As Surpresas Do Amor escrita por Butterfly


Capítulo 15
Grave




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Danyel

Depois de duas semanas, eu e Laura estávamos... Juntos. Nenhum de nós dois em nenhum momento falamos a palavra namoro. Nunca namorei sério com alguém. Andávamos de mãos dadas ou sempre abraçados, assistíamos filmes agarradinhos e ela escrevia bilhetes para mim sempre com um coraçãozinho no final. Trocávamos mensagens no WhatsApp. Laura era ciumenta e descobri isso nessas duas semanas. Uma garota de outra turma de terceiro ano começou a dar em cima de mim quando eu e Laura estávamos juntos. Apesar de não sermos namorados, Laura não gostava nem um pouco dela e ela muito menos. O nome da garota era Cecília. Laura passou a odiar esse nome também. Como se eu gostasse do jeito que vários garotos a olhavam. Mas Laura conseguia ser mais ciumenta que eu. Pior que Laura, só duas dela. Ri com esse pensamento. Era a ultima aula e Laura foi pegar seu livro de Química no armário. Parecia irritada. A abracei por trás, mas ela se mexeu, como se estivesse incomodando e estava séria.

— Ok, o que eu fiz agora? — Ela me ignorou, fechando seu armário, dando as costas pra mim. A puxei pelo braço, fazendo-a olhar em meus olhos. — Vai ficar me evitando? — Ela pegou um papel e uma canetinha preta. Escreveu alguma coisa e me deu o papel. Não quero falar com você. Ela jogou seus cabelos não propositalmente e saiu pelo corredor. Droga. O que eu fiz? Na aula de Química, ela sentou na frente como sempre. O professor tinha faltado, mas havia deixado deveres. Muitas pessoas caminhavam pela sala rindo, sem se preocupar com os exercícios, mas Laura fazia dever como se estivesse fazendo a prova do ENEM. Mandei mensagem pelo WhatsApp para ela.

- Está brava comigo? O que eu fiz, poxa? ):

Ela pegou seu iPhone e respondeu, deixando ele em seu colo.

- Não, não estou brava.

- Porque está me ignorando então?

- Não querer falar com você e te ignorar são duas coisas completamente diferentes. – Na boa, quando fizerem um livro de como entender o cérebro feminino sou capaz de dar um milhão de dólares para o autor.

- Fala comigo direito, garota.

- Ah claro, quando estamos juntos você fala que me vê como uma mulher adulta e agora me chama de garota. Idiota. Quer saber? Vai beijar aquela garota escrota que você ama conversar :@

- Isso tudo é por causa da Cecília? ‘-‘

- Como se você se importasse... Me esquece, Danyel.

- Para com isso Laura, deixa de ser boba. — Ela guardou seu iPhone no bolso da calça e saiu da sala. A segui e vi que estava indo para o final do corredor, encostando-se na parede. Fiquei na sua frente e ela me olhava séria.

— Nunca pense que eu não me importo com você.

— Se você se importasse, não ficaria curtindo as coisas dela no Facebook. Tomara que seu notebook queime com o vírus daquela criatura. — Eu não disse que ela era ciumenta?

— Laura, por favor. Já está exagerando.

— É, pois é. Eu sou exagerada, ciumenta, insegura o que você quiser. Mas pelo menos tenho valores, coisa que aquela vadia não tem. — Laura não falava mal, era a primeira vez que eu via um palavrão sair da sua boca. — Ela não vai descansar enquanto não tiver você na cama dela. — Ela começou a chorar. — Ela é uma vaca e eu odeio que ela dê em cima de você, porque não suporto pensar você com uma garota que não seja eu. — Sequei suas lágrimas e ela soluçou alto. Ela chorou ainda mais. — Você deve preferir a Cecília porque ela é muito mais bonita do que eu. — Ela virou o rosto borrado pela maquiagem e eu queria virá-la pela cintura, mas se recusou a me olhar, tirando a maquiagem borrada. — Não, não olha pra mim, meu rosto está borrado de maquiagem.

— Gosto de você de qualquer jeito. Me dá uma chance de conversar contigo, vai. — Me aproximei, colando nossos corpos.  

— Você está me apertando. — Colei nossos corpos e ela segurou meus braços.

— Vamos conversar, pequena. — Ela amava quando eu a chamava assim e deu um sorrisinho com a cabeça abaixada. — Isso foi um sorriso? — Eu estava tentando deixa-la bem novamente e ela encostou sua testa em meu ombro. Fiz pequenas cócegas em sua cintura e ela sorriu, ainda com a cabeça abaixada. — Vai, me deixa ver seu sorriso. — Ela levantou o rosto e eu fiz mais pequenas cócegas, promovendo um largo e sincero sorriso e sua gostosa gargalhada. — Adoro seu sorriso, pequena. — Ela me abraçou, beijou meu ombro coberto pela blusa de frio e não falou mais nada. Era a primeira vez que tínhamos uma discussão dessas. Ela se separou do abraço e me olhou. Segurei seu rosto, me aproximei para beijá-la, mas ela virou o rosto.

— Não te quero perto dela. Não sou sua dona, mas... Eu quero...

— Tudo bem. — Falei antes que ela dissesse qualquer coisa.

— Tudo bem o quê?

— Você não me quer perto dela, então eu vou ficar longe dela. — Ela estranhou. — Minha princesa tem mais algum pedido? — Ela sorriu e fez um breve carinho em meus cabelos.

— Sua princesa exige que seu príncipe a beije agora. — Eu sorri e juntei nossos lábios, iniciando um beijo lento e apaixonado. Eu iria pedir ela em namoro. Com certeza. Mas não agora. Ela iria visitar uma prima hoje depois da escola e era fora da cidade. Fiquei preocupado, mas ela disse que precisava fazer isso sozinha porque era coisa de família. Quando ela chegar, ela teria uma surpresa.

Laura

Odiava discutir com alguém, principalmente com alguém que eu gostava muito. Iria visitar minha prima Jules fora da cidade. Meus tios disseram que ela estava passando por problemas e dizia que queria se matar. Eu amava Jules, ela só tinha 15 anos. Eu estava preocupada e aflita. Mas tinha fé que tudo daria certo.

No final das aulas, Danyel me dava um pequeno selinho, abrindo a porta do meu carro que eu havia destravado.

— Me ligue quando chegar, ok? — Ele me olhava preocupada.

— Ligo sim. Vou ficar bem, prometo. Pra compensar vamos ao cinema quando eu chegar ok? — falei, entrando no carro. Ele sorriu e acenou para mim. Abri um largo sorriso e peguei a estrada. Meu carro estava com alguma coisa estranha. Ok, estou ficando paranoica e agora estou culpando meu carro por isso. Passando pela rodovia, olhei para meu iPhone que vibrava. Era minha tia. Não atendi e de repente um grande caminhão atingiu meu carro, o freio não funcionava e quando menos espero, o caminhão havia empurrado o carro para um barranco, meu carro virou cinco vezes, capotando. Minha cabeça atingiu o vidro do para-brisa, cortando minha testa e o vidro, trincando-o. Uma dor profunda veio ao meu corpo inteiro, inclusive á minha cabeça, fazendo-me adormecer profundamente.

Danyel

Meu coração batia forte. Como se estivesse me avisando de alguma coisa. Guardei a caixinha de veludo vermelha onde estavam as alianças que comprei para mim e para Laura. Peguei meu iPhone e liguei para Laura. Fora de área. Liguei mais umas 20 vezes e nada, até que um homem atendeu.

— Alô? Você é Danyel?

— Sim. Desculpe, mas quem é você? Cadê a Laura?

— Olá Danyel, sou Bruno, tio da Laura. Ela sofreu um acidente e...

— Acidente?! Como assim? Como ela está? — Ele passou o endereço do hospital, passei uma grave raiva no transito e cheguei no hospital. Um homem loiro de olhos azuis se apresentou como Bruno, tio da Laura. — E então?

— Os médicos não disseram nada ainda. — Eu estava aflito e com medo de perder a minha doce e linda Laura. Porque isso estava acontecendo comigo? Sentei em uma cadeira, olhando para o chão e chorando. Eu sabia. Eu sabia que eu devia ter ido com ela. Se eu fosse, isso nunca teria acontecido. Eu sou muito burro e idiota. Depois de duas horas, os médicos falaram com Bruno, que logo se sentou ao meu lado.

— E aí? Como ela está?

— Ela está em coma, Danyel. — Meu mundo caiu e senti meu coração bater mais forte. — Teve uma hemorragia muito forte e um corte na testa. O carro dela capotou, quando chegaram para socorrê-la, ela já estava desacordada.

— Eu preciso vê-la, por favor. — Fui com ele e com os médicos até o quarto de onde ela estava. Eles me deixaram sozinhos com ela. Laura estava ligada á vários aparelhos. Partia-me o coração vê-la assim. — Minha princesa. — Sentei numa cadeira, próxima á cama e segurei sua mão. — É tudo minha culpa. Eu não devia ter deixado você sair sozinha. Eu fui um idiota, me perdoe, por favor. — Eu chorava sem parar. — Eu preciso de você. Por favor, acorda. Você tem que acordar porque a gente vai ao cinema juntos, lembra? Vamos ao casamento do meu irmão e você vai ficar linda não importa o vestido que use. Vamos fazer brigadeiro e você vai me sujar como sempre faz. — Sorri em meio ás minhas palavras. — A gente vai dormir de conchinha... Laura, por favor! — Chorei ainda mais. — Eu te amo. — Era a primeira vez eu dizia isso á ela. Laura não iria me escutar. Beijei sua testa e me sentei novamente até os médicos chegarem. Bruno ficou um tempo lá e depois voltou para a sala de espera. — Bom, eu... Vou avisar aos amigos da Laura sobre o que aconteceu. — Ele assentiu com a cabeça.

— Você é o quê da Laura?

— Namorado. Sou namorado dela. — Respondi. Não, eu não menti. Ela era e sempre será a minha namorada. A única que vou querer ao meu lado para sempre. Despedi-me dele e fui para casa de Caroline.  A avisei sobre o que aconteceu e ela chorou muito. Afinal, eram melhores amigas. Depois, avisei outras pessoas. Todos ficaram muito comovidos e tristes. Todos escreviam mensagens em seu mural do Facebook e postavam fotos e textos em homenagem á ela. Não consegui dormir sabendo que o amor da minha vida não poderia estar do meu lado nem em sua própria casa e sim numa cama de hospital completamente imobilizada. 


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Notas finais do capítulo

Não me matem, por favor kkkk .
só uma dica: armaram pra Laura, ta ><

revieeeeeews gente gata hihihihi :D