Vivo Por Ela escrita por MayLiam


Capítulo 4
Uma irritante e atraente sensação


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Leah e Ianna pelas recomendações e pela aposta nesta nova fic. Obrigada mesmo.

Tentarei atualizar Rainha do Egito mais tarde...
Boa leitura!



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Na manhã seguinte Rebekah trás meu café da manhã. Eu mal consegui dormir pensando no que houve. Eu realmente espero que ela tenha entendido tudo muito bem.

-Bom dia duque. Como acordou esta manhã?

-Da mesma forma de ontem. A senhorita Gilbert já acordou?

-Sim. Inclusive... – ela se aproxima de minha cama e me entrega um envelope.

-O que é isto?

-Ela me pediu que o entregasse. Na verdade ainda ontem a noite, mas não quis mais incomodá-lo. – ela explica e volta a servir meu café na mesa. Fico encarando o envelope. Eu deixei claro que não queria resposta. – Mais alguma coisa senhor?

-Não. – ela sai sem nada mais dizer e quando fecha a porta eu me levando e vou até a mesa, me sirvo de chá e sento. Abro o envelope.

“Caro Duque,

Eu não chamaria sequer de contato esta afronta escrita que resolveu me dirigir, qualquer um que se declare homem teria tido comigo ao menos uma conversa frente a frente, muito embora um cavalheiro que me endereça algo como o senhor o fez não mereça tal título.

Seu irmão não precisa me incumbir sobre nenhuma maneira de me portar. Sou adulta e bem criada, e em nenhuma de minhas ações deste dia, ou de outro qualquer, atentei contra a honra dele, minha ou sequer da família de vocês. Meus assuntos pessoais não dizem respeito a você e nem mesmo ao seu irmão. Sou noiva dele, não uma prisioneira.

Atento para que o senhor reflita sobre algo: Acho inquietantemente audacioso de sua parte citar boas maneiras quando a meses estou hospedada em sua casa e nem sequer o vi. Você citou os modos de civilidade deste país, mas acredito que neles não conste sua total falta de consideração comigo e ainda mais com seu irmão em não nos receber como um nobre anfitrião. Tais atitudes de sua parte me fazem desconsiderar qualquer aborrecimento que eu lhe venha a causar por apenas exercer um direito humano a tempos conquistado: o de ir e vir.

Sei que a escolha de trancar-se em uma masmorra pessoal talvez o tenha deixado alheio aos novos costumes sociais, ou mesmo o fez esquecer os mais arcaicos como respeitar uma dama e não a ofender com insinuações e ordens impertinentes.

Por tudo isto, meu caro duque, escolhi responder tais ofensas com a mesma escolha sutil de palavras. E mesmo sem ser esperada, acredito que minha resposta lhe deixou bem clara minha posição: não devo me reportar a alguém que não conheço. Apenas devo obediência a minha consciência e nada mais. Mantenha-se onde sempre esteve desde que cheguei e me poupe de tais desagrados. Tornaria minha permanência nesta casa muito menos enfadonha do que já é.

Atenciosamente e consternadamente ofendida, Senhorita Elena Gilbert.”

Eu mal posso acreditar no que acabo de ler. Ela é simplesmente perturbadora. Jogo o papel para longe de mim e começo a andar pelo quarto.

Que audácia... Masmorra pessoal... Não posso ser chamado de homem? Mas quem ela pensa que é?

-Rebekah! – grito e é libertador. – Rebekah! – estou andando de um lado para o outro e encaro o bilhete jogado a minha mesa. – Estamos entrando numa briga aqui e eu não costumo perder brigas.

....

Posso ouvir os gritos dele. E estou satisfeitíssima, minha leitura se tornou muito mais prazerosa. Ele é uma versão grotesca e piorada do senhor Darci de Jane Austin. Vejo Rebekah subir as escadas esbaforida e aflita, olhos assustados. É uma tola. Eu no lugar dela o deixaria gritar até que o ar de seus pulmões lhe faltasse.

Eu ainda ouço mais um grito ecoante dele. É incrível como ele consegue se fazer ser ouvido por toda a casa. Ele silencia e depois de alguns minutos Rebekah vem até mim e me entrega outro pedaço de papel.

Ótimo! Agora terei que me corresponder com alguém que está no mesmo lugar que eu. Isso é ridículo, para citar o mínimo.

-Ele me pediu para enfatizar que não espera uma resposta. – ela diz em tom de desagrado – Tenho ordens de não levar nada para ele senhorita. – explica.

-Tudo bem Rebekah. Obrigada! – ela se afasta e volta para a cozinha. Abro a dobra do papel.

“A senhorita tem uma pena muito afiada. Vou tentar recomeçar. Não quis ofendê-la no que lhe escrevi, apenas quis alertá-la quanto a sua conduta inapropriada, certamente e seguradamente posso afirmar que este pensamento não é só meu. As pessoas nesta casa são irritantemente submissas e educadas demais para com seus patrões para prevenir-lhes sobre ações que possam lhe causar qualquer constrangimento. E embora diga que não tenha feito nada que vá contra sua consciência ou normas morais decentes, reintero outra vez que seus conceitos estão equivocados. Pelo menos aqui. E sim, eu posso ser um homem arcaico, mas acredito que meu irmão é o dobro, eu sempre fui mais libertinoso e se até eu me senti incomodado sobre sua atitude, fico imaginando o que ele diria... Sei que a senhorita há de concordar que em uma mínima escala de sua consciência, considerou sua ação digna de ser mantida em segredo pra ele. Isso explica o fato de que tenha deixado a casa apenas depois de sua partida. Se ele ou outra pessoa qualquer não devesse se opor, talvez, só talvez, a senhorita devesse ter ido com ele até o local e depois seria trazida de volta e ele seguiria seu caminho até o palácio.

Será que ele veria sua atitude com mais noção de civilidade que eu?

D. Salvatore.”

Ele está ameaçando-me? Estou mais que ofendida e perplexa agora. Estou em fúria...

-Senhorita Mikaelson. – chamo ela e rabisco ainda na mesma folha que ela me trouxe uma resposta breve. A moça surge diante de mim. – Leve para ele de volta.

-Senhorita...

-Leve Rebekah, ou juro por Deus que eu mesma subirei. – ela arregala os olhos. Sacudo o papel pra ela, que agarra e sobe com ele. Minhas mãos estão tremendo. Ele é inacreditável.

....

Rebekah levou a resposta até Damon, enquanto Elena perambulava pela sala agitada. A moça entrou novamente no quarto do duque, que havia iniciado sua leitura habitual, ele parou de imediato quando a viu.

-Perdão senhor, mas ela disse que se eu não trouxesse, ela mesma o faria. – Damon faz cara feia e levanta puxando da mão dela o papel. Abaixo do que ele escrevera havia apenas duas linhas escritas:

“Primeiro escolhe ofender-me, depois ameaça-me? Ao menos teria a coragem de fazer isto me olhando de frente?”

Damon amassa o papel e segue com o jogo de respostas. A cada troca de bilhete os ânimos dos dois ficam cada vez mais alterados, e isto se estende por todo dia, o que para a pobre Rebekah se tornou uma tortura física e mental, pois muito embora se tratasse de uma disputa e discussão escrita, ela sabia que a tempos o seu duque, como ela costumava o imaginar, não destinava a ninguém tamanha irritação ou mesmo desprendimento. Ele se tornara alguém totalmente alheio a tudo e aos problemas dos outros e agora lá estava ele, incomodando-se a respeito da noiva de seu irmão.

No fim do dia, muito depois do jantar o duque esperava mais uma das respostas de Elena, quando viu Rebekah surgir em seu quarto ele praticamente pulou de sua cama.

-Que disparates ela ainda quer me dizer? – ele se pergunta erguendo a mão para que a moça lhe entregue o papel.

-Na verdade, caro duque, vim apenas trazer seu chá. A senhorita Gilbert já se retirou, disse não sentir-se muito bem. – Damon franze a sobrancelha, e por tantos anos com ele Rebekah nota o que um dia fora uma centelha de decepção em sua face, o que rapidamente se tornou um misto de curiosidade e preocupação.

-O que houve? Aconteceu-lhe algo?

-Não. Ela apenas reclamou de exaustão. Foi só isso. Se me der licença...- ele apenas assenti. Rebekah deixa a bandeja com o chá na mesa e se vai.

Damon suspira e mexe no cabelo.  Ele reluta sobre o fato de continuar fazendo algo que em sua mente é totalmente sem sentido, mas que em seu coração já se tornou algo inevitável, mesmo que ele ainda não saiba, ou apenas lute em não saber. Ele tranca a porta de seu quarto. É meramente uma precaução de ansiedade, ele sabe que ninguém nunca sobe sem suas ordens e a única pessoa na casa que talvez se atrevesse estava, até as últimas notícias, recolhida em seu quarto.

Ele avança contra uma das paredes de seu quarto e abre uma passagem que lhe dá acesso a um corredor de escada estreito e após descer alguns degraus, lá está ele, novamente encarando a fresta que leva diretamente ao quarto de Elena. Um hábito que ele adquiriu durante estes meses, observá-la em seu quarto. Certamente se Stefan soubesse disso seria uma confusão sem igual, mas até mesmo a cabeça do duque estava em confusão, era inevitável, e muito embora ele prometera a si mesmo inúmeras vezes não voltar lá, era exatamente o que fazia, outra e outra vez.

Ele observa Elena, em sua penteadeira, escovando os cabelos, ela fica minutos nisto, e ele não sabe explicar o porque desta ação tão corriqueira lhe inspirar tanta atenção. Ele podia observá-la fazendo isto por horas, mas desta vez, ele a pegou no momento final da ação. Elena levanta e para diante de sua cama ficando exatamente de frente para Damon, o ponto de vista onde ele está coincide com o espelho da cama dela. Ela se livra do roupão e faz ele soltar um suspiro involuntário: “Tão linda!”, ele pensa ao encarar a moça quase sem nada no corpo. “Mas irritante e inconsequente.” Damon se repreende e bufa para si mesmo. Elena se arrasta até os travesseiros e é como se ela estivesse indo até ele, engatinhando em cima da cama, quando ela desaba, ele pode ouvir seus soluços, em todos estes meses, ele ouvia ela se queixar, ou até mesmo chamar por Stefan, mas nunca antes a ouviu chorar. Instintivamente sentiu-se culpado, seu coração se apertou e ele sentiu um calor que a muito tempo não sentia, uma vontade... Ele queria falar com ela, até mesmo desculpar-se. Ele recua e volta pro seu quarto e novamente encara a última resposta que ela lhe dirigiu, assim como lembra de sua réplica:

“Seu irmão nunca quis me contar o por que de seu comportamento. Mas isso não me diz respeito. Ele sempre me disse isso e agora eu entendo o porque. Talvez nem você mesmo saiba por que vive assim, talvez, só talvez, seja covardia.

E. Gilbert.”

“Covardia não chega perto do que eu sinto. Mas meu irmão tem razão. Apenas eu conheço meus motivos e só cabe a mim explicá-los a alguém, mas não acredito que seja para alguém como você. Uma moça solteira que viaja até outro país com seu noivo deve ser no mínimo filha de um pai ambicioso que não se incomoda a perder sua filha para um estranho, desde que ele seja um nobre. Estou errado?

D. Salvatore.”

-Por mil demônios Damon. – ele se repreende na escuridão de seu quarto, socando a mesa com os punhos cerrados. Ele foi longe demais e sabe disso. Ele a magoou, mas o que lhe inquieta não é o fato em si. Ele magoou muita gente ao longo desses anos. O que lhe inquieta é que agora ele sentiu, sentiu a culpa e inquietude, antes elas não estariam ali, mas com ela é diferente. Ele só não sabia o por quê.

...

Uma semana inteira, nenhuma resposta foi entregue a mim, não a vejo nos jardins. Ela não sai do quarto. Me pego com vontade de observá-la outra vez, mas me recuso a ceder a esta sensação. Eu apenas falei a verdade. Ela é sempre tão rápida em suas respostas, ela podia... Deveria... Ora bolas, por que me sinto tão mal assim? Que ela fique onde está. Os dias estão muito mais tranquilos e silenciosos desde então.

-Seu almoço senhor. – me assusto com Rebekah, nem sequer a ouvi se aproximar.

-Deixe aí! – ela aproxima-se e põe na mesa.

-A senhorita Gilbert desceu para comer?

-Não senhor. Minha tia levou até o quarto dela, mas ela não quis, também se recusou a tomar café.

-O que ela está tentando fazer? Quer ficar doente? – ela não sabe o que dizer. – Meu irmão não virá esta semana?

-Acredito que não senhor. Ontem chegou uma carta para ela, desde então ela se recusa a comer. Minha tia está preocupada, ao menos ela fazia pequenos lanches, mas agora nem isso mais, não desde ontem de manhã.

-Peça a sua tia pra insistir com ela. Meu irmão deve estar pra chegar, ele não tem ficado tanto tempo fora e não quero que a encontre doente. Diga a Sage que é uma ordem minha, ela tem que fazê-la comer.

Rebekah assenti e sai. Os dias estão frios demais. Neva desde o início da semana, o lago no jardim esta congelado numa camada fina de gelo. Eu gosto do inverno, o frio é acolhedor pra mim. Ao cair da tarde eu me aproximo da janela, um barulho me chama atenção. Será ela? Olho através da cortina e lá está, perto do lago, jogando pequenas bolas de neve contra uma das árvores. Sua pele tão pálida quanto a própria neve, manchas escurecidas tomam o redor de seus olhos e seu olhar está distante. Ela repete a ação miticamente e eu apenas a observo.

A casa está silenciosa, o frio lá fora deve ter forçado a todos se retirarem e se aquecerem do frio, mas ela ao contrário de todas as reações esperadas escolhe sair na hora mais fria de todo o dia. Depois de um tempo ela levanta, sacode a neve de suas vestes e lentamente começa a caminhar ao redor do lago de volta pra casa. No meio da ação acaba escorregando na neve e cai soltando um pequeno grito de assombro pelo tombo. Fico observando, ela não parece ter se machucado, logo se põe de pé e continua o caminho de volta pra casa até que para e começa a olhar o chão ao seu redor, como se procurasse algo. Olha pra neve insistente e percorre todo o caminho que fez do ponto que estava até onde caiu até que para e encara o lago, parecendo achar o que procura, olha ao redor novamente, desta vez parece procurar ajuda ou algo do tipo, então ela para e avança contra o lago.

-Oh não faça isso! – eu não acredito que ela fará mesmo esta asneira. Ela começa a caminhar hesitante sobre o gelo que cobre o lago. – Volte! – o que ela está fazendo?

Ela continua, mais um passo, e então para abruptamente, o gelo reclama contra os pés dela. Um bom sinal para ela voltar, mas depois de um tempo ela continua.

-Vamos lá, volte! Volte! – ela caminha mais, devagar e hesitante, mas não desiste. – Você vai cair, o gelo está fino. – e é quase como uma azaração, é tão rápido quanto eu posso calcular, o gelo sede nos pés dela e ela afunda. – Santo Deus!

Eu corro pra fora do meu quarto, mal consigo lembrar o caminho da saída da mansão, mas eu faço isso em puro instinto, atravesso o corredor e desço as escadas, na saída da frente eu esbarro com Kol, ele trazia algo nas mãos e no choque nós dois fomos ao chão.

-Senhor Duque! – ele exclama assustado como se tivesse visto um fantasma, o ignoro, levanto e corro até o lago, está inquietantemente calmo e sem pensar em mais nada eu pulo dentro da vala que foi aberta em sua superfície, céus, a água é cortante, não demoro muito tempo para avistá-la, afundo mais contra as águas e agarro ela a puxando para a abertura assim que eu a reencontro e consigo tirar a cabeça dela da água.

Kol está do lado de fora do lago, meio atordoado ele olha a cena e se abaixa se inclinando para me puxar, e a ela.

-Deus pai. Senhorita Gilbert... – ele ofega e tira ela da água, em seguida me ajuda a sair. – O que houve? Como ela...

-Saia da frente! – eu rosno e ele obedece. – Vá pegar cobertores lá dentro. – ele está meio paralisado. -Ande rapaz! – eu grito e ele se move.

-Sim senhor duque. – corre tropeçando pela neve. Me volto para ela, totalmente desacordada. Por favor, esteja bem.

-Senhorita Gilbert! – eu chamo, está muito fria e pálida, me inclino para ouvir seu coração, não ouço nada. – Por favor... – me inclino contra ela e massageio seu peito. – Respire! – massageio mais forte. – Vamos! – me movo para atrás dela e me posiciono erguendo seu tronco e a abraçando na boca do estômago. – Cuspa e respire. Respire! – aperto novamente e nada. De dentro da mansão vejo Sage Rebekah e Kol voltarem.

-Senhor Duque. – Sage ofega e olha pra moça em meus braços. – Santo Deus, o que houve?

-Kol, vá a cidade e chame o doutor Smith. – ele assenti e sai correndo. – Me passe isso. – peço a Sage os cobertores.

-O que houve senhor? – ela pergunta passando-os pra mim, eu cubro a senhorita Gilbert com eles.

-Não é obvio?- ela engole.

-Como aconteceu? – Rebekah pergunta atordoada.

Eu ignoro as duas e deito ela no chão outra vez. Me inclino contra ela e forço o ar para dentro de seus pulmões, lábios contra os dela.

-Respire! – falo esfregando seus braços e novamente forço o ar em sua boca, empurrando todo o ar de meus pulmões por sua garganta e ela finalmente cospe a água engasgando. Eu a ergo e a sento e continuo esfregando seu corpo.

-Graças a Deus! – Sage respira fundo.

-Precisamos levar ela para dentro senhor. – Rebekah fala. Eu puxo o rosto dela, ela está mais para desmaiar de novo, me encara com olhar sonolento e confuso, mas pelo menos está respirando, o que me preocupa é que ela nem ao menos treme.

-Você tem razão, me ajude a levá-la até o quarto dela, Sage suba e aqueça água para lhe dar um banho, ela tem que tirar as roupas molhadas. – me ergo com ela em meus braços.

- O senhor também ou ficará doente, a tempos não se expunha assim. – Rebekah tagarela nas minhas costas enquanto voltamos pra mansão.

-Ficarei bem, suba a ajude sua tia a vestir e aquecer ela. Quando o doutor chegar leve ele até ela.

Subimos os dois até a o quarto dela e Sage vai até a cozinha em busca da água para o banho, eu entro em seu quarto e a deixo na cama, ainda está desacordada, a deixo aos cuidados de Rebekah e subo de volta ao meu quarto para me aquecer. Ela poderia ter morrido.

Meu coração está disparado mesmo horas depois do ocorrido. Rebekah sobe até meu quarto para me trazer mais algo quente, como é hora do jantar ela me trouxe uma sopa.

-O médico veio? O que ele disse?

-Ele falou que ela pode sentir febre, ela engoliu muita água do lago e certamente respirou também, pode haver risco de infecção, ele a medicou e pediu para ficarmos atentas, pois como ela não estava comendo direito sua imunidade pode estar muito baixa e isso vai requerer mais cuidados.

-Ela acordou?

-Por uns minutos apenas. Estava muito confusa e agitada, mas já está dormindo outra vez. – assinto e me sento para tomar minha sopa, meus músculos ainda tremem pelo frio ou pelo susto, eu já nem sei. – O senhor saiu do quarto. – Rebekah fala em um tom irritantemente animado.

-Ela iria morrer, não havia ninguém por perto.

-Deixarei o senhor descansar. Boa noite duque! – ela se vai. Termino meu jantar inquieto e resistindo a vontade de ir vê-la em seu quarto.

Quando penso no que poderia ter acontecido um frio mortal corta meu coração. O que Stefan sentiria se algo a acontecesse? Ele deve saber. Amanhã mesmo lhe enviarei um bilhete.

Me jogo na cama e me enrolo nas cobertas, meu sono não parece existir, embora meu corpo esteja reclamando descanso, as lembranças dela em meus braços, pálida e desacordada não saem de mim, seus lábios gélidos contra os meus...

-O que está acontecendo comigo?

Envolto em minha guerra interna, adormeço aos poucos num sono perturbado e inquieto. Quero que ela fique bem logo!


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Notas finais do capítulo

Beijos!