Uma vida perfeita, é o que todos dizem que ela tem. O que não é muito verdade. Já que ela tem tudo o que qualquer garota deseja: dinheiro, beleza, o garoto que quiser. Mas Elena perdeu os pais com apenas 15 anos. Desde então, ela não é a mesma. Agora finalmente ela terá, ao menos, direito de controlar a herança dos pais. Hoje era seu aniversario de 18 anos, e viajava com Jeremy, seu irmão mais novo, de carro para uma praia em Miami. A decisão fora do garoto, e ele dirigia. Elena estava ouvindo música, totalmente entediada com a cabeça encostada no vidro do passageiro.
Demoraram muito para encontrar o hotel (cinco estrelas, claro) e já era noite quando terminaram de arrumar suas roupas.
– Bem, acho melhor irmos dormir e levantarmos cedo para ir a praia. E já aproveitamos comemorar seu aniversario! O que acha, Elena? - perguntou Jeremy. Ele estava mais animado com o aniversario da garota do que ela mesma.
– Por mim tudo bem. Você quem sabe - respondeu ela. Pegou um pijama, e foi tomar um banho.
Assim que saiu do banheiro, viu Jeremy deitado de costas na cama. Ele investigava um cordão enferrujado, girando-o nos dedos.
– Ei, Leninha, olha o que eu achei!! Não é algo seu, é? - ele perguntou. Elena balançou a cabeça negativamente, mas se aproximou para ver o que era. Pegando o cordão, viu que era um tipo de mini terço enferrujado. Ela bufou.
– Jogue isso fora! Está muito velho - com essas palavras, Elena jogou o objeto numa lata de lixo no canto do quarto. Assim que se virou de volta para o irmão, sentiu uma tontura e como se algo puxasse seus ombros para trás. Se voltou novamente para a lata de lixo, achando que ia vomitar, mas todo o enjôo passou quando olhou para o conteúdo daquilo.
Estava totalmente vazio.
Elena levantou o pote do chão, e procurou pelo terço. Mas não estava em lugar nenhum.
– Ei! Elena! Ficou surda? O que está procurando? - a voz de Jeremy a trouxe de volta a realidade. Ela voltou para a cama e se sentou.
– Jeremy, aquele terço sumiu - ela sussurrou, ainda assustada.
– Que terço? Ficou louca? - Elena se virou aterrorizada. Como assim que terço? Achou melhor deixar pra lá. Jeremy só podia estar brincando com ela, tentando assusta-la. - Eu perguntei se ainda vai usar o banheiro, ou se posso ir tomar banho.
– Vai logo - ela respondeu. "Estou com sono. Ou bêbada. Ou estou doida de vez", pensou.
Ela se deitou, e começou a se sentir enjoada novamente.
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Elena acordou oito da manhã com o despertador do celular de Jeremy tocando. Ele próprio roncava, sem ligar para o rock que tocava alto. Ela se levantou e o acordou. Os dois se trocaram e foram tomar café, que era realmente completo, com tudo que se pode imaginar numa mesa. "Cinco estrelas, não?", Elena sorriu consigo mesma.
Foram logo para a praia, e até perto do meio dia Elena ficou somente tomando Sol, e Jeremy foi fazer uma caminhada. Quando o Sol estava muito forte, ele voltou e começou a encher o saco de Elena para que eles alugassem uma lancha e dessem um passeio no mar.
– Jeremy, nós não sabemos nem mesmo dirigir uma lancha! Não podemos ir no meio do mar com um barco sem saber dirigi-lo!!!
– Quem disse que eu não sei? Já aprendi quando viajei com uns amigos. Ao contrário de você, eu não fiquei três anos em depressão - isso definitivamente foi para provocar Elena. Ela olhou o irmão, e então bufou.
– Ótimo. Nós vamos andar de lancha então! - disse, decidida.
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– Uuuhuuuuul - berrou Jeremy. Ele fazia algumas curvas perigosas, e Elena não estava gostando nada daquilo. A água espirrava nela inteira, e ela se sentia enjoada.
Depois de um tempo que estavam no mar, o tempo começou a se fechar, e um trovão ecoou ao longe.
– Jer! É melhor voltarmos! - Elena berrou. Não houve resposta. Totalmente parado, o garoto continuava acelerando. Agora começava a garoar, e o céu estava muito escuro. Assustada, ela se aproximou de Jeremy e lhe sacudiu o ombro. - Jeremy!! Temos que voltar!!
Ele se virou para ela, e seus olhos estavam realmente vermelhos. Elena arfou e recuou, escorregando na superfície molhada da lancha. A garota urrou de dor nas costas, e percebeu que o garoto possuído se aproximava dela, o rosto disforme como de um demônio.
A lancha estava sem ninguém no controle, e eles foram de encontro a uma pedra. O barco voou. Elena desmaiou logo que afundou na água.