Math For Love escrita por Valentine


Capítulo 53
BreakFast


Notas iniciais do capítulo

Então, vocês perceberam que estou tentando me redimir com vocês, né? Estou tentando postar o mais rápido possível, por isso, sejam bonzinhos e comentem bastante! Beijos e espero que gostem.



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Ela abriu os olhos vagarosamente, enquanto eles teimavam em se fechar. Piscou diversas vezes até se acostumar com aquele ambiente branco de luz tão intensa. Moveu a cabeça para os dois lados, encarando o cateter ao seu lado direito que parecia inserir alguma substância líquida em sua veia. Ao sentir a agulha, todo o seu corpo pareceu acordar e reclamar de dor. Seu rosto ardia e na pele de seus braços e pernas, curativos espalhados escondiam marcas que lhe agonizavam. O que havia acontecido para que chegasse ali?

Ao lado de sua cama, um botão lhe chamou a atenção, e conseguiu mover seu braço esquerdo até alcançá-lo. Cerca de dois minutos depois, uma senhora de cabelos grisalhos e uniforme de enfermeira entrou no quarto, abrindo um sorriso doce e aconchegante.

– Que bom que acordou! - A mulher exclamou, se aproximando de sua maca.

Jhennifer abriu a boca para respondê-la, mas não encontrou forca suficiente. A mulher, ao perceber, se adiantou:

– A senhora deve estar muito cansada e precisa descansar. Sofreu um acidente em um táxi na noite de ontem, e, graças a uma transfusão sangüínea, não corre riscos e será liberada em breve. Agora, volte a dormir!

A mulher de nome desconhecido deixou o quarto, e Jhennifer pode respirar fundo, fechando os olhos.

Só agora lembrava do acidente e não podia acreditar que havia mesmo acontecido. As cenas pareciam pertencer a um sonho qualquer. De repente, perguntou-se onde estariam Dylan, Katie, e seu pai...

...

Mary fechou a porta de seu quarto ainda sem conseguir se sustentar nas próprias pernas. Andou pelo espaço entre sua cama e o guarda-roupas ainda tentando acreditar no que acabara de acontecer naquele corredor.

Era mesmo Daniel Harris quem estava naquele corredor? Como alguém como ele poderia ter dito aquelas palavras?

Do outro lado da porta, Daniel franzia as sobrancelhas e ria de si mesmo. Como poderia ter dito aquilo? Era como se não tivesse controlado as palavras que saiam de sua boca, como se não pensasse nada e só dissesse o que estava sentindo. Aquilo foi uma besteira, ele pensou. Agora ela provavelmente estaria assustada ou com medo dele. Que grande burrice!

A porta se abriu, e, de lá Mary saiu, ainda com os cabelos molhados e usando uma blusa branca de mangas três por quatro e shorts jeans. Daniel respirou fundo, admirando o quanto ela ficava linda mesmo com trajes tão informais.

– Desculpe pelo que acabou de acontecer, eu me descontrolei.

Mary franziu os lábios, colocando as mãos nos bolsos traseiros de seus shorts.

– Tudo bem...

Ela caminhou até a cozinha, sendo acompanhada pelo homem ali presente.

– Se isso foi um descontrole, o que veio fazer aqui? - Ela perguntou enquanto pegava duas xícaras no armário. - Por acaso veio se oferecer para o meu café da manhã?

Daniel sorriu, lembrando do senso de humor frio de Mary Monroe.

– Na verdade, eu não planejei o que faria aqui. - Ele comentou, encostando-se no balcão de granito escuro. - Mas eu adoraria tomar café com você.

Mary sorriu, colocando café nas duas xícaras. E se preparando para fritar um par de ovos com bacon.

O som da frigideira acompanhado pela máquina de sugar foi o único que ali permaneceu durante cerca de dez minutos. Mary se concentrava em sua atividade tentando ao máximo evitar Daniel Harris e qualquer assunto sobre a cena constrangedora que acabara de acontecer. E, para piorar a situação, ela havia correspondido ao beijo. Como poderia ter correspondido ao beijo? Agora, tinha medo de que tipo de pessoa ele estava pensando que ela era.

Daniel se sentia um idiota mas não conseguia tirar os olhos das pernas e dos pés descalços de Mary Monroe enquanto ela se mantinha de frente para o fogão. Não entendia como achava aquela pele pálida tão bonita e sensual ao mesmo tempo. Mary não usava mais o mesmo tipo de roupa de quando era adolescente e aquilo era fascinante. Pela primeira vez ela usava uma roupa casual que valorizasse seu corpo e o fazia ver com clareza todas as suas curvas.

– Você não vai comer? - Mary perguntou, constrangida, apontando para o prato e ignorando o olhar fixo de Daniel para sua cintura.

Daniel afirmou com a cabeça, começando a mastigar a comida à sua frente.

– Eu soube que largou a faculdade.- Mary comentou, fixando seu olhar apenas em seu prato.

– É verdade. Você já deve imaginar o porquê.

Ela balançou a cabeça afirmativamente.

– Eu sinto muito.

– Não sinta. Foi a melhor decisão que eu já tomei.

– Com o quê trabalha agora? - Perguntou Mary, finalmente o encarando.

– Publicidade. Eu fundei uma empresa de publicidade sobre... - A voz de Daniel foi cortada pelo som de seu telefone tocando. Ele o retirou do bolso e revirou os olhos quando olhou o identificador de chamadas. - Falando no diabo... - Resmungou, jogando o telefone sobre a bancada.

Mary fixou o aparelho que vibrava, reconhecendo o nome Ernest Harris ali escrito.

– Você não fala com seu pai?

– Hoje eu falo. Mas ele me deserdou completamente depois que eu larguei o curso de economia e disse que não me considerava mais um filho.

– Então porque não atende?

– Meu pai me liga todos os dias, Mary. Tudo isso por causa do meu sucesso hoje. Ele insiste na idéia de que devemos fazer uma sociedade entre as duas empresas.

– A financiadora de seu pai é uma grande empresa, Daniel. Vocês dois não sairiam ganhando?

– Talvez. - Ele respondeu.- Mas eu não quero ficar ligado ao nome de meu pai sempre. O que e tenho eu construí sozinho. Ele não me ajudou em nada, muito pelo contrario. É muita hipocrisia querer bancar o pai amoroso agora que eu posso lhe proporcionar mais lucros.

Mary se calou, odiando o rumo que aquela conversa havia tomado.

– E você? - Daniel perguntou, dando mais um gole no café quente em sua xícara. - Como está seu trabalho?

– Ah, tudo vai bem, ignorando o fato de meus colegas praticamente quererem me matar.

– Sério? O que você fez pra provocar a raiva de seus colegas?

Mary riu.

– Eu não fiz nada. Só consegui uma maior pontuação no exame da Ordem e recebi um caso maior do que a maioria já obteve.

– Eu já sabia que você seria um sucesso. - Ele sorriu.

Mary respirou fundo enquanto sentia sua pele arder mais uma vez.

– Mary... Quando nós nos despedimos no colegial, nenhum de nós achou que isso fosse acontecer.

– Isso o quê?

– Isso... Nós dois morando na mesma cidade, tão próximos um do outro. Por mais que eu tivesse esperanças, eu havia desistido de nós. Até descobrir que você estava aqui. Você não tem noção do quanto eu passei pensar em nós dois de novo.

– É... Eu também fiquei surpresa ao encontrar você. Não imaginei aquilo acontecendo.

– Eu não quero ter de me despedir de você de novo, Mary. Aquilo foi horrível para mim.

Mary abaixou a cabeça, fechando os olhos e respirando fundo. Ao dar um passo em sua direção, Daniel tocou seu queixo, levantando a sua cabeça novamente. Mary fechou novamente os olhos quando ele tocou seus lábios, roubando-lhe outro beijo.

Ele a abraçou, contornando a sua cintura com seus braços e sentindo as pequenas mãos de Mary em seus ombros. Mary deslizou as mãos pelo couro cabeludo e pelos finos cabelos de Daniel, que se arrepiava a cada toque, mas ela parou, empurrando-o de forma delicada.

Surpreso, Daniel parou, tentando entender porque ela o evitava tanto.

– A quem você quer enganar?

Ele franziu as sobrancelhas, confuso.

– Como? - Ontem mesmo você estava com outra no hospital. Que tipo de pessoa você acha que eu sou?

– Mary, você não entende. A Sam não é nada para mim.

– "Sam"? - Ela perguntou, perplexa.

– Ela não é nada se comparado a você.

– Olha, Daniel... Não é mentira o fato de que nós dois sentimos coisas quando nos encontramos. De fato, eu senti muito sua falta, não posso negar. Mas cinco anos se passaram. Eu mudei, você mudou! Não dá pra fingir que ainda temos dezessete anos e ignorar tudo o que aconteceu nesse tempo. Eu nem sei se te conheço tanto quanto eu conhecia naquela época.

– Mary, não fala isso...

– Eu preciso trabalhar. - Ela afirmou, cortando o assunto e caminhando até a porta de entrada do apartamento, a abrindo. - Por favor.

Daniel resmungou baixo, revirando os olhos e andando até a porta.

– Não pense que eu vou desistir assim.


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Notas finais do capítulo

Espera, não vai embora não! Primeiro me diz, o que achou da história? Gostou do capítulo? Como acha que ele poderia ter ficado melhor? Ah, não custa nada, deixa seu comentário, vai!