Shark escrita por ervilha


Capítulo 5
Capítulo 5 - Primeiro beijo


Notas iniciais do capítulo

*--* Ok, esse é o primeiro beijo entre nossos queridos empresários.



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- Laure ainda não chegou a casa. – Ele abria o portão. – A luz do quarto dela está desligada.

                - Mas… ainda está de dia. Ela não tinha obrigatoriamente que ligar a luz…!

                - Ela precisa ter o quarto todo iluminado, com aquele festival de luzes. – Ele correu até a porta e botou a chave na fechadura. Eu fui atrás.

                Quando ele abriu a porta, suspirou de alívio, pois as luzes estavam acesas. Realmente, essa garota abusava do pai.

                - Laure…? – Ele gritava por todos os corredores e saletas da casa.

                - Ainda não achou ela?

                - Não… - Ele se sentou no sofá da sala. – Pode continuar procurando, Karl, por favor? Eu estou exausto.

                - Claro, não se preocupe! – Eu continuei o corredor, gritando por todo lugar pela garota.

                Aquela casa era enorme, parecia mais daquelas mansões abandonadas gigantes, que tinham mil e um quartos, mas só um estava sendo utilizado… por um velho fantasma que trespassava paredes. Nesse caso, o velho fantasma era Laure, já que eu havia percorrido quase toda mansão e ainda não tinha achado a droga da guria. Resolvi então descansar em uma saleta. Tinha uma mesa enorme e ela estava recheada de cadeiras. Provavelmente seria a sala de jantar nº 10, porque eu já tinha visto um monte delas. Ou então era a mesma, e eu andava em círculos. Relaxei em cima da mesa. A toalha era suave e com leves manchas vermelhas pingadas em um tecido azul. A combinação não me parecia muito agradável.

                Fechei os olhos. Eu precisava pensar. Mas, está chovendo dentro de casa? Era a 3ª gota que caía no meu nariz desde que eu havia me deitado e fechado os olhos, em cima daquela mesa. Abri um olho. Não vi nada, resolvi descansar de novo. Então, sinto algo picando meu nariz… era um adereço pontiagudo de garota. Havia caído… do candeeiro? Abri os dois olhos de uma vez. Fiquei em choque. A suposta Laure estava pendurada pelo pescoço no candeeiro. Com a força do corpo, o candeeiro ia descendo cada vez mais, e, em breve, teria caído em cima de mim… e da mesa. Saí de cima da mesa e olhei direito para a garota. Com certeza ela já estava morta. Fedia. Resolvi não contar nada para o Vicent… ele só saberia mesmo depois da viagem. E, entretanto, eu mandaria um time de resgate para vir tirar aquela garota dali.

 

                - Vicent. – Eu voltava para a sala em que ele estava, procurando mostrar despreocupação. – Há quantos dias você não via sua filha?

                - Bom… eu sempre via a luz ligada, então presumo que ela sempre estivesse lá. – Ele se levantava, preocupado. – Mas, ver ela mesmo… há 5 dias. Porquê?

                - Bem, ela deixou uma carta falando que estava cansada de viver aqui, e que ia fugir. – Eu procurava não dar sinais de mentira.

                - Oh, que droga! – Vicent corria no celular. – Vou ter que telefonar para a polícia para acharem ela! Aaaah, a culpa é toda minha!! – Ele perdia as forças enquanto caminhava para lá. Então, caiu no chão e chorou… chorou mais que nunca.

                Eu corri para abraçar ele em consolo. Mas, em um gesto rápido e imprevisível, ele me beijou. Eu simplesmente, não sei porquê sequer, me deixei levar. Provavelmente, porque ele estava muito mal com tudo isso. Provavelmente, porque eu não fui capaz de recusar o beijo de meu amigo… meu único amigo. Ele foi de língua, e eu não recusei. Depois disso, eu com certeza iria falar com ele e dizer que isso foi a primeira e última coisa que a gente fez, desse género.

                Nosso beijo demorou cerca de uns segundos. Vicent queria continuar, só que… eu tenho minha heterossexualidade a defender. Em um gesto leve, meus lábios se despediram dos dele. Aquele homem dez anos mais velho que eu… aquele empresário… havia beijado seu estagiário? Eu estava incrédulo.

                Ele abria os olhos lentamente. Eu não tinha chegado sequer a fechar os olhos. Fiquei mirando o rosto dele… aquele rosto que… eu nunca tinha visto como ele é sensível e… simplesmente, uma pessoa preocupada e normal, como todos os humanos. Ele tinha sentimentos, preocupações. Não era o Vicent-senhor-dos-negócios que eu conhecia antes.

                - Vicent… - Eu coçava meu couro cabeludo.

                - Você… pode me beijar de novo? – Agora ele parecia uma criança… daquelas pobres crianças abandonadas que ficam pedindo pirulitos para quem passa na rua. Ou mesmo um pouco de pão… só isso que elas querem. E, só um gesto… pode fazer ela feliz. Mas, nesse caso, isso era uma questão perturbante. Eu não podia simplesmente beijar ele de novo.

                - Ei, cara. Eu não te beijei há pouco. Você veio a mim e me beijou. – Eu me levantava, procurando que ele se levantasse também.

                - Karl… por favor. Eu estou muito em baixo. E… eu gostei de seu beijo. Se você não saiu logo, foi porque gostou também. – Ele falava com uma voz sumida, e se recusava a levantar. Ele retirou os óculos lentamente, e tirou sua camisola. Não sei o que ele pretendia com isso.


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Notas finais do capítulo

*o* Um review, please?

Nem que seja para falar que não está decente D=



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