Vivo Por Ela escrita por MayLiam


Capítulo 14
Medo


Notas iniciais do capítulo

"Voltei! Vou ver se vai dá pra postar Rainha do Egito mais tarde... Pra quem acompanha... Quanto a ELE Sai ou sexta ou quinta, este capítulo - de ele - estava pronto e era enorme, mas eu tive que refazer umas coisas que ficaram "erradas".
Desfrutem deste de Vivo por Ela, que pra mim é um dos capítulos mais importantes pra fic.
Beijos!



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Elena não desceu pro jantar aquela noite. Ela ficou no quarto, chorando, pensando - ou ao menos tentando - em tudo oque Damon tinha dito. Ela estava segura sobre o que sentia. Amava Stefan. E esse era o problema... Não havia motivos para a declaração de Damon ter lhe afetado tanto. O beijo sim, era digno de revolta, mas a declaração? Ela ficou indo e vindo com estas questões por horas, até cair em um sono perturbado.

No sonho ela se viu num lindo jardim: grama verde,galo cristalino bem perto, as flores exalando um perfume sedutor e acolhedor, borboletas e pássaros felizes em dividir com ela o espaço. E então ele veio. O sol batendo em seu rosto perfeito,deixando os olhos claros comum brilho de uma pedra preciosamente inestimável. E ela sorriu, recebendo um riso largo e familiar de volta.

"Você está linda. A cada dia mais linda e minha." - Stefan disse ao pé de seu ouvido, seu sopro a fez estremecer.

"Você voltou cedo."- ele sentou-se ao seu lado na grama e envolveu sua cintura, ela se aconchegou em seu peito forte e quente. Se sentia segura e forte com ele. Não uma menina assustada e birrenta como com o outro.

E ela afastou o pensamento, tentando não estragar o momento.

"Senti falta de vocês." - ele diz sincero e ela o encara confusa. Então ela sente a mão dele em seu avantajado ventre. "Minha rainha e minha princesa."

Ela estava eufórica. Um filho com Stefan.Uma menininha. Era a coisa mais maravilhosa que poderia acontecer.

"Achei eles papai!" - era o grito de uma criança correndo na relva, um garotinho, com uns seis anos: olhos claros, cabelos negros. Lembrada tanto ele.

"Eles vivem escondendo-se em meio a grama, árvores, capim." - a voz mau humorada ironizou. Rosto afetado por sua cicatriz,o mesmo olhar desafiador e sinistro.Todo de preto, em plena luz do dia. dando seu toque de negro a um dia perfeito e cheio de cores.

"Não corra muito Simon."- uma voz mais suave veio por trás de Damon. E inquietantemente linda, Andie surgiu com sua barriga de grávida, e foi amparada por Damon, que a guiou pela cintura e ajudou-a a sentar-se junto a nós, para depois chamar seu filho. E lá estávamos todos juntos. Numa bela manhã.Felizes!

"Eu duvidei que um dia você poderia viver algo assim, irmão." - diz Stefan. Damon bufa.

"Porque sempre foi um exagerado julgador, irmão."

"Nem comecem!" - Andie acode, sorrindo enquanto bate de leve no ombro do marido.

Ele dá de ombros e diz: "Nunca estive mais feliz!"

Elena fecha os olhos brevemente e revira os olhos ao reabri-los. Algo a incomoda,no entanto. Sua posição está inversa e ela sente pequenas mãos enrolando seus cabelos.

"Posso trançar seus cabelos, mamãe?" - Simon diz suavemente e Elena se sobressalta. Lá estava Stefan,risonho e feliz,abraçado com Andie, e ao lado de Elena estava Damon,a olhando confuso e emburrado.

"Algo errado?"- ele a questiona, e sua voz some. - "Simon,porque não vai colher umas flores pra mamãe." - ele sugere a criança, mas soa mais como uma ordem, seu olhar duro. Elena sente seus pelos eriçando.Quando a criança se afasta ele se acerca ainda mais a ela. "Sente algo?"

"Eu quero acordar." - é um sussurro.

"Como?" - ele pergunta confuso.

"Isso é um pesadelo." - ela se põe de pé num salto,fazendo a coluna reclamar,pelo volume e peso da barriga. "Ah!" -Damon a segue e põe as mãos ao seu redor, protetor ou possessivo. Ela não quer saber, não importa.É errado! Está tudo errado!

Tudo neste sonho está errado!

É com este impulso que ela acorda, ouvindo batidas insistentes em sua porta.

–Menina! - é Sage. Ela está quase colocando a estrutura abaixo. -Elena, abra para mim! - ela se arrasta na cama,sentindo-se sonolenta e outras batidas fortíssimas invadem o quarto.

– Santo Deus! Quem está morrendo? - pergunta, aborrecida e inocente.

–O duque. - a resposta é curta, rápida e extremamente inconcebível. Elena trava no meio do caminho, buscando compreensão.

–Como disse? - questiona, se envolvendo no roupão.

–Senhorita, por favor, precisa subir comigo. Pode não haver tempo.

Elena parou pra pensar se este era mais um sonho confuso e sem sentido. Não havia sentido nisso. Ele não podia morrer. Não agora. Como ele ousava?

Na dúvida resolveu reencontrar a capacidade de caminhar e, finalmente chegou à porta. Encontrou uma Sage com olhos lacrimejantes e mãos esfregando-se aflitas.

–O que você fez ao menino? - ela pergunta num misto de angústia e doçura. Só Sage sabia a medida certa pros dois.

–Eu... Maseu não. - Elena não consegue terminar, pois está sendo puxada escadas acima, para o corredor escuro que leva aos aposentos do duque.

–Não há tempo. Venha.

A casa está girando, o mundo está girando. Elena está girando. Quando ela olha a silhueta daquela porta, trava novamente. Sage se apressa e abre, entrando no quarto e chamando por ela. Pra que entre também. Rebekah está no quarto, ao lado da cama dele. Ela consegue ver o médico também, e hesitante, entra no cômodo.

E lá está ele:pálido, apenas com roupas de baixo, peito exposto. Elijah o examinando.

–Ele não devia ter saído da casa. Você disse que ele subiu um cavalo? - ele questiona Sage que assenti. - Ele mal conseguia mover-se ainda quando o deixei ontem aqui.

–O que está havendo? - quero saber.

–O quadro dele se complicou.Ele deveria ter se resguardado. Agora mal respira sozinho e eu não sei como fazê-lo manter a respiração num ritmo confortável.Está parado, mas inquieto. Parece uma doença de dentro pra fora. O ideal é tirá-lo daqui elevá-lo a um hospital,como recomendei dias atrás, mas o duque é teimoso. Ele jamais sairia de casa, muito menos pra um hospital.

Elena escutou a tudo e seus olhos encontraram os de Sage que ainda a olhava com uma expressão, que deixava claro sua pergunta não respondida: "O que você fez ao menino?" - Elena desviou.Não havia feito nada. Antes ele. Como sempre fazia.

–Preciso de mais compressas. Rebekah, venha comigo.- ela hesitou olhando da tia para Elena, mas Sage acenou com a cabeça e ela foi.

Quando os dois saíram do quarto, Sage se dirigiu a Elena. - Eu vou buscar as compressas. Não sabemos se ele está escutando,mas você pode tentar. -fala antes de sair.

E lá estava ela, sozinha com ele. Lembrou do sonho-pesadelo que teve. Da conversa, do beijo, de tudo. É um turbilhão e ela estava confusa. Não sabia o que pensar,o que fazer. De um lado estava a certeza de que Stefan era seu amor. Do outro estava uma vida que só lhe veio em meios a pensamentos. "Eu já me peguei pensando como seria ser amada por ele",lembrou a si mesma.

E lá estava o seu sonho. Sua dúvida. O que podia ser mais forte? Seu amor? Sua vontade?

Elena sabia que "vontade de saber como é", não superaria nunca o amor por Stefan. Nunca!

Uma tosse corta seus pensamentos. Damon se contorce sobre a cama. Outra mais forte elá está: o sangue. Sua pele branca e suada pela doença, violada pelo líquido vermelho.

–Damon?! - Elena exclama indo direto pra cima dele. - Não ouse fazer isto comigo, com Stefan e todos aqui. -ela esbraveja contra o corpo lânguido dele.

Mais tosse, gemidos...

–Céus! Me diga o que posso fazer. Como posso te ajudar? Como diminuir essa dor? - sua desesperação aumenta - Doutor Smith! Sage! Por favor....

Mal notou quanto as lágrimas surgiram, muito menos quando ela amparou o duque em seus braços, pele contra pele.

–Não faça isso. Não faça isso.- repetia este mantra na mente e no coração. - Não morra Damon! Não quero que você morra.

Ele era o irmão do amor da vida dela, seu amigo, a pessoa mais improvável a quem se ligou. Ela se preocupava, ela tinha medo de perder.

"... culpo você sim, por ser você e me fazer sentir isso outra vez. Esse nó na garganta, esse calor no peito, esse medo de perder."

Ela sentia exatamente igual, mas não o amava, não podia. E talvez- ela pensou - nem ele a amasse como achava.

"...por me fazer sentir amor outra vez."

Outra vez.

Ele já amou. E foi ela.

Andie.

Ela viu os maiores medos dela no sonho-pesadelo.

Porque que era difícil definir como chamar?

– Não importa! Não agora. - falou firme.- Abra seus olhos e volte pra mim para que possa me dizer que não está apaixonado. Para que possa sedar conta de que não me ama. Apenas volte e não vá.

Foi aí que as três pessoas voltaram juntas ao quarto, fazendo Elena se afastar do duque, trêmula. O olhar de Sage outra vez no seu, só para ela poder desenhar com os lábios, em silêncio: "Estou com medo"e Sage responder: "Eu também"

Não importa o que Damon acha que sente por Elena, pois pra ela tudo o que existe é um homem amargurado que reencontrou motivos pra viver e acha que esses motivos veem do amor por ela. Mas ela sabe a verdade e ela vai provar!


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Notas finais do capítulo

Até mais!!!