Amortaly escrita por DuuH Campos


Capítulo 2
Doce Beijo




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  No dia seguinte eu não conseguia pensar em outra coisa, tudo o que vinha em minha mente era a lembrança do sorriso de Tátia, sua pele macia, seus olhos escuros e sua boca vermelha.

Tomando o café da manhã na mesa, ficava espiando pela janela para ver se eu tinha a sorte de vê-la outra vez, mas o jardim estava vazio, apenas se podia ouvir o som dos pássaros que estavam sentados nas árvores e nas flores do jardim.

  Minhã mãe olhou torto pra mim, enquanto segurava um biscoito, eu continuei espiando pela janela, enquanto tomava um copo de leite. Não estava com muita fome essa manhã, queria me levantar da mesa e ir para a casa da vizinha talvez chama-la, ou apenas pedir alguma informação, só para ter o pretesto de ver Tátia outra vez.

- Tom, filho porque está olhando para a janela? - minha mãe não aguentou a curiosidade.

- Nada não mãe, só estou admirando o sol, está uma linda manhã, não acha? - resmunguei

- Você admirando o sol? Tá me escondendo alguma coisa

- Juro que não, é que a manhã está perfeita para um passeio pela cidade.

  Minhã mãe pareceu acreditar nas minhas palavras, mas ainda não tirou aquele olhar de desconfiança de cima de mim. ela sabia quando eu estava escondendo alguma coisa, mas eu não poderia contar sobre o que aconteceu na noite passada. Nunca guardei segredos, mas alguma coisa me dizia que era melhor eu guardar isso pra mim, pelo menos no momento.

  Tomei o café o mais rápido que pude, fui para o jardim e fiquei lá sentado em baixo da árvore sentado no balanço, olhando para a casa vizinha. '' Será que ela está lá?'' eu me perguntei muitas vezes enquanto o balanço dava voltas e voltas. a casa parecia vazia, não se ouvia ninguém. A única coisa que se ouvia era o latido do cachorro que parecia vir de lá.

- Vou até a casa da Jenna, qualquer coisa estou com o celular - ouvi minha mãe gritar  enquanto entrava no carro cheia de bolsas.

  Jenna era uma prima de minha mãe, era uma boa pessoa, porém era casada com um homem despresível, além de ser alcóolatra ás vezes agredia Jenna. Muitas vezes ela ligava para minha mãe chorando e dizia que iria embora morar conosco, mas ela sempre perdoava seu marido e nunca foi.

  A Manhã estava realmente linda, o sol brilhante estava intenso, o céu não tinha nuvens esta manhã, ele estava todo azul. Eu estava com muita inspiração para escrever, e iria se não fosse o susto que eu levei ao ouvir o som de alguma coisa de vidro se quebrando. O Barulho foi grande como se fosse uma janela, e veio da casa da vizinha. Na mesma hora me preocupei, e ao mesmo tampo me perguntei, porque me preocupava tanto assim.

- Saia daqui imbecil, vá fazer alguma coisa que preste - uma mulher gritou isso várias vezes, e a voz vinha da casa vizinha.

  Em seguida ouvi alguém chorando perto do muro, me aproximei devagar e encostei o ouvido no muro e pude ouvir o choro. Era de uma garota que chorava e soluçava. Subi no muro e espiei, logo reconheci, a mesma pele perfeita, os cabelos longos cacheados e escuros, os lindos olhos mas desta vez cheiosde lágrimas.

- O que aconteceu? - perguntei com a voz baixa, eu estava escorregando do muro.

- Na não foi nada - ela soluçou uma vez e começou a enxugar os olhos com as mãos.

- Tudo bem não precisa me dizer, aliáaaass... - Não tive tempo de responder tudo, e minhas mãos escorregaram e eu cai sentado para trás.

  Ouvi som de passos que corriam, e em seguida ouvi o portão da minha casa se abrindo, eu não pude olhar direito, pois o sol estava tapando minha visão, mas quando me levantei eu fiquei admirado ao ver Tátia em pé na minha frente, seu olhos estavam cheio de lágrimas mas ela tinha um enorme sorriso em seu rosto. Fiquei alguns segundos paralisado, só admirando sua beleza, mas depois começei a rir.

- Você está rindo porque eu cai né? - perguntei com um sorriso no rosto

- Foi muito engraçado, você caindo - Ela sorriu ao dizer

- Realmente foi

  Fui caminhando até a sombra da árvore, pois o sol estava quente demais, Tátia veio a meu lado e em seguida se sentou no balanço, e começou a balançar. Ela parecia um anjo, dessa vez ela estava com um vestido branco, tanto que ficava iluminado a cada vez que o balanço chegava ao sol.

Depois que ela parou de balançar, eu me sentei no chão próximo ao balanço, e ela segurou a corda do balanço e ficou olhando fixamente para a corda, alisando com as mãos.

- Eu adoro este balanço - ela disse com uma voz doce e calma

- Eu não sabia da existencia dele até você me mostrar a noite passada - resmunguei

- Quando não havia ninguém nesta casa, eu sempre vinha balançar aqui, ás vezes chorar outras vezes sorrir.

- Mas porque chorar? - fiquei curioso

- Isso não importa, mas aposto que você vai querer saber a história desse balanço.

- E qual é a história dele?

- Um dia um homem comprou essa casa, e colocou esse balanço aqui - ela disse isso e caiu na risada.

  Eu começei a rir, não tinha entendido no inicio, mas percebi que era uma piadinha. Eu fiquei feliz em saber que ela estava feliz conversando comigo. Peguei meu caderno e começei a ler as minhas anotaçoes que eu escrevia nas noites estreladas, ela ficou muito interessada, e pediu para mim ler várias frases e poesias.

- São lindas as suas poesias, deveria escrever um livro - ela disse sorrindo.

- Quem sabe um dia? - retruquei

  Conversamos por horas, até que ela se sentou a meu lado e eu senti seu perfume. No primeiro momento resisti, mas ela pediu para mim ler um de meus versos. Insistiu tanto que eu li o primeiro que estava escrito na página.

 ‘’ O Amor verdadeiro está dentro de cada um de nós, não precisa encontrá-los se você for suficientemente capaz de amar verdadeiramente uma pessoa’’

- Que lindo – ela disse bem perto de meu rosto.

  Eu olhei para seus olhos, seu rosto estava bem próximo, e sua boca estava muito próxima da Minha. Olhei para seus olhos outra vez e coloquei minha mão sobre seu rosto, e encostei minha boca naqueles lábios vermelhos. Foi como um sonho, sua boca era doce como um mel. Senti quando ela segurou meu rosto e me beijou intensamente. Ficamos ali por mais alguns minutos, Até que ela se levantou depressa e começou a tossir.

- Fiz algo errado? – perguntei assustado?

- Não, foi bom, é que estou um pouco cansada e preciso ir pra casa – ela disse com a voz doce

  Levei ela até o portão de sua casa e fiquei ali enquanto ela entrava para dentro. Nesse momento o carro de Minha mãe parou perto de casa, e eu corri para recebê-la. Ela ficou surpresa de me ver ali fora e eu fui explicando enquanto ajudava ela a carregar as coisas para dentro. Ela estava cheia de sacolas, era comum sempre que ela saia passava pelo mercado.

- Viu a Jenna mãe? – perguntei

- Sim, ela estava mandou lembranças a você

- E ela continua com aquele homem?

- Infelizmente sim filho

  Ao me sentar no sofá ela veio e se sentou do meu lado, como se estivesse esperando uma justificação minha.

- Ainda não me disse o que estava fazendo lá fora – ela perguntou curiosa

- Eu só posso dizer que estou conhecendo melhor meus vizinhos.

- Falando em vizinhos a Jenna me contou uma coisa super triste sobre as nossas vizinhas daqui do lado

  Quando minha mãe disse isso, senti uma dor no coração. Parece que eu estava sentindo que algo estava errado. Mas respirei fundo e tentei não mostrar preocupação.

- O que ela disse? – perguntei a minha mãe, minha voz saiu tremula

- Ela disse que a vizinha do lado, é uma mulher bêbada, que começou a beber depois da morte do marido, e dizem que ela maltrata sua filha doente

- Como é o nome da filha dela? – meu coração parecia que estava saltando para fora

- O Nome dela é Tátia, mas porque ficou tão nervoso – minha mãe disse com a voz mais alta

  Ela se preocupou ao ver meu rosto, pois quando ouvi isso senti algo ruim, e não consegui falar mais nada. Eu havia acabado de conhecer ela, mas era como se ela estivesse sempre em minha vida, e eu senti medo quando eu ouvi a palavra doente, foi assim com o meu pai e eu não queria passar por tudo de novo. Minha mãe perguntou várias vezes o que eu tinha, mas a voz dela estava distante, e a única coisa que eu queria no momento era conversar.

- Estou bem mãe, só preciso me deitar um pouco, peguei muito sol e estou com dor de cabeça. – foi só isso que eu disse antes de subir para meu quarto e me deitar na cama.

  Fiquei por horas lembrando do beijo, e decidi que não ficaria ali chorando, eu precisava descansar e mais tarde falaria com Tátia, e perguntaria sobre sua vida e seus problemas e diria que poderia contar com a minha ajuda.


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