Math For Love escrita por Valentine


Capítulo 13
A jaqueta


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, hoje o dia foi terrível! Pretendia passar a tarde em casa e desenvolver melhor esse capítulo, mas fui obrigada a passar cinco horas em uma biblioteca em detrimento de um trabalho! Escrevi com muita dor de cabeça, mas espero que todos gostem! Beijão e deixem seus comentários!



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Ainda pasma pela atitude e pelas palavras de Dylan, Jhennifer notou que ele já havia saído da casa. Sentiu-se mal por ter sido grossa, no fundo, não queria que fosse embora. Era tão bom não ficar sozinha naquela enorme casa pelo menos uma vez...

Andou até seu banheiro, despindo-se e soltando os cabelos anteriormente presos. Olhou-se no espelho e admirou suas madeixas loiras, sorrindo. Lembrou-se de quando completara quinze anos e correu para um salão de beleza, pedindo que transformasse seus fios castanhos naquele loiro acinzentado, igual ao de sua mãe antes de morrer. Era um desejo muito antigo e especial: ter a aparência de sua mãe.

Entrou no box do banheiro e ligou o chuveiro, molhando todo o seu corpo e cabelos. Após lavá-los, pegou a toalha e saiu, enxugando-se. Andou até seu quarto e vestiu a roupa íntima, ouvindo seu telefone tocar lá da sala. Enrolou-se na toalha e desceu as escadas, atendendo à chamada de Katie Monroe no aparelho que estava em cima do sofá.

– Jhenni? - Katie berrava. - Fiquei esperando até agora, você está ocupada?

Jhennifer resmungou por ter esquecido de ligar de volta para a amiga.

– Ah, Katie... - Suspirou. - Eu acabei esquecendo, me desculpa. Onde você está?

– Esqueceu que você me chamou pra almoçar aí hoje? - Katie riu. - Eu sou pontual! Já estou chegando, me espere.

Desligou o celular, jogando-o novamente em cima do sofá e o viu percorrer todo um caminho rolando até parar em cima de uma jaqueta de couro.

Dylan! – Pensou ao ver a jaqueta preta do garoto em cima de seu sofá. Aparentemente deve ter a esquecido ali.

Pegou a pesada jaqueta com as duas mãos, sentindo o cheiro do perfume forte de Dylan. Sorriu consigo mesma, nostálgica pelas lembranças do que acontecera pouco mais cedo em seu quarto.

Porque estou sorrindo?– perguntava-se, culpando-se por sentir-se tão bem com as palavras intimidadoras que ele usara.

A campainha tocou.

A Katie já chegou?

Receosa em atender à porta de toalha, vestiu a jaqueta por cima de sua roupa íntima, - que, por sinal, ficara enorme, cobrindo-lhe até as coxas - soltando os cabelos ensopados que escorriam água pelo couro.

Caminhou até a porta e abriu-a, assustada. Dylan, ali, parado, sorriu instantaneamente ao vê-la naquela situação.

– Eu só vim até aqui pra buscar minha jaqueta, mas já que você está tão ocupada com ela, depois você me devolve!

Jhennifer franziu as sobrancelhas, mostrando sua raiva.

– Não fala isso, seu idiota! - Gritou. - Só estou usando isso porque não queria atender à porta de toalha!

Dylan arregalou os olhos.

– Então você está sem roupa?

Jhennifer irritou-se, de queixo caído pela audácia do garoto.

– É claro que não! Porque você é tão idiota, Dylan?! - Empurrou-o, fazendo-o cambalear para trás. - Como consegue sair assim depois do que disse?!

Dylan sorriu, equilibrando-se.

– Então você queria que eu ficasse?

Jhennifer ergueu a mão, e, dessa vez, conseguiu esbofeteá-lo no lado esquerdo do rosto.

– Ai! - Ele gritou, acariciando seu próprio rosto e rindo ao mesmo tempo após o golpe. - Acha mesmo que doeu?

Jhennifer franziu os lábios, irada.

– O que está acontecendo aqui?

Jhennifer e Dylan viraram-se, dando de cara com Katie ali parada logo atrás de Dylan, na entrada da casa de sua amiga, aparentemente pasma pela discussão entre os dois e pela vestimenta de Jhennifer com uma jaqueta que ela sabia pertencer àquele com quem tanto sonhava.

{…}

Relatar sua história para Mary Monroe era, ao mesmo tempo, uma sensação de alívio e conforto. Não sabia porque, mas, mesmo com apenas uma semana de amizade, ela lhe parecia uma pessoa confiável. Era bom poder conversar com alguém que não fosse o Dylan, que sempre foi apenas um ouvinte, ou Jhennifer, a quem preferia não preocupar com seus problemas: ela já tinha muitos problemas pessoais para lidar. Era como se colocasse para fora algo que estava já há muito tempo acumulado, tendo a confiança de que Mary poderia aconselhar-lhe, ajudá-lo nessa confusão que estava enfrentando em sua vida.

– Então seu pai não aceita que você escolha pelo basquete? - Mary perguntou, interessada nos relatos de Daniel.

– Claro que não. Ele só se preocupa mesmo com o futuro da empresa. - Daniel suspirou.

Mary não podia imaginar que Daniel passasse por tantos problemas. Sempre o vira como um mauricinho que tinha tudo o que queria, aprontava nas aulas, não estudava e ainda sim era prestigiado por um talento esportivo. Saber daquelas histórias a fez pergurtar-se como a família Harris, tão problemática, exibiu uma máscara de família perfeita por todo esse tempo. E o que poderia fazer para ajudar a Daniel? Que poder ela teria de interferir em problemas familiares que não lhes dizem respeito? Primeiro, precisava tirar suas próprias conclusões sobre aquilo.

É claro que há uma grande importância em manter um patrimônio de família como a Harris Financing, mas não adianta preservá-lo e deixá-lo nas mãos de alguém que não tem afinidade ou desejo próprio de cultivá-lo. Daniel não parecia ser a pessoa mais apropriada para isso, mas, mesmo assim, seu pai insistia naquela idéia. Não está sendo uma atitude meio ignorante do Sr. Harris?

– Daniel... - Começou, tentando ser o mais compreensível possível. - Pelo que você me disse, seu pai não gosta muito de ouvir seu lado, ou de qualquer outra conversa...

– Você nem imagina! - Daniel revirou os olhos.

– Porque você não aceita fazer os dois cursos? Quem sabe no futuro ele veja que você não nasceu pra isso e desista!

– Mary, por favor... - Pediu Daniel. - Eu aposto que ele vai me obrigar a trancar o basquete logo no primeiro semestre. Você acha que é fácil fazê-lo mudar de ideia mesmo? - Perguntou, espremendo os olhos.

– Daniel, você vai ser um indivíduo independente, maior de idade! Ele não vai poder mais te obrigar a nada!

– E quem você acha que vai pagar os meus gastos, meus estudos? - Riu ironicamente. - Não tem jeito...

– Não fala assim... - Pediu Mary. - Se você não pode contrariá-lo, o que acha de tentar concordar com ele?

Daniel arqueou as sobrancelhas.

– Como assim? - Perguntou, intrigado.

– Eu te ajudo! - Mary aproximou-se, tentando convencê-lo. - Eu posso te ajudar, eu sei que se você se empenhar, vai aprender a gostar de tudo isso! - Apontou para os livros sobre a mesa.

Daniel gargalhou alto.

– Tá de brincadeira, não é?

– Não, Daniel, é sério! Confia em mim, assiste essa aula de hoje e eu aposto que você vai ver que não é nada tão ruim quanto parece!

Daniel suspirou. O que Mary pretendia com tudo aquilo? Como poderia pensar que seria assim, tão fácil, fazê-lo gostar de algo que evitou por tantos anos?

– E se ele me obrigar a trancar o basquete? - Perguntou, flexível.

Mary franziu os lábios e entortou a cabeça, pensativa.

– Essa será sua condição. - Ela sorriu. - Ele não deu a condição dele? Não disse que só financiaria se você aceitasse o curso de admininstração? Então. Diga que só aceita se você puder fazer os dois.

Daniel olhou para os livros sobre a mesa à sua frente. Gostou daquela ideia, seu pai teria de aceitar sua condição se preocupa-se mesmo com o futuro da empresa.

Olhou para Mary, que sorria à sua frente. Sentiu que fez bem em contá-la o que aconteceu, pôde sentir que realmente recebera um conselho que ajudaria-lhe nas decisões que teria de tomar dali pra frente. Ela era uma boa pessoa, e já sabia o quanto ela seria importante nessa grande etapa da sua vida. Desviou o olhar para seu corpo: ela usava um vestido azul claro de babados que ia até cerca de um palmo antes dos joelhos, e contornava todo o seu tronco, desde os ombros ao quadril.

Ela tem um corpo muito bonito– Pensou, admirando-a. Voltou ao seu rosto novamente, reparando seus detalhes. Os olhos cor de mel eram contornados por um preto que combinava perfeitamente com a cor de seus cabelos curtos e ondulados. De repente, ela desviou seu olhar para baixo, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

O que eu estou fazendo?– pensou, sacudindo a cabeça e voltando a concentrar-se no seu problema, acusando-se por ter se perdido na aparência de sua tutora. Droga, ela percebeu...

– Tudo bem, vamos tentar... - Sorriu, fitando-a e, logo após, desviando seu olhar.

Mary sorriu, feliz por poder ajudá-lo a superar tantos problemas. Andou até a mesa de centro e pegou as questões que Daniel respondera mais cedo.

– Olha, eu vi que você tem um conhecimento básico até as equações do segundo grau. Você sabe, achar o Delta, as raízes... - Daniel assentiu com a cabeça. - Então eu vou começar daqui.

Entregou-lhe um livro de matemática com um marcador de página.

– Equações Biquadradas, tudo bem?

– Certo, por onde eu começo? - Daniel aproximou-se, realmente disposto a tentar.

Ensinar aqueles assuntos para Daniel estava sendo muito mais fácil do que imaginara: Ele tinha uma base, e estava aberto àqueles novos conhecimentos. Era incrível o quanto ele absorvia todas aquelas informações tão rapidamente. Naquela mesma manhã, conseguira repassar todo o conteúdo de Equações Biquadradas que imaginou necessitar de pelo menos dois dias de aulas.

Com toda a facilidade de Daniel para com a Matemática, perguntara-se porque ele a renegara por todo esse tempo.

Ao terminarem a última questão que responderam juntos, Mary respirou fundo, com a sensação de ter cumprido com mais um objetivo.

– O que você achou? - Perguntou a Daniel, que estava pensativo à sua frente.

Ele sorriu.

– Vamos continuar com isso. - Disse, determinado. - Eu gostei de hoje. Eu não sei explicar... Eu me senti melhor quando vi que estava conseguindo resolver as questões.

– Eu te disse! - Mary sorriu de volta. - Vamos pegando os assuntos aos poucos, eu sei que você vai se sair bem, foi muito bem hoje! Mas precisa continuar assim, motivado!

– Tudo bem. Vou tentar!

Mary abraçou-o, feliz pela conquista que fizeram. Surpreso pela atitude afetiva da tão fria Monroe, Daniel correspondeu ao abraço, sentindo um doce perfume do pescoço de Mary e intrigado do porque sua pulsação aumentara tão espontaneamente ao sentir seus corpos tão juntos.


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Notas finais do capítulo

O QUÊ?? VAI SAIR SEM COMENTAR??Como quer que a história continue se você não participa da construção?Eu preciso de você, não me deixem escrever sozinha! Comente!



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