Hospital Stay escrita por LilakeLikie


Capítulo 3
Ethan


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores!Queria ter postado antes,mas não vou ficar dando desculpas sobre o motivo de não ter postado antes.Bem,neste capítulo acho que enchi tanta linguiça que acabou ficando um pouco chato (ou muito) mas isso fica à critério de vocês.Eu tenho mania de explicar as coisas e as vezes isso acaba dando uma enrolada,que é o que chamam de "encher linguiça".Mas,este capítulo é mais explicativo e serve para a Kate e o Ethan se conhecerem um pouco melhor.Gostaria de agradecer à quem comentou,são esses comentários que nos mantém escrevendo aqui :)Desculpem-me os erros e boa leitura!



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Tomamos a sopa e vez ou outra tentávamos puxar assunto para nos conhecermos melhor.Foi um momento divertido,apesar de tudo.

—Então seu nome é Ethan? - questionou Melanie me cutucando com a perna por debaixo da mesa - gosto do seu nome,garoto.Você é daqui da cidade?

Ethan fez que sim com a cabeça.Não pude parar de observá-lo um segundo sequer.Suas mechas de cabelo escuras caíam por sua face,em tamanhos diferentes,cobrindo e descobrindo partes de seu rosto.Seus olhos,abertos,vivos,se movendo enquanto conversava com Melanie.A forma graciosa como seus braços se moviam ao falar.Tudo ali tão gracioso.

Saí de mais um devaneio quando percebi que meu cabelo estava encostando na sopa.Porcaria.Me recompus tentando ajeitar o cabelo e limpar os resquícios da sopa que haviam ficado.Olhava para os dois conversando e me impedi de dar o trabalho de ouvir o que diziam.De qualquer forma Melanie me contaria tudo mais tarde.Tratei de tomar minha sopa antes que esfriasse,os dois que se virassem tomando sopa fria depois.

Terminei meu prato e ali em meio ao tédio e exclusão à conversa comecei a fazer desenhos no guardanapo.Olhei para os dois que ainda conversavam e me permiti ouvir um trecho.

—Então você também gosta de filmes de ação?Puxa vida! - exclamava espantado Ethan - Pensei que nunca encontraria uma garota que gostasse de filmes assim!

Me arrependi de ter ouvido a conversa e acabei soltando um leve riso que fez com que os dois olhassem para mim.

—Algo errado,Kate?

—Não,eu estava apenas me lembrando de algumas coisas,vou voltar ao que fazia antes,podem fazer o mesmo e prosseguir com o assunto.

Comecei a rabiscar um poema qualquer que me surgia à mente.O escrevi e depois fiquei arrependida.Como posso escrever essas porcarias?
Ouvi Melanie me chamar e olhei para ver o que queria.Ela se levantou e pegou o papel que eu rabiscava.

—Isto é mais um dos seus poemas?

Tentei puxá-lo de volta,sem sucesso,graças à esquiva da morena.Tive de concordar com o que havia dito,não havia mais volta.Melanie leu o rabisco poético e sorriu.Não sei como se pode sorrir com um desastre daqueles em mãos.Ethan curioso,finalmente depois de um longo tempo conversando com ela dirigiu a palavra à mim.

—Então você escreve poemas?

—Acho que sim,mas não os considero poemas,são algo mais pobre e sem merecimento algum.

—Posso ver? - questionou Ethan.

—Acho melhor não,é que eu... - mal pude terminar minha frase e Melanie já o entregava ao garoto.Quem precisa de amigos quando se tem uma amiga que faça esse tipo de coisa com você?

O moreno começou a ler o texto em voz alta,para meu desespero.

A alma libertas,logo avista a reta

Possuidor do horizonte,corre desanimador

Sobe montanhas,atravessa pontes,logo sente sua dor

A dor que logo domina,não é a da menina e sim do esplendor arrasador

Novamente,a alma sobe aos céus para correr livremente.

—Que poema bonito,Kate!Quando aprendeu a escrever assim?

—Por favor Ethan,não está tão bom assim - disse pegando o papel de suas mãos e amassando-o numa pequena bolinha - Agora vai para o seu lugar,o lixo.

[...]

Com o fim do intervalo,voltamos para os tricôs.Terminei de fazer mais alguns pares de meias e Melanie a metade em gorros.Ethan havia se juntado à nós,tornando a situação mais divertida.Conversamos sobre assuntos aleatórios que por fim não me fizeram saber absolutamente nada sobre ele.Distraída como sempre,errei a casa e tive que desfazer todo o trabalho.Já ia me preparando para recomeçar tudo quando a senhora Cooper tomou posse do microfone e começou a falar:

—Muito bem tricotadores!Vejo que nossos novos membros foram muito bem acolhidos e que todos fizeram um ótimo trabalho por hoje!Porém teremos de finalizar o trabalho agora para podermos entregar o que foi feito aos internos.Favor formarem duplas para levar cada presente.Tenho os nomes dos internos e o número de seus quartos,assim como o nome dos recém-nascidos que vocês visitarão.Favor passar aqui para pegar o nome e o número do quarto.

Eu como sempre iria com Melanie,se ela não tivesse sido chamada por um dos organizadores.Queria conversar com ela,mas aparentemente não ia dar.Ela tinha de assinar uns papéis e ajudar a conduzir os tricotadores mais velhos.Ela raramente fazia isso e quando fazia eu a ajudava,mas desta vez Ethan estava conosco e eu tinha que entregar os presentes de nós três.

—Olha,gente - disse Mel para nós dois - acho que não vou sair daqui logo,tenho que ajudar pois alguns membros faltaram.Kate,mais tarde passo no seu quarto para conversarmos.Ethan,foi um prazer conhecê-lo!Nos vemos no próximo Tricote Para A Esperança ou antes,caso eu venha visitar Kate.

E foi se retirando dali com diversos voluntários lhe fazendo perguntas à respeito da organização,da falta de outros,junto com uma velhinha que se apoiava nela para andar.Tive pena da minha amiga.

—Acho que é melhor entregarmos isto às novas mamães - disse Ethan com os presentes no colo - Elas têm de dormir cedo.

Acenei com a cabeça,começando a empurrar a cadeira de rodas do moreno.Peguei os nomes e os números dos quartos e saí do saguão com o que eu penso ser o garoto mais bonito da minha vida sendo empurrado por mim.Obviamente,não poderia ficar sem tentar puxar assunto e comecei a gaguejar até encontrar alguma forma de falar algo.

—Então você gosta de filmes de ação?

—Gosto. - respondeu - Vejo que isso foi a única coisa que prestou atenção na minha conversa com a sua amiga.

—Não gosto de me intrometer em assuntos que não sou chamada.Só escutei porque me entediei.

—Por fim fiquei sem saber muita coisa sobre você.Melanie não parou de falar um segundo sequer e acabamos não conversando.

—Acredite,eu tenho tempo de sobra neste lugar.E se você faz parte de alguma outra ação beneficente do hospital eu estarei lá.Qual é mesmo o número do quarto?

—M12.O que fazemos para entregar?

—É simples,nós batemos na porta e quando alguém abrir,entregamos o presente.Chegamos.

Parei a cadeira de rodas dele ao meu lado e bati na porta.Ethan segurava um pequeno embrulho transparente com o par de meias que eu fizera.Um homem bem alto foi quem atendeu.Estava sorridente e um tanto preocupado.

—Hum,em que posso ajudar?

—Somos Katherine e Ethan,pacientes e voluntários do Tricote Para A Esperança.Contribuímos com recém-nascidos e crianças.Viemos trazer um presente para sua esposa e seu filho que acaba de nascer.

—Só um segundo.- disse olhando para dentro do cômodo e murmurando algumas coisas.Olhou novamente para nós,desta vez mais sorridente do que antes - Podem entrar.

Foi aquela melação de sempre.Entramos,deixamos o presente coma mãe,vimos o bebê,escutamos o pai dizer que vai ser moleza,a mãe que o bebê é uma gracinha.Depois de contarem seus planos para o futuro nos liberaram.

O próximo quarto era um pouco mais longe,mas era de um casal um tanto familiar.Estiveram tantas vezes na maternidade que eu até posso imaginar quando chegarão novamente.O bom deles é que me tratam como se eu fosse da família,o que para alguns é algo comum para mim é especial.Raramente recebo algo afetivo naquele lugar repleto de pessoas que não se importam com o que sente.Aliás,só se importam se for dor física,se é que se importam.No caminho Ethan queria conversar,saber mais sobre mim.Até que foi divertido.

—Então - ele começou a falar - não sei muito bem como começar a falar com alguém,não sou muito social então não faço muitos amigos.

—Que absurdo! - dei um leve tapa em seu ombro - Você é tão bonito e simpático que deveria fazer amizade com qualquer pessoa facilmente.Não viu como foi com a Melanie?

—Okay,agora você falou como uma senhora bem velha.

—Quando se vive num hospital por muito tempo,você começa a falar como alguém bem mais velho,principalmente quando aprende a tricotar.

Ele riu do que acabei de dizer.Realmente ele era muito bonito,disso não havia dúvidas.Mas já que eu teria tempo mais do que suficiente para conhecê-lo melhor,resolvi deixar a conversa para depois.Batemos na porta e desta vez a recepção fora diferente da anterior.

—Veja só quem está aqui!Katherine,quanto tempo!

—Olá William!Faz tempo que não os visito,certo?

—E quanto!Tanto que desta vez é uma menina,depois da nossa leva de meninos,finalmente outra menina - disse olhando para a esposa Norma que estava dentro do quarto - Mas me diga sobre você,finalmente saiu deste lugar e só retornou como voluntária?

—Quem me dera.O tratamento é longo...

Fiz uma pausa após sentir como se meu corpo fosse cair.Tudo ao meu redor começou a escurecer.Apoiei-me no braço da cadeira de Ethan que estava confuso e preocupado olhando para mim.

—Está tudo bem Kate?Quer que eu chame uma enfermeira? - disse William preocupado tentando me segurar.

—Está sim,acho que é o medicamento novo fazendo efeito - disse tentando recuperar o fôlego - Acho que já vou indo,amanhã farei uma visita de verdade,prometo.

Entreguei o presente e saí dali com Ethan.Sabia que não aguentaria ficar muito mais tempo de pé.Tinha de encontrar Gisele.Porcaria de novo.Era seu dia de folga.Tentei me recompor para não chamar tanta atenção.

—Ethan,você já sabe como funciona a entrega de presentes.Poderia por favor entregar o próximo sem mim?Se perguntarem,diga que eu estou bem e que fui para o meu quarto.

—Sim - disse em tom de preocupação - Mas e se eu quiser te visitar?Qual é o número do seu quarto?

—413.Agora por favor,tenho que ir.

Saí dali um tanto preocupada.Queria o quanto antes chegar no meu quarto e deitar.Isso,pode ser fraqueza.Está quase na hora do jantar.Me apressei para chegar no meu quarto,quando subitamente sinto como se o chão saísse de seu lugar original.Vou pelo elevador.Por sorte,já se encontrava naquele mesmo andar.Entrei e o mandei ir até o andar em que meu quarto se localizava.Teria dado tempo se minha visão não tivesse escurecido de novo.Senti uma forte dor e à partir daí,não me lembro de mais nada.


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Notas finais do capítulo

E agora?O que será que a Kate tem?Mua ha ha isso fica para o próximo.Sim,eu sou má.Gostaria de avisar que qualquer semelhança com algum caso e/ou personagens reais é pura coincidência (tenho que colocar isso nas notas da história).A poesia é de total autoria minha,portanto qualquer reprodução dela sem minha autorização é morte na certa,não duvide.Sinceramente?Acho que as coisas estão indo muito rápido,mas... tenho que dar uma contornada nas coisas já que não está nos meus planos uma fanfic com 100 capítulos ou mais,por este mesmo motivo alguns capítulos serão grandes.O que acharam?Estou mesmo seguindo as coisas muito rápido?Ou estão devagar?Qualquer crítica é construtiva,sim.Estarei esperando suas reações.Até o próximo!