A casa continuava à pegar fogo logo atrás das três garotas, suas vestimentas estavam todas rasgadas e lotadas de sangue. Seus rostos e mãos sujos de sangue.

Se sentiam perdidas e culpadas por terem matado todas aquelas pessoas inocentes, seus amigos, mas a sensação era tão boa.

Sem casa, sem amigos, sem familia. Agora as garotas tinham apenas uma à outra.

Precisavam fugir o mais rápido possível, se alguém chegasse e visse elas daquele jeito seria bem pior. Mas o que fariam? Andar sem rumo eternamente? Fugir para um lugar aonde não conheciam ninguém? E foi isso que elas fizeram, começaram a andar pelas ruas escuras de Dallas e acabaram se perdendo.

Quando viram pessoas se aproximando as meninas tiveram que correr e se esconder na floresta que ficava do lado esquerdo da rua.

–Eu não gosto de andar em lugares assim. -Maddie choramingava.

–Tenho que admitir que esse lugar é bem assustador. -Alisson disse. As garotas se impressionaram, a mais corajosa das amigas agora confessava que estava com medo.

–Viu? Se até a Ali estás morrendo de medo, porque eu não posso temer essa floresta também? -Maddie voltou a tagarelar.

E consequentemente acabou irritando Victoria que já estava cansada de ouvir a amiga.

–Não temos que temer nada, somos mortas vivas, vampiras. Nada pode nos matar. -Victoria tentou acalmar a amiga. -Agora cala- te esta sua boca!

Victoria achava que nada poderia ferí- las ,afinal, agora elas eram imortais. Mas estava completamente errada, existia coisas que poderiam matá- las ou ferí -las. Coisas que em vida elas nunca desconfiariam que poderia acabar com elas. Mas da pior forma possível elas teriam que descobrir que todos tem pontos fracos (até mesmo imortais).

Acabaram indo parar no meio de uma floresta coberta de névoa, galhos secos jogados no chão e folhas caidas das àrvores assustadoramente sem vida voavam por causa do vento frio e forte que parecia cada vez pior. Já eram mais de meia noite, a lua era a unica coisa que iluminava aquela parte da floresta.

Continuaram à andar, precisavam achar um jeito de sair o mais rápido possível daquele lugar, pois tinham uma sensação ruim.

O lugar ficava cada vez mais escuro, pois agora as nuvens cobriam a lua.

Victoria olhou para o alto de uma àrvore sem folhas e corvos estavam sentados no topo dos galhos. Os corvos vaziam o mesmo que Victoria, eles observava cada movimento das garotas.

Ouviram barulhos de galhos quebrando, Ali viu um vulto passando entre as àrvores, os corvos voavam em seu bater de asas barulhento e horrivel. O que poderia estar acontecendo? Quem estaria no meio de uma floresta numa hora dessas?

[...]

Tempos atuais/ Maio de 2013...

Alisson:

Maio, já estava no meio do semestre. Mas infelizmente para mim, Victoria e Madisson esse seria nosso primeiro dia de aula.

Depois de cem anos sem nem ao menos chegar perto de uma escola, era tão estranho, as coisas haviam mudado muito.

Fazia cinco anos desde que conseguimos fugir da toca daquele maluco. Sim, é isso mesmo, ficamos 95 anos presas com um casador de vampiros maluco. Que droga né?!

Estacionei minha ferrari, Vick e Maddie ficavam conversando sobre brilho labial e roupas, dá pra acreditar? Como essas meninas são superficiais.

Tô brincando, elas apenas estavam nervosas para o primeiro dia em uma escola nova, não conheciamos ninguém e nem nada nesta nova cidade.

Agora estamos vivendo em Londres, dá pra acreditar? Legal né. Mas os motivos de termos fugido de Dallas não eram nada legais.

O caçador de vampiros? Ele morreu a quinze anos atrás, mas infelizmente ele deixou seu filho para continuar seu trabalho, Ryan, este era seu nome.

Quando conseguimos fugir dele acabamos tendo que mudar de país, de cidade, de sobrenomes, e agora nos encondiamos como se fosse foragidas da policia.

Usavamos lentes de contato e pitamos os cabelos, mudamos nosso jeito de se vestir e até mesmo tentamos pegar o sutaque britânico, assim poderia enganar a todos. E se Deus quiser, aquele louco piscotico nunca encontrará nós.

–Vamos? -Maddie perguntou me cutucando e sem querer acabou me tirando de meus pensamentos.

Descemos e fomos em direção a diretoria para poder pegar nossos horários e o numero de nossos armários.

Um homem muito simpático de meia idade e que cheirava muto bem nos entregou tudo que precisavamos.

Quando entramos dentro da escola todos ficaram nos olhando. Qual o motivo disto tudo? Porque tantos olhares?

–Porque eles estão olhando assim pra gente? -Maddie perguntou enquanto continuavamos nosso caminho até nossos armários.

–Não sei. -Respondi rapidamente.

–Somos três meninas novas na escola, entramos no meio do ano, ninguém nos conhece, apenas estão curiosos. -Vick respondeu. -Apenas ignorem.

–Eles estão me irritando. -Disse. Tava com vontade de pular no pescoço de todos. Ainda não tinha me acostumado a ficar perto de tantos humanos. O cheiro deles era tão delicioso.

–Estão me irritando também, estou com vontade de matar eles. -Maddie disse. Agora sim eu estou gostando da Maddie, está virando uma vampira que nem eu. Maldosa e sem sentimentos.

–Eu também estou querendo matar eles. Mas vamos nos concentrar, estamos tentando se passar de pessoas normais, então não vamos estragar o disfarce, ok? -Vick disse e como sempre Maddie concordou com ela.

–Vocês que sabem! Mas eu não me responsabilizo de alguma coisa acontecer. Se aparecer alguém morto, a culpa não é minha. -Andei mais rápido, à frente delas. Nossos armarios não ficavam juntos mesmo, não precisava esperar elas.

Olhei o papel com meus horarios, sala 9, aula de História. Ótimo, lá vou eu aprender várias mentiras, eu vi muitas das coisas que eles contam naquelas aulas e é tudo mentira. Aff!

A sala ficava no final do corredor, meu celular tocou e eu comecei a revirar a minha bolsa atrás do mesmo e sem querer acabei esbarrando em alguém. Dei alguns passos para trás e quase cai mais o menino me segurou rapidamente me impedindo de cair.

–Sua idiota, será que não dá pra você olhar por onde anda? -Ele disse friamente.

Você que não encherga por onde anda otário. -Meu sangue estava fervendo, odeio que falem comigo daquela forma. -Você que esbarrou em mim.

–Você que fica andando que nem uma tonta por ai. Deveria olhar aonde anda. -Ele continuou a falar. Quem ele pensa que é pra falar assim comigo.

–Quem você pensa que é para falar assim comigo? Seu besta. -vou matar ele a qualquer segundo.

–Não te interessa. E você quem é? -Ele perguntou em um tom de indiferença.

–Não te interessa. -Imitei-o. -Mas é bom você ter cuidado comigo, eu não sou apenas um rostinho bonito. Eu posso acabar com você. -Avisei e saí andando antes que ele pudesse me dizer alguma coisa.

Que garoto chato, imbecil, idiota e... Lindo? Droga, para Alisson. Ele é um ridiculo.

Madisson:

Como sempre nada de interessante aconteceu na escola hoje. Meu deus, se passaram cem anos e nada mudou, a escola continua um saco.

Quando cheguei em casa tomei um banho demorado e me troquei. Estava com uma vontade imensa de descansar (Vampiros não dormem, mas descansam). Tirei minhas lentes de contato. Era tudo tão estranho, mal conseguia me reconhecer no espelho.

Antigamente eu tinha cabelos longos e pretos agora eram na altura dos ombros, meus olhos azuis agora ganhavam uma tonalidade castanho escuro devido à lente de contato, meu estilo fofo agora era mais alternativo.

Tudo para poder me esconder do nosso maior medo, Ryan.

Desci as escadas, tinha que dar uma mordidinha em algo. Estava morrendo de fome. Ali estava sentada no sofá e assistia um programa qualquer.

–O que você está assistindo? -Perguntei me sentando ao seu lado.

–Crepusculo. -Ela respondeu sem tirar os olhos da tv. -É legal, mas os vampiros brilham no sol, dá pra acreditar? -Nós duas caimos na risada.

–Mas o filme é fofo. É um romance maravilhoso. -Ali assentiu. -Tô com fome. -Falei sem pensar.

–O nossa dispensa de sangue está vazia. Temos que caçar. -Avisou. -Vamos esperar a Tori.

Victoria:

Me troquei e desci para encontrar com as garotas. Me sentei ao lado delas no sofá.

–Estou morrendo de fome! -Ali disse colocando sua mão na barriga. -Minha barriga está até roncando.

–Nosso estoque de sangue acabou. -Maddie me avisou. -Precisamos caçar vick.

–Então o que estamos esperando? -Perguntei com um sorriso maldoso no rosto.

[...]

Por sorte nossa casa era bem na frente de uma enorme floresta (N/A: Não sei se em londres tem florestas, mas vamos fingir que sim, ok?). Andamos ou melhor corremos entre as arvores, eu já sentia o cheiro dos humanos. Quando chegamos perto deles, começamos a andar mais devagar.

Chegamos mais perto e pudemos ver que eram apenas 6 pessoas acampando, isso seria fácil até demais. Cheio de sangue fresquinho.

Nos estavamos atrás de algumas àrvores, o plano já estava armado, precisavamos apenas esperar a hora certa de atacar.

Todos já estavam dentro de suas barracas, dormindo tranquilamente, mal sabiam que iriam dormir para sempre.

Fui em direção a uma das barracas, abri o ziper lentamente para não acordar ninguém. Haviam duas pessoas na barruca, um garoto de mais ou menos vinte anos e uma garota loira de uns dezoito. Puxei o rapaz que estava lá dentro pelos pés, como eu era rápida, nem deu tempo dele gritar.

Ele se assustou quando nos viu, mas antes que ele pudesse falar ou gritar algumas coisa. Já finquei minhas presas em seu pescoço. Ele era delicioso.

Vi um movimento dentro da barraca de onde eu tinha pegado o menino. A garota loira que estava junto com ele devia ter acordado. Droga!

Ali fez um sinal para que eu e Maddie ficassemos em silêncio, Ali caminhou até a porta da barraca, entrou com cuidado na mesma. Tampou a boca da garota para que ela não gritasse. Levou-a para o lado de fora da barraca e quando ela viu o namorado morto e estrassalhado ela quase gritou, mas não teve tempo de fazer isso pois quando Maddie viu que ela o faria. Pulou em seu pescoço e cortou sua garganta fora. Mas infelizmente a garota conseguiu dar seu ultimo grito antes de morrer.

–Podemos ir agora? -Perguntei. Sabia que todos acordariam e eu não queria matar eles sem motivo algum.

–Porque? -Ali perguntou com um sorriso maldoso no rosto. Na verdade acho que esse sorriso nunca saí de seu rosto. -Agora vai começar a ficar interessante.

Continua....