Meus últimos meses sendo, oficialmente, a namorada de Scorpius Malfoy não foram exatamente o que esperava para te falar a verdade. Sabe quando você imagina que poderia estar sendo melhor do que você esperava? Para começar Scorpius não era exatamente o que você pode chamar de melhor namorado de todos, mas vamos encarar os fatos, ele pelo menos tentava, ele nunca realmente teve um relacionamento sério. Tudo bem existiram uma ou duas que conseguiram domar a serpente por algumas semanas, mas nada realmente sério. 

Outra coisa, ele tem montes de admiradoras, e é como se fosse um ator ou cantor trouxa. "Faça ele feliz ou eu te mato" ou "Tome conta do meu homem" viraram frases comuns que eu ouvia no meu dia-a-dia depois da volta do feriado. Mas o que me tirava realmente do sério eram as pegadinhas de mau gosto. 

No dia 17 de janeiro, ganhei uma inimiga pessoal. Taylor Muller não era o tipo de corvina que aceita que alguém tenha a deixado, e na minha aula de Transfiguração ela fez questão de deixar isso bem claro. Assim que abri meu livro algo magico aconteceu, uma brincadeira um tanto conhecida já que meu tio a inventou, minha cara ficou verde, assim como parte do meu cabelo e é claro que toda a classe começou a rir. Quando eu olhei para o meu livro novamente, junto com a embalagem do pacote de tinta, havia um bilhete "Fique longe do meu homem" com uma caligrafia redonda e de princesa, mantendo a classe pedi para sair da sala e me retirei para banheiro, só sai dali quando meu bilhete chegou ao Scorpius e Alvo, que entraram no banheiro da Murta fazendo um escândalo. 

— Ela está maravilhosa, verde pode ser mesmo a cor dela - ouvi a voz de Murta do lado de fora da cabine do banheiro, antes de pular em algum vazo sanitário enquanto dava risadas. 

— Rose? - Alvo me chamou tentando abrir a porta 

— Vocês estão sozinhos? - Perguntei, minha voz estava arrastada e deixava claro que eu estava chorando pouco antes deles chegarem. 

— Sim ruiva, abre a porta, por favor - Scorpius pediu e num movimento rápido abri a porta e coloquei os dois para dentro. - Um pouco apertado para três não... WOW. 

— Rose - Alvo falou segurando o riso - verde realmente é a sua cor. 

— Como são engraçados! - falei perdendo a paciência, e sentindo minha pele ferver, mesmo que eles não pudessem ver minha cor mudando por baixo da tinta - Agora me tirem daqui e me levem para um lugar seguro. 

— Seu desejo é uma ordem, milady - Scorpius falou tirando a camisa, e me deixando sem graça, eu e ele nunca tínhamos feito nada que não passassem de uns amassos, nada que o pedisse para tirar a roupa. E essa era uma visão espetacular, se eu não estivesse desesperada com a situação, com certeza eu iria querer prestar bastante atenção nesses músculos. 

— Sempre achei que quando eu fosse fazer um trinômio seria com a Babi e a Rose - Alvo falou e levou um tapa logo em seguida - Ei, eu estava brincando priminha.  

Scorpius cobriu minha cabeça e me pegou no colo, eu não conseguia ver muita coisa, mas sabia que ainda não tínhamos saído do banheiro. Depois de alguns instantes, senti outro tecido sendo colocado em cima de mim.  

— Por que não colocou a capa logo em mim? - Perguntei 

— Ele queria te carregar e parecer o herói da história, agora fica quieta. –Alvo as vezes pode ser um tanto irônico, mas isso ainda não explicava o porquê de ter uma camisa na minha cabeça. Acredito que estávamos indo em direção as masmorras, porque a temperatura a nossa volta estava diminuindo, confirmei o que eu suspeitava depois de ouvir Alvo falar a senha e me encontrar dentro do Salão Comunal da Sonserina. Eu tirei a camisa de Scorpius de cima de mim, eu precisava ver esse lugar. Se me permitem, pelas calcinhas fio dental de Merlin, como era elegante. Havia sofás de couro pretos espalhados com mesas elegantes em alguns cantos, era pouco iluminado e com as mais lindas cortinas verdes com detalhes prateados. Fiquei encantada, mas tudo que é bom, dura pouco. Scorpius correu para seu quarto e assim que chegamos, pelo visto Alvo já havia expulsado todos os garotos que estavam ali. – A coloque na minha cama que eu vou buscar o Fred. 

Scorpius me colocou na cama mais arrumada do quarto e tirou a capa de nós, a entregando para Alvo, depois foi para o banheiro e logo voltou com um monte de papel molhado, tentei argumentar, mas ele não deixou e começou a passar o papel na minha face, tudo bem que nada adiantou e ele acabou perdendo a paciência, mas o gesto foi bonito. 

— Quem fez isso com você? - ele perguntou se sentando na minha frente, e me puxando para perto.  

— Taylor Muller. - Falei olhando para baixo e me ajeitando em seus braços 

— Por que eu não pensei nisso antes? 

Deve ser porque pegou metade de Hogwarts, são tantas que nem se pode imaginar quem seria. Mas se parar pensar, Taylor marcou o quinto ano do Scorpius. Ela foi uma das poucas que domou ele e acho que foi por mais tempo. Sim, cinco semanas. No começo era apenas mais uma das que ele costuma chamar de refeição da tarde, mas as coisas mudaram quando ele se viciou na pele macia e da cor do pecado, eles fizeram... Bem... Eles transaram pelos próximos três dias, e assim Scorpius Malfoyfoi domado. O problema é que ele nunca gostou dela, apenas gostava dos movimentos e do gosto de cereja da boca dela, e quando Taylor pediu para passar as coisas para um relacionamento, vamos dizer que Scorpius pirou e a deixou. O mês seguinte não foi o melhor mês das pegadas para o grande Malfoy, ela dava um jeito de acabar com todas as possíveis próximas dele. E desde então ela acha que ele é propriedade da mesma. 

Eu e a Muller tínhamos nossas rixas também, que começaram no segundo ano quando eu ganhei uma das competições internas da aula de Feitiços, como ela ficou em segundo lugar ela não aceitou tão bem, e tentou estragar todas as minhas conquistas. Ano passado, no meio do torneiro de quadribol, eu "magicamente" cai da vassoura quebrando meu braço e jurei vingança a mesma e a desmascarei na frente de todos na segunda partida que eu pude jogar novamente. Para o meu azar foi exatamente no dia que o Scorpius acabou tudo com ela, e ela já não estava tão feliz. E aí Taylor jurou vingança a mim, acho que pela segunda vez na vida dela. E para a felicidade da corvina eu passo a namorar o cara que ela é obcecada. Eu, sinceramente, mereço um prêmio. 

— Assim que o Alvo me disse o que houve... O que o Malfoy está fazendo sem camisa na mesma cama que você? E por que vocês estão tão grudados? - Senhoras e senhores, Fred Weasley. - Teria como vocês fazerem amor quando eu não estou a caminho ou quando eu terminar o meu trabalho? 

*** 

Graças a Fred Weasley II, eu estava ao meu estado normal novamente e pronta para ir ao Salão Principal. Identifiquei o gorro amarelo da Molly quando estava chegando perto, ela estava dando uma de pura lufana e sendo leal a Lily Luna Weasley, a Weasley morena estava tendo uma conversa séria com Hugo, o que em minha opinião não vai dar em nada porque eu conheço meu irmão. Assim que cheguei Hugo bufou e saiu andando. 

— Ainda tentando o fazer voltar com a Lilian? – perguntei chamando sua atenção, ela estava vermelha, e isso entrava muito em contraste com o seu cabelo escuro. 

— Não está adiantando, mas acho que um dia eu consigo. - Ela falou começando a andar em direção ao Salão Principal e indicando com a cabeça para eu acompanha-la - Você não parece um sapo com olhos azuis. 

— O Alvo sabe fazer comparações – falei dando risada. 

— Olha, Fred pareceu bem mais interessado em te ver verde do que te ajudar, então eu acho que a comparação fez diferença. - Ela falou abrindo um sorriso fraco. 

— O que houve? – Perguntei a puxando para sairmos do caminho dos outros. 

— Quando eu me vi aceitando o pedido de namoro de Fred, achei que as pessoas parariam um pouco de me procurar para ajudá-las com todos esses problemas. - Ela falou olhando a sua volta - Já é terceira vez que eu tento falar com o Hugo essa semana, e olha que estamos numa terça-feira! Eu amo a Lily e adoro ajudar ela, mas eu quero ter um tempo para mim e para o Fred. 

— Eu te atrapalhei? 

— Quem se importa? - Ela falou colocando as mãos para cima - Foi ele sair que essa menina da Sonserina chegou pedindo ajuda. Eu só estou cansada de ser a Molly-ajuda-todo-mundo-a-qualquer-hora-Weasley e ser apenas a Molly-namorada-do-Fred-Weasley sabe? 

— Algo que aprendi com o tempo é que nunca vamos deixar de ser quem somos, mesmo se quisermos paz por alguns minutos. 

— Mas você nunca queria parar de ver o que as pessoas realmente sentem apenas por um momento? 

— Para falar a verdade, não. - Eu falei sorrindo - Essa é a melhor parte, eu tenho um dom. E você tem o seu. 

— Que é? 

— Fazer as pessoas mudarem suas opiniões e serem melhores. - Assim que falei pude ver Fred correndo em nossa direção com um buque de lírios - Pense nisso. 

Eu sei qual o problema da Molly, ela não consegue pensar em si mesma. As pessoas a sua volta vêm sempre em primeiro lugar. Acho que ela pode estar morrendo que ela vai preferir ajudar alguém a tomar conta de si mesma, e acho que isso é o que eu mais admiro nela. Entrei no Salão Principal e assim que olhei para trás vi a felicidade de um dos casais mais fofos que existe. Toda aquela "tristeza" havia ido embora no mesmo momento que Fred caminhou em nossa direção, era como se os dois tivessem mais do que essa conexão, era como se eles tivessem nascido para ser felicidade um do outro. 

Procurei por Domi, mas parecia que ela não estava por aqui. Sentei ao lado de James que estava mais concentrado nos estudos do que na comida, o que era um tanto raro, então não quis atrapalhar. Olhei a minha volta e vi Taylor ao lado de Lorcan, o que me deixou incomodada, o que ela poderia quer com ele? Pelo menos parece que ele não estava feliz com a companhia dela e se retirou do local.  

Não era muito comum eu comer sem conversar com alguém, mas parece que todos a minha volta estão aos poucos se afastando. Domi está sempre ocupada com o Zabini e apenas conversamos antes de dormir e é algo rápido para que conseguirmos dormir cedo e não nos atrasar para as aulas, Lily parece estar com depressão e quase nunca sai do quarto, falando nisso acho que vou pegar um desses pãezinhos para ela. James está 100% estudos desde a volta do feriado então quando não está na biblioteca, ele está no Salão "comendo”. Lorcan parece estar me evitando, mesmo que ainda se sente comigo em algumas aulas. E Alvo está ocupado demais com a Babi, e não posso reclamar disso, afinal eu estava torcendo para os dois se resolverem. 

Meu olhar encontrou com o Scorpius, que mostrava que estava preocupado comigo, ele perguntou se eu estava bem, e eu afirmei que estava com a cabeça, ele abriu um sorriso depois disso e pediu para irmos para a Sala Precisa.  

Passamos a maior parte do tempo conversando, era bom estar com ele. Tudo bem que naquele dia não fazia nem um mês que estávamos juntos, mas vê-lo sem camisa mais cedo me deixou curiosa de como seria ter um momento mais aprofundado com ele.  

Eu o beijei de uma maneira que nunca achei que fosse capaz, eu tentei ao máximo demonstrar o desejo que estava sentindo, e por sorte, Scorpius entendeu o recado. Passei a desabotoar sua camisa e comecei a explorar todo o seu peitoral com os dedos, ele brincava com os cachos do meu cabelo nas minhas costas, e passou a me puxar mais para perto.  

Pela primeira vez, me vi desejada por um homem, Scorpius desceu as mãos pelas minhas costas e segurou minha cintura para me levar para o seu colo. Ele passou a depositar beijos no meu pescoço, dando uma mordida aqui e ali, me fazendo arfar. Quando voltou a beijar minha boca, suas mãos passaram a desabotoar minha camisa. Era estranho, mas eu podia sentir seu membro embaixo de mim, fazendo pressão na calça dele. E aquilo me assustava.  

Não era muito cedo para isso? E se acontecer algo que não estamos preparados para enfrentar? Quem eu quero enganar? Eu não estou pronta para isso.  

— Scor – sussurrei no seu ouvido enquanto ele beijava minha clavícula, me fazendo arrepiar. –Scorpius – falei mais alto e coloquei minha mão em seu peitoral, o empurrando de leve, por sorte, ele entendeu e se afastou de mim, me olhando nos olhos, seus lábios estavam inchados e avermelhados e eu vi um brilho nos seus olhos que nunca havia visto antes. – Não acho que estou pronta.  - Eu não senti as lágrimas chegando, mas eu pude as sentir descendo meu rosto. – Me desculpa, eu não consigo.  

Senti os braços de Scorpius me envolverem e deixei com que ele me segurasse enquanto eu chorava, ele não falou nada por muito tempo, apenas ficou me esperando que eu me acalmasse. Era estranho, mas eu não queria que fosse assim, é obvio que eu confiava nele, mas mal começamos um relacionamento, eu não queria ser apenas uma dessas meninas que ele vai para cama e depois deixa porque não quer mais nada.  

— Rose – ele começou, eu conseguia ouvir as vibrações do seu corpo e como seu coração batia forte – se você não quer isso agora, eu vou esperar. Não vou mentir que quero isso, faz algum tempo que eu te quero desse jeito, mas não vou fazer algo que te deixe desconfortável. E eu sei que você não é o tipo de garota que transa no começo do relacionamento, sei que você vai querer estabelecer uma confiança em mim antes de qualquer coisa. – ele puxou meu rosto para que eu olhasse para ele e depositou um beijo. - Além do mais, quando estiver pronta quero você se perca no paraíso. 

*** 

O resto dos meses que vieram foram, como eu havia dito, diferentes do que eu esperava. Depois daquela noite, eu senti que Scorpius realmente gostava de mim, afinal de contas todos sabiam de sua reputação e de como ele não ligava para o que as meninas sentiam em relação a ele. Só queria uma relação sexual e depois dizia adeus.  

O importante é que eu estava feliz. Tentávamos não chamar muita atenção com a nossa relação, mas era meio difícil. Todos estranhavam o fato de que um Malfoy e uma Weasley estavam juntos. Contar para os meus pais não foi uma tarefa fácil, devo ter lido a carta pelo menos vinte vezes antes de levá-la para minha coruja. 

Querido papai e amada mamãe, 

Pedi para Hugo não mandar nenhuma coruja para vocês até receberem essa em especial. Desculpe-me por demorar tanto para escrever, o Natal e o Ano-Novo foram um tanto agitados aqui em Hogwarts.  

Adorei o livro de conto de fadas trouxas, era exatamente essa edição que eu queria. Não poderia ter pedido por presente mais bonito que esse.  

Mas o objetivo dessa carta é contar uma novidade. Estou namorando, não é lindo? Ele é um rapaz muito respeitoso, adora Quadribol, ele joga como goleiro, no time da sua casa. Ele adora ler e é bem aplicado, suas notas estão sempre próximas das minhas, ele até brinca que um dia vai conseguir ser tão inteligente quanto eu, o que sabemos que não é possível.  

Brincadeiras a parte, ele é uma pessoa maravilhosa e eu mal posso esperar que vocês o conheçam. Ainda estamos no começo do nosso namoro, então ainda estamos nos conhecendo melhor.  

Ah sim, e quem é ele? Bom, primeiro preciso que o papai sente em algum lugar e que tenha um chá de camomila na mão, se bem que nesse ponto da carta, acredito que ele já esteja pirando. 

Estou namorando Scorpius Malfoy 

Com amor, 

Rose Weasley 

Não demorou muito para eu receber uma resposta, meu pai implorou para que eu terminasse o meu relacionamento com Malfoy, mas minha mãe mandou outra carta dizendo que estava feliz com o meu relacionamento e que o importante para ela era a minha felicidade. Quanto aos pais de Scorpius, sua mãe ficou muito animada com a ideia de que seu filho estava namorando a filha de Hermione Granger, mas o pai dele não se pronunciou. Eu vi que ele ficou magoado com isso, eu sabia que ele queria a aprovação do pai, mas eu também sei que não era fácil para Draco, afinal, seu filho estava namorando a filha das pessoas que ele mais infernizou durante o colégio.  

Scorpius estava fazendo o seu melhor, não só para ser um namorado presente, mas para se desfazer daquela imagem de pegador de Hogwarts. Por incrível que pareça, não importa quantas vezes falamos que estávamos em um relacionamento, sempre aparecia uma garota fazendo algum tipo de proposta para ele. Sério, cadê a noção do ridículo? 

Muller também não dava trégua, deve ter espalhado para os sete ventos que Malfoy ainda queria ficar com ela e que tudo isso não passava de um esquema para fazê-la ter ciúme. Não consigo entender como alguém poderia agir assim.  

Essas coisas só mexiam com a minha autoestima, eu sempre me achei uma garota bonita, mas ao lado dele às vezes eu achava que não era boa o suficiente, e essas garotas se atirando nos pés do meu namorado não ajudavam muito. Claro que Scorpius falava que tudo era coisa da minha cabeça, que a realidade era que eu era muita areia para ele, mas às vezes era difícil de acreditar.  

Eu passava boa parte do meu dia discutindo isso com Molly, já que se eu tentasse conversar com Lily ela mudava o assunto para ela, e Dominique estava tendo uma crise pessoal com James infernizando o relacionamento dela com Zabini. A lufana tinha o dom de me ajudar nessas horas, ela me confortava e eu ainda tentava ajudá-la com seus problemas, honestamente, boa parte desses problemas eram causados pela própria Molly, mas ela não se convencia disso, do mesmo jeito que eu achava que os problemas não estavam na minha cabeça e sim no mundo real.  

Passei a conversar muito com Alvo sobre essas coisas também, não porque ele queria ouvir, mas porque ele era a única pessoa que conhecia o Scorpius bem o suficiente.  

— Eu já te falei, – Alvo falou durante um treino que fazíamos juntos – Scorpius não tem olhos para outra pessoa além de você. Aliás, eu gostaria que ele calasse a boca sobre você de vez em quando. Eu não fazia ideia de quantos sentimentos ele poderia ter.  

Era estranho, mas eu gostava como Alvo sempre me aliviava nesses momentos, ele sempre dava um jeito de fazer alguma piada ou algum comentário que me fizesse sorrir. Ele era uma das poucas pessoas que sabia arrancar um sorriso do meu rosto em momentos como estes. Não tocamos no assunto o resto da noite porque Scorpius apareceu para treinar conosco. James não aprovava que eu fizesse esses treinos com dois jogadores da Sonserina, mas eu não ligava, era bom passar esse tempo sem me preocupar com o que acontecia dentro do castelo.  

Certa noite, estávamos na torre de astronomia, fazendo um piquenique noturno, uma ideia para me animar, já que parecia que eu não conseguia parar de pensar que Scorpius poderia se cansar de mim e me deixar. As vezes essas inseguranças me matam por dentro. 

— Sabe, eu estava pensando - ele falou chamando minha atenção - eu não pensei que eu poderia ser feliz ao seu lado. 

— Como assim? - perguntei me sentando e o olhando, ele estava deitado no tapete que pegou da sala precisa, se apoiando no próprio braço, ele tinha aquele sorriso sedutor no rosto. 

— Pensa assim, - ele falou se sentando também e aproximando seu rosto do meu - desde que a gente se conheceu, melhor, antes de sabermos nossos nomes, já nós odiávamos pelo fato dos nossos pais se odiarem tanto.  Eu nunca havia pensado que algo podia acontecer entre nós até o primeiro dia de aula desse ano letivo quando te vi com a Dominique no trem. Foi ali que eu senti algo diferente. 

Sorri e o beijei, um beijo romântico e suave, mas Scorpius aprofundou o beijo, o tornando mais cheio de desejo. Ele me puxou para seu colo e eu coloquei meus braços em volta do seu pescoço. Eu podia sentir suas mãos brincando com as minhas costas, me puxando cada vez mais para perto, passei a mãos para seu tórax, e puxei os botões até a camisa abrir e eu poder realmente sentir sua pele. Scorpius passou os beijos para o meu pescoço fazendo meu corpo ficar todo arrepiado, foi possível sentir ele sorrindo contra a minha pele, suas mãos passaram para dentro da minha camisa, e tive que me afastar antes dele arranca-la do meu corpo. Não demorou muito para todas nossas peças de roupas estarem jogadas por todo o chão.  

O ar gelado deixava tudo mais intenso, eu sabia que meu corpo estava pegando fogo com cada toque de Scorpius e era como se o vento diminuísse essa temperatura por um intervalo de tempo. Eu mantive meus olhos fechados para sentir cada beijo dele, cada toque e cada respiração.  

Quando Scorpius começou a beijar cada centímetro do meu corpo até chegar no meu íntimo, eu sabia que estava pronta, foi apenas com um olhar que deixei claro. Ele tomou conta de mim cada segundo seguinte, enquanto se colocava dentro de mim, enquanto fazia movimentos, enquanto me acomodava. Foi doloroso, mas uma dor prazerosa, maravilhosa e depois de um tempo viciante, algo que eu gostei tanto que podia sofrer dela todo dia. 

*** 

Eu estava me perguntando onde Scorpius estava, eu não o via desde o almoço. Ele tinha aula de poções comigo no período seguinte, e costumávamos ir juntos para as masmorras, e como não o vi saindo de sua última aula, passei a preocupar. Enquanto andava pelos corredores de Hogwarts vi Lorcan correndo em minha direção com um sorriso no rosto. 

— Por que você não disse que terminou com o Malfoy? 

— Eu não terminei com o Malfoy, estamos juntos Lorcan. - Falei levantando a sobrancelha e cruzando os braços em frente ao meu peito, aquilo não tinha graça e não ajudava em nada a minha preocupação. 

— Não? - Ele perguntou parecendo se arrepender do que havia perguntado. 

— Não. Por quê? - Perguntei antes que ele viesse com alguma desculpa. 

— Aaah... Bem... Sabe... Nossa! Que cheiro bom, vou ver o que os elfos estão fazendo. - E ai está a desculpa. O segurei pelo braço, antes que ele saísse correndo. 

— Onde ele está? - Perguntando tentando manter a postura. Lorcan pegou na minha mão e me guiou até um corredor mais adiante. 

Aquilo não era nada bom, era na realidade o meu maior medo, eu não iria aguentar ver nada do que minha mente projetava enquanto Lorcan me guiava, era um percurso curto, mas foi tempo suficiente para minha mente pregar várias situações, onde eu apenas saia machucada.  

E foi assim que eu vi, atrás de um dos pilares, não tão bem escondido, Malfoy beijando Muller com desejo, um desejo que ele nunca teve comigo, nem mesmo na primeira vez que transamos. Não aguentei segurar e uma lagrima escorregou pelo meu rosto, todo esse tempo eu estava apenas desperdiçando amor.