hora.

Andei por aquele imenso corredor e quando finalmente encontrei as pessoas ninguém me olhava. Tentei chamar a atenção mais elas nada falavam. Fiquei em frente de uma mulher loira e ela conversava com um paciente normalmente como se não me visse ali. Indignada com toda essa exclusão eu fui até a recepção e chamei a moça que nada fazia, gritei, berrei e nada. Deus! O que está acontecendo comigo?

Dei de costas para a recepcionista e de repente um homem me atravessou. Fiquei em choque quando isso aconteceu, e quando me dei conta eu era apenas uma alma perambulando pelo hospital.

(...)

Eu estava morta.

Era isso que via direto em minha cabeça, mais por que eu não fui para outro lugar? Como o céu, por exemplo, isso se eu merecia ir para o céu. Fiquei sentada no mesmo lugar onde eu acordei abraçando as minhas próprias pernas. Até que eu ouvir passos firmes. Quando olhei para o lado, me levantei rapidamente quando vir que era ele. Ele quem eu procurava esse tempo todo. Sasuke passou por mim, mais ele não ia ver uma alma mesmo. Então o segui. Ele estava com um buquê de tulipas nas mãos e seu rosto estava tristonho.

Sasuke entrou em um dos quartos e entrei junto. Quando eu fui ver quem era a pessoa deitada na maca, eu dei um passo para trás quase caindo. Era eu lá! Toda machucada e em coma. É claro eu não morri, e isso é um sonho. Eu já vir esse filme antes. Eu irei acordar agora!

(...)

A quem eu quero enganar? Isso não é um sonho, é tudo real.

Eu fiquei o tempo todo sentada no sofá enquanto eu ouvia Sasuke dizer as palavras mais lindas, mais que ao mesmo tempo dolorosas. Se ao menos eu pudesse da um sinal avisando de que eu estava aqui, de que eu ainda não morri. De repente eu parei de pensar quando eu o ouvir novamente:

- Se por menos eu tivesse chance de me explicar o porquê do meu sumiço, mais fui egoísta em ti deixar sozinha nesse perigo. Eu só lhe peço perdão Sakura, eu só queria que voltasse para eu lhe fazer minha!

- Eu estou aqui Sasuke! – Eu disse na inútil esperança de que ele iria ouvir.

De tanto eu assistir esses filmes idiotas, eu rezava para que ele fizesse aquela pergunta: De um sinal de que você está aqui! Ou Mande um sinal!

Eu sou muito sonhadora. Eu o vir sair do quarto aos prantos, corri atrás dele. Sasuke ainda chorava, tanto que encostou-se à parede e foi escorregando até o chão. Ele escondeu a sua face entre as mãos e continuou chorando. Toquei seus cabelos na tentativa inútil de acalma-lo, eu também estava chorando. De repente ele passa a mão no cabelo para tirar algo, mais não tinha nada no cabelo. Passo a minha mão novamente e ele faz a mesma coisa. Daí me dei conta de que ele pode sentir o meu toque, mesmo não tendo a noção de que sou eu quem o toca. Passei a minha mão em seu rosto e ele virou bruscamente para o meu lado.

Nossos olhos se encontraram, eu o via mais ele não meu via. Ele continuava a olhar como se olhava para mim, só que na verdade ele estava olhando para o corredor. Sasuke levantou a mão e depois baixou. E, assim ele finalmente se levantou e pegou o seu caminho.

(...)

No hospital eu não ficaria então o seguir. Entrei no mesmo taxi que ele, sentei ao seu lado. O taxi passou pelo meu bairro, eu vir a minha casa que a mesma estava trancada e tudo apagado. Acho que depois irei da uma passada aqui, mais primeiro irei seguir o Sasuke.

Chegamos em uma casa enorme. Ele saiu do taxi, eu o seguir é claro! Sasuke abriu a porta e tudo estava escuro como a minha a casa. Subiu as escadas e se trancou no seu quarto, que por sinal estava muito bagunçado. Ele pegou a sua guitarra e começou a tocar. Olhei ao redor e me vir no espelho. Eu estava horrível!

- Sakura?

Olhei para trás quando eu ouvir o meu nome, ele estava de pé completamente espantado. Olhei para o espelho novamente e o meu reflexo refletia no mesmo. Então ele conseguia me ver, mais só nos espelhos.

- Você me ver? – Perguntei.

- Eu não acredito, o que você é? – Perguntou ainda espantado.

- Sou eu a Sakura.

- Não acredito, eu estou delirando.

- Você não está delirando, isso é real.

Ele veio até a mim com a tentativa de me abraça só que ele quase caiu com essa atitude. Eu não posso ser tocada. Sou um fantasma.

- Eu sei é estranho. – Eu disse.

- Você não está totalmente morta. – Ele disse sorrindo.

- Eu sei, e eu acho que só pode me ver, através dos espelhos.

- Volte Sakura – Ele implorou.

- Eu não consigo, estou perambulando por ai sem explicações.

(...)

Eu estava sentada na mesa enquanto Sasuke fazia algo para comer, ele me via pelo espelho do microondas.

- Você mora sozinho? – Perguntei.

- Não tecnicamente, o meu irmão mora na Faculdade e os meus pais estão viajando e só voltam daqui a um mês.

 - E como estão as coisas por aqui depois do que aconteceu?

- Seus pais estão se culpando pelo o que aconteceu com você, suas amigas estão quase em depressão assim como Neji, Gaara e Naruto.

- E isso faz quanto tempo?

Ele deu um suspiro e disse:

- Duas semanas.

Arregalei os olhos, não pode ser. Duas semanas?!

- Duas semanas?

- Exatamente – Disse cortando um pão.

- Sinto-me culpada por tudo.

- Você não teve culpa – Disse pegando um suco – Você estava atormentada com tudo que estava acontecendo ao redor e lhe peço perdão por te contribuindo com esse tormento.

- Tudo bem, lhe perdoou só me conte o que aconteceu com você naquele dia.

- Vamos para o meu quarto.

Formos para o seu quarto, lá ele sentou na cama de frente para o espelho e eu sentei atrás dele. Ele conseguia me ver perfeitamente.

- Eu tinha uma prima linda o nome dela era Natasha Uchiha, ela parecia uma princesinha de tão bela que era. Em um dia ensolarado a família toda decidiu ir para o campo, ficamos lá e acampamos. Até que esse Élio Beckov – Disse o nome com nojo – Apareceu por lá. Ele tinha um grande ódio por meu pai por causa da rivalidade entre as empresas, então com sua gangue rendeu todo mundo. De repente ele pegou a Natasha e sumiu com ela. Quando voltou disse que ela não tinha lhe dado tanto prazer e então ele pegou uma faca ensanguentada e jogou no chão e se foi com sua gangue. Ela tinha apenas 10 anos!

Sasuke começou a chorar, e eu novamente vinha com a tentativa inútil de acalma-lo. Eu não acredito que esse desgraçado pode fazer isso com uma criança tão inocente! Eu prometo que quando eu voltar a viver, eu irei caça-lo. Nem que eu vá até o inferno.