Maison De Rosalia (Black Rose) Interativa escrita por Izabell Hiddlesworth


Capítulo 15
Mirrors And Fear


Notas iniciais do capítulo

Oii!! Voltei a postar rápido, né? kkkkkkkk

Boa leitura!! ^^



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Você certamente já entrou numa casa de espelhos, ou pelo menos viu alguma em um filme ou nos episódios de Scooby Doo. Esta aqui foge dos padrões. O chão era improvisado em tábuas de madeira somente encaixadas, que rangiam a cada passo que um de nós dava. O breu do ambiente não nos permitia localizar os ratos que nos acompanhavam.


– Cash, acho que uma boa hora pra você acender uma luz - disse Arkane.



– Já pensou se aqui tiver alguma coisa inflamável? Aí nós morremos.



– Viu, a Cash pensa, diferente de você - provocou Hikaru.



– Cala a boca! - Berrou Arkane.



O espelho de ondas perto de nós tremeu, fazendo uma barulho irritante de folha de aço percorrer o espaço. Mira estava agarrada ao braço de Arthur, mas o loiro não estava tão firme assim. Porém, qualquer um de nós se encontrava num estado melhor do que o de Miguel, que tremia feito vara-verde.



– A-Acho melhor a gente voltar, acho que escutei o Ginger-san nos chamando - disse o moreno.



– Sério? - Viollet olhou para trás. - Eu não ouvi nada.



Estranhamente, quando eu segui o olhar da rosinha, me deparei com a porta bloqueando a saída. Procurei o braço de Yusuke pelo tato e puxei a manga de seu fraque, me agarrando nele.



– Montbatten-kun, a gente não tinha derrubado a porta? - Perguntei, cerrando os olhos.



– Por que? - Ele se virou. - Kami-sama, alguém está brincando conosco.



Agora a escuridão tinha se tornado total. Nem com a visão de gato eu conseguia distinguir alguma coisa, só podia ouvir as respirações descompassadas de meus amigos e as fungadas quentes de Dark um pouco abaixo de mim.



– Por favor, vamos voltar - gemeu Miguel.



– Não sejam frouxos, eu estou bem - disse Fran. - Por enquanto...



– Cashmire-sama, acho melhor nós sairmos daqui. Não parece ser seguro para vocês - disse Yusuke.



– Que pena, pensei que vocês fossem ser mais corajosos - uma voz de criança se meteu na conversa.



– Quem é você? - Arkane perguntou.



Ela soltou alguns risinhos depois disso, provavelmente por ter se sentindo em um filme de terror.



– Eu sou o Pequena Tragédia - respondeu a voz.



– Pequena Tragédia é o diabinho do pub do Frade Preto, no centro - cruzei os braços.



– Não sabia que eu tinha um impostor.



– Você é só mais uma das atrações podres desse parque idiota, não pode dizer que tem um impostor. Tudo aqui é tão falso quanto a Gansa dos Ovos de Ouro.



– Você é uma garotinha muito atrevida.



– Já me disseram coisas piores - dei de ombros.



– Que tal brincarmos um pouquinho?



– Que tal você nos deixar sair? - Sugeriu Mira.



– Hmm, deixa eu ver... Não! Vocês fizeram sua escolha: entraram na Casa dos Espelhos. Agora vão ter de jogar o meu jogo.



– Jogos Mortais? - Perguntou Fran, entusiasmado.



– Se vai ter sangue e alguém vai morrer, eu fico - declarei.



– Oh, vão haver muitas mortes. A começar por você, que fala mais do que a boca - disse Pequena Tragédia.



Dark rosnou forte no escuro, arregalando os dentes para a criaturinha que falava.



– Como ousa ameaçar a Cashmire-sama? - Questionou Yusuke. - Vai morrer por ousado lhe proferir tais palavras.



Que amore, meu agente me defendendo - só que não.



– Pegue-me, se for capaz - desafiei.



Ok, coisas que eu não deveria ter feito: 1.º não deveria ter aceitado as fichas do cara com a barbicha de bode; 2.º não deveria ter entrado nesse lugar; 3.º não deveria ter provocado o que quer que seja a Pequena Tragédia; 4.º não deveria ter corrido sem olhar para onde.



Acabei entrando em uma sala com um círculo de espelhos fechados. Vultos corriam por eles, e uma luz se alternava em todos os espelhos, como um gif do tumblr. Dark passou seu rabo entre as minhas pernas, evidenciando que eu não estava sozinha e isso me deu um alívio.



– Olá! - A voz de Pequena Tragédia retumbou em algum alto-falante. - Agora que todos vocês já estão separados e devidamente trancados, vamos fazer um jogo de perguntas. Se errarem, terão de enfrentar os espíritos dos espelhos!



A risada dele era maligna e aguda aos ouvidos. Mira berrou em alguma sala, fazendo-se ouvir através de meus espelhos.



– Mira-chan! - Chamei.



Ela respondeu me chamando de volta, mas Pequena Tragédia me impediu de perguntar se ela estava bem.



– Bem, vamos começar com a herdeira da casa, Cashmire!



– Como você sabe meu nome? E que eu sou a herdeira? - Perguntei alto, fazendo os espelhos recuarem.



– Hmp, isso não é importante. E saber a resposta não vai te ajudar em nada, nem em não morrer no nosso joguinho - ele riu maldosamente. - Eu sei tudo sobre cada um aqui.



Já estive nessa situação milhares de vezes, desde os meus seis anos, quando enfrentei meu primeiro sequestro. Cada vez se torna pior que a anterior, mas o Dark sempre está ao meu lado. Porém, dessa vez, meus amigos estão aqui, correndo risco por minha causa. Eu não posso perdê-los, não posso deixar que saiam machucados.



– Manda ver - desafiei.



– De quem você menos gosta na casa? Seja sincera - Pequena Tragédia ria incontrolavelmente. - Ah, e você não pode mais ouvir seus amiguinhos, exceto os gritos deles.



– Da Viollet! Próxima.



– Qual a sua melhor amiga na casa?



– A Yomi-chan chegou lá dois dias depois de mim, as outras demoraram mais para chegar. É a Yomi-chan.



Depois de várias perguntas, eu cansei o diabrete. Ele pediu uma última pergunta, a pergunta kamikaze que libertaria todos. Eu já estava chorando, não por medo, mas por causa de uma fumaça idiota que escapava dos espelhos e irritava meus olhos.



– Qual é o seu maior medo? No momento, é claro. E, caso você tente mentir, eu sei a resposta correta, você não pode mudá-la.



Vamos ver: eu tenho medo de baratas, de baratas gigantes, de morrer - principalmente nesse lugar lazarento. Mas qual é o meu maior medo? Do nada, a imagem de Yusuke me atingiu como um tiro certeiro no lobo esquerdo do meu cérebro. Fiquei estática, procurando em um fio de realidade ao qual me agarrar. A reação na mancha na minha escápula foi instantânea.



– Acalme-se. Se mais alguém puder te ouvir, lembre-se: você está entre amigos, e os outros, os desconhecidos, nem vão se importar com a sua resposta, vão se esquecer - Dark tentava me fazer raciocinar direito.



Impossível. As imagens de flashback de memórias que eu vivi com Yusuke continuavam me assombrando, como os pirralhos na noite de Halloween. Eu estava ficando sem ar, nada parecia fazer sentido e eu me perguntava o porquê de eu estar aqui, sendo forçada a responder perguntas de um diabrete enxerido. Até que meu estúpido coração resolveu servir para mais alguma coisa além de bombear meu sangue.



Eu estava pensando no Yusuke por que ele é o meu maior medo. Aquele japa irritante é o meu maior medo, minha maior felicidade e também a único motivo que consegue me fazer corar. Querendo ou não, ele é tudo, é o que move esse meu mundo idiota e também o que destrói minhas alegrias momentâneas.



– Meu maior medo... Meu... maior medo... - olhei para os espelhos com firmeza- É ser rejeitada pelo Yusuke!!



Os espelhos se estilhaçaram e os vultos que corriam por eles saíram. Fui cercada por um furacão que me deixou de joelhos, no meu próprio sangue que escorrera de meus joelhos sem que eu notasse. Percebi que eu havia sido cortada, nos joelhos, nas palmas das mãos e nas bochechas.



– Isso é o que você ganha por ser uma boa menina - foi a última coisa que Pequena Tragédia disse.



Um dos vultos agarrou-se em Dark e começou a arrastar minha pantera pelo rabo. Me joguei totalmente no chão, procurando segurar Dark pela guia da coleira. Felizmente, consegui. Mas onde eu iria me apoiar para puxá-lo de volta?



Não sei como - nem onde -, eu encontrei uma força descomunal dentro de mim para segurar firme na guia da coleira. Puxei tão forte que, além de livrar o Dark, fiz o neko cair em cima de mim, me esmagando completamente.



– D-Dark, eu não consigo respirar, amigão - implorei para que ele se levantasse.



Uma porta foi arrombada no meio da escuridão. Sentei-me sem jeito, sentindo cada cantinho dos arranhões e dos cortes arder. Yusuke apareceu na fenda da porta, com o rosto sujo e as roupas levemente rasgadas. Ele me ofereceu um sorriso quebrado e braços abertos, prontos para me receber. Como eu posso negar isso?



Como uma louca - adjetivo que já consta na minha ficha -, saí correndo de encontro a ele. Sem me preocupar com os cabelos tremendamente bagunçados e a roupa desalinhada. Me joguei nos braços dele, deixando que as lágrimas escorressem grossas, quentes mas em pequenas quantidades.



– Cash-chan - ele me segurou firme -, senti sua falta, minha pequena.



Ok, detesto quando ele me chama de pequena. Mas fazer o que? Em momentos como esse você deixa passar tudo, até a Viollet gritando meu nome que nem uma retardada. Pera, a Viollet vai pular em cima de nós e...



Três criaturas desnorteadas no chão. A Viollet ria sem parar, me dizendo como Yusuke foi incrível e tudo o mais.



– Que pena que eu sou a pessoa de quem você menos gosta. Mas eu vou me empenhar pra conquistar sua amizade, Cash! - Tá bom, eu achei isso muito fofo.



– Vamos para casa - pediu Fran, que estava estranhamente confortável no colo de Ginger.



– Aí, Alex-chan, aquele maluco começou a fazer um monte de perguntas sem nexo, e... - Arthur choramingava, no colo de Alex.



– É, acho que agora sabemos quem é o homem na relação da Alex com o Arthur - Hikaru brincou.



As risadas não puderam ser presas. Alex largou o loiro no mesmo instante, ruborizando seu rostinho delicado. Oh, que kawaii.



– Por favor, na próxima vez, deixem que eu escolha o roteiro - protestou Mira.



– Mas meu roteiro ainda nem acabou - Fran cruzou os braços. - Vamos passar em casa, nos arrumar devidamente, e aí vamos na Gelato Mio.



– Yuup!! Vou me acabar nos sorvetes deliciosos - Arkane tinha um olhar canibal.



– Haha, eu também! - Me juntei a ela, só oralmente mesmo.



– Não vai, não. A senhorita não pode ficar resfriada, como de praxe - advertiu Yusuke.



Por hoje - por agora -, eu vou obedecer meu chato número 1. Mas me aguardem, sorvetes!!



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Notas finais do capítulo

Grandinho, né? kkkkkk

Bem, pra fazer os personagens, eu me inspirei em...:

Evandro: professor de baixo e coordenador da minha banda na escola de música. tem 21 aninhos, é exatamente como eu descrevi (infelizmente não atende as minhas vontades hentais :c kkkk). Ele é muito fofo :3

Yusuke: me inspirei no Sugimoto-kun. O cara que eu gosto que (atualmente) tem 26 anos, puro de tudo (ainda é bv). É japa, feio e todo certinho. Ele me define como um bichinho de pelúcia kawaii, só que armado até os dentes kkkkkk. Ele me irrita! kkkk XD

Cashmire: euzinha ^^. Meus cabelos são castanho escuro (mas parece preto quando tem pouca iluminação), menos lisos que os da Cash e meus olhos não são vermelhos T-T Sou baixinha mesmo, estourada, falo o que penso e sou doida e hentai (igual a Cash XD kkkkk).

Mais alguma pergunta? =D (Gosto de responder perguntas hahahah).

Vejo vocês nos reviews :3

Kiss, kiss