Depois Do Amor. escrita por Kelven Figueiredo


Capítulo 4
Déjà vu


Notas iniciais do capítulo

Mesmo em semana de simulado fiz um capítulo básico pra vocês. Espero que gostem e boa leitura..



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Quando voltei a mim e abri os olhos, avistei Klaus, que estava ao meu lado com uma expressão confusa, como se estivesse preocupado com algo.

Aos poucos me afastei da parede e de Klaus, minha cabeça girava, estava tomado por uma vontade desesperadora de voltar pra cama e não sair de lá o resto do dia, mas era domingo e eu não podia me dar a esse luxo. Finalmente Klaus resolveu quebrar o silencio questionando-me:

– Cara... – hesitando prosseguiu- Tudo bem? Acordei assustado, com um barulho meio estranho, como se alguém tivesse esmurrado a parede.



Havia três Klaus e tive de me esforçar para responder:





– Desculpe-me cara, eu acho que saí do controle por um instante, mas tá tudo bem sim.





– Tudo bem, fica tranquilo, e eu queria me desculpar por ontem a noite, eu sei que infringi as regras. – dizia ele com a cabeça baixa.



– Esquece isso cara, acontece... Mas e a festa ontem?

– Não durou muito mais tempo, acabei colocando alguns convidados pra fora. –dizia sorrindo, desta vez.

O silencio tomou conta, e foi aí que percebi o quanto sentia falta do meu amigo Klaus, nós havíamos nos afastados, desde que todo esse turbilhão havia me atingido. Klaus pareceu querer dizer algo, mas meu celular tocou fazendo-o dar meia volta e deixar o quarto.

Atendi num:

– Alô.

– Alô, Kyle? – dizia a voz feminina do outro lado.

– Ah! Oi mãe.

– Hoje é domingo, você vem almoçar conosco?

– Claro que sim, a comida do Klaus já fora melhor. – tentei parecer feliz.

– Ok, estamos a sua espera, mas aquela garota virá com você?

– Não, ela foi visitar os pais. – eu odiava mentir para minha mãe, mas aquela não era uma mentira, era uma meia verdade.

– Tudo bem filho, eu te amo.

– Eu também te amo mãe.

O silencio se fez presente outra vez, notei que Klaus já não estava mais ali, saí do quarto em direção à sala, Klaus estava arrumando parte da bagunça que a festa causara:

– Festa boa ontem?

– É o que parece, tirando a parte que eu lembro-me apenas da parte que você chegara.

– Isso é o que eu chamo de festa boa, sem ressentimentos ou culpas no dia seguinte.

– Tem razão, vai visitar a mamãezinha? – Dizia Klaus após uma longa gargalhada, num tom de deboche.

– Cansei da tua comida, bem que você poderia dar uma melhorada no cardápio. - disse tentando segurar o riso.

Klaus atirou-me uma das almofadas que estavam ao seu alcance, corri até o banheiro e fechei a porta. Retirei as roupas que me vestiam, fui em direção ao chuveiro e deixei que suas gotas frias me acertassem, um enorme alívio me invadiu e por um instante me senti livre dos problemas e das preocupações, eu quis ficar ali por mais algumas horas, mas já não era possível, eu estava atrasado, e geralmente a mãe não era muito boa em esperar.

No quarto, peguei o primeiro jeans que achei, uma camisa xadrez e uma camiseta branca. Vestido, fui em direção ao espelho, arrumei meus cabelos da melhor forma que pude, antes de deixar o loft procurei por Klaus, mas ele havia saído pra algum lugar, finalmente peguei meu guarda-chuva e saí.

A chuva ainda caía, o ponto de ônibus ficava há alguns metros, então caminhei por alguns minutos até lá, estava chovendo e a maioria das pessoas estavam em suas casas, por um instante me perguntei o por que de não estar fazendo o mesmo. Felizmente a casa de meus pais não era muito longe, e o ônibus chegara logo, adentrei o ônibus, paguei a passagem e fui até o assento mais próximo, sentei-me, e pus-me a observar o caminho, parte daquilo me parecia familiar e então o passado veio à tona mais uma vez...

***

Era um domingo exatamente como aquele, chuvoso e com um gosto meio diferente, eu acordara pensando em Mellanie e em seu bilhete, era quase impossível ignorar a ideia de ligar para ela e quem sabe até, marcar um encontro, mas era domingo e eu tinha que visitar meus pais, seria meio precipitado da minha parte promover um encontro desses, mas por outro lado se eu não ligasse poderia ser tarde demais, ela não esperaria por mim, ela não teria motivos para isso. Numa atitude impensada peguei meu celular e disquei o número de Mellanie, ela atendeu ao quarto toque:

– Kyle?

– Oi, como sabia que era eu?

– Eu sou a senhorita “sabe tudo”, lembra?

– Ah! Verdade, sabendo de tudo, presumo que você saiba o motivo da minha ligação certo?

– Sim, e a resposta é sim.

– Sim o que?

– Sim, eu saio contigo hoje.

– Você me assusta ás vezes.

– Você não é o primeiro nem o último, venha me buscar ás 13H, rua das cerejeiras, número 8.

– Pode deixar.

– Preciso desligar, até logo.

– Até.

Ao desligar, a felicidade me consumia, eu tinha um encontro com Mellanie, o que mais eu poderia querer?

Mais do que rápido fui até o quarto de Klaus, ainda eram 10H, ele estava dormindo, mas aquilo era um ótimo motivo, o acordei do melhor jeito que pude, mas ele só acordou de verdade quando puxei seu lençol:

– Acorda cara! É uma emergência.

– O que foi dessa vez cara?

– Preciso da sua vespa, hoje.

– O que? Mas você nem sabe dirigir, acha que eu vou emprestar minha vespa novinha pra você?

– Não acho você vai, cara, é um encontro, e com a Mellanie.

– Espera, Mellanie, a ruivinha de jornalismo?

– Ela mesmo.

– Cara! Desde quando vocês se conhecem?

– Na sexta-feira passada ela acidentalmente entrou na minha sala e conversamos um pouco, ela me passou o número dela e só hoje tive coragem de ligar.

– Como três dias podem mudar as coisas não? Tudo bem, eu te empresto, mas quando voltar vai me explicar essa história direito.

– Combinado. – Saí apressadamente em direção ao banheiro sem esperar resposta.

Ao sair do banho, entrei na minha calça preta, minha camiseta branca, e por via das dúvidas peguei minha jaqueta preta de couro, Penteei meus cabelos, calcei os sapatos, enfim estava pronto. Certifiquei-me de pegar as chaves da vespa, as de casa e meu relógio.

Liguei para minha mãe e disse-lhe que levaria uma convidada para o almoço deste domingo, apesar da felicidade que ela demonstrara com a notícia, eu podia perceber que ela ainda sentia ciúmes de mim, afinal as mães nunca admitem quando seus filhos crescem.

Eu estava meio adiantado, ainda faltavam 40 minutos para a hora combinada com Mellanie...

***

Quando me libertei do transe, já estava no meu ponto, levantei rapidamente e pedi para que o motorista esperasse, desci e caminhei algumas quadras até a casa dos meus pais.

























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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, não esqueça de comentar e acompanhar a estória se for de seu interesse. Próximo capítulo após a loucura do simulado passar.



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