Janela escrita por baboby


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Anh... espero que vocês gostem.



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– Posso abrir a janela?

Passando pela ponte, dentro de um carro quente e abafado. As luzes refletiam no vidro escurecido da janela. Maldito ar-condicionado defeituoso!

– Posso? – Perguntou de novo, impaciente e ansioso, balançando o joelho, cutucando (sem querer) o banco da frente.

– Pode. - respondeu o motorista, bastante interessado na pista a sua frente.

A pessoa abriu a janela depressa , girando a manivela presa a porta.

Pena. A janela só abria até três quartos.

Mal a janela foi aberta (o máximo possível), o ar frio da noite bateu-lhe o rosto, tirando todo o calor do abafamento de um carro preenchido com cinco pessoas. Cheirava a poeira, asfalto, noite e maresia. Cheirava a liberdade.

Não se engane. A expressão “doce liberdade”, é mentirosa. A liberdade não é limitada, pode ser física, espiritual, emocional... Assim como a liberdade não está presa a uma forma, não está presa a um sabor ou cheiro exato. A liberdade não é doce, ela pode ser doce. Assim como salgada ou com sabor de café

Aquele momento (o abrir da janela) cheirava a liberdade.

O vento batia em seus olhos e forçava a pessoa a mantê-los estreitos, batia em sua boca aberta, ressecando os lábios e a língua. Tinha um gosto seco e salgado, como o vento da praia.

Por cima da ponte.

Vendo a lua refletindo na água.

Vendo a lua envolta em névoa e nuvens, os mantos da noite.

Um momento tão perceptivo, a interpretação de uma criança sentada há janela de um carro já não tão abafado.

O frio da noite o envolvia como os braços de um amante (Ainda não reconhecido).

– Feche a janela. Está frio. – Disse o motorista, agora com os olhos pousados na criança, porém sem observá-la de fato.

Pois, se o tivesse feito perceberia a lua refletida nas grossas lentes dos óculos da pessoa, E as luzes das cidades em seus olhos.

Ah, pobre criança! Quem lhe dera ter percebido aquilo naquele momento, pouco antes de fechar as janelas (do carro e da mente), e não numa noite pouco próxima, num momento de epifania (com novas janelas abertas, talvez). Quem lhe dera ter pensado aquilo antes, talvez não tivesse se lamentado por breves instantes, antes de aceitar a realidade.

Se tivesse tirado os óculos, tirado o segundo incômodo (porém útil) pedaço de vidro, teria tido um momento mais especial.

Ah! Teria sido realmente especial.

Com os olhos limpos, teria visto a luz da lua e as luzes noturnas, como lindos flocos de neve, como os dos desenhos animados, irradiando brilho e aquecendo seu coração.


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Notas finais do capítulo

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