Shark escrita por ervilha


Capítulo 18
Capítulo 18 - Nativos


Notas iniciais do capítulo

;D Obrigada por continuarem lendo. Aqui está mais um capítulo!



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                - Cara, sei que pode parecer loucura, mas aqui está cheirando a estrume. – Eu falava, enquanto tinha o nariz tapado com a mão.


                - É natural, aqui deve ter uns animaizinhos vivendo! – Bárbara passava a mão pelo meu cabelo.


                - Sim, Bárbara, mas uns animais não faz com que tenha esse cheiro tão intenso. – Ele sussurrava, e se escondia atrás de uns arbustos, para que os nativos não nos vissem. – Agora, fiquem calados, ou nós vamos ser descobertos.


                - E nós vamos ser amarrados dentro de um caldeirão e ser comidos por eles?! Que nem nos filmes!? – Bárbara me pousava no chão e se sentava do meu lado. – Jesus, eu não quero ser comida assim, canibalismo!


                Os nativos daquela ilha não pareciam muito com as tribos lá do Sul da América ou de África. Eles não estavam pelados, nem pintados, nem com trapos. Eles se vestiam bem, tinham roupas chamadas “normais”, e as mulheres tinham os cabelos muito arranjados. As crianças brincavam com uns gatinhos, e estavam todas vestidas de rosa (as garotas) e azul (os garotos). Os adultos, dependendo da velhice, estavam também separados por cores, conforme o género também. Não havia gente de cabelo branco, muito menos cheios de rugas. Nem bebês havia ali a brincar com os gatinhos também. Se bem que aqueles gatinhos… pareciam crias de felinos selvagens. Mas, tudo isso soava estranho. Aquele clima tropical não convidava a animais da savana. Os adultos vestidos de azul-claro e branco estavam preocupados. Ou pelo menos, pareciam.


                - Como você foi capaz de deixar a jaula dos lobos ibéricos aberta?! COMO?! – Um homem vestido de cinza chicoteava furiosamente o chão, enquanto ralhava, em português do Brasil, com uma mulher vestida de branco. – Hoje você não vai ter mais presente, tem a noção, irresponsável?! – Ele rasgava o decote dela, que, nesse momento, a camisola se abriu toda. – Devia fazer como fiz com sua mãe!


                - Não, não! Piedade, piedade, meu senhor! Piedade! – Ela fechava sua camisola com uma mão e se ajoelhava, apoiando-se no chão com a outra mão. – Por favor, me dê recompensa essa noite também! Por favor! Por favor, senhor!


                O senhor de cinza levantou a garota, que devia ter uns 18 anos, pelos cabelos e, quando a face dela ficou de frente com a dele, ele a beijou de língua. A garota corou muito, e o homem soltou ela. Lhe agradeceu com uma vénia e correu para longe, perdendo a vista. O homem fez um sorriso safado e repetiu o mesmo processo com mais umas 3 garotas vestidas de branco. Quando nós três pensámos que isso era uma cena de completo machismo, sucedeu o inesperado: ele repetiu exatamente o mesmo com os garotos de azul-claro, que deviam ser da mesma faixa etária das garotas. Inclusive o beijo de língua. Bárbara se enojou por uns momentos e tapou seu rosto no meu peito. A seguir de tudo isso, apareceu uma mulher com um grande casaco, até os pés, um cabelo enorme, todo enrolado em cima da cabeça e com diamantes e safiras segurando ele. Tinha uns peitos descomunalmente grandes e se parecia parentalmente com alguns adolescentes e crianças.


                - Madame, já ralhei com todos os adolescentes irresponsáveis. – O homem de cinza falava com a mulher de preto, que tinha chegado. – Todos eles pediram desculpa.


- Inclusive meu filho, monsenhor?


                - Claro, Pena Leve. Esse é o mais responsável de todos. – Ele fez uma vénia. – Que novidades tem? Acharam os lobos já? Eram 4. Lindos…


                - … não achei eles, monsenhor. – Ela fazia uma vénia também. – Não seja muito ruim com os nossos frutos, ou eles vão acabar como nossos colegas. – “Pena Leve” tinha uma lágrima escorrendo pelo olho.


                - Você ainda está deprimida por causa de um incidente de 13 anos?! – Ele beijava ela levemente nos seus lábios vermelhos. – Eles estavam a mais, não compartilhavam os mesmos sonhos e ambições que nós. Fizemos bem em termos acabado com eles rapidinho.


                - Vicent, há um pequeno problema… se os lobos andam aí, a gente tá fudido se eles nos acharem, porque eu sou alérgica a pêlo de lobo e…


                - … seria muito ruim se ele aparecesse, mas isso era azar demais, vamos ficar calados ouvindo. – Eu gesticulava para que a loira se calasse de uma vez por todas.


                - Mas, não foi por isso que eu vim falar com você. – A senhora chamava dois homens que estavam uns metros longe dela. Nos deparámos com Bella, pegue pelos dois. – Intrusos.


                - De onde você veio, criatu…


                - … se acalme, monsenhor, a jovem pode não saber falar português! – “Pena Leve” botava um braço por cima dos ombros do homem. – Eu – Ela apontava para ela mesma. – ser Pena – Apontava para uma pena que estava no chão. – Leve – Gesticulava com a mão, imitando uma pena flutuando no ar e caindo no chão. – Qual seu… – Apontava para Bella. – … no-me? Nós – “Pena Leve” apontava para ela e para o homem. – ser os chefes – Imitava com as mãos uma coroa na sua cabeça. – desta – Apontava para o chão. – Ilha! – Girava o dedo em torno de si mesmo.


                - Eu falo português. – Bella respondeu em um tom seco.


                - E ousa zoar assim de mim, criatura?! – “Pena Leve” mostrava estar totalmente estressada. – De on-de você vei-o!


                - Do Acre. – Os homens que a seguravam riram baixinho. Bárbara riu também.


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Notas finais do capítulo

;3 Obrigada por todos os reviews, e por pedirem por mais!



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