Gritos Do Medo escrita por Sorcha


Capítulo 1
A Escolha


Notas iniciais do capítulo

Refiz o capítulo, continuou pequeno, sintam-se a vontade para criticas, boa leitura anjos!



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O ar estava úmido, como as lágrimas que caíam dos meus olhos e molhavam as páginas delicadas do livro. Eu fazia isso todas as tardes, era como uma rotina para mim. Sentar sob a sombra deste salgueiro e ler, ouvindo o som dos pássaros a minha volta e o vento trazendo os uivos longíquos de lobos selvagens. Ao pensar isso me sinto em um conto de fadas, com animais a minha volta ao simplesmente cantar. Eu sou muito fraca, choro por tudo, inclusive por histórias, é como se as palavras do livro tivessem criado forma, me fazendo viver o momento. Impossível segurar-me.

Estava nas últimas páginas quando decido levantar os olhos ao meu redor e voltar a realidade, me surpreendo ao fato de como ainda conseguia ler, já estava anoitecendo. Esfrego meus olhos cansada, a ardência incomodava, mas nada de sono. Uma rajada de vento sopra levando meus cabelos para meu rosto, as folhas voavam forte em minha direção, com certeza uma tempestade estava por vir. Ao fechar o livro sinto um frio percorrer minha espinha e olho para o balanço de cordas da minha irmã que pendia em um dos galhos do mesmo salgueiro o qual eu me sento todas as tardes, sempre soube que essa espécie de árvore carrega o pesado nome de "Árvore da morte", mas nunca levei a sério até este exato momento. Nunca senti tanto medo, nunca me senti tão desprotegida.

A folhagem da árvore batia em meu rosto enquanto eu tentava sair dali. Mas não havia saida, não havia luz, só folhas, folhas e mais folhas ao meu redor os leves galhos batiam em meu rosto o arranhando. Arranhando minha pele fazendo cada pedaço do meur corpo arder. Zumbidos, o que seria isso agora? Cadê a paz que eu via nesse lugar, o meu conto de fadas? Era algo parecido com o ranger de cordas sobre a madeira. Já ouvi esse som, enquanto eu costumava empurrar minha irmã naquele mesmo balanço, o qual eu podia sentir, balançava em um ritmo constante ao meu lado, mesmo com toda aquela ventania, sua velocidade era a mesma, nem uma minima alteração.

Meus joelhos já estavam no chão, meus pés não eram mais capazes de aguentar o meu peso, eu não era capaz de me equilibrar, era como se aquele salgueiro estivesse se alimentando do meu ser. Uma risada calorosa se junta ao som das cordas do balanço, era como ouvir a minha irmã assistindo seu desenho preferido, deixo até mesmo um sorriso escapar. Mas não por muito tempo. O riso se transformou em algo enlouquecedor, rouco, maluco e necessitado de atenção. O vento batendo, eu não tinha mais dissernimento se o que eu engolia era saliva ou meus próprios fios de cabelo. Eu queria sair, o que era isso, porque comigo? Meu choro não podia ser ouvido, a água que escorria dos meus olhos se misturava a poeira que subia.

Então eu gritei, gritei o mais alto e agudo que consegui tirar da minha garganta, pude sentir a pulsação das minhas cordas vocais, elas doíam arranhando. Foi quando vi, ao meu lado o motivo do constante movimento do balanço, havia alguém comigo, durante todo esse tempo eu não estive sozinha, uma garota, aparentava seus cinco anos, estava posicionada no banco de madeira a mexer seus pés impulsionando-os para frente e para trás. Ovir o meu grito a despertou, ou a me despertou. Tudo o que sei é que nomomento em que gritei a movimentação parou, eu continuava ali parada, acabada, derrotada por um mísero salgueiro vendo a garota se aproximar sem nem poder dizer algo. Queria encarar os olhos daquela pequena garota mas algo não me permitia, uma profunda escuridão preenchia vazio em dois profundos buracos em seu rosto, não havia nada ali, nada para o qual eu pudesse enxergar doçura, ou alma.

"Eu escolho você." Foram as únicas palavras que saíram da boca daquele expectro antes que um grito mais uma vez irrompesse da minha garganta, tão alto que meu corpo não foi capaz de aguentar, caio a minha frente sentindo o amargo sabor de ferro que exala do sangue, tanto que escorriapara fora da minha boca, antes de se fecharem, meus olhos mesmo desfocados conseguiram enxergar a mesma pequena deixando algo sobre o balanço e lançando um ultimo riso para mim. Eu preferia ter morrido nesse momento.


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Notas finais do capítulo

Está confuso e minusculo, mas vejam o próximo #xoxo



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