Math For Love escrita por Valentine


Capítulo 47
Apartamento setenta e dois.


Notas iniciais do capítulo

Oi gentee! Em primeiro lugar, muito, muito obrigada pelos comentários! As sugestões de vocês me ajudaram muito! Quero agradecer aos comentários que me apoiaram e me sugeriram dicas para os próximos capítulos, muitas delas serão muito úteis e me incentivaram e motivaram para escrever! A motivação foi tão grande, que esse capítulo está digitado já há dois dias, mas não pude postar por que a internet aqui deu um problema, e vocês já sabem como são essas coisas... Espero que gostem, ainda essa semana eu pretendo postar um novo capítulo, coisas surpreendentes estão por vir! Muitos vão sentir uma raiva da Jhennifer nesse capítulo, mas, tentem olhar pelo lado dela também! A coitadinha sofreu muito... Quero agradecer em especial à Larissa Ferreira que me ajudou a montar o esquema para os próximos capítulos e por estar sempre me assistindo em tudo o que preciso! Obrigada pelas ideias de todas vocês! Não deixem de me sugerir, essas sugestões me deixam muito empolgada! Beijão e leiam as notas finais!



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Os raios solares que incidiam de forma intensa sobre a cidade de New York naquela tarde anunciavam a em breve chegada do verão. Segurando sua jaqueta jeans dobrada sobre o braço direito, Mary Monroe fazia o caminho de volta à Clarkson Avenue, mastigando o que restara do hambúrguer que acabara de comer.

Pelas ruas aconchegantes do Brooklyn, o fluxo de carros diminuía suavemente, abrindo caminho para o seu trajeto.

Em sua mente, milhares de imagens a confundiam ainda mais. Há algumas semanas, as lembranças do passado não passavam de lembranças. Hoje, elas voltavam de forma súbita, a fazendo suspirar e palpitar novamente. Não bastasse a recente descoberta familiar, pensar que ele estaria ali, em New York, por tanto tempo, despertou a volta de uma Mary que achava ter morrido, desaparecido ou soterrada pelos seus objetivos profissionais. A mesma Mary que hoje ela achava bobinha e imatura.

Adentrou a recepção do prédio, caminhando diretamente até o elevador.

– Oi, Mary, tudo bom? - Ouviu a voz conhecida de Dylan Patterson, que acabava de voltar do sétimo andar.

– Oi, Dylan. - Sorriu, entrando no elevador e despedindo-se do rapaz.

Apertou o botão de número sete, aguardando as pesadas portas de metal se fecharem.

Do lado de fora do apartamento de número setenta e dois, o barulho da mesa sendo arrastada inundava o corredor. Ao inserir sua chave na fechadura, e, posteriormente, girar a maçaneta, encontrou a imagem de duas pessoas que corriam contra o tempo.

Enquanto Jhennifer Willis limpava e mudava a mesa de lugar, Katie Monroe se concentrava em juntar toda a poeira da residência com uma vassoura poucas vezes usada.

– O que está acontecendo aqui? - Perguntou Mary, colocando as chaves sobre a estante ao lado de sua bolsa. - Não vejo a Katie tão preocupada com a limpeza do apartamento há semanas.

– Vamos ter um jantar hoje aqui. Quero dizer, vamos pedir uma pizza. - Explicou Katie, sem tirar os olhos do chão empoeirado.

Mary fixou seu olhar na jovem de longos cabelos castanhos que se debruçava sobre a grande mesa de vidro, esfregando uma flanela úmida sobre a mesma. Jhennifer interrompeu o trabalho, respondendo ao olhar de Mary.

– Jhennifer, podemos conversar? - Perguntou Mary, unindo as próprias mãos.

Percorrendo seu olhar pelo apartamento parcialmente limpo, Jhennifer pediu licença à sua amiga, andando até o quarto pouco visitado na última semana.

Mary adentrou seus aposentos, fechando a porta logo depois de Jhennifer entrar.

– É sobre o bilhete? - Jhennifer indagou, sentando-se na cadeira de listras em frente à escrivaninha da advogada.

Procurando pelas palavras certas, Mary balançou a cabeça afirmativamente.

– Tem algo que você deveria saber.

Jhennifer franziu as sobrancelhas, enquanto Mary abria a gaveta de seu criado mudo e de lá, tirava uma pequena caixa de papel.

As lembranças contidas naquela caixa estavam ali preservadas já há muito tempo. Desde sua mudança para os dormitórios da Universidade de Yale, guardara tudo o que lhe prendia ao passado colegial: As cartas que Daniel Harris pusera em seu armário, fotos do baile de formatura, cartões postais de sua mãe, e, principalmente, a carta de despedida de seu pai.

Jhennifer pousou seu olhar no papel amarelado e visivelmente envelhecido nas mãos de Mary, enquanto a mesma o desdobrava. O papel tinha o seu verso completamente escrito, e, por um momento, pensou conhecer aquela letra.

– Eu recebi essa carta no último ano do colegial. Seu endereço veio junto, dentro do envelope. - Afirmou Mary, estendendo o papel em sua direção.

– Uma carta? - Jhennifer perguntou, segurando o papel. - De quem?

Mary suspirou, fechando os olhos.

– Do nosso pai.

Arregalando os olhos, Jhennifer sentiu que sua mente retomava as imagens do passado. A carta que recebera de um completo estranho que alegava ser seu pai em meio a triste história de amor com sua falecida mãe. Era aquela mesma letra, o mesmo tipo de papel, a mesma cor de tinta. O que lembrava-se daquela carta?

Flashes de pedaços do texto escrito pareciam dançar à sua frente. A menção de uma possível irmã, de outra família que aquele homem construiu. Agora, ler uma carta tão parecida vinda de Mary Monroe a assustava completamente.

– Você não deve estar entendendo nada...- Sussurrou Mary, desviando o olhar para o papel nas mãos da jovem à sua frente.

Jhennifer sentiu que seus olhos transbordariam a qualquer momento. Espremendo o polegar direito contra suas pálpebras, evitou as lágrimas que vinham, sem conseguir controlar a alteração em sua voz.

– Eu recebi uma carta assim... há cinco anos atrás.

– Recebeu? - Perguntou Mary, arregalando os olhos.

Jhennifer afirmou, movendo a cabeça.

– Porque não me procurou antes? - Perguntou, engolindo ignorando a lágrima teimosa que rolava sobre sua face.

Mary suspirou, abaixando o olhar.

– Não sabia como lidar com tudo isso... Eram muitas informações, achei que seria mais fácil fingir que nada disso aconteceu...

– Acha que para mim também não era? Porque me falou isso agora? Porque simplesmente não continuou fingindo que eu não era relevante para sua vida, que eu era só mais uma amiga da Katie?

– Do que está falando? - Mary perguntou, perplexa. - Agora que eu sabia que você era realmente minha irmã, não dava para simplesmente ignorar! Não dava para acordar todos os dias e encontrar você na cozinha, como se não fosse ninguém!Preferia mesmo que eu escondesse tudo isso de você?

Jhennifer calou-se, buscando as palavras certas e chorando incontrolavelmente.

– Estava tudo tão menos confuso... Tudo tão mais fácil, agora, essa descoberta vai me perseguir, me lembrar a cada momento que eu sou só o fruto de uma traição!

– Jhennifer, não fala assim... - Pediu Mary, sentindo toda a angústia pousar sobre seu peito, seguida de lágrimas que brotavam de seus olhos. - Eu não queria que se sentisse assim, pensei que poderíamos nos aproximar, poxa, nós somos irmãs! Não é algo tão simples assim.

– Para você é muito fácil, Mary. Minha mãe traiu o marido dela, acha que não dói lembrar a cada minuto que minha vida toda foi uma farsa? Tem ideia do quanto foi difícil me acostumar a isso?

– Como pode dizer isso? Você faz ideia do quanto eu sofri por causa dele? Então, é assim que vai ser? Você prefere mesmo ter uma revelação dessas e ignorar a existência dos nossos laços?

– Na verdade... - Jhennifer suspirou, sussurrando suas palavras. - Eu prefiro sim. Eu sabia que tinha alguém por aí compartilhando o meu DNA, mas... você? Todo esse tempo, era você? Quem é esse homem? Qual é o nome dele?

Mary respirou fundo, enxugando os olhos e disposta a contar tudo o que lembrava sobre seu pai.

– Não, não fala! - Ao perceber as perguntas que acabara de fazer, Jhennifer a interrompeu, impedindo a chegada de qualquer informação. - Eu não quero saber.

– Mas... - Mary sussurrou. - Ele é o seu pai, Jhennifer...

– Não, ele não é! - Exclamou. - Meu pai é Doug Willis, de Trenton, New Jersey. Eu não quero saber se somos irmãs, se temos um pai em comum, eu não me importo! Isso não vai fazer nenhuma diferença em minha vida, não quero que faça. Eu não quero saber, Mary. Você não é, nem nunca vai ser minha irmã.

Assustada pelas grossas palavras da jovem, Mary a assistiu sair do quarto rapidamente. Enquanto as lágrimas restantes em seus olhos rolavam inexplicavelmente, a última esperança em ter uma boa relação com sua irmã parecia ter sido extinta. Então, era assim que as coisas aconteceriam? Depois de tantos anos sendo colocada em segundo plano por seu pai, agora seria renegada por sua própria irmã?

Jhennifer passou pela sala, sem nem mesmo explicar seu completo estado à Katie Monroe. A verdade, era que ninguém iria entender o quão mal se sentia. Durante tanto tempo acreditando ser alguém especial, ter uma família tão bem estruturada, a revelação recebida há cinco anos arruinou completamente sua realidade. Nos últimos anos, havia sido bem mais fácil guardar o segredo sobre sua natalidade. Nem mesmo seu noivo fazia ideia da traição de Trish Willis, era algo que preferia guardar e ignorar pelo resto de sua vida. Agora, a descoberta de ter uma irmã ali, tão perto, retomava todas as lembranças que preferia guardar. De repente, os erros do passado ressurgiam para perseguir seu presente.

Pisou na calçada, sinalizando para o primeiro táxi livre que cruzava a rua.

– Me leve para Trenton. - Anunciou ao taxista, enxugando as lágrimas que ainda deslizavam sobre sua face.

O taxista virou-se de costas, encarando a mulher apreensiva no banco de trás.

– Você quer mesmo que eu faça uma corrida até outra cidade? - Perguntou, assustado.

Jhennifer suspirou, abrindo a carteira.

– Eu pago de acordo com o taxímetro. Agora, por favor, vá o mais rápido possível. - Afirmou, apontando para a rua movimentada.

"Preciso encontrar e conversar com o meu verdadeiro pai."


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Eu sinceramente tentei ser bem dramática nesse capítulo, mas, talvez não tenha conseguido. O próximo ainda vai ter muito drama, então, se preparem. Eu espero realmente que a Jhenni e a Mary possam ser amigas mesmo depois de tudo isso, afinal, o que elas tem não é algo tão fácil de ser ignorado.

Ah, tenho uma novidade!
Eu e mais duas amigas sentamos hoje e planejamos uma nova história muito boa! Modéstia à parte, o nosso esquema prevê um enredo muito bom. A história vai envolver diversos gêneros: Romance, Surrealismo, Problemas psicológicos, e, para quem gosta, vão ter bastantes cenas hot. Exatamente, hot! Vocês devem saber que eu não me sinto muito à vontade para escrever esse gênero, mas a minha equipe ficou responsável por esses momentos. A história ainda está apenas nos esquemas, então, fiquem atentas que em breve, em qualquer capítulo desses eu falo para vocês a data de publicação.

Não esqueçam de comentar, tá? Deixem mais sugestões para o desfecho da história. Beijão!



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