Gritos Do Medo escrita por Sorcha


Capítulo 3
O livro


Notas iniciais do capítulo

Não tão pequeno, tenho algumas boas ideias para o proximo. esse ficou meio incompleto but... no problem! ;)



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Está tudo escuro. Minhas pálpebras mal se abriam para visualizar a pequena fresta de luz que passava pela porta entreaberta. Sentia-me vazia... Algo estava faltando. O que há comigo? Não sou capaz de lembrar nem meu nome. L... Olhei a escuridão a fora pela janela. Uma média janela com vidro embaçado pelo frio do lado de fora. As arvores estavam secas, não haviam folhas em seus galhos ou cor lá fora. Era tudo um imenso branco refletido pela luz da lua. O silêncio era penetrante e assustador.

Estava imersa em meus vagos pensamentos que nem reparei o que havia na minha frente.  Longos e loiros cabelos. Olhos tão profundamente azuis e uma pele tão pálida que poderia ser facilmente confundida com a neve. Ela me era familiar. Seus lábios se abriram sutilmente para dizer:

– Obrigada Luna – Luna? Será esse meu nome? – Mas desculpe-me por tudo o que lhe fiz passar para chegar aos meus objetivos. Não quis lhe causar mal. Apenas precisei. Agora boa sorte, é a sua vez de escapar.

Sua imagem desapareceu em um piscar de olhos.  Ao procura-la do lado de fora, observei o vidro e fixei o olhar em meu reflexo. Arranhões pelo corpo e pela face. Cabelos bagunçados e sujos. Dedos esqueléticos e um manto a me cobrir. Algo molhado escorreu de meus olhos e algo queimava dentro de mim. Não era um coração. Afinal, isso eu não possuo mais.

– NÃÃÃÃO! – O alivio tomou conta de mim ao perceber que estava no meu quarto ao lado da minha mãe que me consolava agitada.

– O que houve? Luna! Conte-me! Foi um pesadelo? – Ela me abraçava forte, mas o que poderia eu dizer? Nada além de falsas mentiras. Mas usaria a velha desculpa e não hesitaria em mentir para livrar-me de perguntas.

– Nada. Apenas palhaços novamente. Pode voltar a dormir. Não atrapalharei mais sua madrugada. – Abracei-a forte e virei-me para o outro lado da cama com a coberta até o queixo.

– Mas querida, já está quase na hora do almoço. E você precisa ir até a cidade comprar um vestido para sua formatura. – DROGA! Se já não bastasse aquela garota irritante agora mais isso? Esqueci-me de mencionar. Minha formatura será semana que vem. Tudo aquilo que sempre quis vestidos, garotos, uma dança. Agora nem passava pela minha mente.

– Ok mãe. Eu irei daqui a pouco.

Ela sai fechando a porta. Que tipo de sonho havia sido aquele? Pesadelo na verdade? Nunca havia me sentido tão vazia. Levantei rapidamente não quis ficar mais tempo naquela cama. Remoendo cada momento e temendo cair no sono novamente. A água estava tão quente que chegava a queimar um pouco minha pele. Lembro-me vagamente de sua voz em minha cabeça... “Va para a floresta [...]” Se era isso o que ela queria, por que não?

Troquei-me rapidamente, peguei a pequena caixa de madeira e sai correndo passando pela minha mãe que estava prestes a dizer algo. As folhas amareladas já começavam a cair das arvores para a vinda do inverno. O vento era receptivo e bom de aproveitar mesmo um pouco fresco.  A chuva de ontem havia deixado alguns rastros de sua presença. Poças de lama se formavam ao longo da estrada em frente de casa. A floresta estava a poucos passos de lá. Mas ainda assim trazia consigo um ar pesado e sombrio. Um frio passava por minhas costelas e por um momento o que mais quis foi voltar.

Corri em direção àquela densa mata fechada. Não levava nada a não ser a caixa. Pois meus planos eram voltar o mais rápido possível. O bosque era mais aberto e com menos arvores. Era meu canto de descanso. Já aqui me parecia mais o ponto de todos os meus pesadelos.

Havia uma estreita trilha que cortava a floresta indo diretamente ao outro lado, possuía mais ou menos 4 km.  Senti-me tão solitária naquele momento. Queria ter alguém ao meu lado me dizendo que o que eu estava prestes a fazer estava errado. Ouvia os sons da floresta como se fossem me devorar em um piscar de olhos, tanto que ate evitava piscar.

Meus pés chutavam a terra molhada deixando minhas botas mundas, minhas mãos suavam mesmo com este tempo fresco. Queria correr e voltar o mais rápido para casa, mas as explicações que teria que dar para minha mãe seriam mais mentiras...

A trilha escura me dava arrepios, andei um pouco, mas depois de um tempo me dei conta. “O que estou mesmo fazendo aqui?” o que estou realmente procurando?  Uma garotinha estranha aparece e eu sigo recomendações dela só porque estou entediada? LUNA O QUE HOUVE COM VOCÊ??  Sinto-me tentada a caminhar mais, mas minhas pernas estão mais travadas que minha mente.

Olhei dentro da caixa. O pequeno urso não estava mais la e em seu lugar havia o livro. Aquele antigo cujos primeiros capítulos reproduziam uma parte do seu dia. O folheei e parei no segundo capitulo. E la estava:

   “Passei por minha mãe sem ao menos dizer tchau, deixando-a com palavras ao vento. Ao longe podia ver aquela vasta e densa floresta que parecia pertencer a um de meus piores pesadelos. Preferia muito mais o bosque onde era meu canto. Meu ponto de descanso. A caixa em minha mão ameaçava cair mas a segurei o mais firme que pude. Com uma única pergunta em minha cabeça “Por que sigo as recomendações de uma garotinha, será que eu n tinha nada mesmo que fosse melhor que isso para fazer?”

O que era isto? Algum tipo de piada com certeza! Ventos sopram e meus cabelos passam levemente pelo rosto me fazendo arrepiar não apenas pelo frio, e sim pelo que eles trouxeram consigo. Ruídos e sussurros.. ´´Você estava indo tão bem... Não pense. Siga o livro e faça apenas.´´


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Notas finais do capítulo

Espero q gostem proximo daqui a pouco ;) #xoxo